domingo, 3 de agosto de 2025

Mateus 10:16

    

Mateus 10:16 “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.”

 

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; “

Jesus sempre suportou as perseguições, por mais desagradáveis que fossem, Ele ajustava-se a elas. Ele era realista no trato com seus discípulos e os advertiu sobre as dificuldades futuras. Mais do que preveni-los, deu-lhes instruções sobre como enfrentar a perseguição.  Plummer comenta: "Esta não é a maneira que o mundo tem de ganhar partidários." O mundo sempre oferece rosas, um caminho de rosas, comodidade e seguranças, junto com o cumprimento de todas as ambições mundanas. Jesus oferece dificuldades, e até a morte e mesmo assim se multiplicam seus seguidores.

Barclay comenta que a história demonstra que Jesus tinha razão em motivá-los assim. Pois, no mais íntimo, os seres humanos apreciam o chamado à aventura. Depois do sítio de Roma, Garibaldi dirigiu a seguinte proclama a seus partidários: "Soldados: Todos os nossos esforços contra forças superiores foram inúteis. Não tenho nada a lhes oferecer a não ser fome e sede, dificuldades e morte; mas chamo a todos os que amem a pátria a unir-se comigo" – e foram por ele centenas de soldados. Depois da derrota de Dunquerque, Churchill ofereceu aos ingleses, "sangue, suor e lágrimas", foi suficiente.

“Ovelhas” são os animais mais dependentes. Sem defesas naturais, elas entram em desespero e facilmente se amedrontam. “Lobos” eram os piores inimigos das ovelhas na Palestina. Jesus não estava falando de animais aqui; Ele estava simplesmente usando-os como ilustrações de como as pessoas às vezes se comportam. Seus apóstolos eram as ovelhas, e seus inimigos eram os lobos.

Wilkins salientou: “Jesus inverte a metáfora. Antes disso os discípulos deveriam ir até as ovelhas (Mateus 9:36; 10:6), mas agora eles é que eram as ovelhas andando entre lobos”. Os doze estavam sendo enviados a um mundo de predadores (Mateus 7:15; João 10:10, 12; Atos 20:29). Seriam caçados como presas por todos os inimigos de Cristo.

 

“... portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.”

Por isso Jesus admoestou-os: “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”. Talvez esses dizeres fossem de um provérbio. Na literatura rabínica, um adágio semelhante é atribuído a Deus. Falando dos israelitas, Deus teria dito: “Diante de mim, eles são inocentes como pombas, mas para as nações são astutos como serpentes”.

As pombas, possivelmente desde o tempo de Noé, são vistas como símbolo de paz, inocência e pureza. Elas também são criaturas muito indefesas e são presas fáceis para predadores. “Serpentes”, desde a antiguidade, são conhecidas por sua astúcia e sabedoria (Gênesis 3:1); muitas delas são venenosas e extremamente perigosas.

Os discípulos de Jesus precisam de toda a sabedoria proverbialmente atribuída às serpentes, porém a astúcia para fraudar e enganar devem ser substituídas pela inocência inofensiva e gentil atribuída às pombas. "Sozinha, a prudência da serpente é mera astúcia, e a simplicidade da pomba pouco mais que fraqueza; mas combinadas, a prudência da serpente salvaria da exposição desnecessária ao perigo; a simplicidade da pomba, dos expedientes pecaminosos de escapar dele".

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/08/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

BARCLAY, William. The Gospel of Matthew - Tradução: Carlos Biagini.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201206_04.pdf

Provérbios 13.10

    

Provérbios 13.10 “Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.”

 

Da soberba só provém a contenda,”

A palavra que se traduz como “soberba” vem de uma raiz que sugere o ferver até subir, e se aplica à arrogância daqueles que exigem ter tudo conforme a sua vontade, e que não querem ser “empurrados para cá e para lá”, que não se deixam convencer, pois acreditam que estão sempre com a razão. A atitude do homem que diz “Eu sei tudo” naturalmente o leva a entrar em conflito com outras pessoas. Ele ama e promove as contendas. Ele se sente encantado quando está brigando. E não aceita conselhos da parte de outros. Os insensatos, na sua altivez, estão sempre criando contendas. O pecado do orgulho é atacado com freqüência no livro de Provérbios (11.2; 16.5,18,19; 18.12; 21.24; 25.14; 26.12; 27.2; 30.13). O orgulho é abominação para Deus (Provérbios 15.25; 16.5; 21.4).

 A soberba torna o homem impaciente na contradição de suas opiniões ou de seus desejos, impaciente com a competição e a rivalidade, impaciente pelo desprezo, ou qualquer coisa que pareça indiferença, e impaciente com concessões, por causa de um convencimento de certo direito e verdade de sua parte; e conseqüentemente surgem contendas entre parentes e vizinhos, contendas em estados e reinos, em igrejas e sociedades cristãs. Os homens se vingarão, não perdoarão, porque são soberbos.

