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domingo, 31 de março de 2024

Lição 01: O Início da Caminhada – 2 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (João 3.3)

 

“Jesus respondeu e disse-lhe:”

Nicodemos, um príncipe dos judeus, foi ter de noite com Jesus. Apesar de que no momento não queria ser visto por muitas pessoas falando com Jesus possivelmente por sua posição de Mestre. Ele reconheceu Jesus como um Mestre vindo de Deus. Sua convicção estava nos sinais que se faziam através de Jesus: “... ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2). Fala-se da covardia de Nicodemos cm vir à noite. Devemos, no entanto, dar valor ao fato dele ter procurado a Jesus, mesmo daquele modo. Mais tarde, foi ele quem tomou sobre si a defesa de Jesus perante o Sinédrio (João 7.50,51) e ajudou a enterrar o seu corpo (João 19.39).

A esse principal da sinagoga Jesus esclarece acerca das coisas que ele chamou de terrena: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? “ (João 3:12). Quando ele chama o novo nascimento de coisa terrena está implicitamente atestando que todo o homem está destituído da glória de Deus e precisam se religar em Deus. Sendo assim Cristo afirma:

 

“Na verdade, na verdade vos digo”

A expressão “na verdade” traduz o original “amem”, em hebraico ela transmite o sentido de verdade ou fidelidade. No Evangelho de João, essa expressão aparece composta com uma repetição a mais, isto é, “em verdade em verdade vos digo” ou “na verdade na verdade te digo". Essa repetição traduz um duplo amém. Na Bíblia Jesus usa essa expressão como introdução de uma declaração solene, como um alerta profundo. Indica que o que se segue após a expressão deve ser recebido, refletido, assimilado e obedecido.

 

“... que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

O Senhor Jesus afirmou a Nicodemos que ele precisava nascer de novo, um novo nascimento vindo diretamente do céu. Como homem, ele estava na condição caída de todos os seres humanos “porque todos pecaram” (Romanos 3.23). Nesse sentido, todo ser humano precisa passar pelo processo de regeneração, experimentar uma ação divina no interior, ou seja, nascer de novo (João 3.5; 20.22; 15.5; 2 Coríntios 5.17).

Jesus revela que todo homem precisa de uma mudança radical e completa da totalidade da natureza e do caráter. A natureza total do homem foi torcida pelo pecado, em decorrência da queda, e esta perversão se reflete na sua conduta individual e nos seus vários relacionamentos. Quando Jesus estava em Jerusalém por causa da páscoa fez muitos milagres e muitos creram nele. Todavia a bíblia informa: “... o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia;  E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (João 2:24,25).

Antes de poder viver uma vida que agrade a Deus, sua natureza precisa passar por uma mudança tão radical que é nada menos do que um segundo nascimento. O homem não pode efetuar semelhante mudança por si mesmo. A transformação deve vir de cima.

No verso 5 Jesus complementa a ideia: “aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água significa passar por uma profunda experiência da purificação (cf. Efésios 5.26). Nascer do Espírito significa passar por uma profunda experiência de receber a vida divina. A alma humana precisa ser lavada de toda impureza e vivificada pela vida celestial, antes de estar pronta para o Céu. Deus nos salvou: 1) pela “lavagem da regeneração e 2) da renovação do Espírito Santo” (Tito 3.5).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/03/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está Proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

PEARLMAN, Myer. João o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

sábado, 30 de março de 2024

1 Coríntios 15.57

1 Coríntios 15.57 “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.”


Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.”

Em louvor, Paulo exclama: “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória [sobre a morte] por nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 57). Por total iniciativa de Deus, o pecado, a morte e a lei podem agora ser vistos como jamais foram vistos antes da vinda do Senhor. Deus deu aos cristãos a vitória. É uma vitória que vem pela fé, por nosso Senhor Jesus Cristo: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1 João 5:4).

Deus “dá”, não “dará”, a vitória. Os crentes participam na vitória de Cristo mesmo durante sua existência terrena, já que a morte perdeu seu poder aterrorizador. A morte, embora continue sendo um inimigo está “incapacitada”, porque Cristo a venceu.

A vitória de Jesus sobre o Diabo libertou a “todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão ” (Hebreus 2 .1 4 ,1 5 ). Não precisamos mais ter medo da morte! Deus disse! "não te deixarei, nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem ” (Hebreus 13.5,6).

A morte perdeu [de fato ] o aguilhão ! O tempo presente de “dá a vitória” significa que Ele está dando a vitória agora e continuará dando à medida que continuarmos confiando nEle e lutando a batalha contra o pecado e o mal. Para o crente, “o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Filipenses 1.21).

A morte só pode significar um ganho em nossa relação com Cristo, o qual é propriamente mais dEle que nosso. A morte também trará um descanso dos trabalhos e sofrimentos terrenos quando entrarmos na glória (2 Coríntios 4.17; 2 Pedro 1.10,11; Apocalipse 14.13).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
02/04/2024

FONTES:

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201705_02.pdf

Efésios 1.3


Efésios 1.3 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;”
 

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo"

A palavra "bendito" tem um sentido exclusivo e singular, porque restringe-se a Deus. Só Ele é digno de ser bendito. A palavra em si significa “aquele do qual se fala bem”. Porém, os homens tornam-se benditos quando recebem as bênçãos da parte desse Deus bendito. O vocábulo indica que o crente pode usar palavras sobre Deus que evidenciem suas dádivas. O uso dessa expressão pelo apóstolo no início da carta surge como uma canção oferecida a Deus por suas grandes bênçãos. É uma forma de louvor. Paulo estava cheio da graça divina ao escrever essa carta, por isso brotavam de seus lábios muito louvor e adoração. Por três vezes, nos versos 6, 12 e 14 do mesmo capítulo, o apóstolo ensina que a finalidade de todas as coisas que Deus realiza é para louvor de sua glória.

Deus é chamado de “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, o que de certa forma é incomum. Jesus geralmente referiu-Se a Deus como “Meu Pai”, mas raramente falou dele como “Meu Deus” (Mateus 27:46; João 20:17). Paulo usou as duas designações aqui: “o Deus... de nosso Senhor Jesus Cristo” e “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Jesus nunca falou de “nosso Deus” ou “nosso Pai”, incluindo-Se a Si mesmo e a Seus discípulos, porque Sua relação com a Divindade é única. A oração modelo parece ser uma exceção, pois era uma oração que os discípulos deveriam fazer e não uma oração de Jesus (Mateus 6:9).


