“No SENHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2Rs 18.5).
Todos os reis do Norte (Israel),
são acusados negativamente. Já no Reino do Sul (Judá), dois são elogiados sem
restrições, Ezequias e Josias. Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias e Jotão
foram parcialmente aprovados, com reservas. Os demais receberam a acusação de
terem “praticado o mal aos olhos do Senhor” ou de terem “[andado] no caminho de
Jeroboão”. O contraponto comparativo é o rei Davi, de quem o autor refere-se
como: “andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante
a tua face” (1 Rs 3.6); caminhou “com inteireza de coração e com sinceridade”
(1 Rs 9.4); o seu coração “[...] era perfeito para com o Senhor, seu Deus” (1
Rs 11.4); “reto ao meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus
mandamentos” (1 Rs 11.38); “[...] guardou os meus mandamentos e [...] andou
após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus
olhos” (1 Rs 14.8). Portanto, toda a monarquia israelita e judaica foi julgada
conforme o modelo de Davi, cujo prumo estava sempre diante dos olhos do autor
de Reis. No caso especifico de Ezequias o escritor do livro de Reis diz: No
SENHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu
semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2Rs
18.5).
“No SENHOR, Deus de Israel,
confiou” Ezequias foi temente a Deus, confiou nEle nos momentos de crise e
deixou uma grande lição espiritual para todo crente: o Senhor sempre ouve um
coração sincero que confia nEle mesmo nos momentos de medo e insegurança. Uma
firme confiança na plena suficiência de Deus para nos proteger e recompensar
muito contribuirá para nos fazer sinceros, corajosos e vigorosos no caminho de
nosso dever, como Ezequias. Quando ele assumiu a coroa, encontrou o seu reino
rodeado de inimigos, mas ele não buscou o auxílio de estrangeiros por socorro,
como seu pai fez, mas confiou no Deus de Israel para ser o guarda de Israel. O
Império Assírio estava crescendo e invadindo vários países do Oriente Médio.
Invadiu Israel e levaram-no cativo (2 Rs 18.11,12). Agora, Senaqueribe, rei da
Assíria, achava que poderia fazer o mesmo com Judá. Assim, ele enviou um
poderoso exército para cercar Jerusalém e mensageiros para assustar o rei
Ezequias e o povo, pois este se rebelara contra a Assíria, que tornara Judá um
reino vassalo. A reação de Ezequias às ameaças do grande exército assírio é um
modelo para todo crente que sabe que o socorro só pode vir do Senhor, não
adiantando confiar em apoios humanos no caso de Ezequias, a referência é do rei
do Egito. Para intensificar as ameaças, o rei assírio enviou uma carta a
Ezequias, que a tomou nas mãos e literalmente a apresentou na Casa do Senhor
num gesto de fé simples, porém cheio de sinceridade, fazendo, assim, uma oração
de quem confia em Deus mesmo em meio a maior angústia. Ezequias engrandeceu ao
Senhor Deus, declarou o seu domínio e soberania sobre tudo e todos, apresentou
as palavras de Senaqueribe e a afronta diante do Senhor e pediu a ajuda e
livramento dEle. Entretanto, o mais importante é que Ezequias expressou a sua
alma diante de Deus no singelo gesto de colocar as cartas na presença dEle.
“...de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante
entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” Ele era um
genuíno filho de Davi, que teve uns muito degenerados (v. 3): Ele fez o que era
reto aos olhos do Senhor.; conforme tudo o que fizera Davi, seu pai, com quem
foi feita a aliança, e por essa razão ele deveria ter o benefício dela. Nós
temos lido de alguns deles que fizeram o que era reto, ainda que não como Davi
(14.3). Eles não amaram as ordenanças de Deus, nem se apegaram a elas como ele
fez. Mas Ezequias foi um segundo Davi, teve tal amor pela palavra de Deus, e
pela casa de Deus, como Davi teve. Que nós não nos amedrontemos com um receio da
contínua decadência da virtude, como se, quando os tempos e os homens forem
maus, devem, necessariamente, ir de mal a pior. Isso não procede, pois, depois
de muitos reis maus, Deus levantou um que era como o próprio Davi. Por isso não
houve ninguém como ele, porque ele apegou-se ao Senhor com uma fixa resolução e
nunca se apartou de após Ele (v. 6). Alguns de seus predecessores que começaram
bem caíram: mas ele, como Calebe, perseverou em seguir o Senhor. Ele não apenas
aboliu todos os costumes idólatras, mas guardou os mandamentos de Deus e em
tudo teve consciência de seu dever.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
01/10/2021
Fontes:
POMMERENING, Claiton, Ivan. O Plano de Deus para Israel em
meio a infidelidade da nação – As correções e os ensinamentos divinos no
período dos reis de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Livros Históricos. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010.
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