1 Timóteo 1:5 “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.”
“Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro,”
A Palavra de Deus tem por finalidade a transformação espiritual do ser humano. Esse é o fim do “mandamento” ou o propósito do ensino cristão. Provocar mudança eficaz no interior do homem. Paulo expressa bem essa transformação em 2 Coríntios 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
Esse ensino (mandamento) não produz efeito superficial, mas profundo, e isso resulta no “amor de um coração puro”. Esse amor, que se revela num “coração” puro, não é qualquer tipo de “amor”, mas o verdadeiro amor cristão, que deriva do amor Àgape, ou amor de Deus. É uma amor sacrificial que se concretiza, ou se materializa, não em teoria, mas num viver santo e puro, conforme a Palavra de Deus. É o amor que faz o crente amar a Deus em primeiro lugar, e “ao próximo como a si mesmo” (Lucas 10.27).
Jesus refere-se aos que têm “coração puro”. São os “limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mateus 5.8). Na Escritura, o coração é o centro e a fonte da totalidade da atividade mental e moral do homem; se ali faltar pureza, obviamente não pode irradiar o amor cristão.
“... e de uma boa consciência,”
A segunda evidência desse “mandamento” é “uma boa consciência” cristã. No vernáculo, consciência significa “conhecimento, ciência”. A consciência é a capacidade ou sede da consciência moral, comum a todas as pessoas (Romanos 2.15; 2 Coríntios 4.2). Seu significado básico é a percepção interior que o homem tem da qualidade moral das suas próprias ações. Esse termo, e essa idéia eram populares entre os estóicos, parece que Paulo o tomou emprestado do seu meio-ambiente gentio.
A consciência natural do homem não salvo é influenciada por muitos fatores, tais como sua origem, sua história e suas experiências. Mas a consciência cristã é a convicção interior da condição cristã, na comunhão com Cristo. E o sentimento de firmeza de pensamento; é a certeza da comunhão com Deus. É chamada “boa consciência” no andar com Deus (Atos 23.1; 1 Pedro 3.21); é “ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens” (Atos 24.16); é a “voz interior”, que acusa ou defende cada pessoa (Romanos 2.15); é a consciência que leva o crente a obedecer a Deus, independentemente de quem quer que seja (Romanos 13.5); é o testemunho interior da conduta do crente (2 Coríntios 1.12); é a consciência do crente que serve a Deus com pureza (2 Timóteo 1.3).
Os falsos mestres, que perturbaram a igreja em Éfeso, não tinham essa “boa consciência” cristã. Eles certamente falavam, ensinavam e agiam conforme a consciência deles (2 Timóteo 4.1); todavia, eram hipócritas e falavam mentiras pois tinham “cauterizado a sua própria consciência” (2 Timóteo 4.2).
“... e de uma fé não fingida.”
A consciência cristã está vinculada com a fé, visto que pelo batismo o cristão recebeu perdão pelos seus pecados, e pelo influxo do Espírito Santo passa por aquela “renovação da mente” que o capacita a “experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).
A fé não fingida é terceiro resultado fim do mandamento, ou da Palavra de Deus, na vida do crente. Tem o sentido de fé sincera, autêntica, verdadeira. É a “fé que um a vez foi dada aos santos” (Judas 3). No dizer de Paulo, os falsos mestres queriam ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam: “Ninguém vos domine a seu arbítrio com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando em vão inchado na sua carnal compreensão” (Colossenses 2:18). Por isso mesmo, davam-se a fábulas e a genealogias intermináveis (1 Timóteo 1.4), com o que se embaraçavam e embaraçavam seus ouvintes.
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
01/11/2025
FONTES:)
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
KELLY, John N. D. I e II Timóteo e Tito: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Editora Mundo Cristão, 1983.
RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
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