"... o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais”

A expressão "bênçãos espirituais" nos faz entender que todas as bênçãos, quer materiais ou espirituais, procedem da mesma fonte — Cristo. Ele abençoa todas as pessoas com bênçãos físicas ao dar “alimento a toda carne” (Salmos 136:25) e “[fazer] nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:45).

Todavia, as bênçãos espirituais são para os que estão “em Cristo”. Essas bênçãos espirituais são para as pessoas espirituais que vivem no reino espiritual; a adoção permite que os cristãos vivam “em Cristo”.


"... nos lugares celestiais em Cristo"

“Lugares celestiais” é uma expressão que denota a sublimidade da vida cristã, ou seja, o nível mais elevado no qual fomos colocados. Se somos espirituais, ainda que no corpo mortal, nossas vidas são espirituais. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (João 17.14,15). Paulo chama a atenção para o fato de que, assim como Cristo está assentado à destra do Pai nos lugares celestiais (v. 20), também nós, em Cristo, já estamos como que levantados deste mundo.

É uma posição "em Cristo" e é um estado "em Cristo". Portanto, nossa vida neste mundo é cristocêntrica. Alguns intérpretes preferem "bens celestiais" em vez de "lugares celestiais". Entretanto, a colocação da palavra "lugares" indica uma posição espiritual elevada em que o crente regenerado é posto: a partir do momento da regeneração, o crente se torna uma nova criatura (2 Coríntios 5.17), vivendo numa nova dimensão espiritual — "em Cristo Jesus".



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
2/4/2024

FONTES:

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico Efésios. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201304_04.pdf

sexta-feira, 29 de março de 2024

Atos 13:1

Atos 13:1 “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. “


“E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores,”

Lucas a partir desse capítulo passa o foco da História da Igreja para o ministério aos gentios e a subsequente disseminação da igreja pelo mundo. O Evangelho de Cristo havia chegado a Antioquia através de judeus chiprios e cirenenses que haviam sido dispersos de Jerusalém por causa do martírio do diácono Estevão: “E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus” (Atos 11:19,20).

A igreja em Antioquia da Síria tornou-se o centro de partida da missão de penetração no mundo (a última parte da comissão de Jesus em 1.8). Esse versículo certamente nos dá uma ideia da sua constituição verdadeiramente internacional e do amplo espectro de pessoas que estavam sendo atingidas pelo evangelho.

Deus colocou na nova igreja gentílica profetas e doutores (1 Coríntios 12.28; Efésios  4.11). Os profetas eram pessoas que exerciam o dom de transmitir a palavra vinda de Deus, sob inspiração do Espírito Santo. Os doutores não eram homens orgulhosos e cheios de sabedoria humana, mas, sim, mestres cheios do Espírito Santo que ensinavam a Palavra de Deus.

 

“... a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. “

A igreja Em Antioquia estava bem provida de ministros. Até esse ponto, parece que Barnabé e Saulo tinham sido os principais professores na igreja de Antioquia (Atos 11.26). Todavia essa lista mostra pelo menos outros três, considerados como profetas e doutores.

Barnabé aparece em primeiro lugar na lista por ser provavelmente naquele momento o líder do grupo. Pois ele havia sido enviado pela igreja de Jerusalém por ser ”um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé” (Atos 11:24).

Simeão, chamado Niger devido à sua pele negra, provocou algumas especulações de que era o mesmo Simão Cireneu que carregou a cruz de Cristo (Marcos 15.21), mas não se pode garantir essa informação.

O próximo nome da lista é um homem cireneu (de Cirene) chamado Lúcio. Cirene ficava no norte da África. Lúcio provavelmente era um dos homens de Chipre e Cirene que pregaram pela primeira vez o evangelho aos gentios de Antioquia (Atos 11.20,21).

O quarto era Manaém, irmão de criação ou de leite de Herodes, o Tetrarca (Herodes Antipas), que matou João Batista e Saulo — antes perseguidor da Igreja.

E finalmente Saulo, que era um rabino judeu altamente instruído e cidadão romano. Após sua célebre conversão no caminho de Damasco procurou conhecer os demais apóstolos em Jerusalém por intermédio de Barnabé, depois de algum tempo em Jerusalém foi enviado para sua terra natal, pois em Jerusalém procuravam matá-lo: “Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso” (Atos 9:30). Após algum tempo em Tarso, foi convidado por Barnabé para ajudá-lo na supervisão daquela da igreja de Antioquia: “E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia” (Atos 11:25). O seu nome conclui a lista desse grupo tão variado.

As diferenças sociais, geográficas e raciais desses indivíduos mostram que o Espírito de Deus trabalhara rapidamente e sobre uma ampla região geográfica. O evangelho não tinha apenas chegado a essas regiões, como também o Espírito de Deus usava a Antioquia cosmopolita para reunir uma equipe diversificada para a próxima “fase” da expansão do Reino.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
29/3/2024

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

Comentário do Novo Testamento: Aplicação Pessoal. Tradução: Degmar Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

domingo, 24 de março de 2024

Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8)

 

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós,” 

Apesar de Cristo já haver soprado sobre os discípulos o Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo” (João 20:22), Ele ainda não havia sido derramado.  João explica isso no seu evangelho:  “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (João 7:38,39). O próprio Cristo havia dito: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei” (João 16:7). 

O Espírito Santo desceria sobre eles com poder. Fato que se cumpriu em Atos 2.2-4: “E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:2-4). O poder do Espírito Santo capacitou os discípulos a falar novas línguas. Isso também é chamado por Lucas de revestimento de poder: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lucas 24:49). 

Os discípulos de Cristo, após receberem a promessa, saíram ousadamente a pregar a Palavra de Deus (Atos 4.13). Antes, eram tímidos e temerosos, porém, após o revestimento de poder, passaram a proclamar audaciosamente o Evangelho de Cristo e a realizar sinais, milagres e maravilhas (Atos 2.14-40; Atos 3.1-10). 

