domingo, 28 de abril de 2024

Lição 05: Os Inimigos do Cristão– 2 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” (Gálatas 5.26)

 

 “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, “

Paulo termina o capítulo 5 admoestando com esse verso. Em primeiro lugar ele adverte contra a presunção. A palavra grega para (cobiçoso) aparece no Novo Testamento somente aqui. O seu significado básico é “vaidade”, “ansioso pela fama”, “presunçoso”. A vida regida pelo Espírito exclui qualquer tipo de presunção.

A palavra grega (vanglória), está relacionada a conduta, na qual uma pessoa mostra a outra suas vantagens, e dessa maneira o provoca. No vão afã de prestígio, a pessoa dominada por esse sentimento tem a necessidade de apresentar suas “conquistas perante às outras” como os fariseus da época de Cristo se apresentavam. Desse modo, é uma tentação para que a outra pessoa passe a viver, por sua vez, pela sua própria glória.

 

“... irritando-nos uns aos outros,”

O termo grego para irritar significa provocar com intensidade, “chamar alguém à frente, sugere “combate ou rivalidade”. Esse termo só ocorre uma vez no Novo Testamento. Era muitas vezes usado na literatura grega com a conotação hostil de “instigar”. A pessoa ansiosa por aparecer provoca aos demais homens a mesma vaidade com sua superioridade suposta ou real.

 

“... invejando-nos uns aos outros.”

A inveja é um sentimento indigno para um cristão sincero. Está listada entre as obras da carne e aqui descrita como sinal de sabedoria terrena; é sentimento carnal, ou de influência diabólica, que faz com que um a pessoa em vez de alegrar-se com o triunfo do outro, alegra-se com seu fracasso. Ele não apenas deseja ter ou ser como o outro, mas tem tristeza porque não tem ou não é como o outro. O invejoso é alguém que tem uma super preocupação com sua posição, dignidade e direitos. É sentimento destruidor não só da paz interior, é devastador para a saúde física. “O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos” (Provérbios 14.30).

A lista de pecados que Paulo enumerou em 5:19–21 não visava ser completa, e sim representativa. A frase “e coisas semelhantes a estas” em 5:21 engloba outras ações malignas de natureza similar.

Cada um dos três padrões de comportamento adicionados em 5:26 – “possuir-se de vanglória”, “provocar uns aos outros” e “ter inveja” – tem claramente o seu lugar entre “as obras da carne”.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

GERMANO, Altair. Gálatas - Comentário. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201807_02.pdf

RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

Lição 05: Os Inimigos do Cristão– 2 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5.25) 

 

“Se vivemos no Espírito,”

Outra vez (v.16) o apóstolo retoma a ideia fundamental de toda a perícope e faz uma nova aplicação. Os cristãos devem viver baseando sua conduta no Espírito. Por ter anulado a carne: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (v.24), eles passaram a ter um viver determinado pelo Espírito de Deus; devem, pois, agora, reger sua conduta pelo Espírito.

A palavra “vivemos” tem aqui um sentido profundo. A expressão “pelo Espírito” traz o sentido de “na força do Espírito”: o fundamento íntimo, a força motora que move o viver cristão. Eles agora vivem “no Espírito” e “pelo Espírito”, isso porque o Espírito de Deus vive em cada um: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós” (Romanos 8.9).

 

“... andemos também no Espírito.”

Se o Espírito habita em nós e em nós produz seus frutos, precisamos agora andar no Espírito. Não pode existir inconsistência em nossa vida.

Andar de acordo com o Espírito é a consequência dos cristãos estarem fundados e cimentados espiritualmente. Agora não se diz, “vivam pelo Espírito”, como foi dito no versículo 16, nem “são guiados pelo Espírito”, versículo 18, mas “andemos pelo Espírito”.

A palavra grega para (andar), originalmente era um termo militar. Significa “marchar em ordem”, “formar fila”. No Novo Testamento apresenta um duplo sentido. Por um lado, tem o sentido de “caminhar”, por outro, significa “ajustar-se a”. A palavra passou a ter a conotação figurativa de “estar de acordo com”.

Paulo queria que os gálatas examinassem suas vidas e se certificassem de que estavam em harmonia com o Espírito, produzindo o fruto do Espírito: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito” (Romanos 8:5, 6).

 O desejo do apóstolo era que os gálatas deixassem o Espírito dirigir todos os seus atos. A vida dos cristãos se realiza através de um caminho ajustado ao Espírito e regido segundo este Espírito.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

GERMANO, Altair. Gálatas - Comentário. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201807_02.pdf

LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. — São Paulo: Hagnos, 2011. 

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Efésios 2.3

Efésios 2.3 "Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também."


"Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne,"

Antes dos efésios se tornarem “santos” e “fiéis em Cristo Jesus”, eles estavam “entre os filhos da desobediência”. Observemos que Paulo incluiu-se neste grupo ao dizer: “entre os quais também todos nós andamos outrora”. Mais uma vez andar significa conduta ou comportamento (Salmos 128.1).

Paulo muitas vezes contrastou a carne e suas obras com o fruto produzido pelo Espírito na nova vida do cristão (Gálatas 5:16, 24; Romanos 7:5; 13:14). “Carne” é uma tradução de  (sarx) e representa “não só a existência física de uma pessoa, mas a esfera da humanidade em sua pecaminosidade e oposição a Deus”. Enquanto o indivíduo é dominado pela carne, ele não pode agradar a Deus (Romanos 8:8).

A inclinação da nossa natureza é a inimizade contra Deus. Praticamos o mal porque a inclinação do nosso coração é toda para o mal. O homem nao pode mudar sua natureza. O profeta Jeremias pergunta: “Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas pintas? Poderíeis vós fazer o bem, estando treinados para fazer o mal?” (Jeremias 13.23).

