João 2.1 “E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. “
“E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; “
Jesus estava voltando para a Galileia: “No dia seguinte quis Jesus ir à Galileia” (João 1.43). No terceiro dia após comissionar Felipe e Natanael. Geralmente a contagem é inclusiva: Nós diríamos dois dias depois. Houve um casamento em Caná da Galiélia que Jesus foi convidado.
Caná da Galiléia era uma vila mencionada apenas no evangelho de João como o local onde Jesus realizou o seu primeiro milagre (v.11), como o lugar onde Ele pronunciou as palavras que curaram o filho do nobre que jazia doente em Cafarnaum (João 4.46) e corno a casa de Natanael (João 21.2), isto talvez justifique o convite de alguns dos recentes discípulos.
A presença do nosso Senhor no casamento sugere que Jesus aprova a vida social. Ele procurava a companhia das pessoas a fim de espalhar a sua influência e doutrina, e para deixar que as pessoas o conhecessem e, por meio dele, à graça de Deus. Enquanto os fariseus se afastavam dos pecadores e continuavam a dar guarida ao pecado no coração (Mateus 23.25-28), Jesus se conservava separado do pecado e dava as boas-vindas aos pecadores, a fim de salvá-los.
Devemos seguir seu exemplo nesta matéria. Somos o sal da terra, mas, a fim de sermos eficazes, precisamos entrar em contato com aquilo que precisa ser salgado; para sermos pescadores dos homens, devemos ir para onde estão os peixes; para sermos luz do mundo, devemos aparecer e brilhar.
Sua presença sugere também que Cristo aprova o casamento. Afinal, nenhum relacionamento humano tipifica um mistério espiritual tão profundo (Mateus 22.1-14; 25.10; Apocalipse 19.7; 22.17). É digno, portanto, da mais elevada honra: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hebreus 13.4).
“... e estava ali a mãe de Jesus. “
Naquele casamento se encontrava também a mãe de Jesus. A mãe de Jesus aparece somente duas vezes neste evangelho, aqui e na cruz (João 19.25). Há uma alusão a ela em João 6.42. Em nenhuma destas passagens consta que seu nome pessoal seja Maria. A razão disto pode simplesmente ser o desejo de evitar confusão com outras mulheres com este nome, mencionadas no evangelho.
Maria, decerto, tinha íntima conexão com a família que celebrava o casamento, como se percebe do seu conhecimento da falta de vinho “Não têm vinho” (v.3) e das ordens que deu aos serventes: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (v.5). Barclay diz que evangelhos posteriores que nunca foram introduzidos no Novo Testamento agregaram certos detalhes a este relato. Um dos Evangelhos cópticos do Egito nos diz que Maria era irmã da mãe do noivo.
No relato só se menciona Maria, não se fala nada de José. A explicação mais provável é que a esta altura José já tivesse morrido. A morte prematura de José justificaria que a razão pela qual Jesus passou dezoito longos anos em Nazaré foi tomar a incumbência da manutenção de sua mãe e sua família. Só quando seus irmãos e irmãs menores puderam ocupar-se de si mesmos e da casa, Jesus os deixou.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
8/2/2025
FONTES:
SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John.Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
PEARLMAN, Myer. João o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.
BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.
BARCLAY, William. The Gospel of John - Tradução: Carlos Biagini.