 

“... e ser-me-eis testemunhas,” 

O poder que recebemos do Espírito Santo tem como finalidade capacitar-nos para sermos testemunhas em todo o mundo.   

Quando Jesus disse aos seus discípulos que eles seriam suas ‘testemunhas’, o pensamento não é tanto que seriam seus representantes, embora isso seja verdade, mas sim que iriam atestar a sua ressurreição a fim de que pregassem o seu evangelho: ”Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,  E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém “ (Lucas 24:46,47). 

Pedro quando inclui Matias no apostolado em lugar de Judas Iscariotes disse: “É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição” (Atos 1:21,22). 

O fato de ser testemunha indica a veracidade dos fatos. Quando a mulher samaritana deu testemunho das palavras de Cristo, os homens daquela cidade o procuraram e creram “E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (João 4:42) 

 

  “... tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” 

Jerusalém era a cidade local daqueles que estavam ouvindo a Jesus. Judéia era a região maior em que eles estavam. Samaria era uma região vizinha. E os confins da terra representavam o mundo todo. Quanto Jesus fala que eles deviam ser testemunhas tanto em Jerusalém como em Judéia e Samaria, e até os confins da terra, Ele mostra que isto deve acontecer simultaneamente. Ou seja, devemos fazer missões em nossa cidade, em nosso estado, nos estados vizinhos (nosso país), mas também no mundo todo. 

Esta é a nossa missão. Sermos testemunhas de Jesus onde for possível. Que no o Espírito Santo possamos cumprir a nossa missão, testemunhando de Jesus em todos os lugares, seja indo e testemunhando pessoalmente, seja orando pelos missionários, seja contribuindo com aqueles que se dispõe a ir. 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 
23/10/2023 

FONTES: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023. 

PALMA, A. D. O Batismo no Espírito Santo e Com Fogo:Os Fundamentos e a Atualidade da Doutrina Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2002. 

MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas:Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005. 

https://www.batistapioneira.edu.br/e-sereis-minhas-testemunhas/ 

sábado, 23 de março de 2024

Mateus 5:8

Mateus 5:8 "Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; "


"Bem-aventurados "

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)


"... os limpos de coração, "

Esta bem aventurança fala da pureza interior dos seguidores de Cristo, em contraste com a purificação cerimonial exterior praticada pelos escribas e fariseus (veja 15:1–11; 23:25–28). Um coração puro é a fonte e a base de um viver correto. Sem ele, as ações corretas não passam de rituais sem significado (12:34; 15:19). 

Os rabinos estavam desenvolvendo um sistema complexo de leis para manter a purificação cerimonial, sistema esse que mais tarde incluiu o Tohoroth (“Purificação”), uma da das divisões do Mishná. Entretanto, todas essas leis poderiam ignorar a pureza mais importante, a do coração. 

Um coração puro ou limpo produz pureza exterior, e não vice-versa. Um coração puro descreve uma pessoa cuja lealdade sincera a Deus já afetou todas as áreas da vida. 

Essa bem-aventurança de Jesus ecoa o caminho para a adoração descrito em Salmos: "Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente "(Salmos 24:3, 4). O salmista também orou dizendo: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito" (Salmos 51:10, 11).


"... porque eles verão a Deus; "

Neste contexto, o verbo “ver” vai além de vermos com os olhos. Significa experimentar, desfrutar e conhecer a Deus. É verdade que ninguém jamais viu a Deus (Êxodo 33:20; João 1:18; 1 Timóteo 6:16). Num sentido, porém, os cristãos experimentam Deus no presente com os olhos da fé, mesmo sem vê-lo fisicamente (2 Coríntios 5:7; Hebreus 11:27). 

Um dia, no entanto, a fé se transformará em realidade visível e os cristãos verão a Deus face a face. Paulo aos coríntios revelou: "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (1 Coríntios 13:12). E João sobre isso escreveu  "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos" (1 João 3:2).

Na cidade celestial, Deus habitará entre o Seu povo (Apocalipse 21:3) e contemplaremos a sua face: "e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome" (Apocalipse 22:3,4)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
23/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:7

Mateus 5:7 "Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; "


 "Bem-aventurados "

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)


"... os misericordiosos, "

O que é misericórdia? Misericórdia vem de uma palavra grega que também pode ser traduzida por compaixão. É uma disposição da alma, de ser semelhante a Cristo ao encarar amigos, inimigos, repudiados e pecadores. 

O misericordioso usa de bondade ao julgar os outros; procura o melhor, não o pior; é lento para condenar, rápido para recomendar. Como o bom samaritano, é prestativo (Lucas 10.30-37). Os líderes religiosos judeus da época de Jesus eram na maioria desprovidos de misericórdia. Eram presunçosos, arrogantes, orgulhosos e precipitados no julgamento. Pensavam que tinham resposta para todas as questões teológicas, mas não tinham misericórdia dos que sofriam. Viam o sofrimento como um castigo de Deus pelo pecado (Lucas 13:1–5; João 9:1, 13, 34).

O misericordioso repudia o ódio e os ressentimentos, e perdoa aos que o ofendem. Como tornar-nos misericordiosos? Lembrando nossas próprias falhas e de como dependemos da misericórdia de Deus, a ninguém trataremos duramente (Mateus 7.1-5; Gálatas 6.1-3).

O ensino de Jesus sobre misericórdia era contra a natureza do estilo de vida típico do mundo daquela época. Os romanos menosprezavam o sentimento e tinham a reputação de considerá-lo uma doença da alma. A misericórdia para eles era sinal de fraqueza, e a desprezavam como se fosse a maior de todas as debilidades humanas. Glorificavam a virilidade, acreditando que gestos de misericórdia demonstravam falta dela. 

A misericórdia também é um dos atributos de Deus (Êxodo 34:6; Lucas 6:36) e de Cristo (Hebreus 2:17). Jesus identificou a misericórdia como um dos “preceitos mais importantes da Lei” (23:23; veja 9:13; 12:7). Esta bem-aventurança reflete o que está escrito em Provérbios 14:21: “O que se compadece dos pobres é feliz” (LXX). 