"... fazendo a vontade da carne e dos pensamentos;"

Os efésios não só estiveram “andando segundo as inclinações da carne”, como também estiveram “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”. “Fazendo” (poieo) tem o sentido de “fazer, realizar, concretizar.

O homem em seu estado natural vive segundo os desejos da carne. Esses desejos, alimentados no interior, transformam-se em vontade, e essa vontade, sob o domínio da natureza pecaminosa, torna-se "vontade da carne e dos pensamentos". O pecador não consegue dominar esses desejos da carne e dos pensamentos, senão pelo Espírito Santo e depois da obra de regeneração (Gálatas 5.16-18).

A pessoa dominada pela “carne”, até “os pensamentos” (dianoia) são corruptos. A mentalidade da carne é desobediência. Em Romanos 8:9, Paulo falou dos que vivem segundo a carne permanecendo na carne e sendo hostis para com Deus: "Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".


"... e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também."

Paulo afirmou que eles também eram “filhos da ira”. A “ira” mencionada é claramente a ira de Deus, da qual todos que vivem em rebelião contra Deus são merecedores: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Romanos 1:18). A natureza de Deus é de santidade absoluta; Ele jamais aprova o pecado. E a santidade de Deus requer Seu julgamento sobre o pecado (Romanos 6:23). Todos que vivem em pecado merecem este justo julgamento de Deus. Em Romanos 2:5 Paulo disse o seguinte sobre os judeus: “Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus”. Todo pecado é contra a santidade de Deus, e o juízo de Deus é Sua justiça derramada sobre o pecado. 

Quando Paulo usou as palavras “como também os demais”, ele estava destacando que todas as pessoas – tanto as que estão em Cristo como as que estão fora de Cristo – merecem a justa ira de Deus. Contudo, os que estão em Cristo (ainda que antes estavam fora de Deus e sujeitos ao juízo de Deus) são agora “por Ele [Cristo] salvos da ira [de Deus]” (Romanos 5:9).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
26/4/2024

FONTES:

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201305_06.pdf

Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009.

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3a Ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1999.

Efésios 2.2

Efésios 2.2 "Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;"



"Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo,"

Quando os efésios estavam mortos em seus delitos e pecados (v.1), eles andavam segundo o curso deste mundo. 

“Andar” é uma tradução do verbo (peripateo) e significa “viver, conduzir-se, comportar-se”. É uma metáfora muito comum nos escritos antigos, dando ideia do modo de viver das pessoas, da conduta e do comportamento (Salmo 128.1). Ou seja, antes eles se portavam segundo “o curso deste mundo”. 

"O mundo" aqui não é sinônimo da natureza criada por Deus. O mundo é o sistema que pressiona cada pessoa para se conformar aos seus valores (Romanos 12.2). O apóstolo João é enfático ao dizer que quem ama o mundo não pode amar a Deus (1 João 2.15-17). Tiago declara com a mesma ênfase que quem é amigo do mundo é inimigo de Deus (Tiago 4.4). John Stott esclarece esse ponto com as seguintes palavras: Sempre que os seres humanos são desumanizados — pela opressão política ou pela tirania burocrática, por um ponto de vista secular (repudiando a Deus), ou amoral (repudiando absolutos), ou materialista (glorificando o mercado consumidor), pela pobreza, pela fome ou pelo desemprego, pela discriminação racial ou por qualquer forma de injustiça — aí podemos detetar os valores subumanos do “presente século” e “deste mundo”.

"Curso"  refere-se a uma era ou tempo.  Conforme o uso de Paulo neste texto, “a era” ou “o mundo” refere-se a qualquer pessoa da época dos efésios que estivesse em oposição ao caminho de Deus. Essa pessoa não subsistiria.  Os efésios haviam vivido “de um modo que se harmoniza com o presente século em sua ordem atual corrupta e degradante, a qual se deve ao estado de queda da humanidade, sendo contrário ao reino do céu, que durará para sempre”. 


"... segundo o príncipe das potestades do ar, "

Quem é “o príncipe da potestade do ar”? Em Efésios, Paulo falou dos poderes que são hostis ao bem-estar dos seres humanos e ao propósito divino. Em 6:12, ele falou da batalha do cristão “contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Por trás dessas forças existe um poder do mal individual chamado “o diabo” (4:27; 6:11) e “o Maligno” (6:16). Esse poder individual do mal é “o deus deste mundo” (2 Coríntios 4:4). O “príncipe da potestade do ar” é Satanás (veja Mateus 9:34; 12:24; João 12:31; 14:30; 16:11). Satanás é citado como o “príncipe”, do substantivo grego (archon), que significa “primeiro em ordem de pessoa ou coisas”. Ele é o primeiro em potestade/poder no reino dele.

“Potestade” é uma tradução de (exousia) e significa “autoridade”, referindo-se no versículo 2b aos demônios sobre os quais Satanás governa ( 6:11, 12). Paulo enfatizou que Satanás atua no reino espiritual, afligindo a humanidade e dominando os não salvos.

O diabo é um inimigo invisível, porém real. Ele não dorme nem tira férias. Ele é violento como um dragão e venenoso como uma serpente. Ele ruge como leão e se apresenta travestido até de anjo de luz. Não podemos subestimar seus desígnios; antes, devemos nos acautelar, sabendo que esse arqui-inimigo veio para roubar, matar e destruir.


"... do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;"

Estando sob a influência de Satanás, os que não conhecem a Deus têm um espírito de rebeldia. Se alguém é descrito como tendo “um espírito de amor”, “um espírito de bondade” ou “um espírito de justiça”, entendemos que o amor ou a bondade ou a justiça faz parte do caráter dessa pessoa. De modo semelhante, quando Paulo falou do “espírito que agora atua nos filhos da desobediência”, ele estava dizendo que os não salvos se caracterizam por possuírem um espírito decorrente de haverem se entregado ao “príncipe da potestade do ar”. 

