(Texto Áureo) “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; “ (Mateus 5:13,14)
“Vós sois o sal da terra; “ O sal é ingrediente necessário em
nossos alimentos, e nossa saúde depende de um consumo adequado de sal.
Adicionamos este elemento à alimentação não só para tomá-la mais saborosa, mas
também para manter o correto equilíbrio do organismo, tão necessário à saúde. A
dosagem excessiva ou deficiente de sal pode causar distúrbios indesejáveis ao nosso
bem-estar físico. O valor do sal tem sido estimado desde tempos imemoriais. Os
soldados romanos eram pagos com sal e, se algum deles era desleixado no
cumprimento dos deveres, dizia-se que "não valia o seu sal". Antes
dos tempos de os tabeliães poderem autenticar a legalidade de um documento,
quando duas partes chegavam a um acordo. Juntos comiam sal ou porções de alimento:
o ato de comer o sal sujeitava-os àquilo que chamavam pacto de sal. Este pacto
ou aliança estabelecia um contrato inviolável (Números 18.19),). Deus
prescreveu o sal como parte necessária dos sacrifícios. (Levítico 2:13). Deus
disse que se não adicionassem sal à oferta, ela seria inaceitável. Quando o
Senhor disse aos discípulos "Vós sois o sal da terra" não estava
pregando um novo pensamento aos judeus, para eles os profetas, que tinham vindo
antes deles, eram o sal da terra de Israel. Em nossa sociedade, empregamos o sal
para dar sabor e também como conservante. Antes de haver refrigeração, preservava-se
a carne imergindo-a em salmoura ou esfregando-a com sal, e então levando-a ao sol
para secar. Nossos antepassados, viajando através dos prados, dependiam de
carne salgada para seu sustento. Devido a este conceito comum, consideramos esta
passagem como ensino do Senhor de que os crentes são conservadores.
“...e se o sal for insípido, com que se há de salgar? A palavra “insípido” significa destituído
de qualquer sabor. Por isso Jó formula a pergunta: " Ou comer-se-á sem sal
o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?"(Jó 6:6). Se não formos como devemos ser, seremos como o
sal que perdeu o seu sabor. Se nós, que devem temperar os outros, não temos
sabor, somos vazios de vida espiritual, de tempero e de vigor. Se um cristão é
assim, especialmente se um ministro é assim, a sua condição é muito triste,
pois: (1) Ele é irrecuperável: de que maneira ele poderá ser temperado? O sal é
um remédio para a comida sem sabor, mas não existe remédio para o sal insípido.
O cristianismo dá um gosto especial ao homem. Mas se o homem o absorver e
continuar a professá-lo, e ainda assim permanecer vivendo do mesmo modo como um
tolo, sem graça e insípido, nenhuma outra doutrina, nenhum outro meio poderá
ser aplicado para dar-lhe sabor. Se o cristianismo não puder fazê-lo, nada o
fará.
“Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos
homens. “ Se formos infrutíferos: consequentemente, não serviremos para
mais nada. Para que poderemos ser usados, em que não cause mais mal que bem? Assim
como um homem sem razão, é um cristão sem a graça. Um homem mau é a pior das
criaturas, um cristão mau é o pior dos homens; e um ministro mau é o pior dos
cristãos. Estaremos condenados à ruína e à rejeição. Seremos hora ou outra
expulsos da igreja e da comunhão de fé, para as quais estaremos representando
um peso e uma mancha; sendo assim, pisados pelos pés dos homens. Que Deus seja
glorificado através da vergonha e da rejeição daqueles por quem Ele foi
rejeitado, e que não se fizeram adequados para nada, exceto para serem pisados.
“Vós sois a luz do mundo; “Todos os cristãos são luz no Senhor (Efésios
5.8), e devem resplandecer como astros (Filipenses 2.15), mas ministram de uma
maneira especial. Cristo chama a si mesmo de Luz do mundo (João 8.12), e eles
são trabalhadores, juntam ente com Ele, e têm uma parte da sua honra depositada
sobre si mesmos. É verdade que a luz é doce, ela é bem-vinda; a luz do primeiro
dia do mundo o foi, quando resplandeceu nas trevas; assim é a luz da manhã de cada
dia; assim é o Evangelho, e aqueles que o transmitem, para todas as pessoas
sensatas. O mundo estava em trevas, mas Cristo chamou os seus discípulos justamente
para brilharem neste mundo; e, para que eles possam fazer isto, é dele que eles
obtêm a luz. A nossa luz deve brilhar, realizando coisas boas que os homens
possam ver e aprovar, obras que tenham boa reputação entre aqueles que não as
têm, e que, portanto, lhes darão motivo para pensarem bem do cristianismo. Nós
devemos realizar boas obras que possam ser vistas para a edificação de outros,
mas não que possam ser vistas para a nossa própria ostentação; nós devemos orar
em segredo, e o que estiver entre Deus e as nossas almas deve ser conservado
conosco; mas aquilo que é aberto e óbvio à vista dos homens deve ser feito de
modo coerente com a nossa profissão de fé, e de um modo que glorifique a Deus
(Filipenses 4.8). Aqueles que estão à nossa volta não devem apenas ouvir falar
das nossas boas obras, mas devem ver as nossas boas obras: Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai, que está nos céus (Mateus 5:16).
“...não se pode esconder uma
cidade edificada sobre um monte; “ Sendo a luz do mundo, eles são
reconhecidos e visíveis, e têm muitos olhos sobre si. Quem viaja pela Terra
Santa fica impressionado como número de aldeias edificadas sobre os topos das colinas,
onde podem ser refrescadas pelas brisas. Ali também podem defender-se melhor
dos invasores. Em vindo a noite, a luz das casas nas colinas não pode
ocultar-se. De longe sabe-se a localização da aldeia próxima por causada luz que
vem do topo da colina. Os discípulos de Cristo, particularmente aqueles que são
ativos e zelosos no seu ministério, se tornam notáveis e são observados como
faróis de orientação. Eles trarão sinais (Isaías 7.18), serão homens
portentosos (Zacarias 3.8); todos os seus vizinhos os estarão observando. Alguns
os admiram, os elogiam, se alegram por eles e estudam para imitá-los; outros os
invejam, odeiam, censuram e estudam para destruí-los. Desta forma, eles devem
se preocupar em agir com cuidado, por causa dos que os observam; eles são
espetáculos para o mundo, e devem tomar cuidado com tudo o que pareça mau,
porque são muito observados. Os discípulos de Cristo eram homens desconhecidos
antes que Ele os chamasse, mas o caráter que Ele lhes atribuiu lhes dignificou.
E, como pregadores do Evangelho, eles criaram um padrão; e embora alguns os
tenham condenado por isto, eram respeitados por outros, e se assentarão sobre
tronos e julgarão (Lucas 22.30). Pois Cristo irá honrar aqueles que o honram.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/03/2022
Fontes:
GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do
sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.
ARRINGTON French L; STRONSTAD Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz
Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.
CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte - A Justiça sob a
Ótica de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.