"... porque eles alcançarão misericórdia; "

Diferentemente de muitos de seus contemporâneos, Gamaliel, professor de Paulo tinha uma visão correta da misericórdia, e é citado no Talmude como tendo dito: “Quem é misericordioso com os outros, misericórdia obterá no Céu, ao passo que quem não é misericordioso com o próximo, não obterá nenhuma misericórdia no Céu”.

Ensina-nos a experiência que a atitude dos outros para conosco é reflexo do tratamento que a eles dispensamos. Se ninguém nos trata com amizade, é certo que tem sido este o nosso comportamento com relação aos outros; se as pessoas não nos sorriem, indica-nos isto estarmos também negando-lhes o sorriso: "porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo"(Lucas 6:38).

Jesus disse que quem é misericordioso alcançará misericórdia. Mais tarde, Ele ensinou: “Se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (6:15). 

Se não mostramos misericórdia aos outros, bloqueamos a porta para o nosso próprio perdão. Tiago escreveu: “Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tiago 2:13). 


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
23/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Atos 8:35

Atos 8:35 “Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

 

“Então Filipe, abrindo a sua boca, “

Filipe, era um dos comissionados na igreja de Jerusalém para servir como diácono: “e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (Atos 6:5,6).

Como todos que são guiados pelo Espírito são como o vento: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Não havia planejado Filipe uma excursão no deserto. Mas o Senhor o enviou ali para que abrisse a sua boa e pregasse a uma pessoa. Filipe não sabia para quem pregaria, se seria alguém instruído ou não, mas deveria esperar no Espírito Santo: “Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar” (Êxodo 4:12)

Após iniciar uma missão muito próspera na cidade de Samaria: “E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia“ (Atos 8:6). As notícias dos feitos de Filipe chegaram até Jerusalém, e a igreja de Jerusalém enviou ali os apóstolos Pedro e João: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João” (Atos 8:14). Para que pela imposição de mãos dos apóstolos os que creram em Jesus recebessem o Espírito Santo.

E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta” (Atos 8:26). Filipe recebeu um chamado para o caminho de Gaza, uma região deserta. Porém alguém escolhido passaria por aquele deserto: “um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros” (Atos 8:27) que “assentado no seu carro, lia o profeta Isaías” (Atos 8:28)

 

“... e começando nesta Escritura, ”

Se aproximando desse Eunuco disse Filipe:  Entendes o que lê? “E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca. Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; E quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra (Atos 8:30-33).

Isaías 53 foi apenas o ponto de partida para Felipe. Assim como outros palestrantes inspirados, o evangelista deve ter feito uma revisão dos fatos concernentes ao nascimento, à vida e aos milagres de Jesus: “Andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (10:38)

 

“... lhe anunciou a Jesus. ”

A primeira tarefa do evangelista foi mostrar que esses versículos referiam-se ao Messias, e que (ao contrário da crença popular) Isaías predisse que o Messias deveria sofrer . A seguir, Filipe deve ter enfatizado que Jesus, e somente Jesus, cumpria cada detalhe da profecia: “Como ovelha ao matadouro”, Jesus foi conduzido do jardim para o Sinédrio, e depois para as autoridades romanas. “Como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador”, Jesus não Se defendeu, durante todo o julgamento. Ele sofreu “em sua humilhação”, sendo zombado, e disputado e açoitado no rosto. “Negaram-lhe justiça” , quando teve que suportar um procedimento ilegal após outro. O fato de ter passado por uma morte violenta e rápida sendo jovem está implícito nas palavras: “Quem lhe poderá descrever a geração ? Porque da terra a sua vida é tirada”.

Sem dúvida, Filipe também citou outras profecias de Isaías 53, cumpridas na vida de Jesus: Ele foi rejeitado pelo Seu povo (Isaías 53:1–3). Ele foi traspassado por uma espada (v. 5). Ficou pendurado entre dois ladrões (vv. 9, 12). Foi sepultado no túmulo de um rico (v. 9). Acima de tudo, porém, Filipe deve ter citado por que o Messias teve de morrer — para nos salvar dos nossos pecados!

O tesoureiro sabia que o que Filipe dizia sobre Jesus era verdade. Quando Filipe relacionou esses fatos com a profecia de Isaías, a mente do eunuco chegou ao esclarecimento — e a fé invadiu seu coração. E ele pediu para ser batizado por Filipe.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
23/3/2024

FONTES:

Pearlman. Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_08.pdf

quinta-feira, 21 de março de 2024

Atos 8:5

Atos 8:5 ”E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo.”

 

“E, descendo Filipe”

Como todos que são guiados pelo Espírito são como o vento: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Não havia planejado Filipe uma excursão em Samaria. Mas o Senhor o enviou ali para cumprir suas próprias palavras.

Filipe desceu a cidade de Samaria. Se ele desceu ele se esvaziou. Outrora ele estava em Jerusalém: “Onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, até ao testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor” (Salmos 122:4).

Em Jerusalém ele havia sido ordenado diácono junto com seis dos seus companheiros, incluindo Estevão: “e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (Atos 6:5,6).

Poderia ter pensado Filipe que ali servia ao Senhor. Todavia o martírio de Estevão, seu companheiro provocou contra a igreja primitiva grande perseguição: “E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos” (Atos 8:1). Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra (Atos 8:4). Filipe foi um deles.

 

 “... à cidade de Samaria “

O Senhor havia dito a seus seguidores: “que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai” (Atos 1:4), sobre essa promessa ele acrescentou: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8).

A promessa do pai havia descido em Jerusalém na festa de Pentecoste: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:4). E iniciou de forma veloz a evangelização de Jerusalém. Já no primeiro sermão pentecostal  agregaram-se quase três mil almas“ (Atos 2:41).

A evangelização chegou a Samaria através do Diácono Filipe que havia sido disperso de Jerusalém por conta do martírio do outro diácono chamado Estevão.

 

“... lhes pregava a Cristo.”

Quando Filipe “anunciou a Cristo” aos samaritanos, sem dúvida, ele pregou as grandes verdades a respeito de Cristo que outros pregadores inspirados pregaram: o fato de Jesus ter cumprido as profecias (2:16; 8:35), os detalhes de Sua vida e de Seus milagres (2:22; 10:38), Sua morte na cruz por todos (2:23; 8:32; 10:39), Sua ressurreição dos mortos (2:32; 10:40), Sua ascensão à direita de Deus e Seu reinado nos céus (2:30–36) e Sua volta prometida (10:42). Essas verdades foram o alicerce e o cerne da pregação de Filipe.

