sexta-feira, 28 de outubro de 2022

LIÇÃO 5 – Contra os Falsos Profetas – 4 Trimestre de 2022.


TEXTO ÁUREO “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. ” (2 Pedro 2.1)

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, “ Os profetas são a voz de Deus na terra. É fato que onde há verdadeiro há também falso, por isso Moisés advertiu o povo sobre o surgimento de falsos profetas mesmo entre os profetas legítimos (Deuteronômio 18.18-22). Profetizar falsamente era crime em Israel sob pena de morte conforme a lei de Moisés (Dt 13.1-5; 18.20-22). Curiosamente os mesmos termos hebraicos nāvî’, “profeta”, rō’eh, e ḥōzeh, “vidente”; usados para os profetas do Deus vivo, ou videntes como Samuel, Natã e Gade (1 Crônicas 29.29), são também aplicados aos falsos profetas. É o contexto que vai diferenciar o verdadeiro e o falso. Jeremias e Ezequiel em particular enfrentaram “falsos profetas”. Jeremias advertiu: “Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor” (Jeremias 23:16). Uma vez que houve “falsos profetas no meio do povo” de Israel, não deveria nos surpreender que houvesse também... falsos mestres entre os primeiros leitores de Pedro.

“...que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, ” Uma heresia é um ensino falso que causa divisão e corrói a fé cristã. Num sentido, “heresias de perdição” é uma redundância. Uma heresia por natureza é destrutiva. Ela é destrutiva tanto para a igreja como para o mundo que a igreja quer alcançar com a mensagem de Cristo. As doutrinas destrutivas dos “falsos mestres” combatidas por Pedro eram particularmente terríveis. Elas chegavam ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou. Em que sentido elas negavam o Senhor? No capítulo anterior, o apóstolo afirmou que os fatos ocorridos na transfiguração culminaram com uma voz da parte de Deus que disse: “Este é o Meu Filho Amado”. A filiação de Jesus e, consequentemente, Sua divindade, parece ser a questão. Para Pedro, a divindade de Cristo estava fora de discussão. É plausível concluir que os “falsos mestres” negavam a plena divindade, ou talvez a total humanidade, do Senhor; mas não podemos afirmar nada além disso. Resgatar ou redimir são ideias intimamente relacionadas. Foi na pessoa do Filho amado de Deus que Jesus pôde redimir as pessoas do pecado. Ao negar a divindade de Cristo, os “falsos mestres” negavam o Seu poder de resgatá-los ou comprá-los

“...trazendo sobre si mesmos repentina perdição. ” Uma vez que negam a confissão que repousa no âmago da doutrina cristã, esses “falsos mestres” estão trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Pedro já qualificara os ensinos deles de “destruidores”. Tais ensinos destroem outros e trazem destruição aos que os defendem. Se os leitores de Pedro seguissem os “falsos mestres”, a implicação é que trariam a mesma “repentina destruição” sobre si mesmos. Pois, ao negarem-no, trazem sobre si mesmos súbita destruição - a perdição eterna no lago de fogo. Embora julguem-se a salvo, não hão de escapar no dia do Juízo Final. As falsos profetas a sentença de Deus pelo profeta Ezequiel foi: “Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras. Não estarão no conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel. E vocês saberão que eu sou o Senhor Deus” (Ezequiel 13:9). O emprego antropomórfico da “mão de Javé” para o julgamento é frequente em Ezequiel (6.14; 14.9, 13; 16.27; 25.7, 13, 16; 35.3). Essa expressão aparece também em Isaías (Isaías 5.25; 10.4). Usando tal expressão, Deus anuncia três tipos de punição: Não estarão no conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD 2012.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201412_04.pdf

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

LIÇÃO 4 – Quando se vai à Glória de Deus – 4 Trimestre de 2022.


TEXTO ÁUREO “E a glória do SENHOR se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. ” (Ezequiel 11.23)

A glória de Deus baixou do céu à terra primeiramente no tabernáculo, no dia de sua dedicação. Depois disso, essa cena se repetiu por ocasião da inauguração do templo de Jerusalém pelo rei Salomão. Ela representava a presença de Javé no templo. Quando Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, explicou a razão dessa ordem: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25.8). Essa presença não era incondicional, o povo tinha compromissos, a aliança feita no Sinai, mas esse pacto havia sido violado. Os capítulos 8 a 11 descrevem a segunda visão de Ezequiel. No capítulo 8, o foco foi a denúncia das abominações que estavam ocorrendo no templo, violando, assim, a santidade de Deus. O capítulo 9 mostra o julgamento divino como resposta a essas abominações, e o 10 evidencia como a glória de Deus aos poucos começar a se deslocar, até que, finalmente, no capítulo 11, ela se retira por completo de Jerusalém.

