sábado, 28 de setembro de 2024

João 14.15

  

João 14.15 “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.”

 

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.”

Até aqui Jesus falou do seu amor pelos discípulos e da obrigação deles de se amarem uns aos outros; agora, pela primeira vez neste evangelho, ele fala do amor deles por ele. O vínculo vital entre este amor é a obediência deles: “ Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (João 14.23).

Esse é um tema que aparece diversas vezes nos escritos joaninos. “Este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos” (1 João 5.3), e o principal destes mandamentos é que os seguidores de Jesus devem se amar uns aos outros; na verdade, “nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos” (1 João 5.2). Amar o Pai implica em amar seus filhos; amar o Filho implica em amar seus seguidores; entre estes, o amor mútuo implica em amar o Pai e o Filho. Neste amor, a obediência aos mandamentos divinos alcança sua perfeição. E neste contexto de amor é feita a primeira promessa sobre o Parácleto.

Alguns pensam que essa linguagem é contrária ao amor. Jesus, porém, nunca viu a obediência e o amor como atos diferentes um do outro. Pelo contrário, Ele disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama, e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” (João 14.21). O amor a Deus é expresso na obediência a Ele.

Para Jesus, obedecer significou morrer na cruz (João 14:31). Após a longa e tentadora noite registrada nos capítulos 13 a 19, Jesus foi preso. No dia seguinte, Ele foi pregado numa cruz pelos pecados do mundo. Ao fazer isso, Ele ensinou a Seus discípulos à importância da obediência não só por palavras, mas também pelo exemplo: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 João 3.18). Obedecer é a maneira de expressarmos nosso amor a Deus.

C. K. Barrett  comenta: "João nunca permitiu que o amor se convertesse em um sentimento ou uma emoção. Sua expressão sempre é moral e se revela na obediência." Sabemos muito bem que sempre há pessoas que juram seu amor com palavras e empregam as ações exteriores do amor, mas que, ao mesmo tempo, infligem dor e destroçam o coração daquelas pessoas a quem dizem amar. Há meninos e jovens que afirmariam com toda certeza que amam a seus pais, mas que, apesar disso, causam-lhes dor e ansiedade. Há maridos que asseguram amar a suas esposas e esposas que dizem amar a seus maridos, mas que, mediante sua falta de consideração e sua irritabilidade fazem sofrer ao casal.

Para Jesus, o amor autêntico não é algo fácil. O verdadeiro amor só se mostra na obediência real. E, como resultado disso, o que os homens denominam amor não o é, pois o amor genuíno é assim.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
01/10/2024

FONTES:

RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200408_01.pdf

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

BARCLAY, William. The Gospel of John. Tradução: Carlos Biagini. 1974.

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