Pregar Cristo envolve não somente pregar as grandes verdades relativas à Sua pessoa, mas também pregar sobre o reino/a igreja, pregar sobre Seu nome e pregar o batismo. Outros tópicos poderiam ser mencionados, mas estes são suficientes para observarmos como o tema “pregar Cristo” é tão magnífico e compreensivo.

A maneira como se “anuncia a Cristo” pode ser comparada com certa igreja. Essa igreja pregou uma enorme placa do lado de fora de seu prédio que dizia: “Nós Pregamos Cristo Crucificado”. Com o passar do tempo, alguns membros da igreja ficaram confusos com a ideia de um sacrifício de sangue, de modo que a palavra “crucificado” foi apagada da placa, restando: “Nós Pregamos Cristo”. Logo, um pregador novo chegou e, estando mais preocupado com os acontecimentos da época do que com a história de Jesus, apagou o nome “Cristo”. A placa, então dizia apenas: “Pregamos”. Finalmente, a igreja decidiu que pregar não era mais a maneira de atingir as pessoas, e apagaram a palavra “pregamos”, passando a fazer apresentações teatrais e musicais. E a placa dizia apenas: “Nós”.

Que Deus nos ajude a nunca abandonar nenhuma parte da plena “pregação de Cristo e Cristo crucificado”. “Mas nós pregamos a Cristo crucificado“ (1 Coríntios 1:23)

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/03/2024

FONTES:

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_06.pdf

Mateus 5:6

Mateus 5:6 “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; “

 

 “Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os que têm fome e sede de justiça, ”

Fome e sede talvez sejam os desejos físicos mais fortes e frequentes que os seres humanos têm. Todavia, fome e sede intensas são sensações desconhecidas para as pessoas que vivem no mundo moderno e que têm acesso instantâneo a comida e bebida. Jesus sabia o que era ter fome, pois Ele jejuou quarenta dias e quarenta noites no deserto.

É interessante que o sermão em Lucas simplesmente diga: “Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos” (Lucas 6:21). Certamente existiram aqueles que, por causa de seu comprometimento com Deus, passaram por privações de necessidades básicas da vida (2 Coríntios 6:5; 11:27; Apocalipse 7:16).

Em Mateus, Jesus aplicou a ideia de estar faminto e sedento ao desejo espiritual usando a expressão qualificativa de justiça. Essa imagem tem seu pano de fundo nos Salmos: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? ” (Salmos 42:1, 2). “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmos 63:1).

Jesus demonstrou essa fome espiritual em Sua própria vida terrena. Quando Satanás O tentou a transformar pedras em pão, Ele respondeu dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4). No Poço de Jacó, quando os discípulos de Jesus voltavam da cidade de Sicar trazendo comida, ficaram surpresos porque Jesus recusou-Se a comer. Ele disse: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis”; e: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (João 4:32, 34).

 

“... porque eles serão fartos; “

A promessa aos que buscam ardentemente a Deus é que eles serão fartos. Deus prometeu saciar os desejos de seus corações. A linguagem aqui remete a Salmos 107:9: “Pois dessedentou a alma sequiosa e fartou de bens a alma faminta” (veja Jeremias 31:25; Lucas 1:53). Deus tem poder para satisfazer as aspirações mais profundas do Seu povo, tanto as físicas quanto as espirituais.

Evidentemente, essa satisfação espiritual pode ocorrer na era presente. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (João 6:35). E esse preenchimento espiritual também ocorrerá na era por vir, sendo retratado como um grandioso banquete ou festa de casamento (8:11, 12; 22:1–10; 25:10; Apocalipse 19:9). Na cidade celestial, a sede será saciada pela água da vida, que é dada de graça (Apocalipse 21:6; 22:17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:5

Mateus 5:5 “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; “

 

 “Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os mansos, ”

A palavra para manso significa basicamente “brando” ou “meigo”. A mansidão é a virtude que oferece paciente gentileza em retribuição ao ódio, ofensa ou hostilidade. É o oposto de orgulho, ira, autoafirmação e vingança. O coração verdadeiramente manso não reage à provocação; paga o mal com o bem; e, dos outros, nada exige e pouco espera. Em relação a Deus, a mansidão é a concordância com todos os seus tratos, sem murmuração, rebeldia ou resistência.

O mundo considera o manso como covarde e vacilante; alma tímida, moralmente débil ante as batalhas da vida. Mansidão, porém, não é fraqueza; é força tornada gentil. Moisés eia manso (Números 12.3), mas havia aço na sua estrutura moral, e raios e trovões no seu zelo (Êxodo 32.19). O Senhor Jesus era manso (Mateus 11.29), mas basta-nos ver como expulsou os cambistas do templo e denunciou a hipocrisia dos fariseus (Mateus 23)!

 

“... porque eles herdarão a terra; “

A mansidão é a força. Alguém pode argumentar: “São os fortes que tomam posse da terra, enquanto os mansos são pisoteados”. Jesus não prometeu aos mansos que “conquistariam ” a terra. Disse que a herdariam. Há uma diferença. Os fortes possuem a terra porque a tomam pela torça; os mansos herdam-na porque a recebem de Deus: “Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz. “ (Salmos 37:10,11)

Haverá o dia em que militares e gananciosos exploradores deixarão de mandar na terra. O comando passará àqueles que dedicam suas vidas a Deus e ao serviço do próximo. O presente é dominado por ferozes guerreiros, mas o futuro pertence aos mansos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:4

Mateus 5:4 “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; “

 

“Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os que choram, ”

A palavra grega usada para o verbo chorar é a mais forte indicando tristeza e sofrimento. É geralmente usada para descrever a tristeza experimentada por uma pessoa que perdeu um ser amado (Gênesis 23:2; 37:34, 35; 50:3 [LXX]; Marcos 16:10). Trata-se do tipo de tristeza que aflige uma pessoa e não a deixa em paz. É uma tristeza muitas vezes demonstrada por lamento e pranto.