“Os filhos da desobediência” são os que vivem em desobediência e se caracterizam por ela. Eles são chamados de “filhos de” da mesma forma que Tiago e João eram apelidados de “Filhos do Trovão” (Marcos 3:17) e Barnabé era chamado de “Filho da Exortação” (Atos 4:36). Assim como quem tem um temperamento rude pode ser chamado de filho “do trovão” ou quem tem o dom de animar os outros pode ser chamado de filho “da exortação”, quem vive em desobediência é filho “da desobediência”.

O texto bíblico diz que este “espírito” “atua”ou "opera" nos desobedientes. O verbo grego e˙(energeo), que expressa algo “operante”. Este espírito dominante nos desobedientes exercia influência e atuava por causa do impacto que Satanás tinha sobre seus corações. Essas pessoas foram associadas com “desobediência”, uma tradução do verbo grego (apeitheia), que sugere que eram “impersuasíveis, insubmissas”. Porque permitiram que Satanás controlasse suas vidas, não foram persuadidas a aceitar o evangelho e, portanto, não eram submissas a ele. Como explicou Paulo em 2 Coríntios 4:4, “...o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” Dominados por Satanás, tinham um desrespeito geral pela vontade de Deus.



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
26/4/2024

FONTES:

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201305_06.pdf

Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009.

STOTT, John. A mensagem de Efésios: a nova sociedade de Deus. 6.a ed. São Paulo: ABU Editora, 2001.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

1 Coríntios 9.27

1 Coríntios 9.27 "Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado."


"Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, "

Asceticismo, sem dúvida, é o que Paulo tinha em mente quando escreveu: “...o exercício físico para pouco é proveitoso” (1 Timóteo 4:8). Aparentemente, o apóstolo atribuía algum valor à abnegação. Todavia, quaisquer que sejam as bênçãos espirituais do asceticismo, Paulo não tinha em vista a dor auto infligida quando disse: 

Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão. Ele só estava falando de uma vida com propósito. A autodisciplina, disse Paulo, integrada a um programa de viver santo, serve a um propósito útil. A finalidade dessa autodisciplina é uma vida que honra ao Salvador e Rei do cristão. 


"... para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado."

Paulo reconhece que o fato de ser apóstolo e ter passado a vida pregando o evangelho não garantiria sua redenção no último dia. Existia a possibilidade de ser reprovado. Ele e os cristãos de Corinto precisavam se disciplinar porque havia a possibilidade de um indivíduo que foi redimido do pecado virar as costas para Cristo e ser desqualificado. Às vezes, pessoas naufragam na fé (1 Timóteo 1:19, 20).

A palavra grega traduzida por “desqualificado” descreve alguém que foi provado mas que falhou na prova. O comentarista Witherington conclui corretamente: “Que Paulo considera possível ele e seu público perderem a coroa se não seguirem a lei de Cristo”

Todavia aqui, não se refere à perda da salvação, ou ser recusado para a salvação, uma vez que a salvação é uma dádiva da graça de Deus; portanto, ela não decorre de méritos humanos ou de obras praticadas. O termo refere-se à perda de recompensa do trabalho cristão. O temor de Paulo não era que poderia perder a salvação, mas que poderia perder a sua coroa por não satisfazer a seu Senhor ( 3:15).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

GILBERTO, Antônio. Mensagens, estudos e explanações em I Coríntios. Rio de Janeiro. CPAD, 2009.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201703_03.pdf

1 Coríntios 9.26

1 Coríntios 9.26 "Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar."


"Pois eu assim corro, não como a coisa incerta;"

O comportamento sem meta, sem propósito, não define o viver cristão. Assim como um atleta focado na linha de chegada, Paulo sabia que sua vida prosseguia para uma conclusão baseada num propósito. Seu alvo na vida era glorificar a Deus por meio de Jesus. Assim como Jesus, Paulo previa a vitória; pois ele estava ganhando almas, conduzindo-as a serem perdoadas e redimidas do pecado. 

"Pois eu assim corro" (v. 26). Esta frase figura a vida cristã como uma corrida certeira, resoluta e incessante em direção a um alvo: “Uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13,14). "Deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé" (Hebreus 12.1,2). Muitos têm começado a carreira, mas interromperam-na sem atingir o alvo.


"... assim combato, não como batendo no ar."

Mudando a metáfora do velocista ou maratonista, o apóstolo analisou o boxeador ou pugilista. Assim luto, não como desferindo golpes no ar, escreveu ele. Paulo quer dizer que tratou seu corpo com disciplina severa e o fez seu escravo, de forma que o corpo obedecesse o desejo que ele tinha de servir a Cristo e para Ele alcançar vitórias. 

O pugilismo era um negócio brutal no atletismo greco-romano. Assim como um corredor casual não está na mesma categoria que um maratonista profissional, um boxeador que só treina com o espelho é bem diferente de um boxeador olímpico. A vida cristã requer o tipo de propósito e disciplina característico de um atleta determinado e com domínio-próprio.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

GILBERTO, Antônio. Mensagens, estudos e explanações em I Coríntios. Rio de Janeiro. CPAD, 2009.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201703_03.pdf

1 Coríntios 9.25

1 Coríntios 9.25 "E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível."


"E todo aquele que luta de tudo se abstém; "

Os atletas das olimpíadas chegavam em Olímpia um ano antes de passar por um condicionamento estrito de dieta e exercícios. Assim como ser um campeão do atletismo, viver como um cristão não é para os medrosos. O argumento do apóstolo avança do menor para o maior. 

