Lucas 7.14 “E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar.”
“E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam),”
Quando se aproximava Jesus da entrada da cidade de Naim, um cortejo fúnebre veio em sua direção. Era a procissão para um enterro de um jovem, filho único de sua mãe, que era viúva. O defunto do jovem era trazido sobre um esquife.
O “esquife”, não era um caixão fechado, como conhecemos, mas uma tábua com um pequeno beiral, ou, às vezes, um tipo de cesto de vime. Era carregado por amigos que se revezavam a intervalos. Atrás do esquife vinham os pranteadores principais e os seus amigos seguidos por uma grande multidão. Movido de intima compaixão pela viúva que agora tinha perdido o seu filho único. Jesus tocou o esquife.
O ato de Jesus em tocá-lo importava em poluição de acordo com as leis cerimoniais, mas onde a necessidade humana estava em jogo nunca se preocupava com detalhes cerimoniais. Quando tocou o esquife, pararam os que o conduziam. Nenhuma palavra lhes foi dirigida, mas claramente viam que alguma coisa incomum estava acontecendo.
“... e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te.”
Segue-se então a palavra de autoridade. Jesus falava em seu próprio nome: “Mancebo, a ti te digo: Levanta-te”. O Príncipe da Vida possuía autoridade para ordenar ao jovem o retorno à vida. O toque de Jesus simbolizava o seu poder em impedir o triunfo da morte. A vida encontrara-se com a morte; a procissão fúnebre tinha de parar.
Outros agentes de Deus não tiveram a mesma facilidade para efetuar o mesmo milagre. Certo pregador francês falou de Elias: “E claro que ele está invocando um poder fora de si mesmo; que está chamando da morte uma alma sobre a qual não tem autoridade. Ele mesmo não tem domínio sobre a vida e a morte. Jesus Cristo ressuscita os mortos sem esforço, como num ato corriqueiro. Ele é o Senhor dos que dormem o sono final. Sua soberania sobre vivos e mortos é percebida na grande calma ao operar os mais poderosos milagres”.
“E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar.”
No sono, há certa desconexão entre o corpo e a alma, mas a voz humana pode restabelecer contato. A morte é a separação total entre o corpo e a alma, porém a voz do Senhor pode restabelecer a conexão: “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono” (João 11:11). Cristo pode despertar alguém do esquife tão facilmente como outra pessoa pode despertar alguém da cama.
Jesus não é somente o Senhor da vida; é também o Senhor da morte que triunfou Ele próprio sobre ela e que prometeu que, porque Ele vive, nós também viveremos (João 14:19).
Lucas acrescenta que o que estivera morto passou a falar, evidência palpável dá sua volta à vida. Não se registra nada que ele disse, conforme ocorreu nos outros dois casos de uma ressurreição. A solicitude de Jesus para com a viúva revela-se no detalhe de que restituiu o jovem à sua mãe (v.15) conforme fizera Elias numa situação semelhante: “E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive” (1 Reis 17:2).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/5/2025
FONTES:
CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez Carne – Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
MORRIS, Leon L. Lucas, Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007. (Série cultura bíblica)
PERLMAN, Myer. Lucas, o Evangelho do Homem Perfeito. l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.

Nenhum comentário:
Postar um comentário