Mateus 5:3 “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; ”
“Bem-aventurados “
Citando Robert Stein sobre as bem-aventuranças:
Devem as bem-aventuranças ser interpretadas como “condições de entrada” no
reino de Deus? Ou, em vez disso, como “anúncio de bênçãos” sobre aqueles que já
se tornaram cidadãos do reino? Em outras palavras: Devem elas ser entendidas
como exigências para a salvação ou como atribuições meritórias para aqueles que
já salvos?
Fica evidente, por várias razões,
que as bem-aventuranças, em vez de serem exigências de entrada, constituem-se
em bênçãos para os que já estão no reino.
Primeiro, porque o auditório para
quem elas foram dirigidas eram os discípulos (Mateus 5-1,2; Lucas 6.20) já comissionados
por Cristo. Eles já estavam no reino.
Segundo, porque a analogia mais próxima
das bem-aventuranças são as palavras de conforto encontradas em Isaías 29-19;
49-13 e especialmente 61.1,2.
Terceiro, porque a forma
gramatical das bem-aventuranças, em sua natureza, não é condicional. A redação
não é como se segue: “Se você ficar pobre de espírito, herdará o reino dos
céus”, mas em forma de pronunciamento.
Finalmente, porque o fato de
Mateus 5-3,10 registrar “porque deles é o Reino dos céus” indica que o
evangelista entendeu toda a passagem de 3 a 12 como tratando do mesmo assunto.
Assim, as bem-aventuranças devem ser interpretadas como bênçãos pronunciadas
sobre as pessoas fiéis a Deus, que estão sujeitas a sofrer perseguições por
causa da justiça (Mateus 5-10) e da sua fé.
As Beatitudes estão na forma de
paralelismo sintético, um tipo de poesia hebraica na qual a segunda linha
completa o significado da primeira. Desse modo, aqui a segunda linha define
mais especificamente a conotação de “bem-aventurado”.
“... os pobres de espírito, ”
Os pobres ou humildes de espírito
não são aqueles que se auto depreciam, como os essênios na época de Cristo, como
os ascéticos na época de Paulo ou como os monges na época de Bento de Núrsia, porque
aprendemos de Cristo o valor da personalidade: “Amados, agora somos filhos
de Deus” (1 João 3.2).
Paulo chegou a elogiar a vida dos
retirantes e reconheceu virtude, porém mesma nela percebeu motivo para orgulho:
“As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção
voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão
para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23).
Pela frequência com que as riquezas
levam as pessoas a tornarem-se autossuficientes, a palavra “rico” é usada
figurativamente na Bíblia para indicar o orgulhoso, e “pobre” ou “humilde” para
exemplificar o tipo de pessoa que depende dos outros: “Ainda que o Senhor é
excelso, atenta, todavia, para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe”
(Salmos 138:6)
Ser pobre ou humilde de espírito
é ter modesta estimativa de si mesmo - seu caráter e realizações - com base nó
reconhecimento dos próprios pecados, necessidades e fraquezas.
“... porque deles é o reino dos céus; ”
O reino dos céus a estes pertence,
pois deste reino os orgulhosos por sua autossuficiência são inevitavelmente
excluídos. Aqueles que vão até Deus com corações espiritualmente quebrantados
serão restabelecidos. O Senhor falou o seguinte por meio do profeta Isaías: “Habito
no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito,
para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos”
(Isaías 57:15). Deus exalta aqueles que entregam o controle de suas vidas a
Ele. Tiago escreveu: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará”
(Tiago 4:10; veja Provérbios 29:23).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021
FONTES:
HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 -
Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004.
STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf
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