 “E a glória do SENHOR se alçou desde o meio da cidade “ A palavra “glória” traduz o termo kavod, do hebraico. Conforme o léxico de Baumgartner, seu sentido não teológico pode ser “peso, riqueza, glória, honra”. No seu uso teológico, pode significar “a glória dada a Javé, a glória de Javé ou a manifestação de Javé”. Nas visões de Ezequiel, “glória” indica o resplendor pela presença do Senhor (Ezequiel 1.28; 3.12, 23; 8.4; 9.3; 10.4, 18-19; 11.22-23; 39.21; 43.2, 4-5; 44.4). Essa é a descrição feita pelo próprio profeta (1.26-28; 8.2). O vocábulo hebraico shekhinah, embora usado com frequência entre os crentes como “glória”, não aparece na Bíblia. A palavra pertence ao chamado hebraico talmúdico e significa “morada em”, comumente usada entre os judeus para “presença de Deus”, e, às vezes, para se referir ao próprio Deus. O Talmude é uma antiga literatura religiosa dos judeus identificada nos evangelhos como “tradição dos anciãos” porque, naqueles dias, esses preceitos eram orais e só foram codificados a partir do século 5 d.C. Os rabinos a associam ao Espírito de Deus, porque o Talmude diz: “A Shekhinah do Senhor nunca se afastará desse lugar” (uma referência ao Muro das Lamentações). Essa retirada da Glória do Senhor aconteceu em alguns estágios: 1) a glória se levanta do querubim sobre a arca da aliança (9.3); 2) passa para a entrada do templo (10.4); 3) paira sobre os querubins e, aos poucos, afasta-se completamente do templo (10.18) e 4) por fim, a glória de Deus se põe sobre o monte das Oliveiras (11.23).

 “...e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. ” A glória saiu do meio de Jerusalém e seguiu ao monte que está a leste da cidade, o monte das Oliveiras, onde está o principal portão que dá acesso ao templo e aponta na direção da Babilônia. Após a retirada da glória do SENHOR, não poderiam esperar que coisas boas acontecessem naquele lugar. Como mencionou Paulo em 2 Tessalonicenses 1:7–9, quando se está longe da “presença do Senhor”, o resultado não é nada bom. Deus havia deixado o lugar santo por causa dos pecados da nação e das abominações do templo de Jerusalém. Mas mesmo assim, Ele tinha uma mensagem de esperança e reconciliação. Todavia, não haveria reconciliação até que Ele voltasse. A descrição do retorno da glória (43:1–4) faz paralelo com as passagens de Êxodo 40.34, na situação da tenda no deserto, e de 1 Reis 8.11, na edificação do templo de Salomão. Ezequiel 39.21 registra que essa glória será manifestada entre as nações, e essas saberão do exílio, da infidelidade da Casa de Israel, e o nome santo de Javé será revelado. Nessa nova realidade, a glória de Deus extrapola o templo e resplandece em toda a terra (v. 2). O profeta Isaías descreve a adoração dos serafins: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;/toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6.6). Deus revela ao profeta o retorno da sua glória pelo mesmo caminho por onde antes saiu (10.19; 11.23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201907_05.pdf 

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

LIÇÃO 3 – As Abominações do Templo – 4 Trimestre de 2022.


TEXTO ÁUREO “E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações. ” (Ezequiel 8.6)

“E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? “ No verso 5 Deus disse a Ezequiel: “Filho do homem, olhe para o norte. Olhei para lá, e eis que do lado norte, junto ao portão do altar, na entrada, estava essa imagem dos ciúmes. O portão do altar ficava do lado oposto do altar do sacrifício”. Essa imagem de ciúmes é um ressentimento em ver o que é seu sendo dado a outro e evidencia a ira de Javé pela ofensa que a presença do ídolo de uma divindade pagã (Deuteronômio 4.16-18), provavelmente Aserá, representava nos recintos do templo (5.13; 16.38, 42; 36.6; 38.19). A orientação divina ao profeta é observar o mau comportamento da casa de Israel para servir como testemunha. (8.17) “Você está vendo, filho do homem? Será que é pouca coisa para a casa de Judá o fato de fazerem as abominações que fazem aqui, para que ainda encham de violência a terra e tornem a irritar-me?...”

“As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? “ A palavra hebraica traduzida por “abominação” é toʿevah, usada sobretudo no contexto das práticas repugnantes dos cananeus ou algo que ferisse a pureza de Javé (Levítico 18.30; Deuteronômio 7.26;). A idolatria com as abominações subsequentes é um atentado contra a santidade de Deus e não pode ficar impune. É importante entender que Deus é soberano e tem o direito de aplicar o juízo da maneira que quiser, mas o castigo divino é proporcional à gravidade do pecado e não faz nada que contrarie a sua natureza. A expressão “casa de Israel” é usada em Ezequiel para designar os judeus que estavam em Jerusalém (4.3), para os judeus do exílio (4.13) e para os sobreviventes da destruição de cidade (5.4). O nome Israel aparece 180 vezes no livro de Ezequiel, e Judá aparece 15 vezes; “ancião de Judá” e “anciãos de Israel” aparecem como termos alternativos (8.1; 14.1; 20.1), e “casa de Israel” (em 8.6, 10- 12) é substituída por “casa de Judá” (8.17). Por causa das grandes abominações, Deus anuncia que se afastará do templo, e consequentemente, de Jerusalém. (8.18) “…ainda que gritem aos meus ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei. ”

