segunda-feira, 26 de abril de 2021

Lição 5: Dons de Elocução - 2 trimestre de 2021.


 (Texto áureo) “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém! ” (1Pedro 4.11).

“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus”. A bíblia diz em Números 12:6: “Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. ” Note que o profeta é um intermediário, primeiro Deus fala com o profeta, depois ele deve transmitir as palavras de Deus. Pedro exorta aquele que usa da Palavra a se limitar a falar as palavras de Deus, isso não seria necessário se não houvesse casos de pessoas que falam além do que Deus falou, pois, uma falta ou um detalhe acrescentado pode ser classificado como Palavra que Deus não falou:  “Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele. ” (Deuteronômio 18:22) Vale então a repetição: Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus

“Se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá “. O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons de Deus (1Pedro 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de Deus” (1Corintios 4.1; Efésios 2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

“Para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo” Se falarmos conforme as suas palavras e administrarmos os dons de Deus com ordem e Decência glorificaremos a Deus que deu ao Filho todo o poder nos céus e na terra. Ele nos concedeu os dons ministeriais e seu Espírito nos concedeu os dons espirituais, ambos para servir a igreja buscando sua edificação. Essa igreja quando edificada faz com que Deus seja glorificado no mundo e a Graça de Jesus honrada e valorizada.

“A quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém! ” A bíblia sobre Cristo nos informa que Ele se humilhou a si mesmo e tomou a forma de servo (Homem), abrindo com isso mão de sua glória (não de sua deidade). Neste mundo ele orou: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. ” (João 17:5) Cumprindo sua missão vicária na cruz do calvário Deus ouviu sua oração e o ressuscitou com poder e glória: “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, ” (Efésios 1:20-22). Ele mesmo afirma a seus discípulos: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. ” (Mateus 28:18). Sendo assim, afirmemos como Pedro: “A ele seja a glória e o poderio para todo o sempre. Amém. ” (1 Pedro 5:11)

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
26/04/2021

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Lição 4: Dons de Poder - 2 trimestre de 2021.


(Texto áureo) “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Coríntios 2.4,5).

“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana”. Por mais que Paulo fosse instruído e inteligente, conhecedor de diversos idiomas e culturas o assunto principal de seu discurso era Cristo e este ressuscitado, o que para os judeus era escândalo e para os gregos loucura. Até mesmo dentro da Igreja de Corinto havia aqueles que não acreditavam na ressurreição a este Paulo respondeu: “se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé e permaneceis nos vossos pecados”. Quanto a sabedoria humana ela deve ser buscada: “Tomai-vos homens sábios e entendidos, experimentados entre as vossas tribos, para que os ponha por chefes sobre vós. (Deuteronômio 1:13) testemunhamos muitas vezes até mesmo Paulo a usando de maneira eficaz, porém ela pouco acrescenta a lógica divina da morte e ressurreição do nosso Salvador. Quando essas sabedorias são paralelas há o que acrescentar, porém quando são conflitantes devemos rejeitar a humana, pois a loucura de Deus é mais sabia que a sabedoria dos homens.

“..., mas em demonstração do Espírito e de poder” Nicodemos apesar de ir ter tido de noite com Jesus e inicialmente não entender as coisas terrenas pregadas por Cristo reconheceu que ninguém podia fazer os sinais que Ele fazia se Deus não for com ele. Os dons espirituais servem a igreja a fim de que o poder de Deus seja demonstrado através deles. Onde Jesus andava alguma coisa acontecia, quando o tocavam virtude saía dele. Os apóstolos foram revestidos de poder na ocasião da descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste e este poder espiritual era ferramenta indispensável na salvação de almas. Pedro pregava e dizia: recebereis o dom do Espírito Santo e este servia de sinal quando pela imposição de mãos o poder de Deus era repartido. Apesar de não vivenciar dos milagres de Cristo Paulo foi usado da mesma forma, diz a palavra que até os lenços e aventais de Paulo eram distribuídos e pessoas eram curadas.

“...para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, ” A sabedoria humana não é indispensável para adquirir a sabedoria de Deus. A bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (sabedoria de Deus), pois ela nos torna sábios para a Salvação. Jesus orando ao Pai disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. ” (Mateus 11:25) contratando com isso diz em Jeremias 9:23 “...não se glorie o sábio na sua sabedoria...” e em 1 Coríntios 1:20 “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? ” Ora, diante de Deus a sabedoria deste mundo torna-se obsoleta e nossa fé não pode ter como firmamento nada obsoleto ou vulnerável.