Jesus diz, "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me" (Mateus 16.24). Disse mais, "Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14.33). Jesus também disse que Ele tem um "jugo" para quem quiser segui-lo (Mateus 11.28,29).


"... eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível."

Os atletas dominavam seus desejos e faziam grandes sacrifícios, todavia, o seu prêmio, caso fosse vitorioso, era uma coroa corruptível.

A palavra grega para o prêmio conferido a um atleta vencedor nos jogos é (stefanos). A tradução frequente do termo é “coroa”, mas não uma coroa de ouro e pedras usada por um rei. nos Jogos ístmicos este era uma grinalda de pinho.

Quanto mais motivação devem ter os cristãos para dominar os apetites carnais a fim de obter sua coroa. pois o cristão tem diante de si uma coroa muito mais valiosa, a saber, uma coroa incorruptível: "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (2 Timóteo 4:8). 


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

GILBERTO, Antônio. Mensagens, estudos e explanações em I Coríntios. Rio de Janeiro. CPAD, 2009.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201703_03.pdf

1 Coríntios 9.24

1 Coríntios 9.24 "Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis."


O apóstolo havia incentivado os coríntios a se preocuparem mais com o bem estar espiritual dos outros do que em reivindicar seus direitos: "Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize" (8:13). Ele queria que eles seguissem seu próprio exemplo, comportando-se de um modo que edificasse a igreja. 

A exposição sobre a idolatria levou a uma análise de prioridades. Era mais importante que almas fossem ganhas e conservadas para Cristo do que direitos, conferidos. O próprio Paulo se fez “de tudo para com todos” (9:22) a fim de ganhar pessoas para o Senhor. Viver como um cristão exigia abrir mão de direitos e exercitar o domínio-próprio


"Não sabeis vós que os que correm no estádio, "

Para demonstrar o exercício do domínio-próprio, Paulo recorreu à arena atlética. Nenhuma competição é mais antiga do que a simples corrida a pé. Homens se alinham e depois, a um sinal, correm em direção a um alvo. O primeiro que chegar vence. Nos jogos olímpicos modernos, nenhuma outra competição tem o prestígio da maratona. Outras modalidades vão e vêm, mas a corrida a pé é icônica entre as competições entre indivíduos. 

Competições atléticas eram comuns no mundo grego, e os Jogos ístmicos (só inferiores aos Jogos Olímpicos) eram disputados de três em três anos em Corinto. 


"... todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? "

Paulo emprega aqui, figuras tiradas dos jogos. O seu primeiro ponto é que numa corrida só um corredor ganha. Paulo comparou o fim da vida cristã com o recebimento de um prêmio (Filipenses 3:14; “coroa”; 1 Tessalonicenses 2:19). Daí, os competidores fazem todo o esforço possível. De modo semelhante o cristão tem que forçar todas as fibras para pôr em ação toda a sua energia.

Em certas corridas alguns corredores não se preocupam em ganhar. Mas ninguém que participa de algo como os jogos olímpicos corre uma corrida de maneira descuidada. Todos correm com o intento de ganhar o prêmio. Devemos viver  para Cristo com a mesma intensidade . 

Não apenas isso, devemos estar em rígido treinamento sob a direção do Espírito Santo. Não temos tempo para desperdiçar em buscas frívolas, prejudiciais ou pecaminosas, se desejamos ganhar o prêmio, o “Bem está” de nosso Senhor e a coroa da justiça que Ele tem para nós: "Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (Mateus 25.21).


"Correi de tal maneira que o alcanceis."

Na ilustração de Paulo, a corrida não é sobre a superioridade de um indivíduo sobre seus competidores; nem é sobre quem ganha o prêmio. Paulo estava preocupado com a maneira de realizar a corrida. Correi de tal maneira que o alcanceis, disse o apóstolo. O cristão deve correr com toda a sua energia, como se só ele pudesse receber a guirlanda de vitória.  

Isto significa cooperar com o Espírito em santificação, desenvolvendo o fruto do Espírito, especialmente a temperança (ou autocontrole), e erradicando maus hábitos e pecados. 

“Esse texto tem muito a dizer aos protestantes de hoje, que não trabalham com muito afinco para desenvolver a vida cristã. Fala especialmente a alguns carismáticos que não têm o último fruto do Espírito, a temperança”.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

GILBERTO, Antônio. Mensagens, estudos e explanações em I Coríntios. Rio de Janeiro. CPAD, 2009.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201703_03.pdf

Lição 4 - Lições Bíblicas Adultos - 2º Trim./2024 - CPAD

domingo, 21 de abril de 2024

Lição 04: Como se Conduzir na Caminhada – 2 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.” (Colossenses 4.5)

 

“Andai com sabedoria para com os que estão de fora,”

Paulo exorta os crentes a andar “com sabedoria para com os que estão de fora” (gr. tous exo), ou seja, para com os descrentes, para com os que não são cristãos. Em outra tradução, pode-se ler: “portai-vos (gr. peripateo) com sabedoria...” Essa exortação quanto ao “andar” ocorre noventa e seis vezes no Novo Testamento. É uma metáfora muito comum nos escritos antigos, dando idéia do modo de viver das pessoas, da conduta e do comportamento (Salmo 128.1).

Os colossenses viviam em uma comunidade contaminada pelas heresias gnósticas. Se não tivessem sabedoria, concedida por Deus, facilmente seriam levados pelos enganos e engodos dos falsos ensinos. E, além do desvio doutrinário, poderiam apresentar um testemunho negativo de sua fé e conduta, causando escândalos ao evangelho de Cristo.

