quinta-feira, 20 de outubro de 2022

LIÇÃO 4 – Quando se vai à Glória de Deus – 4 Trimestre de 2022.


TEXTO ÁUREO “E a glória do SENHOR se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. ” (Ezequiel 11.23)

A glória de Deus baixou do céu à terra primeiramente no tabernáculo, no dia de sua dedicação. Depois disso, essa cena se repetiu por ocasião da inauguração do templo de Jerusalém pelo rei Salomão. Ela representava a presença de Javé no templo. Quando Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, explicou a razão dessa ordem: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25.8). Essa presença não era incondicional, o povo tinha compromissos, a aliança feita no Sinai, mas esse pacto havia sido violado. Os capítulos 8 a 11 descrevem a segunda visão de Ezequiel. No capítulo 8, o foco foi a denúncia das abominações que estavam ocorrendo no templo, violando, assim, a santidade de Deus. O capítulo 9 mostra o julgamento divino como resposta a essas abominações, e o 10 evidencia como a glória de Deus aos poucos começar a se deslocar, até que, finalmente, no capítulo 11, ela se retira por completo de Jerusalém.

 “E a glória do SENHOR se alçou desde o meio da cidade “ A palavra “glória” traduz o termo kavod, do hebraico. Conforme o léxico de Baumgartner, seu sentido não teológico pode ser “peso, riqueza, glória, honra”. No seu uso teológico, pode significar “a glória dada a Javé, a glória de Javé ou a manifestação de Javé”. Nas visões de Ezequiel, “glória” indica o resplendor pela presença do Senhor (Ezequiel 1.28; 3.12, 23; 8.4; 9.3; 10.4, 18-19; 11.22-23; 39.21; 43.2, 4-5; 44.4). Essa é a descrição feita pelo próprio profeta (1.26-28; 8.2). O vocábulo hebraico shekhinah, embora usado com frequência entre os crentes como “glória”, não aparece na Bíblia. A palavra pertence ao chamado hebraico talmúdico e significa “morada em”, comumente usada entre os judeus para “presença de Deus”, e, às vezes, para se referir ao próprio Deus. O Talmude é uma antiga literatura religiosa dos judeus identificada nos evangelhos como “tradição dos anciãos” porque, naqueles dias, esses preceitos eram orais e só foram codificados a partir do século 5 d.C. Os rabinos a associam ao Espírito de Deus, porque o Talmude diz: “A Shekhinah do Senhor nunca se afastará desse lugar” (uma referência ao Muro das Lamentações). Essa retirada da Glória do Senhor aconteceu em alguns estágios: 1) a glória se levanta do querubim sobre a arca da aliança (9.3); 2) passa para a entrada do templo (10.4); 3) paira sobre os querubins e, aos poucos, afasta-se completamente do templo (10.18) e 4) por fim, a glória de Deus se põe sobre o monte das Oliveiras (11.23).

 “...e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. ” A glória saiu do meio de Jerusalém e seguiu ao monte que está a leste da cidade, o monte das Oliveiras, onde está o principal portão que dá acesso ao templo e aponta na direção da Babilônia. Após a retirada da glória do SENHOR, não poderiam esperar que coisas boas acontecessem naquele lugar. Como mencionou Paulo em 2 Tessalonicenses 1:7–9, quando se está longe da “presença do Senhor”, o resultado não é nada bom. Deus havia deixado o lugar santo por causa dos pecados da nação e das abominações do templo de Jerusalém. Mas mesmo assim, Ele tinha uma mensagem de esperança e reconciliação. Todavia, não haveria reconciliação até que Ele voltasse. A descrição do retorno da glória (43:1–4) faz paralelo com as passagens de Êxodo 40.34, na situação da tenda no deserto, e de 1 Reis 8.11, na edificação do templo de Salomão. Ezequiel 39.21 registra que essa glória será manifestada entre as nações, e essas saberão do exílio, da infidelidade da Casa de Israel, e o nome santo de Javé será revelado. Nessa nova realidade, a glória de Deus extrapola o templo e resplandece em toda a terra (v. 2). O profeta Isaías descreve a adoração dos serafins: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;/toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6.6). Deus revela ao profeta o retorno da sua glória pelo mesmo caminho por onde antes saiu (10.19; 11.23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201907_05.pdf 

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