domingo, 17 de março de 2024

Mateus 13:44

Mateus 13:44 "Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. "


O capítulo 13 de Mateus contém uma série especial de parábolas, ilustrando de forma simples a história espiritual da Igreja, do início à consumação. 

Usualmente aqui as parábolas apresentam-se em pares, com sentidos semelhantes:

A recepção da pregação - o semeador;
A extensão e desenvolvimento do Reino - o grão de mostarda e o fermento;
O valor do Reino - o tesouro escondido e a pérola;
A purificação do Reino - o joio e a rede.

Falaremos em especial a respeito da Parábola do Tesouro escondido:
 

"Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo,"

No Oriente antigo, a insegurança da situação levava os ricos a adotarem um expediente: dividiam seus bens em três partes. Uma parte era em pregada no comércio; outra, convertida em joias que podiam ser facilmente transportadas ou vendidas; e a terceira, enterrada. 

O segredo do esconderijo não era revelado a ninguém: o tesouro estaria perdido se o dono não voltasse. Talvez o dono do campo, mencionado nesta parábola, tivesse escondido o tesouro diante do avanço de algum exército invasor e, aprisionado por ele, morrido no cativeiro sem revelar o seu segredo. 

Os achados de Qumran ilustram esse fato. O Manuscrito de Cobre achado em Qumran enumera sessenta e quatro lugares ocultos na Palestina onde vários tesouros teriam sido enterrados, incluindo ouro, prata, substâncias aromáticas e manuscritos.


"... que um homem achou e escondeu; "

Nos dias de Jesus algumas pessoas deixavam suas ocupações para sair à busca de tesouros. Pois, acontecia de um camponês afortunado achar um desses tesouros enquanto cavava os campos (Jó 28.15-19; Provérbios 3.13,15; 8.11)

Até hoje, os arqueólogos que examinam ruínas escavadas de civilizações antigas sofrem a hostilidade dos aldeões, quando estes suspeitam haver algum tesouro escondido no local da escavação. Ainda se organizam expedições para procurar tesouros. A busca jamais perdeu o seu fascínio!

Para a juventude, há grande emoção na leitura de histórias acerca de tesouros perdidos. Os famosos livros A Ilha do Tesouro e O Conde de Monte Cristo são exemplos, principalmente este último, que descreve a descoberta de uma fabulosa riqueza.

Facilmente entendemos como a parábola do tesouro prendia a atenção dos ouvintes do Senhor.

Imagine o cenário. o homem anda por um campo que não é seu, quando, de repente, bate em algo duro e metálico. Agachando-se, vê a tampa de um baú enterrado. Uns poucos golpes de picareta, e riquezas enormes surgem-lhe à vista. Com dedos nervosos, esconde o tesouro e apressa-se em voltar para casa, a fim de tratar da compra do campo.


"... e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. "

O afortunado descobridor se dispôs a sacrificar tudo o que possuía a fim de adquirir o campo onde o tesouro fora encontrado. O mesmo se aplica a quem entende a grandeza do reino de Deus. Nenhum preço é alto demais para quem quer possuir o reino (6:33; Lucas 18:28–30; Filipenses 3:8, 9). A verdadeira riqueza obtém-se pela amorosa submissão à lei suprema de Deus, a quem amamos por saber que nos amou primeiro.


Por que possuir a Cristo é a maior riqueza da alma?

1. Cristo é o único tesouro que vem de encontro à nossa profunda pobreza. Não se pode negar a vantagem da independência financeira. Se, porém, a consciência do homem estiver sobrecarregada com obrigações a Deus e ao seu próximo, as quais não cumpriu, ele é muito pobre (Apocalipse 3.17). A libertação da penalidade e poder do pecado é um a bênção que o ouro e a prata não podem comprar.

2. Somente Cristo pode satisfazer aos desejos da nossa natureza. As coisas terrenas podem satisfazer algum cantinho da natureza humana, mas deixam o resto com fome. Sendo, porém, Cristo o centro da vida humana, todo o ser recebe inspiração e refrigério, contribuindo isto para a paz da mente e a saúde do corpo.

3. Nossa vida em Cristo é um tesouro permanente. Somente podem os considerar realmente nosso aquilo que não pode ser tomado de nós. Um a das bênçãos resultantes de depressões financeiras é a descoberta dos verdadeiros valores da vida, que o dinheiro não pode comprar. O que de nós pode ser subtraído pelas circunstâncias não é digno de ser chamado nosso tesouro. O verdadeiro tesouro faz parte do nosso ser e há de nos acompanhar à eternidade.

4. Calculando o custo e pagando o preço. Alguém pode perguntar: Se o tesouro representa a aceitação de Jesus Cristo como Salvador, como poderá o pecador comprar essa dádiva divina? E a mesma coisa que perguntar: Se o homem é salvo pela fé somente, por que se exigem dele boas obras?

Ao perguntarem os judeus, no dia de Pentecoste, o que precisavam fazer para serem salvos, Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”. As multidões dos dias de Jesus, porém, exigia Ele que a tudo abandonassem para segui-lo (Mateus 19.16-22; Lucas 14.25-27).

A explicação é simples: quem tem fé viva em Jesus possui igualmente uma consagração pessoal que inclui a disposição de abandonar tudo por amor a Ele. Consideremos a questão sob outra perspectiva. Cada oportunidade é uma dádiva, mas deve ser aproveitada e desenvolvida. A fertilidade de um campo é uma dádiva, mas há de melhorar-se com o trabalho humano. Um livro é um bom presente, mas o aproveitá-lo implica na sua leitura. Da mesma maneira, a salvação é uma dádiva. Entretanto, é preciso tom ar posse dela (1 Timoteo 6.12) e desenvolvê-la com temor e tremor (Filipenses 2.12,13).

O homem que considera Cristo “precioso” (1 Pedro 2.7) naturalmente considera tudo como perda comparado à excelência de tê-lo (Filipenses 3.7,8). Custam-nos mais caro os artigos de melhor qualidade. O mesmo se aplica à experiência religiosa. Quem quiser o melhor em assuntos espirituais precisa pagar o preço.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIIOR
17/3/2024

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201207_07.pdf

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