terça-feira, 19 de março de 2024

Mateus 5:2

Mateus 5:2 “E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: ”

 

“E, abrindo a sua boca,”

As palavras “abrindo a boca” são um a perífrase em hebraico, como Jó 3.1: “Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia”. Mas alguns como William Barclay e Thomaz Coke pensam que estas palavras sugerem a solenidade deste sermão; uma vez que a congregação era grande, Ele ergueu a sua voz e falou mais alto do que normalmente.

Ele tinha falado muitas vezes por meio dos seus servos, os profetas, e abriu as suas bocas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1:1), mas agora Ele abria a sua própria boca, e falava com liberdade, como alguém que tinha autoridade.

Um dos antigos observa o seguinte: “Cristo ensinava mesmo sem abrir a sua boca, isto é, por meio da sua vida santa e exemplar”. De fato, Ele os ensinou quando, sendo levado como um cordeiro à morte, não abriu a sua boca. Mas agora Ele a abriu, e ensinou que as Escrituras deveriam se cumprir: “A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento” (Salmos 49:3)

 

 “... os ensinava, dizendo:”

Nós podemos, por fim, observar, como nosso Senhor ensina aqui. E, certamente, como em todo o tempo, e, particularmente neste, Ele fala¸”como nenhum homem falou antes” (João 7.46). Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, “como que movidos, pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é como seu Senhor. Ele fala, como um Criador, afinal! Um Deus; um Deus visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o Deus que está sobre todos, abençoado para sempre!

Jesus ensinava sempre que surgia a oportunidade. Ensinava a pequenos (João 3.3-21) e a grandes grupos como nesta ocasião (Marcos 6.34); ensinava no Templo (Marcos 12.35), nas casas (Marcos 2.1,2). O Mestre empregou vários métodos e recursos para ensinar. Muitos dos seus métodos são utilizados até os dias atuais por seus discípulos, todavia nenhum como Ele.

O povo ficava admirado da doutrina de Jesus, ou melhor, do seu ensino. Ele ensinava com autoridade “Não como os escribas” (Mateus 7.29). O povo percebia a autoridade divina no ensino de Jesus e a reverenciava.

O Sermão do Monte é o melhor exemplo dessa autoridade. Diferentemente dos profetas do Antigo Testamento que declaravam “assim diz o SENHOR”, Jesus atestava: “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22,28,32,34,39,44). O Mestre falou com autoridade divina porque Ele era plenamente Deus.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/03/2024

FONTES:

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & Marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004.

Sermão Do Monte John Wesley, de JOHN WESLEY. Editora Ed. Vida, edição 2012

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:1

Mateus 5:1 “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;”

 

“E Jesus, vendo a multidão,”

Nosso Senhor tinha “percorrido toda a Galiléia”, (Mateus 4:23), começando no tempo “em que João havia sido lançado na prisão” (Mateus 4:12), não apenas “ensinando em suas sinagogas, e pregando o Evangelho do reino”, mas igualmente, “curando toda forma de enfermidade, e todas os tipos de doenças entre o povo”. Foi como conseqüência natural disto, que “o seguiu uma grande multidão: da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e da região além do Jordão” (Mateus 4:25). 

 

“... subiu a um monte,”

Após perceber que nenhuma sinagoga poderia conter aquela multidão, mesmo que houvesse alguma à mão, Ele “subiu a um monte,” onde havia um lugar para todos que vieram até ele, de todos os cantos. O propósito dessa locomoção era que toda a multidão pudesse vê-lo e ouvi-lo, ao mesmo tempo em que não o apertassem: “E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava “ (Marcos 5:24). Outros acontecimentos importantes em Mateus estão associados a lugares elevados, incluindo a terceira tentação (4:8), a transfiguração (17:1) e a Grande Comissão (28:16).

O fato de ele subir ao monte para expor sua justiça pode fazer um paralelo entre Moisés, que recebeu a Lei no monte Sinai para estabelecer a velha aliança (Êxodo 19—24), e Jesus, que revelou uma nova lei no monte em preparação para a nova aliança. Embora essa idéia não esteja explícita, ela corresponde ao fato de que Jesus é o “Profeta” anunciado por Moisés e a palavra proferida sob Sua autoridade deve ser obedecida: “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18:15).

 

“... e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; “

Ele sentou-se no lado do monte. Esse era o modo tradicional de os rabinos judeus ensinarem (13:2; 23:2; 24:3; 26:55) em vez de ficar de pé. Aos seus acusadores ele disse: “Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes” (Mateus 26:55).

A seguir, aproximaram-se os seus discípulos. Os doze apóstolos ouviram seu sermão em lugar especial, próximos a Ele. Afinal, segundo Paulo estamos edificados no fundamento dos Apóstolos e Profetas (Efésios 3.20). Observem o versículo a seguir: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hebreus 2:3,4). Os apóstolos do Senhor foram escolhidos para difundir seus ensinamentos e se encontram na segunda geração de anunciantes da Salvação, pois ela começou sendo anunciada pelo próprio Senhor. O Senhor por sua vez atestou com sinal e milagres a palavra confirmada pelos que o ouviram (Os Apóstolos). E nós hoje devemos perseverar na Doutrina dos Apóstolos (Atos2.42). Pois eles a ouviram diretamente do Senhor e nos deixaram por testemunho, juntamente com os profetas o Novo Testamento.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/03/2024

FONTES:

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

WESLEY, John. Sermão do Monte. Editora Vida, 2012.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf