terça-feira, 27 de dezembro de 2022

LIÇÃO 1 – O Avivamento Espiritual – 1 Trimestre de 2023

TEXTO ÁUREO “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. ” (2 Crônicas 7:14)

O avivamento não acontece “de qualquer maneira” e nem por qualquer movimento avivalista promovido por pregadores, mensageiros ou representantes de igrejas ou grupos ditos espirituais. Ninguém, por mais santo que seja, produz um avivamento espiritual. O avivamento vem de cima, dos céus e é produzido por Deus pelo seu Espírito Santo. Charles Finney (1792– 1875) disse sobre isso: “O avivamento é o uso correto dos meios adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem avivamento. Caso contrário, Deus não os teria prescrito. ” Que meios são esses? São condições indispensáveis propiciadas por quem busca o avivamento segundo os princípios de Deus. Podemos tomar a promessa de Deus por ocasião da inauguração do Templo construído por Salomão em Jerusalém como referência ou requisitos para essas condições:

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, ” Diante de uma situação espiritual decadente, de um estado de frieza e letargia espiritual que clama por soluções efetivas, humilhar-se é a primeira condição para o avivamento. Deus é soberano, altíssimo, onipotente, onisciente e onipresente. São atributos absolutos ou intransferíveis do seu Ser. Diante da sua grandeza e majestade, todos os seres do Universo, tanto nos céus quanto na terra, sejam anjos, sejam homens, todos devem encurvar-se aos seus pés e, prostrados, adorarem-no (Hebreus 1.6; Salmo 149.1,2). Na terra, todos são exortados a prostrarem-se diante do Deus Todo-poderoso: “Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo” (Salmo 99.5). Sempre que Israel humilhou-se e obedeceu ao Senhor, estando quebrantado na sua misericórdia, o Senhor abençoou-o, restaurou-o e deu vitória, mandando avivamento para o seu povo.

“...e orar, e buscar a minha face” Um velho ditado entre crentes antigos dizia: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. Jamais haverá avivamento sem oração. Se, para Israel, a oração era o meio pelo qual o povo, humilhado e quebrantado diante de Deus, podia dirigir-se a Ele, suplicando a sua bênção e o seu perdão para resolver crises espirituais e morais que afligiam o seu povo, imaginem nos dias atuais quando grande parte dos que se dizem cristãos não dão valor à vida de oração e preferem ocupar o tempo precioso com coisas supérfluas, como entretenimentos, redes sociais, que, além de não ter valor para a vida cristã, são armadilhas para o seu afastamento da presença de Deus. A Bíblia diz: “remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Efésios 5.16) e “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Colossenses 4.5). Está muito difícil haver avivamento em muitas igrejas hoje em dia. A maioria dos crentes, mesmo os pentecostais, não gosta de orar. Os cultos de festas, de eventos e comemorações especiais são superlotados, mas a frequência é bastante reduzida nos cultos de oração — com raras exceções, claro. Sem dúvida alguma, podemos dizer que essa é uma das razões mais fortes pelas quais Deus não manda um avivamento no seio das igrejas evangélicas. Buscar a face do Senhor indica, porém, uma atitude mais profunda do que orar. O suplicante, além de orar, esforça-se mais para alcançar o que deseja. Desse modo, o avivamento requer oração e busca pela face de Deus, ou pela sua presença, de forma mais intensa.

“...se converter dos seus maus caminhos” Para que o avivamento seja enviado por Deus, há uma pré-condição, que é a existência de uma situação indesejável, uma realidade que indica a ausência de comunhão com Deus, de afastamento dEle, de desobediência a Ele, como aconteceu várias vezes com o povo eleito — e tem acontecido ao longo da história com muitas igrejas em todos os lugares. Os avivamentos no Antigo e no Novo Testamento sempre foram antecedidos de um estado espiritual decadente, pecaminoso e até de afronta contra o Senhor. Para que haja o avivamento espiritual, é indispensável que as pessoas reconheçam que estão vivendo de maneira errada e aceitem a submissão à Palavra de Deus: “E te darei os tesouros das escuridades e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome” (Isaías 45.3). Uma vez despertados à nossa necessidade, precisamos fazer alguma coisa. A convicção do pecado leva ao arrependimento. Não pode haver avivamento antes que confessemos os nossos pecados, deixemos nossos maus caminhos e nos lancemos às misericórdias de Deus: “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Salmo 66.18).

“...então eu ouvirei dos céus, “ Quando tudo está perdido por causa do desvio, da apostasia e das afrontas à santidade de Deus, não adianta buscar soluções nos homens. Ninguém na terra pode mudar a realidade espiritual em decadência. Pelo contrário, todas as coisas contribuem para piorar a situação moral e espiritual de um povo caído; todavia, quando há conscientização do pecado, da hipocrisia e do afastamento da vontade e da Palavra de Deus, então o Senhor ouve “dos céus”, de cima, do seu alto e sublime trono. Avivamento espiritual é como a chuva: jamais ela sairá debaixo da terra. Em 2 Crônicas, vemos outra ocasião. Desta vez, foi no reinado de Ezequias em que o avivamento espiritual caiu sobre o povo: Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, se não tinham purificado e, contudo, comeram a Páscoa, não como está escrito; porém Ezequias orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, faça reconciliação com aquele que tem preparado o coração para buscar ao Senhor Deus, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. E ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo. (2 Cr 30.18-20) Essa intervenção de Deus na realidade de um povo arrependido é avivamento espiritual, que é vindo dos céus.

“...e perdoarei os seus pecados, “ Pecado é toda atitude, ato e ação que provoca o rompimento entre o pecador e Deus (Isaías 59.2). Quando se trata de pecados de um povo, de um grupo ou de uma igreja, trata-se de pecados coletivos. Ao longo da história do povo de Israel, no livro de Juízes e na maior parte dos Profetas, percebemos quanto aquele povo, não obstante ter sido escolhido por Deus, foi abençoado por Ele de forma jamais vista em qualquer outro povo; um povo que viu os sinais, os prodígios e as maravilhas operadas pelo Senhor no Egito, na libertação com Moisés, nos 40 anos pelo deserto abrasador, onde eles viram o Senhor fazer jorrar água da rocha, enviar pão dos céus e tantas outras maravilhas na entrada em Canaã, na tomada das nações, de forma milagrosa; ainda assim, infelizmente foi o povo que mais se esqueceu de Deus e que mais pecou de forma absurda e incompreensível. Sempre que Israel experimentava períodos diversos de pecaminosidade, afrontava ao Senhor Jeová e voltava-se para outros deuses, sofria as consequências da sua desobediência. Depois da morte de Moisés, o Senhor designou Josué para liderar o povo na entrada à Terra Prometida. Josué, orientado por Deus, conquistou a grande cidade de Jericó sem lançar uma flecha sequer, apenas obedecendo à estratégia dada pelo Senhor (Josué 6). Logo depois, o povo foi derrotado pelos habitantes de uma pequenina cidade chamada “Ai”. Até o seu nome era pequeno. Porém, por causa do pecado de um só homem, Acã, Israel sofreu uma derrota humilhante (Josué 7). Somente após a condenação e morte do transgressor, o Senhor Deus deu vitória ao seu povo. Depois da morte de Josué, o povo de Israel ficou sem liderança. Levantou-se “outra geração [...] que não conhecia o Senhor [...]. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins” (Juizes 2.10,11). Durante 400 anos, o povo de Israel alternou períodos de pecaminosidade, sofrimento, derrotas e destruições e períodos de arrependimento, humilhação, confissão de pecados e busca pela misericórdia de Deus. Foram 12 os juízes usados pelo Senhor para cuidar do povo naquele período turbulento da sua história; mas sempre que o povo se voltava para Deus, Ele perdoava os seus pecados e mandava períodos mais ou menos longos de avivamento espiritual.

“...e sararei a sua terra. ” Quando um povo descuida-se de cumprir a vontade de Deus e passa a viver na pecaminosidade, na corrupção e, principalmente, na idolatria, é visto por Ele como um povo doente, acometido por enfermidades espirituais que precisam de tratamento e cura. E a cura só vem quando todos atendem às condições para ser recuperado por Deus, por meio da sua misericórdia e amor. Depois que o povo atende aos requisitos divinos, além de ouvir as suas orações e perdoar os seus pecados, o Senhor também sara a sua terra, ou seja, remove as consequências da “doença” espiritual e promove uma “cura” completa na nação, a começar pelos seus líderes. Essa referência bíblica diz respeito ao povo de Israel, mas pode ser aplicada em todos os seus aspectos ao povo de Deus, à sua Igreja, que se identifica como todos os crentes que se unem e que se reúnem nas igrejas cristãs. Há casos em que os desvios espirituais, morais e doutrinários são tão grandes que igrejas inteiras tornam-se doentes espiritualmente. E a terapia de Deus é a mesma. Ele só sara os crentes, os pastores e o ministério quando há arrependimento, confissão de pecados com sinceridade. Nos dias presentes, há nações que, outrora, foram exemplos para o mundo e conhecidas como povo abençoado por Deus, com prosperidade espiritual e material. Os Estados Unidos da América, por exemplo, foram uma nação com esse perfil; nação que nasceu debaixo da proteção de Deus quando os “peregrinos” fugiram da Inglaterra para escapar da perseguição religiosa. Tendo chegado à nova terra, fundaram uma nação com base na Palavra de Deus. Até mesmo a sua Constituição tomou como parâmetros princípios bíblicos a ser observados pelo seu povo. Deus operou maravilhosamente. A nação americana tornou-se a maior nação do mundo em termos espirituais, econômicos, financeiros e em todas as áreas. Infelizmente, porém, a riqueza material tomou o primeiro lugar nos corações do seu povo. Os seus líderes, eleitos, tornaram-se incrédulos e materialistas. As escolas expulsaram Deus do seu meio. O judiciário tornou-se a vanguarda na elaboração de leis contrárias à Lei de Deus. Como resultado, hoje a América não é mais uma nação cristã. Há poucas décadas, os evangélicos eram 60% da população; hoje são apenas 40%, com tendência a diminuir esse percentual. O fechamento de igrejas acentua-se. A grande nação do Norte está doente de enfermidade crônica em termos espirituais e morais. As abominações a Deus — o aborto, o casamento homoafetivo, a famigerada ideologia de gênero, as prostituições e tudo o que fere a Lei de Deus — são aprovadas ali. Oremos para que haja um reavivamento na grande nação, que já deu tantos missionários para o mundo, e que ela seja sarada pelo Médico Divino.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
27/12/2022

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra – O chamado das escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. Rio de Janeiro. CPAD, 2004.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Introdução aos Atos dos Apóstolos. Rio de Janeiro. CPAD, 1995.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

LIÇÃO 13 - O Senhor Está Ali – 4 Trimestre de 2022.

TEXTO ÁUREO “Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar. ” (Isaías 11.9)

O reino que virá deverá ser introduzido pelo juízo (como o descreve Daniel 2). Assim o juízo de 11.4 é seguido pelas condições mileniais descritas nos versículos 6—9. Elas serão melhores que as do Jardim do Éden. A natureza dos animais será mudada e as crianças não precisarão ter medo até mesmo de cobras venenosas. Todos os efeitos da maldição infligidos na terra por causa do pecado de Adão serão findos. A criação “será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8.21).

“Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, ” A maldade será completamente extirpada deste Reino. Tanto a bravura dos animais será amansada, quanto a maldade dos homens será aplacada. O que antes era completamente impossível, dada a rivalidade e a disposição para a guerra, agora será perfeitamente possível, pois o Rei da Paz governará sobre tudo e todos. Nem mesmo crimes, seja de que ordem for, haverá neste Reino. Os mansos da terra que o profeta se refere são os que vivem em situação de opressão e suportam a injustiça com bondade, sem retaliações, confiando em Deus. Portanto, o profeta pressupõe que a violência será totalmente extirpada, estabelecendo-se a justiça, pois o Rei fará a justiça triunfar para todo sempre. “O monte da minha santidade” é o monte de Deus e quer dizer a Jerusalém milenial. Ela será livre de qualquer um que possa causar mal ou dano, porque toda a terra será mudada (veja também 65.25). Em contraste com a condição de Jerusalém e o mundo nos dias de Isaías, como também no nosso, o conhecimento pessoal e salvador do Senhor estará em todos os lugares.

“...porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar. ” A razão para a paz descrita é que “a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”. Esse conhecimento de Deus terá influência em todas as pessoas, ou seja, toda ignorância, adoração a ídolos, corrupção política, líderes religiosos espoliadores, tudo isso será coisa do passado, pois Cristo esclarecerá a mente de todos, quanto aquilo que é servir a Deus e adorá-lo “em Espírito e em verdade. ” Será um conhecimento tão grande que o profeta o compara à profundidade do mar, dadas as suas dimensões e abrangência.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/12/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

POMMERENING, Claiton Ivan. Isaias, eis-me aqui, envia-me a mim. Rio de Janeiro: CPAD 2016.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201006_05.pdf

HORTON, Stanley. Isaías o Profeta messiânico. Rio de Janeiro: CPAD 2003.

sábado, 17 de dezembro de 2022

LIÇÃO 12 - Imersos no Espírito nos Últimos Dias - 4 Trimestre de 2022.

TEXTO AURÉO “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. ” (João 7:38)

A celebração era a Festa das Cabanas, ou dos Tabernáculos (João 7:2). A Festa das Cabanas acontecia no fim de setembro ou começo de outubro. Era uma das três maiores festas dos judeus, ocasião em que os homens judeus vinham de todas as partes do mundo a Jerusalém. A celebração não durava apenas um dia, mas uma semana inteira. Na época do Senhor, haviam acrescentado um oitavo dia: um sábado solene. Assim como as demais festas judaicas, a das cabanas tinha aspectos relevantes para o povo. Primeiramente estava a sua importância histórica: era um memorial dos dias em que seus ancestrais peregrinaram pelo deserto (Levítico 23:43). Durante as festividades, os judeus habitavam em cabanas—estruturas provisórias feitas manualmente com galhos e folhas de palmeiras (Levítico 23:40) . Essas estruturas eram armadas nas ruas, nos telhados das casas, na área ao redor do templo e nas colinas que cercavam Jerusalém. Pais e filhos, mães e filhas, avós—todos habitavam dentro dessas cabanas. Durante uma semana, eles dormiam, comiam, oravam e estudavam ali, enquanto comemoravam como Deus providenciou tudo para o Seu povo durante quarenta anos de peregrinação. A festa não celebrava apenas a provisão de Deus no passado, mas também celebrava Sua provisão no presente. Tinha uma importância agrícola: era uma festa das colheitas após as principais safras—cevada, trigo e uvas. O povo agradecia a Deus pela colheita abundante e pedia que abençoasse as safras do ano seguinte. Um aspecto central da festa era o ritual da água realizado diariamente. No começo de cada dia, sacerdotes vestidos de branco conduziam uma procissão de celebrantes que descia do templo até o tanque de Silóe, um reservatório alimentado pelas águas do manancial de Giom. Essa era a principal fonte de água da cidade, a fonte de água potável. Quando eles chegavam ao tanque, um dos sacerdotes levantava um jarro de ouro reluzente e o afundava no tanque, enchendo-o de água. Nisto, o povo exclamava: “Nós, com alegria, tiramos água das fontes da salvação! ” (veja Isaías 12:3). O sacerdote então conduzia a procissão de volta ao templo, segurando o jarro acima da cabeça. Acompanhando-o, a multidão recitava Salmos 113 a 118, terminando com: “Oh! Salva-nos, Senhor, nós te pedimos; oh! Senhor, concede-nos prosperidade!… Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Salmos 118:25, 29). Ao se aproximarem da Porta das Águas no sul do pátio interno, eram saudados com três rajadas de trombetas. A cerimônia celebrava a provisão divina de água no deserto, quando saiu água de uma rocha (Êxodo 1711; Números 20; veja Deuteronômio 8:15; Salmos 105:41). E também reconhecia a necessidade desesperadora da nação por água. Aquela região recebia, quando muito, poucas chuvas de maio a outubro. Se as chuvas não viessem logo depois da festa, não haveria colheitas no ano seguinte. No meio dessa exuberante celebração, Jesus levantou-se e exclamou (v. 37a). O fato de Jesus levantar-se é significativo; Ele geralmente Se sentava para ensinar (veja João 8:2). O fato de Jesus exclamar é notável; só em algumas ocasiões se diz que Ele levantou a voz ao ensinar.