O chorar por si mesmo não traz bênção, porque muitos há que choram sem consolação. Não há bênção reservada aos que lastimam perdas egoístas ou ambições frustradas, nem ao pessimista deliberado. O choro nascido do remorso também não pode canalizar benefícios: o inferno encher-se-á dele.

Porém existe aqueles que têm por certa a consolação e a bênção: os que choram a ausência da comunhão com Cristo (João 20.11-16); os que choram seu pecado, não meramente por causa da punição devida (Isaías 6.5,6; Romanos 7.24,25) - contrastar Saul e Davi, Judas e Pedro; e os que choram pelos pecados dos outros (Romanos 9.1-3). Para tais pessoas, virá o tempo da consolação de Deus. Em sua saudação a igreja de Corinto Paulo exalta o Deus d misericórdias: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;  Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (2 Coríntios 1:3,4).

 

“... porque eles serão consolados; ”

A verdade é esta: aqueles que choram por seus próprios pecados e pelos pecados dos outros serão consolados. Pranteadores justos encontram o consolo de Deus durante esta vida sabendo que seus pecados pessoais são perdoados e que Jesus Cristo está com eles (11:28–30; 28:18–20; Atos 2:38; 1 João 1:7, 9). O consolo final será experimentado na vida por vir (Lucas 16:25), quando o “Deus de toda consolação” (2 Coríntios 1:3) “lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Apocalipse 7:17; 21:4).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:3

Mateus 5:3 “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; ”

 

“Bem-aventurados “

Citando Robert Stein sobre as bem-aventuranças: Devem as bem-aventuranças ser interpretadas como “condições de entrada” no reino de Deus? Ou, em vez disso, como “anúncio de bênçãos” sobre aqueles que já se tornaram cidadãos do reino? Em outras palavras: Devem elas ser entendidas como exigências para a salvação ou como atribuições meritórias para aqueles que já salvos?

Fica evidente, por várias razões, que as bem-aventuranças, em vez de serem exigências de entrada, constituem-se em bênçãos para os que já estão no reino.

Primeiro, porque o auditório para quem elas foram dirigidas eram os discípulos (Mateus 5-1,2; Lucas 6.20) já comissionados por Cristo. Eles já estavam no reino.

Segundo, porque a analogia mais próxima das bem-aventuranças são as palavras de conforto encontradas em Isaías 29-19; 49-13 e especialmente 61.1,2.

Terceiro, porque a forma gramatical das bem-aventuranças, em sua natureza, não é condicional. A redação não é como se segue: “Se você ficar pobre de espírito, herdará o reino dos céus”, mas em forma de pronunciamento.

Finalmente, porque o fato de Mateus 5-3,10 registrar “porque deles é o Reino dos céus” indica que o evangelista entendeu toda a passagem de 3 a 12 como tratando do mesmo assunto. Assim, as bem-aventuranças devem ser interpretadas como bênçãos pronunciadas sobre as pessoas fiéis a Deus, que estão sujeitas a sofrer perseguições por causa da justiça (Mateus 5-10) e da sua fé.

As Beatitudes estão na forma de paralelismo sintético, um tipo de poesia hebraica na qual a segunda linha completa o significado da primeira. Desse modo, aqui a segunda linha define mais especificamente a conotação de “bem-aventurado”.

 

“... os pobres de espírito, ”

Os pobres ou humildes de espírito não são aqueles que se auto depreciam, como os essênios na época de Cristo, como os ascéticos na época de Paulo ou como os monges na época de Bento de Núrsia, porque aprendemos de Cristo o valor da personalidade: “Amados, agora somos filhos de Deus” (1 João 3.2).

Paulo chegou a elogiar a vida dos retirantes e reconheceu virtude, porém mesma nela percebeu motivo para orgulho: “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23).

Pela frequência com que as riquezas levam as pessoas a tornarem-se autossuficientes, a palavra “rico” é usada figurativamente na Bíblia para indicar o orgulhoso, e “pobre” ou “humilde” para exemplificar o tipo de pessoa que depende dos outros: “Ainda que o Senhor é excelso, atenta, todavia, para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe” (Salmos 138:6)

Ser pobre ou humilde de espírito é ter modesta estimativa de si mesmo - seu caráter e realizações - com base nó reconhecimento dos próprios pecados, necessidades e fraquezas.

 

“... porque deles é o reino dos céus; ”

O reino dos céus a estes pertence, pois deste reino os orgulhosos por sua autossuficiência são inevitavelmente excluídos. Aqueles que vão até Deus com corações espiritualmente quebrantados serão restabelecidos. O Senhor falou o seguinte por meio do profeta Isaías: “Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15). Deus exalta aqueles que entregam o controle de suas vidas a Ele. Tiago escreveu: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10; veja Provérbios 29:23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

terça-feira, 19 de março de 2024

Mateus 5:2

Mateus 5:2 “E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: ”

 

“E, abrindo a sua boca,”

As palavras “abrindo a boca” são um a perífrase em hebraico, como Jó 3.1: “Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia”. Mas alguns como William Barclay e Thomaz Coke pensam que estas palavras sugerem a solenidade deste sermão; uma vez que a congregação era grande, Ele ergueu a sua voz e falou mais alto do que normalmente.

Ele tinha falado muitas vezes por meio dos seus servos, os profetas, e abriu as suas bocas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1:1), mas agora Ele abria a sua própria boca, e falava com liberdade, como alguém que tinha autoridade.

Um dos antigos observa o seguinte: “Cristo ensinava mesmo sem abrir a sua boca, isto é, por meio da sua vida santa e exemplar”. De fato, Ele os ensinou quando, sendo levado como um cordeiro à morte, não abriu a sua boca. Mas agora Ele a abriu, e ensinou que as Escrituras deveriam se cumprir: “A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento” (Salmos 49:3)

 

 “... os ensinava, dizendo:”

Nós podemos, por fim, observar, como nosso Senhor ensina aqui. E, certamente, como em todo o tempo, e, particularmente neste, Ele fala¸”como nenhum homem falou antes” (João 7.46). Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, “como que movidos, pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é como seu Senhor. Ele fala, como um Criador, afinal! Um Deus; um Deus visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o Deus que está sobre todos, abençoado para sempre!