O apóstolo Paulo já havia orando pelos irmãos de Colossos para que fossem cheios de sabedoria: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (1.9). A sabedoria mencionada não diz respeito ao saber teológico (que é muito útil), e muito menos filosófico, que traz o conhecimento de Deus, mas a sabedoria (gr. sophia) que vem do Espírito de Deus. A sabedoria divina mostra ao cristão como deve ser o seu comportamento como servo de Deus e como deve guardar e praticar os mandamentos de Deus, que é a verdadeira sabedoria (Deuteronômio 4.6). “Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência” (Jó 28.28). Esta é a sabedoria que Deus dá aos seus servos “santos e irmãos fiéis”: temer a Deus e apartar-se do mal (Salmo 111.10).

Somente com a sabedoria, dada por Deus, é possível o cristão viver (“andar”) de modo santo e agradável, digno do testemunho de servo de Cristo. Quando 0 apóstolo se refere aos “que são de fora”, dá a idéia de que os crentes são “os que são de dentro”. Aí se vê a diferença. De fato, os seguidores de Cristo são peregrinos e forasteiros neste mundo (Hebreus 11.13; 1 Pedro 2.11); estão no mundo, mas não são do mundo (João 15.19).

 

“... remindo o tempo. ”

Em outra versão se lê: “aproveitai as oportunidades”. A idéia de “remir” o tempo equivale, a saber, aproveitar as oportunidades, os dias e os períodos de tempo que Deus concede à Igreja. E isto compreende também cada crente, individualmente, no sentido de se fazer o que lhe é confiado, em face da missão deixada por Cristo, de se tornar conhecida a mensagem do Reino.

Dentro das igrejas locais, há muitos crentes perdendo tempo. Quantos há que, aos domingos, ou em outros dias da semana, deixam de ir à igreja para ficarem assistindo a programas de televisão que nada têm de edificantes e convenientes para a vida cristã; quantos não têm tempo para ler sequer um capítulo da Bíblia, ou para orar durante meia hora por dia, mas têm tempo para ler jornais, revistas e outros tipos de literatura; quantos que, enquanto a igreja está reunida, vão à praia, aos clubes e outros locais de lazer.

Não se quer dizer com isso que o lazer, no momento oportuno, seja pecado; contudo, a perda de tempo é flagrante na vida de muitos que se dizem cristãos. Por isso, o apóstolo exorta os colossenses a remir o tempo. Em Efésios 5.16, o apóstolo esclarece melhor o porquê desse “resgate” do tempo: “remindo o tempo, porquanto os dias são maus”.

Trazendo para os nossos dias estas palavras do apóstolo Paulo, podemos ver que ainda hoje “os dias são maus”. A juventude está sendo destruída; adolescentes, mesmo filhos de crentes, estão se desviando em grande número. Em parte, muitos pais são culpados, pois não estão remindo o tempo, dando uma educação espiritual adequada a seus filhos. O tempo está passando, e, sem dúvida, o Senhor irá cobrar dos servos o que fizeram com esse “talento” do tempo.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

RENOVATO, Elinaldo. Colossenses - A Perseverança da Igreja na Palavra Nestes Dias Difíceis e Trabalhosos. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.

João 13.15

João 13.15 "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também."


"Porque eu vos dei o exemplo, "

Jesus responde à sua própria pergunta e chama a atenção dos discípulos para as implicações dos títulos que eles lhe davam: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou" (João 13.13). Já que o reconheciam como Mestre e Senhor deles, então que também aceitassem sua orientação e seguissem seu exemplo; sua instrução é transmitida tanto por preceito quanto por prática.

Em vez de buscar posições de destaque para si mesmos, eles deveriam seguir o exemplo de seu Senhor, realizando humildemente até mesmo os serviços mais humildes.  Jesus afirmou, assim, que aquele ato não foi casual. Ele deu o exemplo supremo a ser seguido por seus discípulos. Sobre seu a nós exemplo Pedro escreveu: "Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas" (1 Pedro 2.21)

Os exemplos, modelos ou paradigmas fazem parte de nossa vida assim com o ar que respiramos. Na história bíblica observamos que quando havia uma crise política ou religiosa, essa crise se dava em razão da falta de modelos ou referenciais. Aconteceu assim no período dos Juízes (Juízes 17) e também em outros momentos da história da nação hebraica. Quando Arão construiu o bezerro de ouro, o fez porque o povo se achou sem um modelo para seguir. O longo período em que Moisés, o grande legislador hebreu, ficou ausente, favoreceu esse fato (Êxodo 32.1). No vácuo criado pela ausência de Moisés, o povo queria seguir os deuses pagãos como modelo.

Napoleão Bonaparte, sem dúvida, foi um dos maiores líderes que este mundo já conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma das maiores baralhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes superior ao seu, além de um equipamento mais moderno. Napoleão avisou a seus generais que ele estava indo para a frente de batalha, e estes procuraram convencê-lo a mudar de ideia.— Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confiem em nós. Tudo em vão; não houve nada que o fizesse mudar de ideia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o, e de novo, tentou mostrar o perigo de ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse: — Não tem jeito, eu vou. — Mas por que, comandante? — É mais fácil puxar do que empurrar!

O apóstolo Paulo entendendo essa carência que possuímos de modelos se colocava nessa brecha quando escrevia: "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo" (1 Coríntios 11.1). Quando Paulo pedia para que o imitassem, não estava sendo presunçoso com falta de modéstia, ou com falsa humildade, mas estava cheio de uma coragem espiritual e moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1Coríntios 4.16,17; 11.1; Efésios 5.1). 


"... para que, como eu vos fiz, façais vós também."

Jesus tira as desculpas de qualquer discípulo que imagina ser importante demais para fazer qualquer humilde serviço. Se o Senhor e Mestre deixou de lado sua posição para servir humildemente, qual servo que poderá recusar-se a tomar a mesma atitude?

