Mateus 10:16 “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.”
“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; “
Jesus sempre suportou as perseguições, por mais desagradáveis que fossem, Ele ajustava-se a elas. Ele era realista no trato com seus discípulos e os advertiu sobre as dificuldades futuras. Mais do que preveni-los, deu-lhes instruções sobre como enfrentar a perseguição. Plummer comenta: "Esta não é a maneira que o mundo tem de ganhar partidários." O mundo sempre oferece rosas, um caminho de rosas, comodidade e seguranças, junto com o cumprimento de todas as ambições mundanas. Jesus oferece dificuldades, e até a morte e mesmo assim se multiplicam seus seguidores.
Barclay comenta que a história demonstra que Jesus tinha razão em motivá-los assim. Pois, no mais íntimo, os seres humanos apreciam o chamado à aventura. Depois do sítio de Roma, Garibaldi dirigiu a seguinte proclama a seus partidários: "Soldados: Todos os nossos esforços contra forças superiores foram inúteis. Não tenho nada a lhes oferecer a não ser fome e sede, dificuldades e morte; mas chamo a todos os que amem a pátria a unir-se comigo" – e foram por ele centenas de soldados. Depois da derrota de Dunquerque, Churchill ofereceu aos ingleses, "sangue, suor e lágrimas", foi suficiente.
“Ovelhas” são os animais mais dependentes. Sem defesas naturais, elas entram em desespero e facilmente se amedrontam. “Lobos” eram os piores inimigos das ovelhas na Palestina. Jesus não estava falando de animais aqui; Ele estava simplesmente usando-os como ilustrações de como as pessoas às vezes se comportam. Seus apóstolos eram as ovelhas, e seus inimigos eram os lobos.
Wilkins salientou: “Jesus inverte a metáfora. Antes disso os discípulos deveriam ir até as ovelhas (Mateus 9:36; 10:6), mas agora eles é que eram as ovelhas andando entre lobos”. Os doze estavam sendo enviados a um mundo de predadores (Mateus 7:15; João 10:10, 12; Atos 20:29). Seriam caçados como presas por todos os inimigos de Cristo.
“... portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.”
Por isso Jesus admoestou-os: “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”. Talvez esses dizeres fossem de um provérbio. Na literatura rabínica, um adágio semelhante é atribuído a Deus. Falando dos israelitas, Deus teria dito: “Diante de mim, eles são inocentes como pombas, mas para as nações são astutos como serpentes”.
As pombas, possivelmente desde o tempo de Noé, são vistas como símbolo de paz, inocência e pureza. Elas também são criaturas muito indefesas e são presas fáceis para predadores. “Serpentes”, desde a antiguidade, são conhecidas por sua astúcia e sabedoria (Gênesis 3:1); muitas delas são venenosas e extremamente perigosas.
Os discípulos de Jesus precisam de toda a sabedoria proverbialmente atribuída às serpentes, porém a astúcia para fraudar e enganar devem ser substituídas pela inocência inofensiva e gentil atribuída às pombas. "Sozinha, a prudência da serpente é mera astúcia, e a simplicidade da pomba pouco mais que fraqueza; mas combinadas, a prudência da serpente salvaria da exposição desnecessária ao perigo; a simplicidade da pomba, dos expedientes pecaminosos de escapar dele".
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/08/2025
FONTES:
GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.
BARCLAY, William. The Gospel of Matthew - Tradução: Carlos Biagini.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201206_04.pdf
