(Texto Áureo) “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. ” (Lucas 12.15)
Um dia, enquanto Jesus ensinava, um homem que estava entre a multidão interrompeu-O dizendo: “Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança” (v. 13). O pensamento daquele homem certamente não estava no sermão que Jesus acabara de proferir. Em vez de refletir nas palavras de Cristo, ele estava preocupado com uma disputa familiar mesquinha. O Senhor ficou entristecido pelo fato de Seu ensino não ter penetrado no coração daquele homem. Disse o Mestre: “Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? ” (v. 14). Olhando para dentro do coração do homem, Jesus localizou o problema e disse-lhe:
“Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, ” A advertência começa com dois verbos: “Acautelai-vos”, ou seja, observai-vos a vós mesmos, mantendo um olho extremamente cuidadoso sobre os vossos próprios corações, para que princípios avarentos não entrem neles furtivamente; e “Guardai-vos”, ou melhor, preservai-vos a vós mesmos, mantende uma atadura severa sobre os vossos próprios corações, para que os princípios avarentos não os dominem, nem estabeleçam sua lei neles. A avareza é um pecado contra o qual precisamos vigiar constantemente. Pela razão de a avareza tornar as coisas materiais um deus, a avareza é idolatria: “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria (Colossenses 3:5). Idolatria é curvar-se diante de algo que não é digno de honra e incapaz de dar à vida o verdadeiro significado. Jesus nos ensina que o nosso tesouro não deve ser nesse mundo: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mateus 6:19-21) e Paulo declarou em 1 Timóteo 6:6 o que constitui a verdadeira riqueza. "Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento." Podemos parafrasear, dizendo: "A piedade com o contentamento é o maior tesouro de um homem", ou "A piedade é riqueza celestial." Paulo também demonstrou que a riqueza material é passageira: "Nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele; tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes" (vv. 7-8). A conhecida frase, não levamos nada deste mundo, tem fundamento bíblico― nada trouxemos ao entrar, e nada levamos ao partir. Quão pouco os Faraós do Egito conheciam deste princípio! No Museu, do Cairo pode-se ver tesouros de valor quase incalculável tirados dos túmulos dos reis. Esta vasta riqueza estava sepultada com os Faraós, pois esperavam levar consigo para uma vida futura aquilo que haviam desfrutado tão ricamente na terra. Mas os Faraós passaram, e deixaram para trás suas riquezas. Nossos museus estão enriquecidos porque aqueles reis procuraram levá-las consigo, e não o puderam. O princípio bíblico é: "Nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.
“...porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. ” Vivemos num mundo que enfatiza o material. Muitos são obcecados pelo sucesso financeiro, pela estabilidade econômica e pelo acúmulo de bens. Cercados por essa ênfase materialista, podemos facilmente perder de vista os verdadeiros valores. Porém, a nossa felicidade e conforto não dependem de termos uma grande quantidade da riqueza deste mundo”. (1) A vida da alma, sem dúvida alguma, não depende dela, e a alma é o homem. As coisas do mundo não se ajustarão à natureza de uma alma, nem suprirão suas necessidades, nem satisfarão seus desejos, nem durarão tanto quanto ela. (2) A vida do corpo e a felicidade deste não consistem na abundância destas coisas. Porque muitos que vivem contentes e tranquilos, e atravessam o mundo muito confortavelmente, possuem apenas um pouco da riqueza dele (um jantar de ervas com amor santo é melhor do que um banquete de coisas gordurosas). Por outro lado, muitos que vivem miseravelmente, possuem uma quantidade muito grande das coisas deste mundo; estes possuem abundância, no entanto não têm nenhum conforto; eles privam a sua alma do bem, Eclesiastes 4.8. Muitos que possuem abundância estão descontentes e desassossegados, como Acabe e Hamã. E que bem a sua abundância lhes proporciona?
01/06/2022
Fontes:
GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do
sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
ARRINGTON French L; STRONSTAD Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz
Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.