Ao lavar os pés deles, Jesus não rebaixou sua dignidade, por mais embaraçoso que isto pudesse ter parecido a eles. William Temple disse: “Quando alguém faz questão de destacar sua dignidade, geralmente consegue acabar com ela”; o Senhor foi a única pessoa na terra a não fazer questão da sua dignidade, mesmo que seus seguidores tantas vezes ostentassem a deles. Seu ato serviçal conscientemente não-egoísta reforçou de modo involuntário sua dignidade - foi mais uma manifestação da glória divina que residia no Verbo que se fez carne.

Lavar os pés aos irmãos significa servi-los em humildade e amor (Atos 20.35; Romanos 12.10; 15.1-3; 1 Coríntios 9.22; Gálatas 5.13; 6.1,2). Jesus quer dizer que devemos estar dispostos, como nosso Mestre, a deixar de lado os nossos direitos e privilégios e nossa preocupação com as honras que queremos receber dos outros, e, vestindo a humildade e o amor, trabalhar para tirar nosso próximo do lamaçal de infortúnios em que o pecado o mergulhou.

Assim como ele disse a Pedro: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”, também queria que os discípulos entendessem que, recusando-se a lavar os pés uns aos outros, recusando-se a servir uns aos outros em amor, não leriam parte com ele.

Pedro, nas suas Epístolas, faz frequentes alusões a algumas das suas experiências narradas nos Evangelhos. Por exemplo, com pare 1 Pedro 5.8 com Lucas 22.31,32 e 1 Pedro 5.2 com João 21.15-17. É muito provável que Pedro tivesse em mente o incidente da lavagem dos pés quando escreveu aos cristãos: “Semelhantemente vós, mancebos, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pedro 5.5). No grego original, a palavra traduzida por “cingir” provém de um termo que descreve o avental usado pelos escravos em serviço, de modo que se pode interpretar assim a expressão; “Vistam o avental da humildade para servir uns aos outros” . Foi exatamente isto que o Senhor Jesus fez quando lavou os pés aos discípulos e como ele devemos também fazer.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202203_01.pdf

PEARLMAN, Myer. João o Evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

GONÇALVES, José. Sábios Conselhos para um viver vitorioso - Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

RANGEL. Alexandre. As Mais Belas Parábolas de todos os Tempos, vol. 1. Belo Horizonte: Leitura, 2002.

sábado, 20 de abril de 2024

João 17.4

João 17.4 "Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer."


"Eu glorifiquei-te na terra,"

O objetivo de Jesus ao passar pela terra foi glorificar a Deus. Isso acontece quando realizamos a sua vontade. Deus é glorificado quando manifestamos frutos de arrependimento mediante a boas obras: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5.16), quando isso acontece até os gentios glorificam a Deus: "E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia" (Romanos 15.9). Deus é glorificado quando concordamos na terra: "Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 15.6). Deus é glorificado quando sofremos por causa da justiça: "Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte" (1 Pedro 4.16).

Jesus havia manifestado as obras de Deus. Quando estava a caminho de Emaús ouviu o testemunho de um dos seus discípulos que não o houvera reconhecido: "És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo" (Lucas 24.18-19).

Demonstrou misericórdia a uma mulher siro-fenícia na questão da sua filha atormentada. Após isso: "a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o Deus de Israel" (Mateus 15.31). Pregou sobre acordo entre irmãos: "Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus" (Mateus 18.19).

E padeceu por causa da justiça: "pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados" (1 Pedro 2.21-24).


"... tendo consumado a obra que me deste a fazer."

Aqui Jesus disse que havia completado a missão para a qual Deus o enviara: Mais do que nunca, o fato de Jesus se fazer carne revelou a natureza do próprio Deus. Este foi o seu propósito ao vir à terra. Ele anunciou  que tinha vindo para fazer a vontade daquele que o enviara e para realizar a obra do Pai:  "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra" (João 4.34).

A obra que o Pai lhe havia confiado tinha como foco a cruz, como revelou Jesus na primeira vez em que anunciou que era chegada a sua hora: "É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado" (João 12.23)

Embora Jesus falasse como se a sua obra na terra já tivesse sido consumada, morrer na cruz era o único ato de obediência que lhe faltava realizar. Um dia antes de fazer seu sacrifício, ao se consagrar para isso em oração, ele antecipou a conclusão da obra da cruz. O fato de falar disso como se já o tivesse consumado mostra seu total comprometimento com a maior obra que Deus lhe confiara.

No outro dia a hora nona ele gritaria na cruz: "Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito" (João 19.30)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

PEARLMAN, Myer. João o Evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202204_04.pdf

Mateus 26.41

Mateus 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. ” 

 

Após a última ceia Jesus foi com seus discípulos a um jardim chamado Getsêmani. Ali ele disse a maioria dos seus discípulos para se assentarem e orarem. Tomou dentre eles Pedro, Tiago e João e lhes confidenciou: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo"  (Mateus 26.38). Após isso, se afastou um pouco mais para orar em particular, quando retornou os achou dormindo. Então disse:

 

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;”

“Vigiai”. Mais uma vez, Jesus instou esses apóstolos a vigiar. A palavra grega para “vigiar”, significa: “ficar acordado, alerta, dar total atenção, para evitar que por negligência ou indolência algumas calamidades destrutivas atinjam a vida de alguém (Mateus 24.42; 25.13; Apocalipse 16.15), ou ainda para evitar que alguém negue ou abandone a Cristo ou caia em pecado (1 Tessalonicenses  5.6; 1 Coríntios 16.13; 1 Pedro 5.8).

“Orai”. Oração é o oxigênio da alma que mantém o vigor da vida espiritual. Jesus nos deu exemplo, quando orou por Si mesmo (João 17.1-2); pelos Seus discípulos (João 17.15-19); e pelos pecadores (João 17.20). Oração não tem lugar previamente definido, mas a Bíblia nos relata que Jesus e os discípulos oravam no templo (Atos 3.1). A oração não tem hora marcada para acontecer, não tem tempo determinado. A Palavra de Deus diz: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17). A oração deve ser contínua, perseverante e com paciência (Lucas 18.1; Romanos 12.12; Salmos 40.1).