“..., mas no poder de Deus”. Não podendo a nossa fé firma-se em algo vulnerável o Espírito Santo nos concede dons para que a nossa fé possua convicção de que Deus está conosco e essa convicção se dá através dos sinais que seguem aqueles que creem: “E estes sinais seguirão aos que crerem: “Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Marcos 16:17,18). Dentro dos sinais preditos pelo próprio Cristo conseguimos identificar os Dons de Poder que depois veio a ser manifesto pelo Espírito: Dons de Curar, Dom da Fé, Dom de Operação de Maravilhas incluído ainda o Dom de línguas que em breve será abordado especificamente. Que nossa fé sempre se apoio no Poder de Deus!

 DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

20/04/2021

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.

OUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987. 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Lição 3: Dons de Revelação - 2 trimestre de 2021.


 (Texto áureo) “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (I Coríntios 14.26).

Depois de usar a palavra para regulamentar os dons espirituais e estabelecer limites a igreja de Corinto para que tudo fosse feito com ordem e decência. (I Coríntios 14:37) “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” Paulo faz uma pergunta retórica “Que fareis, pois, irmãos?”. Em sua resposta ele apresenta uma liturgia, que não deve ser entendida de maneira cronológica.

“Tem Salmo” (gr. psalmon, um cântico ou hino com acompanhamento musical) O livro de Salmos era o hinário da Igreja Primitiva e ainda deveria fazer parte de nosso culto. (Salmos 22:3) “Porém tu és Santo, tu que habitas entre os louvores de Israel”

“tem doutrina” Doutrina diz respeito aos ensinamentos sistemáticos contidos nas Escrituras. (2 Timóteo 3:16,17) Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

“tem revelação” Ou seja, um dos dons de revelação como por exemplo: 1) Palavra da sabedoria: refere-se a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis. De acordo com Estêvam Ângelo de Souza, “a palavra da sabedoria é a sabedoria de Deus, ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina, que nos é dada por meios sobrenaturais”. 2) Palavra da ciência: Este dom é o resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos mistérios de Deus e se relaciona à capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas. 3) Dom de discernir os espíritos: É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais. De acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir significa “julgar através de”; “distinguir”. Ela denota o sentido de “se penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos”. Stanley Horton afirma que este dom “envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação é proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos” (cf. I João 4.1).

“tem língua” Refere-se ao Dom de Línguas que produz edificação particular, quem fala em línguas fala de mistérios e só Deus entende. (I Coríntios 14:39) “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas.”

“tem interpretação” Esse último dom do espírito santo é o fruto do contexto pregado, pois uma língua interpretada para toda a congregação é mais preciosa aos olhos de Paulo, pois pode edificar a todos na igreja. (I Coríntios 14:13) “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.”

“Faça-se tudo para a edificação” Aqui nos é esclarecido o propósito dos dons espirituais e do culto “A edificação”. (I Coríntios 3:10,11) “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.”


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

16/04/2021

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.

SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987.


 

sábado, 10 de abril de 2021

Lição 2: O propósito dos Dons Espirituais - 2 trimestre de 2021.


“Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (I Coríntios 14.12).

Corinto na Acaia era uma cidade cosmopolita, marcada pela idolatria, paganismo e imoralidade. Ser um crente fiel naquela cidade não era fácil. Logo, Deus concedeu muitos dons do Espírito Santo àqueles irmãos a fim de que tivessem condições de lutar contra a idolatria, a imoralidade e permanecessem em santidade até a Volta de Cristo. A Igreja de Corinto é agraciada com toda a diversidade de dons: “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo,” (I Coríntios 1:7).

“como desejais dons espirituais” O apóstolo afirma que eles desejavam isso e é justamente por isso que não lhes faltava dom algum. “A Bíblia nos orienta a buscar os dons espirituais ”Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.  “(I Coríntios 12:31) - “...procurai com zelo os dons espirituais (1 Coríntios 14:1) Nos dias atuais a corrente cessacionista prega e ensina a cessação dos dons espirituais, porém através deste versículo entendemos porque no meio deles não há dom algum “eles não desejam”. As Assembléias de Deus surgiram dentro de uma denominação cessacionista. Por influência dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, ambos batizados no Espírito Santo, um pequeno grupo desta denominação passou a crer na existência dos dons espirituais em especial no dom de línguas. E conforme creram foram todos sendo batizados com o Espírito Santo. Só deseja e recebe dons espirituais aquele que crê: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? ” (João 11:40) – “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. (João 4:10)

