Mateus 5:2 “E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: ”
“E, abrindo a sua
boca,”
As palavras “abrindo a boca” são um a perífrase em hebraico, como Jó 3.1: “Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia”. Mas alguns como William Barclay e Thomaz Coke pensam que estas palavras sugerem a solenidade deste sermão; uma vez que a congregação era grande, Ele ergueu a sua voz e falou mais alto do que normalmente.
Ele tinha falado muitas vezes por meio dos seus servos, os profetas, e abriu as suas bocas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1:1), mas agora Ele abria a sua própria boca, e falava com liberdade, como alguém que tinha autoridade.
Um dos antigos observa o seguinte: “Cristo ensinava mesmo sem abrir a sua boca, isto é, por meio da sua vida santa e exemplar”. De fato, Ele os ensinou quando, sendo levado como um cordeiro à morte, não abriu a sua boca. Mas agora Ele a abriu, e ensinou que as Escrituras deveriam se cumprir: “A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento” (Salmos 49:3)
“... os ensinava, dizendo:”
Nós podemos, por fim, observar, como nosso Senhor ensina aqui. E, certamente, como em todo o tempo, e, particularmente neste, Ele fala¸”como nenhum homem falou antes” (João 7.46). Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, “como que movidos, pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é como seu Senhor. Ele fala, como um Criador, afinal! Um Deus; um Deus visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o Deus que está sobre todos, abençoado para sempre!
Jesus ensinava sempre que surgia a oportunidade. Ensinava a pequenos (João 3.3-21) e a grandes grupos como nesta ocasião (Marcos 6.34); ensinava no Templo (Marcos 12.35), nas casas (Marcos 2.1,2). O Mestre empregou vários métodos e recursos para ensinar. Muitos dos seus métodos são utilizados até os dias atuais por seus discípulos, todavia nenhum como Ele.
O povo ficava admirado da doutrina de Jesus, ou melhor, do seu ensino. Ele ensinava com autoridade “Não como os escribas” (Mateus 7.29). O povo percebia a autoridade divina no ensino de Jesus e a reverenciava.
O Sermão do Monte é o melhor exemplo dessa autoridade. Diferentemente dos profetas do Antigo Testamento que declaravam “assim diz o SENHOR”, Jesus atestava: “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22,28,32,34,39,44). O Mestre falou com autoridade divina porque Ele era plenamente Deus.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/03/2024
FONTES:
ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & Marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004.
Sermão Do Monte John Wesley, de JOHN WESLEY. Editora Ed. Vida, edição 2012
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf
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