A vigilância vê a tentação chegar; a oração dá força para resistir a ela. Vigilância é saber que um simples vacilo pode ser fatal. Não adianta ser PHD, ter doutorado, se não vigiar. Não adianta ser excelente executor, se não vigiar, não adianta ser exímio conhecedor bíblico, se não vigiar, não adianta ter fé que transporta montes, se não vigiar, não adianta ser de oração, se não vigiar. Não adianta orar vinte e quatro horas por dia, se, quando se levanta da oração, não vigia, murmura, fala mal de alguém, xinga, mente e outras coisas mais que entristecem o Espírito Santo de Deus. Você está jogando fora toda a oração.

Havia uma hora de tentação se aproximando, e estava muito perto; as dificuldades de Cristo poderiam levar os seus seguidores a não crerem nele e a não confiarem nele, a negá-lo e desertá-lo, e a renunciarem a todo o relacionamento com Ele. Após a prisão de Jesus os discípulos de fato o abandonaram e fugiram (Marcos 14:50).

 

“... na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. ”

Jesus admitiu que o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. O “espírito” aqui se refere ao ser vivente dentro de nós, a alma que nos torna seres animados e nos vivifica. Ela é a fonte da nossa percepção, vontade e emoção. Se fosse só pelo espírito, ele resistiria, mas quando entra a carne há um enfraquecimento natural peculiar ao ser humano. Temos então aqui o contraste entre o espírito e a carne, muito comum no Novo Testamento (Romanos 8.5-9; Gálatas 5.17).

A “carne” é um termo frequentemente usado nas Escrituras, com variação semântica muito ampla. Aqui essa palavra pode indicar a fragilidade da nossa natureza física: Ele, porém, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade; e não os destruiu, antes muitas vezes desviou deles o seu furor, e não despertou toda a sua ira. Porque se lembrou de que eram de carne, vento que passa e não volta” (Salmos 78.38-29), visto que os discípulos estavam cansados, exaustos e entristecidos.

Mas também pode ser uma referência à fraqueza da natureza humana decaída “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamento” (Efésios 2.3). Algumas versões traduzem a palavra “carne” por “natureza humana” (NTJ).

Por causa da associação com a palavra “tentação”. A expressão pode indicar as coisas simultâneas ou qualquer uma dessas interpretações.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201211_05.pdf

https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2019/2019-01-12.htm

https://escolabiblicadominical.org/licao-05-ordenanca-para-uma-vida-de-vigilancia-e-oracao/

PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 

Provérbios 28.13

Provérbios 28.13 “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” 

 

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará,”

Aqui, temos a tolice de tolerar o pecado, de aliviá-lo e desculpá-lo, negá-lo ou reduzi-lo, diminuí-lo, dissimulá-lo, ou lançar a culpa por ele sobre outras pessoas: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará”, é melhor que nem espere isto.

Pois, quem oculta seu pecado não será bem sucedido nesse esforço, pois este será descoberto, mais cedo ou mais tarde: “Nada há encoberto que não haja de ser descoberto” (Lucas 12.2). Um pássaro no ar levará a notícia. O homicídio será revelado, e também todos os outros pecados: “E disse Deus (a Caim): Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Genesis 4.10). Ele não prosperará, isto é, não obterá o perdão para o seu pecado, nem terá nenhuma verdadeira paz de consciência.

Davi reconhece ter estado em constante agitação quando encobriu seus pecados: “Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Salmos 32.3-4).

Enquanto o paciente esconde a sua doença, não pode jamais ter esperança de uma cura.

 

“... mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.”

Aqui está os benefícios de se afastar do pecado por uma confissão penitente: aquele que confessa a Deus a sua culpa, e toma cuidado para nunca mais retornar ao pecado, alcançará misericórdia com Deus, e terá a consolação no seu próprio seio: “E disse-lhe Jesus (a mulher adúltera): Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (João 8.11).

A nossa consciência será aliviada. Deus está mais pronto para perdoar o pecado, após nosso arrependimento, do que nós estamos prontos para nos arrepender para obter o perdão. Foi com muita comoção que Davi veio a confessar os seus pecados. Ele resistiu por muito tempo e não se entregaria até chegar ao extremo. Veja com que rapidez, com que facilidade, ele obteve bons termos: “eu disse apenas: eu confessarei, e tu perdoaste (Salmos 32.5).

A nossa destruição será evitada: “Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre ti; porque misericordioso sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira (Jeremias 3.12). Sob o nosso arrependimento, a transgressão é perdoada, ou seja, a obrigação da punição sob a qual nós estamos, pela virtude da sentença da lei, é desfeita, cancelada. Pois, quando Deus perdoa o pecado, Ele não se lembra mais dele, Ele deixa-o para trás.

Seremos purificados de toda a injustiça: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 João 1.9). A justiça de Cristo é atribuída a nós, a nossa iniqüidade não é imputada, pois Deus coloca sobre Cristo a nossa iniqüidade e o faz pecado por nós. Quando o pecado é perdoado, ele é coberto com o manto da justiça de Cristo, como as túnicas de pele com as quais Deus vestiu Adão e Eva.

Que encorajamento isso é para os pobres arrependidos, e que garantia isso nos dá de que, se confessarmos os nossos pecados, nós descobriremos que Deus é não só fiel e justo, mas gracioso e bom, para nos perdoar os pecados!