Por natureza, o homem que não conhece a Deus é arrogante. A arrogância é uma marca distintiva da natureza humana não regenerada. Na história bíblica há o registro de vários acontecimentos em que a arrogância, a prepotência e a presunção estão presentes na vida de homens sem Deus. Exemplos: Faraó (Êxodo 5.1-9); Golias (1 Samuel 17.42-49); Senaqueribe (2 Crônicas 32.9-20); Nabucodonosor (Daniel 4.29-37) e Herodes Agripa (Atos 12.20-23).

 

“... mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.”

Em contraste, o homem verdadeiramente sábio e devidamente instruído na lei aceita facilmente a instrução e assim cresce em sabedoria. Seus professores lhe dizem o que deve e o que não deve fazer e mantêm abertas as suas avenidas de aprendizado: “Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina” (Provérbios 9:9). A Prudência e o conhecimento dos conselhos são a âncora onde se pode firmar qualquer vida. Os simples e prudentes são os seus filhos, e para os quais não há arrogância nem soberba, porque todos nos sentimos diminuídos ante o infinito saber de Deus.

Alguns homens já são “sábios demais" em si mesmos e, assim sendo, repelem a instrução por sua arrogância. Mas o homem bom sabe que ainda há muita coisa para aprender, e faz da vida diária uma oportunidade de aprender ainda mais. A humildade é exaltada no livro de Provérbios, como uma das virtudes do homem bom (Provérbios 15.33; 16.19; 22.4). Os verdadeiros sábios são humildes, pois reconhecem em sua cultura o quanto lhes falta ainda para conhecer, e, mesmo que vivessem séculos, não esgotariam os tesouros da Sabedoria, porque ela é Deus.

Os que são humildes e pacíficos são sábios e bem aconselhados. Os que pedem conselhos, e os aceitam, que consultam suas próprias consciências, suas Bíblias, seus ministros, seus amigos, e não fazem nada de uma forma impensada são sábios, tanto em outras situações como nesta, porque se humilham, se curvam e cedem, para preservar a tranqüilidade e evitar contendas: “A sabedoria, porém, lá do alto é primeiramente pura; depois pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tiago 3.17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/08/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

KIDNER, Derek. Provérbios Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica. Mundo Cristão

GONÇALVES, José. Sábios Conselhos para um viver vitorioso - Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

Gálatas 5.13

    

Gálatas 5.13 “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”

 

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne,”

“Porque” introduz a razão do que foi dito no versículo anterior: “Eu quereria que fossem cortados aqueles que vos andam inquietando” (Gálatas 5:12), no qual o apóstolo desejou uma maldição para os judaizantes que estavam tentando desviar os gálatas da nova liberdade em Cristo para a velha escravidão da lei. Nesse verso temos um chamado, uma advertência e um mandamento.

O chamado. Fomos chamados para a liberdade, e não para a escravidão do pecado. A liberdade cristã não é uma licença para pecar, mas o poder para viver em novidade de vida. A liberdade cristã é a liberdade do pecado e não liberdade para pecar. A liberdade cristã não é licenciosidade, mas deleite na santidade. A licenciosidade desenfreada não é liberdade alguma; é outra forma mais terrível de servidão, uma escravidão aos desejos de nossa natureza caída. Jesus disse que aquele que pratica o pecado é escravo do pecado (João 8.34). Paulo disse que o homem antes da sua conversão é escravo de toda a sorte de paixões e prazeres (Tito 3.3). Muitos defendem a liberdade do amor livre, a prática irrestrita do aborto, o uso indiscriminado das drogas e o homossexualismo. Isso, porém, não é liberdade; é escravidão do pecado.

A advertência. “Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne”. Calvino destaca que, após exortar os gálatas a não permitirem nenhum impedimento de sua liberdade (Gálatas 5.1), Paulo agora lhes recomenda que sejam moderados em usá-la. A palavra grega aphorme, traduzida por “ocasião à carne”, era usada no contexto militar em referência a um lugar do qual se faz um ataque, se lança uma ofensiva. Portanto, significa um lugar vantajoso e também uma oportunidade ou pretexto. Assim, a nossa liberdade em Cristo não deve ser usada como um pretexto para a autoindulgência. Nessa mesma linha, Donald Guthrie explica que a palavra aphorme é um vocábulo militar para “base de operações”. Dessa forma, a carne é representada como um oportunista, sempre pronto a aproveitar-se de qualquer oportunidade.

Já houve na Epístola a menção do conflito entre o Espírito e a carne. Mas, por que pensar na “carne” como sendo o principal inimigo da Liberdade? Por que não a “lei”, ou até mesmo o “pecado”, como em Romanos 7:8? Questiona Lopes. A escolha da palavra “carne” é significante, pois resume o motivo que impele o homem natural, a tendência moral do homem que não é movido pelo Espírito.