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, “ Ele faz essa declaração depois de insistir para que os que tivessem sede fossem até Ele. Onde exatamente a Escritura diz isto? No contexto do livro de Zacarias ficamos sabendo que “correrão de Jerusalém águas vivas" (Zacarias 14.8). Ezequiel, que dá mais detalhes sobre estas águas, acrescenta que “tudo viverá por onde quer que passe este rio” (Ezequiel 47.9). O cumprimento desta profecia e de outras semelhantes (veja Joel 3.18, Isaías 33.21) não deve ser procurado nos planos do século vinte de construir-se um canal através do território de Israel para competir com o Canal de Suez ou outra coisa deste tipo; para todos os que lêem a descrição de João está claro que ele está falando “rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro” (Apocalipse 22.1). As águas vivas saem de Jerusalém terrena; elas saem da morada de Deus em vidas que lhe são consagradas, em corações crentes onde Cristo habita. E para que ninguém entenda mal o que Jesus quer dizer, o evangelista acrescenta uma observação explícita, para orientar seus leitores: Isto ele disse com respeito ao Espírito.

“...rios de água viva correrão do seu ventre. ” Anteriormente, Ele dissera à mulher no poço de Samaria: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4:10). Água viva é a essência da vida; é ela que satisfaz a alma. Cristo disse à samaritana: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4:14). A água viva é um antegozo da alegria que haverá no céu (Apocalipse 7:17; 21:6; 22:1, 17). A palavra “rios” realça a abundância de bênçãos oferecidas por Cristo. Ele disse que veio “para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). Segundo o apóstolo João, Jesus tinha em mente uma bênção particular oferecida pelo Senhor: o dom do Espírito Santo. Após citar Cristo dizendo: “dele fluirão rios de água viva” (João 7:38), o apóstolo inseriu esta explicação inspirada: “Isto ele disse com respeito ao Espírito21 que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (v. 39).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/12/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200707_07.pdf

BRUCE, F.F. João – Introdução e comentário – Série Cultura Bíblica. São Paulo: Mundo cristão, 1987.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

LIÇÃO 11 - A Visão do Templo e o Milênio – 4 Trimestre de 2022.

TEXTO ÁUREO “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. ” (Isaías 6.3)

“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; ” Os seres que clamavam era chamados Serafins. O nome serafim, significa “os ardentes”, pode indicar a pureza de tal ser. Eles refletiam o brilho deslumbrante da glória de Deus em tão elevado grau que pareciam estar em chamas. Eles não são chamados anjos, e Isaías viu as faces, mãos e pés deles. Mas eles também tinham asas: duas que cobriam continuamente a face para indicar a indignidade deles em olhar para Deus ou inquirir nos seus segredos divinos, duas cobrindo os pés e a parte mais inferior do corpo para indicar humildade e reverência, e duas prontas para o vôo imediato e ininterrupto para fazer a vontade de Deus. Nós não somos informados de quantos serafins havia, mas deveria ter sido vários. Eles se mantinham clamando uns para os outros: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos”. A repetição tripla de “Santo” dá ênfase suprema à santidade como a central e mais essencial característica do SENHOR. “Santo” tem o significado básico de ser separado. Ele é separado do pecado e do mal. Ele é transcendente sobre o seu universo e separado deste. (Isto não deixa nenhum espaço para o conceito de panteísmo.) Mas Ele também tem se separado de um modo positivo — para levar a cabo o seu plano divino e propósito de redenção e restauração, que no final das contas conduzirá a um novo céu e uma nova terra. Também é possível que o triplo “Santo” reflita a Trindade. Os serafins seguramente teriam sabido e teriam entendido que há uma Trindade. João 12.41 fala a respeito de Isaías vendo a glória de Jesus. Certamente a Trindade estava presente na visão de Isaías, embora o conceito jamais fosse completamente revelado no Velho Testamento.

“...toda a terra está cheia da sua glória. ” Os serafins proclamam que agora a sua glória, incluindo a manifestação do seu poder e a sua natureza santa, enche toda a terra. Isaías é um livro escatológico, pois aponta para várias características somente possíveis no Reino messiânico, onde o descendente de Davi se assentará perpetuamente no trono. A glória do Senhor invadirá toda terra (Isaías 62.2), toda a terra desejará ver essa glória (Isaías 66.18-19), e a glória do Senhor será manifestada em todo o seu povo (Isaías 61.3). Essa glória futura será um evento escatológico ainda por acontecer, mas também já é presente através do Reino de Deus que já está entre nós pela obra redentora de Cristo, tendo como um dos seus sinais a Igreja de Cristo e todas as iniciativas que manifestam a glória de Deus através da luta pela justiça, equidade e paz. Se investirmos tempo em nossa comunhão com Deus e nosso relacionamento com nosso próximo, servindo-o em amor, teremos a oportunidade de viver um pouco, enquanto ainda estivermos na terra, do que será a glória futura.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
07/12/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

HORTON, Stanley. Isaías o Profeta messiânico. Rio de Janeiro: CPAD 2003.