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico-Livros Poéticos:  Rio de Janeiro, CPAD.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

I FÓRUM DE CAPELANIA FACULDADE FAECAD: Capelania Militar

 

I FÓRUM DE CAPELANIA FACULDADE FAECAD: Capelania Militar

 1 de maio de 2024, 20h00 até 3 de maio de 2024, 20h00

Informações

A Faculdade FAECAD tem a hora de convidá-lo para I FÓRUM DE CAPELANIA com o tema: Capelania Militar

Porgramação:

Dia 01/05 às 20h

Palestra: Pr. Wagner Gaby

Dia 02/05 às 20h

Palestra: Pr. Douglas Baptista

Dia 03/05 às 20h

Palestra: Pr. Israel Trota

Moderador: Pr. Brayan Lages

Certificado para os inscritos!

Evento On-line

Clique em qual plataforma você gostará de assisir a live: YouTube ou Facebook

InscriçãoQuantidade
Gratuito
Gratuito

Programação:

  

Pr. Brayan LagesMesa-redonda

Pr. Wagner GabyPalestra

Credenciamento

Evento gratuito e com certificação para os inscritos!

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Lição 3 - Lições Bíblicas Adultos - 2º Trim./2024 - CPAD

terça-feira, 16 de abril de 2024

Texto Áureo Lição 3 - O Céu: O destino do Cristão. Filipenses 3.20


TEXTO ÁUREO

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. ” (Filipenses 3.20)

Acesse o texto e muito mais clicando no link abaixo:

Lição 03: O Céu – O Destino do Cristão – 2 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. ” (Filipenses 3.20)

 

“Mas a nossa cidade está nos céus, “

Qualquer cidadão pertencente a um país para adquirir direito de cidadania em outro país passa por um processo legal de mudança de cidadania para conseguir esse direito. Paulo faz menção da cidadania celestial (v. 20) e declara que para obter esse direito a pessoa precisa corresponder à transformação de vida exigida. Os cidadãos de uma colônia romana deviam sujeição a Roma. A conduta deles era governada pelas leis romanas e a esperança deles se concentrava na glória de Roma. Esperava-se também que eles colonizassem—propagassem o pensamento e a cultura romana.

Somente pela obra de regeneração do Espírito Santo será possível ter direito e acesso à “cidade celestial” onde habita o Senhor. A palavra “cidade” é, também, traduzida por “pátria”. Quando Paulo escrevia essas palavras estava pensando no “status” cívico de Filipos, tão importante como colônia romana. A despeito das benesses materiais da cidade de Filipos e de tudo quanto se oferecia à sociedade, Paulo fala de uma cidade que está nos céus. Trata-se de algo superior e espiritual “de onde também esperamos o Salvador” (3.20).

Ralph Herring escreveu que “a igreja local devia ser como uma colônia do céu. Leis celestiais e modos celestiais deviam distinguir seus membros, diferenciando-os dos demais ao redor”. Nossa esperança aponta para a cidade que está nos céus. Em breve o Senhor Jesus virá sobre as nuvens do céu com poder e glória (Mateus 24.31; Atos 1.9-11; 1 Tessalonicenses 4.16; 2 Tessalonicenses 1.7).

Como cristãos, precisamos reconhecer que, no que tange a este mundo, somos “expatriados” (cidadãos de um país que residem em outro país), somos “estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hebreus 11:13; veja 1 Pedro 2:11). Nossos nomes foram registrados como cidadãos “no livro da vida” nos céus (veja Filipenses 4:3; Hebreus 12:23). Este mundo é só um “endereço provisório” para nós; o céu é o nosso “endereço fixo”. Como os cidadãos das colônias romanas, temos certos privilégios, mas também temos responsabilidades equivalentes. Devemos sujeição ao nosso Pai celestial. Somos governados por Suas leis, e nossa esperança está centrada na Sua glória—Ele espera que propaguemos as verdades cristãs.

 

“... donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. ”

Paulo também queria que os filipenses se concentrassem numa Pessoa celestial: “...de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (3:20b). Paulo já havia indicado que ele aguardava o último Dia para finalmente conhecer Cristo plenamente (3:10, 11).

O ato de esperar traduz a esperança dos crentes. O cidadão romano honrava a César como o salvador geral do império, enquanto o cristão honra e serve ao Senhor Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial. Se a cidadania romana representava vantagens materiais e sociais para os filipenses, muito mais os crentes em Cristo obtêm vantagens com a cidadania celestial.

Durante as últimas horas de Cristo com Seus discípulos, antes de Sua morte, Ele prometeu voltar (João 14:1–4). Quando Ele subiu ao céu, anjos disseram aos que observavam: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 1:11). Os primeiros cristãos viviam em estado de expectativa, cientes de que o Senhor poderia voltar a qualquer hora (veja 1 Tessalonicenses 4:13—5:2; Tito 2:13; Hebreus 9:28). A segunda vinda dava sentido às suas vidas. Confiar na volta de Cristo ajudou os cristãos a enfrentarem os problemas diários e sustentou-os durante a perseguição. 

A inclusão da palavra “Salvador” em Filipenses 3:20 é significativa. Paulo não usava esse termo com frequência, mas ele o usou aqui—provavelmente porque ele descrevia com maior precisão o papel do Senhor em relação ao Seu povo quando Ele voltasse. Para os ímpios, Ele apareceria somente como Juiz; mas, para os Seus, Ele viria como Salvador—para libertá-los deste mundo pecaminoso, para recompensá-los e levá-los para estar com Ele por toda a eternidade. 

Assim como os primeiros cristãos, nós precisamos focar nossos corações em Jesus e “esperar ansiosamente” a Sua vinda. Devemos, como eles, reconhecer que Jesus pode voltar a qualquer hora. Devemos, como eles, orar: “Amém. Vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:20)!

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
10/04/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201101_06.pdf

CABRAL, Elienai. Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.