 

“... mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”

O mandamento. Devemos servir uns aos outros pelo Amor. Calvino declara que o método para impedir a liberdade de irromper em abuso imoderado e licencioso é regulá-la pelo amor. Quem ama não explora, mas serve o próximo. Somos livres para amar e servir. O amor não pratica o mal contra o próximo. O amor verdadeiro deve ser mútuo e não pode colocar seus próprios interesses em primeiro lugar.

Não podemos usar o próximo como se fosse uma coisa para nos servir; temos de respeitá-lo como pessoa e nos dedicar a servi-lo. Pelo amor temos de nos tornar douleuete, “escravos” uns dos outros, não um senhor com uma porção de escravos, mas um pobre escravo com uma porção de senhores, sacrificando o nosso bem pelo bem dos outros, e não o bem deles pelo nosso. A liberdade cristã é serviço, não egoísmo. John Stott diz: “Somos livres em nosso relacionamento com Deus, mas escravos em nosso relacionamento com os outros”.

A idéia do serviço cheio de amor como característica da liberdade em Cristo jamais esteve totalmente ausente da Igreja Crista, mas em muitos períodos da sua história a evidência nesse sentido tem sido fraca. Este princípio é uma lição tão válida para nossa própria era quanto o foi para o primeiro século.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/08/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

GUTHRIE, Gálatas: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. — São Paulo: Hagnos, 2011. 

 STOTT, John. A mensagem de gálatas. São Paulo: ABU, 2000.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201806_05.pdf

LIÇÃO 6: UMA IGREJA NÃO CONIVENTE COM A MENTIRA - 3 TRIMESTRE DE 2025.

TEXTO ÁUREO

“Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (Atos 5.3).

 

“Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo”

Muitos dos que tinha posse na igreja primitiva vendiam suas propriedade e colocavam aos pés dos apóstolos: “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos” (Atos 4:34). Um homem chamado José, conhecido pelos apóstolos de Barnabé, assim fez. Ananias se sua mulher Safira, aparentemente invejaram a disposição de José e cobiçaram o prestígio que ele chegou a ter entre os apóstolos. Decidiram fazer o mesmo, mas entre si combinaram de reter parte do valor.

Ananias foi questionado por Pedro. Como na situação do cobiçoso Judas, Satanás derramava suas pecaminosas sugestões no coração de Ananias: “E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse (João 13.2). O diabo, no entanto, não pode entrar em nossa vida a não ser mediante permissão nossa. Por isso Pedro indagou: “Por quê?” - “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7). Por isso, a responsabilidade do homem permanece: “Por que formaste este desígnio em teu coração?”

Adolf Pohl dá o seu brado de alerta: “Que fato horrível: um coração anteriormente repleto do Espírito Santo de Deus agora está cheio de Satanás! Isso é possível. Não temos direito a qualquer atitude autoconfiante”.

Provavelmente, imaginava que estivesse enganando a Pedro, líder da igreja. Mas não entendia que o verdadeiro líder da igreja era o Espírito Santo, onisciente, que a tudo perscruta. A Igreja Primitiva se constituía de um grupo sob a liderança do Espírito Santo (Atos 8.29,39: 10.19: 13.2; 16.6,7). Ou seja, Ananias “Não mentiste aos homens, mas a Deus.” O pecado dele não foi apenas mentir ao Espírito Santo, mas tentar falsificar o Espírito Santo, buscando representar sua fraudulenta ação como divinamente inspirada. Assim, ele procurou fazer com que o Espírito Santo participasse do seu horrendo crime.

 

“... e retivesses parte do preço da herdade?”

O verbo reteve é idêntico àquele que se empregou para descrever a ação de Acã em reter parte dos despojos de Jericó, que deveriam ser entregues à casa do Senhor ou destruídos: “E transgrediram os filhos de Israel no anátema; porque Acã filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel (Josué 7.1).

Não havia na igreja primitiva a obrigação de os crentes venderem suas propriedades e trazerem aos apóstolos os montantes apurados. Não fora abolido o direito da posse individual de bens. Ananias não teria violado nenhum preceito se tivesse conservado sua propriedade. O ato de vender era da exclusiva responsabilidade do dono, bem como o ato de entregar aos apóstolos o dinheiro recebido. Os apóstolos não possuíam autoridade sobre o dinheiro, a não ser quando o recebiam para o fundo de assistência.

Seu pecado foi dar parte, dizendo que estava dando tudo. Seu pecado foi mentir ao Espírito e enganar a igreja. Por trás da hipocrisia de Ananias estava a atividade sutil de Satanás. O perverso inimigo que já havia atacado a igreja através da perseguição, agora a ataca sedutoramente por meio da corrupção.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/07/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

PEARLMAN, Myer. Atos – E a igreja se fez missão. Rio de Janeiro: Cpad, 1995. 

POHL, Adolf. Atos dos Apóstolos. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2002.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.