terça-feira, 28 de outubro de 2025

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 28 DE OUTUBRO DE 2025 (Provérbios 23:13-14)

 
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
28 DE OUTUBRO DE 2025
DISCIPLINAR A CRIANÇA FAZ BEM À ALMA

Provérbios 23:13-14 “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.”

 

“Não retires a disciplina da criança;”

A disciplina, quando dada corretamente, dá evidência ao filho de que seus pais se importam com ele. Isso contribui para um lar pacífico, pois, “dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela” (Hebreus 12:11). O genitor que deixa de prover a disciplina não obterá o respeito do filho, do mesmo modo que os governantes não obtêm o respeito dos cidadãos, quando permitem que a transgressão passe sem punição.

Filhos desobedientes e de mau comportamento são fonte de irritação em qualquer lar, e tais filhos nunca são realmente felizes, nem mesmo com si próprios. “Castiga teu filho e ele te trará descanso e dará muito prazer à tua alma” (Provérbios 29:17).

A disciplina é apresentada em toda a Bíblia através da ação de Deus em corrigir o seu povo. Ela faz parte de uma temática discutida em todo o livro de Provérbios (3:11; 5:12; 6:23; 12:1; 13:24; 15:10; 15:32; 23:13; 29:15). Segundo as Escrituras o pai que ama o filho não deixa de discipliná-lo: “O que retém a vara aborrece seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Provérbios 13:24).

 

 “... pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.”

A figura da vara em Provérbios às vezes é usada literalmente e às vezes figurativamente. Há espaço tanto para a correção física e literal de uma criança (como uma surra), quanto para a correção por meio da vara, com um castigo ou palavra alternativa. Nesse caso devido à repetição no v.14 se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Essa punição física deve ser eventual e comedida. O autor sacro encorajava os leitores a serem moderados para poupar a vida da criança. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando. Um erro cometido pelos pais, desde que não seja baseado na violência, em surras, socos e pontapés não traz problema nenhum.

O castigo físico como método de disciplina em crianças e adolescentes tem causado muita polêmica nesses dias, levantando posições a favor e contra tal método. O debate sobre o tema tem tomado uma grande dimensão, extrapolando o círculo familiar e acadêmico, chegando a ser caso de polícia e política. No Brasil, a “Lei da Palmada” foi recentemente sancionada com o objetivo de impedir que pais e responsáveis por crianças e adolescentes usem o castigo físico como forma de disciplina, qualificando o uso como “maus tratos” (FOLHA, 2014; ROSÁRIO, 2012).

Nesses dias não é insensato procurar castigos alternativos, todavia a disciplina deve ser imposta: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). Muitos pais descobrem tardiamente que a falta de correção bíblica estragou o seu filho. Confessam: “Agora é tarde para o corrigir”. Disciplina com amor é remédio; disciplina com rancor é veneno.

 

“Tu a fustigarás com a vara,”

Esse versículo reforça o versículo 13 que já disse: “fustigares com a vara”. Isso indica que apesar da vara muitas vezes ser usada de maneira figurada Nesse caso devido à repetição se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Um pai ou uma mãe carinhosa mal conseguem encontrar coragem para fazer isto. Todavia eles perceberão que às vezes isto será necessário. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando.

Eles não devem reter a correção quando há necessidade dela (poupar a vara é estragar o filho); ele fustiga a criança com a vara, aplica-lhe uma gentil correção, aplicando-lhe os açoites dos filhos dos homens, não como a correção que infligimos aos animais.

 

“... e livrarás a sua alma do inferno.”

A vara não matará seu filho; na verdade,ela impedirá que ele se mate, naqueles caminhos pervertidos; ela será necessária para impedir que ele tome esses caminhos. Por enquanto, isto não é agradável, mas doloroso, tanto para o pai como para o filho; mas quando a correção é feita com sabedoria, com boas intenções, acompanhada com oração, e abençoada por Deus, pode ser um meio feliz de impedir a total destruição do filho, e livrar a sua alma do inferno.

A nossa grande preocupação deve ser com as almas de nossos filhos; não devemos vê-los em perigo do inferno, sem usar todos os meios possíveis, com a maior preocupação e interesse, para arrancá-los das chamas eternas. Que o corpo sofra, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus (1 Coríntios 5.5).

A palavra sheol é usada aqui traduzida como inferno. Somente na doutrina posterior dos hebreus o sheol  tornou-se um lugar de punição para a alma imaterial e imortal (Daniel 12.2), não havendo razão alguma para vincular esse significado à declaração deste versículo. O autor sagrado referia-se tão somente à morte física. Através dos séculos a doutrina do sheol teve seu desenvolvimento e esse versículo foi cristianizado para se referir também a uma punição além-túmulo.

  

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

KIDNER, Derek. Provérbios Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica. Mundo Cristão.

GONÇALVES, José. Sábios Conselhos para um viver vitorioso - Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

ROSÁRIO, M. Projeto de lei nº 2654 /2003, [s. d.]. Disponível em: http://bit.ly/1QwbnXy. Acesso em: 07 jun. 2012.

 

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