Jesus ensinava sempre que surgia a oportunidade. Ensinava a pequenos (João 3.3-21) e a grandes grupos como nesta ocasião (Marcos 6.34); ensinava no Templo (Marcos 12.35), nas casas (Marcos 2.1,2). O Mestre empregou vários métodos e recursos para ensinar. Muitos dos seus métodos são utilizados até os dias atuais por seus discípulos, todavia nenhum como Ele.

O povo ficava admirado da doutrina de Jesus, ou melhor, do seu ensino. Ele ensinava com autoridade “Não como os escribas” (Mateus 7.29). O povo percebia a autoridade divina no ensino de Jesus e a reverenciava.

O Sermão do Monte é o melhor exemplo dessa autoridade. Diferentemente dos profetas do Antigo Testamento que declaravam “assim diz o SENHOR”, Jesus atestava: “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22,28,32,34,39,44). O Mestre falou com autoridade divina porque Ele era plenamente Deus.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/03/2024

FONTES:

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & Marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004.

Sermão Do Monte John Wesley, de JOHN WESLEY. Editora Ed. Vida, edição 2012

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:1

Mateus 5:1 “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;”

 

“E Jesus, vendo a multidão,”

Nosso Senhor tinha “percorrido toda a Galiléia”, (Mateus 4:23), começando no tempo “em que João havia sido lançado na prisão” (Mateus 4:12), não apenas “ensinando em suas sinagogas, e pregando o Evangelho do reino”, mas igualmente, “curando toda forma de enfermidade, e todas os tipos de doenças entre o povo”. Foi como conseqüência natural disto, que “o seguiu uma grande multidão: da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e da região além do Jordão” (Mateus 4:25). 

 

“... subiu a um monte,”

Após perceber que nenhuma sinagoga poderia conter aquela multidão, mesmo que houvesse alguma à mão, Ele “subiu a um monte,” onde havia um lugar para todos que vieram até ele, de todos os cantos. O propósito dessa locomoção era que toda a multidão pudesse vê-lo e ouvi-lo, ao mesmo tempo em que não o apertassem: “E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava “ (Marcos 5:24). Outros acontecimentos importantes em Mateus estão associados a lugares elevados, incluindo a terceira tentação (4:8), a transfiguração (17:1) e a Grande Comissão (28:16).

O fato de ele subir ao monte para expor sua justiça pode fazer um paralelo entre Moisés, que recebeu a Lei no monte Sinai para estabelecer a velha aliança (Êxodo 19—24), e Jesus, que revelou uma nova lei no monte em preparação para a nova aliança. Embora essa idéia não esteja explícita, ela corresponde ao fato de que Jesus é o “Profeta” anunciado por Moisés e a palavra proferida sob Sua autoridade deve ser obedecida: “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18:15).

 

“... e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; “

Ele sentou-se no lado do monte. Esse era o modo tradicional de os rabinos judeus ensinarem (13:2; 23:2; 24:3; 26:55) em vez de ficar de pé. Aos seus acusadores ele disse: “Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes” (Mateus 26:55).

A seguir, aproximaram-se os seus discípulos. Os doze apóstolos ouviram seu sermão em lugar especial, próximos a Ele. Afinal, segundo Paulo estamos edificados no fundamento dos Apóstolos e Profetas (Efésios 3.20). Observem o versículo a seguir: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hebreus 2:3,4). Os apóstolos do Senhor foram escolhidos para difundir seus ensinamentos e se encontram na segunda geração de anunciantes da Salvação, pois ela começou sendo anunciada pelo próprio Senhor. O Senhor por sua vez atestou com sinal e milagres a palavra confirmada pelos que o ouviram (Os Apóstolos). E nós hoje devemos perseverar na Doutrina dos Apóstolos (Atos2.42). Pois eles a ouviram diretamente do Senhor e nos deixaram por testemunho, juntamente com os profetas o Novo Testamento.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/03/2024

FONTES:

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

WESLEY, John. Sermão do Monte. Editora Vida, 2012.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

domingo, 17 de março de 2024

João 3.3

João 3.3 “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” 

 

“Jesus respondeu e disse-lhe:”

Nicodemos, um príncipe dos judeus, foi ter de noite com Jesus. Apesar de que no momento não queria ser visto por muitas pessoas falando com Jesus possivelmente por sua posição de Mestre. Ele reconheceu Jesus como um Mestre vindo de Deus. Sua convicção estava nos sinais que se faziam através de Jesus: “... ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2). Fala-se da covardia de Nicodemos cm vir à noite. Devemos, no entanto, dar valor ao fato dele ter procurado a Jesus, mesmo daquele modo. Mais tarde, foi ele quem tomou sobre si a defesa de Jesus perante o Sinédrio (João 7.50,51) e ajudou a enterrar o seu corpo (João 19.39).

A esse principal da sinagoga Jesus esclarece acerca das coisas que ele chamou de terrena: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? “ (João 3:12). Quando ele chama o novo nascimento de coisa terrena está implicitamente atestando que todo o homem está destituído da glória de Deus e precisam se religar em Deus. Sendo assim Cristo afirma:

 

“Na verdade, na verdade vos digo”

A expressão “na verdade” traduz o original “amem”, em hebraico ela transmite o sentido de verdade ou fidelidade. No Evangelho de João, essa expressão aparece composta com uma repetição a mais, isto é, “em verdade em verdade vos digo” ou “na verdade na verdade te digo". Essa repetição traduz um duplo amém. Na Bíblia Jesus usa essa expressão como introdução de uma declaração solene, como um alerta profundo. Indica que o que se segue após a expressão deve ser recebido, refletido, assimilado e obedecido.

 

“... que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

O Senhor Jesus afirmou a Nicodemos que ele precisava nascer de novo, um novo nascimento vindo diretamente do céu. Como homem, ele estava na condição caída de todos os seres humanos “porque todos pecaram” (Romanos 3.23). Nesse sentido, todo ser humano precisa passar pelo processo de regeneração, experimentar uma ação divina no interior, ou seja, nascer de novo (João 3.5; 20.22; 15.5; 2 Coríntios 5.17).

