Eclesiastes 7.20 “Na verdade que não há
homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque. “
“Na verdade que não há homem justo sobre a terra,
Esse versículo eleva a discussão encerrada nos versículos 16-19 a um clímax, fazendo eco às palavras de Salomão em 1 Reis 8:46 “pois não há homem que não peque”. Isso é bem enfatizado com a expressão hebraica “ki”, que significa “certamente”. Há aqui uma verdade universal que diz respeito a pecaminosidade do homem (não há homem justo sobre a terra). “Justo” é usado aqui no sentido de “estar correto perante Deus”.
Os melhores homens, e aqueles que na maioria das vezes praticam o bem, não podem dizer que estão perfeitamente livres do pecado; mesmo aqueles que são santificados não estão sem pecado. Salomão em provérbios questionou: “Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado? ” (Provérbios 20.9)
Ninguém que vive deste lado do céu vive sem pecado. Qualquer pessoa erra em algum ponto da lei e consequentemente, perante Deus ela se torna culpada “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todo” (Tiago 2:10). O apóstolo do amor escreveu se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos (1 João 1.8), fazendo-nos mentirosos, e assim pecando.
“... que faça o bem, e nunca peque. “
Ninguém é tão justo na prática de sua vida que faça apenas o bem sem ter nenhum pecado ligado ao que faz. A única exceção é o Senhor Jesus. Ele fez o bem sem pecar. Pedro, Paulo e João testificam em suas cartas a absoluta ausência de pecado nele: “que não cometeu pecado”, “que não conheceu pecado”, “Nele não há pecado” (1 Pedro 2:22; 2 Coríntios 5:21; 1 João 3:5).
Podemos observar algumas formas de pecados nas Escrituras. Uma delas é o pecado de comissão, ou seja, realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Esse é o tipo de pecado mais evidente e observado. Os nossos pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de antemão condenou é um atentado a sua santidade e justiça: “Nós pecamos como os nossos pais, cometemos a iniqüidade, andamos perversamente” (Salmo 106.6).
Outra forma muito comum é o pecado de omissão. Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus. Porém, as consequências do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mateus 25.31-46). Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 5.17).
Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado! Contudo, em Jesus toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai enviou o seu Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da miséria do pecado (Romanos 8.3; Hebreus 10.1-39).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/2/2025
FONTES:
SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
EATON, Michael A; CARR, G. Lloyd. Eclesiastes e Cantares: introdução e comentário. Mundo Cristão, 1989.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Poéticos. Rio de Janeiro CPAD, 2008.
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2013/04/eclesiastes-7-significado-explicacao.html