sábado, 17 de agosto de 2024

Ester 4.3

 

Ester 4.3 “E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza.”

 

“E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava,”

As notícias do decreto selado com o anel do Rei foram chegando aos príncipes, governadores e líderes da cada província segundo a sua língua (Ester 3.12) através dos correios para que se destruíssem, matassem e fizesse perecer a todos os judeus no dia treze do duodécimo mês (Adar) e que saqueassem todos os seus bens (Ester 3.13).

A noticia difundida chega até o povo, tanto gentios como judeus: “Uma cópia do despacho que determinou a divulgação da lei em cada província, foi enviada a todos os povos, para que estivessem preparados para aquele dia” (Ester 3.14). Os gentios deveriam se preparar para exterminar os judeus, os judeus para seres exterminados.

 

“... havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação;”

A reação dos judeus foi comum em todas as províncias, inclusive na fortaleza de Susã. Houve grande luto, com jejum, e choro, e lamentação. As dificuldades nos forçam a dar-nos as mãos e a nos unir mais fortemente. O sofrimento jamais destruiu uma nação! As dificuldades não dividem as famílias. A riqueza faz isso! Mas não o sofrimento. Não as dificuldades. Eles empurram todos para o mesmo nível, com o mesmo alvo: Sobreviver.

A tristeza comunitária, com jejum, choro, lamentação não era uma formalidade, mas expressava dor e terror, de tal forma que levava a arrependimento e oração diante de Deus, embora o escritor não mencione nenhuma das duas coisas. A oração de Lamentações 3:40-66 poderia ter sido escrita para esta ocasião: “Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o Senhor. Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus nos céus, dizendo:  Nós transgredimos, e fomos rebeldes; por isso tu não perdoaste.   Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não perdoaste.  Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração.  Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.  Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca.  Temor e laço vieram sobre nós, assolação e destruição. Torrentes de água derramaram os meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo. Os meus olhos choram, e não cessam, porque não há descanso, Até que o Senhor atente e veja desde os céus....”

 

 “... e muitos estavam deitados em saco e em cinza.”

Esses costumes de se deitar em saco e em cinza são mencionados em períodos muito afastados do Antigo Testamento (Genesis 37: 34; 2 Samuel 1:11;) É um exemplo comovente de lamentação nacional.. Daniel se submeteu a essa condição: “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza” (Daniel 9.3).

É também praticado por outras nações semelhante à Nínive: ”E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor” (Jonas 3:5).

De fato, os persas da época de Xerxes, em Susã, segundo se registra, rasgaram as suas roupas numa tristeza irreconciliável depois da sua derrota em Salamina. Portanto, Mordecai estava se comportando de acordo com os costumes locais bem como com os costumes judaicos, ao rasgar as suas vestes.

Todavia ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei (v. 2). Pois, fora de época, o rei não toleraria tristeza ou tragédia na sua presença : “Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera triste diante dele. “E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração; então temi sobremaneira” (Neemias  2:1, 2).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/8/2024

FONTES:

QUEIROZ, Silas. O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

BALDWIN, Joyce G. Ester – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1986.

SWINDOLL, Charles R. Ester: uma mulher de sensibilidade e coragem - tradução de Neyd Siqueira. - São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

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