Jesus revela que todo homem precisa de uma mudança radical e completa da totalidade da natureza e do caráter. A natureza total do homem foi torcida pelo pecado, em decorrência da queda, e esta perversão se reflete na sua conduta individual e nos seus vários relacionamentos. Quando Jesus estava em Jerusalém por causa da páscoa fez muitos milagres e muitos creram nele. Todavia a bíblia informa: “... o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia;  E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (João 2:24,25).

Antes de poder viver uma vida que agrade a Deus, sua natureza precisa passar por uma mudança tão radical que é nada menos do que um segundo nascimento. O homem não pode efetuar semelhante mudança por si mesmo. A transformação deve vir de cima.

No verso 5 Jesus complementa a ideia: “aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água significa passar por uma profunda experiência da purificação (cf. Efésios 5.26). Nascer do Espírito significa passar por uma profunda experiência de receber a vida divina. A alma humana precisa ser lavada de toda impureza e vivificada pela vida celestial, antes de estar pronta para o Céu. Deus nos salvou: 1) pela “lavagem da regeneração e 2) da renovação do Espírito Santo” (Tito 3.5).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/03/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está Proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

PEARLMAN, Myer. João o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

Jó 1:1

Jó 1:1 "Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. "


"Havia um homem na terra de Uz, "

O autor sagrado faz questão de ressaltar que o protagonista deste drama era, apesar de toda a áurea que hoje o cerca, era um homem comum. Por isto usa também um substantivo bastante comum para denotar quão humano era Jó: "ysh" Esta palavra hebraica não significa apenas varão; pode ser usada ainda com estes sentidos: vencedor, grande homem, marido, ou, simplesmente, pessoa.

Nesse único substantivo, é-nos possível fazer um admirável sumário da biografia de Jó. Em virtude de sua fé em Deus, foi-se destacando como um vencedor até ser reconhecido como o maior dos varões de sua geração. Isto significa que todo aquele que se entrega a Deus torna-se um herói por mais insignificante que seja aos olhos do mundo.

Uz está localizada a oeste do deserto da Arábia, ocupava uma área de grande importância estratégia. No auge do poder, seus domínios estenderam-se até chegar às fronteiras de Babilônia. Séculos mais tarde, a terra de Uz seria ocupada pelos filhos de Esaú. Também conhecidos como edomitas. 

O profeta Jeremias  corrobora com essa localização: "Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz" (Lamentações 4:21). Segundo Flávio Josefo, os uzitas teriam se dirigido para as bandas da Síria, onde fundaram a cidade de Damasco. 


"...cujo nome era Jó;"

O nome Jó significa ´que se volta para Deus”. Ele não era judeu, mas um gentio, provavelmente um sírio ou um árabe. E o significado de seu nome está ligado a seu caráter e à sua carreira. Jó é descrito em seu livro como um homem muito rico, o maior do oriente. Era casado e desse casamento teve inicialmente dez filhos. Sete homens e três mulheres v.2


"...e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. "

O caráter define o que uma pessoa é de verdade. Ela é vista a partir dos valores que governam a sua vida interior. O “mau-caráter” define uma pessoa que não merece confiança, que é desonesta e que, portanto, não possui valores nobres. Jó não era um homem sem pecado, mas tinha um caráter irretocável. O primeiro versículo do livro de Jó nos lista três adjetivos referentes ao caráter de Jó:

Um Homem Íntegro. A palavra “íntegro”, que traduz o hebraico tām, possui o sentido de inocente, sem culpa. O vocábulo é encontrado apenas treze vezes no Antigo Testamento. Jacó também é assim descrito (Genesis 25.27). No grego, segundo a Septuaginta, a palavra "alethinós" remete ao que é verdadeiro. Assim, podemos afirmar que Jó era sincero nas intenções, afeições e diligente nos esforços para cumprir seus deveres para com Deus e os homens.

Um Homem Reto. A palavra "reto", que traduz o hebraico yāšār, tem um sentido de alguém justo, direito. Na Septuaginta, de acordo com o grego amemptos, possui o sentido de irrepreensível. Retidão na conduta é não se desviar nem para a direita e nem para a esquerda, apesar das consequências. Ainda que sofra danos, mantém-se reto: "...aquele que jura com dano seu, e contudo não muda" (Salmos 15:4).

Temente a Deus. A expressão hebraica que descreve o homem temente a Deus: yará, evoca um medo santo e respeitoso pelo Todo-Poderoso. M edo esse, aliás, que não tem a natureza do terror. Através de seu temor a Deus, o patriarca Jó introduzira se em todos os princípios da sabedoria (Provérbios 1.7). Daí a razão de ser ele contato entre os homens mais sábios e piedosos de todos os tempos. M ui acertadamente escreveu o teólogo americano A. W. Tozer: “Ninguém pode conhecer a verdadeira graça de Deus, se antes não conhecer o temor de Deus”. Alguns homens da Bíblia são também destacados por seu temor a Deus. Haja vista Hananias, ajudante de Neemias na reconstrução dos muros de Jerusalém (Neemias 7.2). O idoso Simeão, que tomou o menino Jesus nos braços, também é realçado como temente ao Todo-Poderoso (Lucas 2.25). Entre outros.

Desviava-se do mal. O vocábulo hebreu utilizado para descrever o ato de se desviar do mal é "sar" retirar-se, afastar-se de tudo quanto nos possa induzir à iniquidade, cuja força gravitacional é a tentação. Se fugirmos desta, não cairemos naquela. O processo que leva à queda é assim descrito por Tiago: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tiago 1.14 ). Por conseguinte, é imprescindível que nos apartemos de tudo quanto é concupiscente. Esquivemo-nos, pois, do mal tão logo este se apresente. Em Gênesis, o pecado é apresentado como aquela serpente que se põe a espreitar os incautos: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Genesis 4.7).

Crisóstomo, o grande orador da igreja, é mui categórico e enérgico: “Prego e penso que é mais amargo pecar contra Cristo do que sofrer os tormentos do inferno”. Portanto, se não nos apartarmos do pecado, seremos destruídos. Diante do pecado não há segurança: “O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo encoleriza-se e dá-se por seguro” (Proverbios 14.16).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/03/2024

FONTES:

ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.