“procurai sobejar neles” sobejar significa exceder os limites, por mais que possuamos dons espirituais devemos sempre buscar mais afinal: “qualquer que pede recebe; e quem busca acha...” (Lucas 11:10). Paulo orienta os coríntios que possuem o dom de línguas a buscar o dom de interpretação “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.” (1 Coríntios 14:13)

“para a edificação da igreja”. Paulo no capítulo 14 de I Coríntios está enaltecendo a importância da profecia, pois ela edifica a toda a igreja: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. ” (1 Coríntios 14:3) E afirma que o que fala língua desconhecida fala mistérios e só Deus entende e que quem fala mistérios edifica a si mesmo, mas visando a edificação de toda a igreja ele orienta os crentes em coríntios a buscar o dom de Interpretação para que toda a igreja fosse edificada: “eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. ” (1 Coríntios 14:5). Afinal a edificação é o propósito do Dons concedidos pelo Espírito Santo: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” (Efésios 4:12)

Deivy Ferreira Paniago Junior
10/04/2021

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. 5.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.


sexta-feira, 2 de abril de 2021

Lição 1: E deu dons aos homens - 2 trimestre de 2021.


Texto Áureo: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Efésios 4.8).

No texto Paulo está falando a respeito do trajeto que o messias percorreu em sua ascensão aos céus, após ter voluntariamente se despido da sua glória descendo as partes mais baixas da terra. (Filipenses 2:6-9) “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; ” No contexto imediato está esclarecido isso (Efésios 4:10) “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. ”

"Pelo que diz" são palavras que identificam o cumprimento de uma profecia citada pelo apóstolo das gentes (SaImo 68.18,119; 2 Coríntios 6.16). O Salmo 68 fala do triunfo de Deus, representado pela volta da arca da aliança ao seu santuário original após a derrota dos inimigos de Israel. Do mesmo modo, Jesus triunfou na batalha contra o reino do mal e, em virtude dessa vitória, recebeu dons para dar aos seus aliados. Por isso, esse salmo se aplica à vitória de Cristo no Calvário. Cristo, conquistando o seu lugar no Céu, deu dons à Igreja.

"Subindo ao alto" fala de sua subida e volta ao seio do Pai. A palavra "alto" indica a sua morada original — o Céu.  (Salmos 24:7-10) “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)

"... levou cativo o cativeiro". ” Que cativeiro é esse, realmente? Esse cativeiro representa os poderes que estavam sob o domínio de Satanás: o pecado, a morte e o inferno. O pecado está sob o domínio de Cristo porque Ele o quitou, livrando o homem da condenação (Romanos 3.23; 6.23). Pela aceitação da obra da cruz, o pecado não tem mais domínio sobre o crente fiel (Romanos 6.14). Jesus se fez pecado por nós (Hebreus 9.15) e cravou o pecado na cruz. A morte perdeu o domínio da sepultura porque Cristo ressuscitou poderosamente dentre os mortos. A ação da morte no crente está contida: ela só pode alcançar seu corpo material, nunca sua alma e espírito. O inferno perdeu seu domínio sobre o crente. O inferno (Hades) é a habitação de espíritos e almas das pessoas que morrem. Antes da vitória no Calvário, o inferno recebia bons e maus, justos e injustos, mas separados por um abismo. Os justos ficavam no paraíso (descanso), e os ímpios, num lugar de tormento. Mas Jesus, pela sua vitória na cruz, trasladou o paraíso para o Alto (a presença de Deus), e hoje o inferno só recebe os ímpios, porque não há mais um paraíso "nas partes mais baixas da terra". A João, na ilha de Patmos, Jesus confirmou sua vitória, proclamando: "Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto; mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1.17,18).

“...e deu dons aos homens” A palavra "dom" significa dádiva, e quando se trata de "dons de Cristo" refere-se às dádivas concedidas à Igreja, as quais a enriquecem e fortalecem a sua unidade através dos crentes. Esse direito divino de conceder "dons" representa os lauréis da vitória de Cristo e o direito pleno de Ele conceder dons à sua Igreja. Os “dons de Cristo” dizem respeito aos dons ministeriais listados no versículo 11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,”  Os propósitos de o Senhor concedê-los à Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são, em primeiro lugar, capacitar o povo de Deus para o serviço cristão; em segundo, promover o crescimento da igreja local; terceiro, desenvolver a vida espiritual dos discípulos de Jesus (4.12-16). O Senhor deu à sua Igreja ministros para servi-la com zelo e amor (1Pedro 5.2,3).

Fontes:

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.