Texto áureo) “Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (I Timóteo 3.13).
O termo grego diaconia significa “ministério” ou “serviço”.
A vida inteira de Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da
diaconia em todos os seus aspectos. Na realidade, seu ministério terreno
evidenciou o quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão” (Hebreus 3.1),
profeta (Lucas 24.19), evangelista (Lucas 4.18,19), pastor (João 10.11), mas
principalmente, diácono por excelência (Mateus 20.28). O apóstolo Paulo disse
que Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens” (Filipenses 2.6-7). Outra palavra grega relacionada a “diácono” é
doulos. Esta refere-se a “um servo” ou “um escravo” (Mateus 13.27,28; João
4.51). Portanto, a ideia preponderante que a função do diácono remonta é a do
serviço voluntário prestado, pelo “ministro”, o “servo” ou o “assistente”, para
alguém.
Após o revestimento de poder do alto no dia de Pentecostes,
Deus acrescenta almas a igreja recém-inaugurada: “Louvando a Deus, e caindo na
graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles
que se haviam de salvar” (Atos 2:47). Essas almas que eram acrescentadas eram
tantas de judeus residentes (hebreus) como de judeus da diáspora (gregos),
esses grupos possuíam diversas diferenças, porém, Cristo derrubou a parede da
inimizade que havia chamando-os para fora do mundo para que fossem um nEle:
“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28). Apesar dessas
verdades, aparentemente ainda havia partidarismo por parte de alguns e uma
acusação foi levantada pelos judeus gregos referente a assistência social “porque
as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (Atos 6:1). Os
apóstolos e profetas foram consultados e disseram: “Não é razoável que nós
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas” (Atos 6:2). Essa afirmativa não
deve ser considerada depreciativa, pois os mesmos se referiram a causa como
“importante negócio”. Foram então escolhidos dentro os judeus gregos sete
homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria (Atos 6:3)
exercerem esse ministério. Os diáconos não podiam permitir que houvesse
injustiças de caráter social na igreja do primeiro século. A função do
diaconato era fundamentalmente de caráter social. Atualmente, a função
primordial do diácono é auxiliar a igreja local através das orientações do seu
pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os
desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como a
distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a
manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na
segurança da liturgia do culto.
“Porque os que servirem bem como diáconos” Além das
qualidades exigidas em Atos 6.1-7, Paulo indica outros importantes requisitos
para o diaconato. Após enumerar as qualificações para bispo ou presbítero,
Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificações dos diáconos ou
ministros que serviam nas igrejas. E o faz de modo imediato, sem lacuna ou
pausa em sua ministração, dizendo que os diáconos, “da mesma sorte” que os
bispos ou presbíteros, deveriam ter as seguintes qualificações (1 Timóteo
3.8-10,11-13), que têm o mesmo sentido espiritual, moral e eclesiástico do que
é exigido para os bispos, mas com alguns requisitos específicos: “Os diáconos
sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias
casas” (1 Timóteo 3:12).
“Adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé
que há em Cristo Jesus” Os diáconos foram separados em razão de um importante
negócio, foram escolhidos pelo povo inicialmente e agora avaliados por Timóteo
conforme as especificações paulinas. Por essa eleição sobre a igreja se
sentiriam honrados afinal: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado,
excelente obra deseja” (1 Timóteo 3:1) e essa honra conquistada lhes
proporcionariam confiança diante dos membros, pois, serviriam a igreja de
Cristo Jesus. Essa visibilidade juntamente com o trabalho bem exercido poderia
futuramente proporcionar duplicada honra, pois poderiam ser lembrados para um
trabalho mais honroso: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por
dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na
doutrina” (1 Timóteo 5:17). Observamos essa possível nova separação ministerial
na vida de Filipe “o diácono”: “E este parecer contentou a toda a multidão, e
elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e
Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os
apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (Atos
6:5,6) que no mesmo livro de Atos é chamado posteriormente de “Evangelista”: E
no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete,
ficamos com ele”(Atos 21:8). Vale lembrar que a separação ministerial visa
amparar a igreja e não honrar o tempo de ministério.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
07/06/2021
Fontes:
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais -
Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD,
2014.
RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas
pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
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