POMMERENING, Claiton Ivan. Isaias, eis-me aqui, envia-me a mim. Rio de Janeiro: CPAD 2016.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

LIÇÃO 10 - A Restauração nacional e espiritual de Israel – 4 Trimestre de 2022.

TEXTO ÁUREO “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sido virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. ” (Romanos 11.26)

O verso 25 é indispensável para entendermos o 26, ele nos diz acerca de um mistério: “que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. “ Entende-se que o endurecimento de Israel quanto a Cristo é parcial e temporal, a fim de que os gentios tenham o conhecimento da verdade. Ora, se a graça salvadora é capaz de alcançar os gentios pagãos, por que não alcançaria também os judeus? Pois bem, se o “ endurecimento de Israel” é temporal e parcial, pergunta-se: “ Por quanto tempo? - A resposta está na própria escritura de Paulo que diz: ...ate que a plenitude dos gentios haja entrado”. Significa dizer que até que se cumpra o tempo de Deus para a salvação dos gentios, o endurecimento de Israel perdurará. - Que é a “ plenitude dos gentios”? - Diz respeito à complementação total da medida de Deus. Esta expressão tem sentido espiritual, pois quando se complementar essa medida de Deus na vida dos gentios, então Deus se voltará para Israel para concluir seu pacto (Atos 15.14-17) Não se pode confundir a “ plenitude dos gentios” com o “ tempo dos gentios” de Lucas 21.24, que se refere a um tempo específico no período da Grande Tribulação, quando o Anticristo governará a terra. Entretanto, a “ plenitude dos gentios” refere-se à Dispensação da Graça, quando os gentios estão tendo a oportunidade de obterem a graça salvadora em Cristo Jesus.

“E, assim, todo o Israel será salvo, ” “Todo o Israel” é o Israel como um todo, ou seja, não apenas o remanescente de Israel, mas os demais também — os ramos que foram cortados (Romanos 11.17). Alguns comentaristas interpretam a expressão “ ...todo o Israel será salvo” como se referindo ao Israel espiritual, que não é segundo a came, mas segundo o espírito. Entretanto, não podemos concordar com essa teoria, visto que toda a profecia relativa ao Israel futuro diz respeito à restauração nacional e religiosa de Israel como povo, sobre o qual Jesus governará no seu reino milenar. Israel espera o seu libertador, o glorioso Messias que não foi reconhecido na sua primeira vinda. Essa vinda futura do Messias significa a salvação de todo o Israel (Zacarias 12.2,3,8-10; 13.8,9; 14.2-4).

“...como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. ” Esse versículo só tem sentido dentro de um contexto escatológico futuro. Esse fato é claramente demonstrado por Paulo quando ele afirma que a vinda do Messias Libertador acontecerá somente após haver se cumprido a plenitude dos gentios. A citação nos versículos 26 e 27 combina Isaías 59-20,21 com uma frase de Isaías 27.9 (“quando eu tirar os seus pecados”). A modificação nesta citação, a qual é bem parecida com alguns manuscritos da LXX, é que em Romanos 11.27 o Libertador virá de Sião, ao passo que no texto hebraico de Isaías 59.20, Ele entra em Sião. Esta pode ser tentativa em reforçar o ponto abordado no início de toda desta discussão em Romanos 9.5, que aquele a quem os judeus rejeitavam era um do seu povo. Mas Paulo dá a garantia de que virá o dia em que eles perceberão que Jesus é Messias. Naquele momento, o Senhor completará a relação baseada no concerto feito com os judeus, o qual foi estabelecido com os patriarcas (Romanos 11.28,29), perdoando-lhes os seus pecados (v. 27).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
07/12/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça. Rio de Janeiro: CPAD 2016.

CABRAL, Elienai. Romanos – O evangelho da Justiça de Deus. Rio de Janeiro: CPAD 2005.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.