“ Mas verás ainda maiores abominações. ” Deus alerta o Profeta de que ele verá transgressões piores pela frente. A estrutura de frases de como Deus se dirige ao Profeta se repete, com algumas variações, para mostrar as abominações (vv. 6, 12-13, 15, 17), revelando práticas cada vez mais ofensivas. As abominações do templo eram ofensivas demais; assim, diante dessa situação, só resta o juízo divino. Todo esse ritual às falsas divindades revela a apostasia generalizada. Todo o sistema estava corrompido, não havia outro remédio a não ser a destruição do templo e da cidade (2 Crônicas 36.16). O Deus “compassivo e misericordioso, grande em misericórdia e fidelidade” (Êxodo 34.6) não seria mais tardio em irar-se, Ele não mais teria piedade nem pouparia as pessoas que estavam cometendo terríveis ofensas.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

LIÇÃO 2 - Vem O Fim – 4 Trimestre de 2022.


TEXTO ÁUREO ‘E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra. ” (Ezequiel 7.2)

‘E tu, ó filho do homem, “ Na primeira vez em que Deus se dirige ao profeta Ezequiel, não o chama pelo nome, mas usa a expressão em hebraico ben ʾadam, literalmente, “filho do ser humano” (2.1), para identificá-lo como homem entre os seres celestiais. A partir desse versículo, o título reaparece mais 92 vezes ao longo do livro, seis vezes só no capítulo 3 (vv. 1, 3, 4, 10, 17, 25). Nenhum outro profeta é chamado assim. Essa expressão reaparece em Daniel, mas não é usada para se referir a algum profeta (Daniel 8.17). Isso faz lembrar a identidade humana fragilizada e pecadora, ao passo que Deus é o Senhor da glória. “Filho do homem” é um título messiânico e, quando usado para designar Jesus, deixa clara a sua humanidade. Esse título em Jesus vem acompanhado de artigo, pois Jesus é o Filho de Deus e, ao mesmo tempo, o Filho do homem, e revela ser ele um ser humano terreno quanto um ser divino (Romanos 1.1-4; 9.4, 5). Adão é o cabeça da humanidade pecadora, e Jesus é o cabeça da humanidade redimida; todos os que creem em Jesus Cristo recebem vida eterna (Romanos 5.12-21). Jesus usou frequentemente esse título com respeito a si mesmo durante o seu ministério terreno, às vezes para apontar o seu vínculo com o mundo perdido: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10); em outras ocasiões, para apontar a sua condição celestial: “Ora, ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que de lá desceu, o Filho do Homem” (João 3.13); “Que acontecerá, então, se virem o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava? ” (João 6.62).

“...assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: ” Essa fórmula é a chancela de autoridade espiritual muito comum nos profetas de Israel: “assim diz Senhor”, como também “veio a palavra do Senhor a (...)”, ou “veio a mim a palavra do Senhor”. Essas expressões aparecem muitas centenas de vezes no Antigo Testamento. Não se trata, pois, de ideias humanas nem de um pensamento de um profeta, mas, sim, como porta-vozes de Deus, recebem dele os oráculos e os transmitem ao povo como lhes foram confiados. A autoridade deles não está restrita apenas aos seus escritos que hoje compõem as Escrituras Sagradas, mas se estende à pessoa, pois, em vida, eram homens cheios do poder do Espírito Santo. O discurso tem endereço certo é a respeito da terra de Israel.

“Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra. ” A palavra Fim no hebraico trata-se de um substantivo usado em contexto de julgamento (Genesis 6.13; Amós 5.1820; 8.2). Ele aparece cinco vezes nos versículos 2, 3 e 6 e isso evidencia a intensidade do julgamento. Cerca de cento e cinquenta anos antes, o profeta Amós usou a mesma construção hebraica ba‘ haqēts, “vem o fim”, ao anunciar o fim do Reino do Norte: “Chegou o fim sobre o meu povo Israel” (Amós 8.2). Essa mensagem de Amós se cumpriu na queda de Samaria em 722 a.C. (2 Reis 17.23), o que leva os expositores do Antigo Testamento a interpretarem um paralelo com a palavra profética anunciada por Ezequiel sobre a queda de Jerusalém ocorrida em 587/586 a.C. Ezequiel mostra que Jerusalém está no mesmo caminho. Em outras palavras, o discurso do Profeta aponta que a destruição é um fato; ela é real e está próxima. A profecia deixa claro que o juízo não é apenas para Israel nem somente para uma única época, mas tem alcance universal: sobre os quatro cantos da terra. Essa expressão aparece na Bíblia para se referir a toda a terra (Isaías 11.12; Apocalipse 7.1). O discurso profético foi escrito em forma poética, e isso serve para chamar a atenção de todo aquele que lê essa Palavra.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
10/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.