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quinta-feira, 21 de março de 2024

Mateus 5:3

Mateus 5:3 “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; ”

 

“Bem-aventurados “

Citando Robert Stein sobre as bem-aventuranças: Devem as bem-aventuranças ser interpretadas como “condições de entrada” no reino de Deus? Ou, em vez disso, como “anúncio de bênçãos” sobre aqueles que já se tornaram cidadãos do reino? Em outras palavras: Devem elas ser entendidas como exigências para a salvação ou como atribuições meritórias para aqueles que já salvos?

Fica evidente, por várias razões, que as bem-aventuranças, em vez de serem exigências de entrada, constituem-se em bênçãos para os que já estão no reino.

Primeiro, porque o auditório para quem elas foram dirigidas eram os discípulos (Mateus 5-1,2; Lucas 6.20) já comissionados por Cristo. Eles já estavam no reino.

Segundo, porque a analogia mais próxima das bem-aventuranças são as palavras de conforto encontradas em Isaías 29-19; 49-13 e especialmente 61.1,2.

Terceiro, porque a forma gramatical das bem-aventuranças, em sua natureza, não é condicional. A redação não é como se segue: “Se você ficar pobre de espírito, herdará o reino dos céus”, mas em forma de pronunciamento.

Finalmente, porque o fato de Mateus 5-3,10 registrar “porque deles é o Reino dos céus” indica que o evangelista entendeu toda a passagem de 3 a 12 como tratando do mesmo assunto. Assim, as bem-aventuranças devem ser interpretadas como bênçãos pronunciadas sobre as pessoas fiéis a Deus, que estão sujeitas a sofrer perseguições por causa da justiça (Mateus 5-10) e da sua fé.

As Beatitudes estão na forma de paralelismo sintético, um tipo de poesia hebraica na qual a segunda linha completa o significado da primeira. Desse modo, aqui a segunda linha define mais especificamente a conotação de “bem-aventurado”.

 

“... os pobres de espírito, ”

Os pobres ou humildes de espírito não são aqueles que se auto depreciam, como os essênios na época de Cristo, como os ascéticos na época de Paulo ou como os monges na época de Bento de Núrsia, porque aprendemos de Cristo o valor da personalidade: “Amados, agora somos filhos de Deus” (1 João 3.2).

Paulo chegou a elogiar a vida dos retirantes e reconheceu virtude, porém mesma nela percebeu motivo para orgulho: “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23).

Pela frequência com que as riquezas levam as pessoas a tornarem-se autossuficientes, a palavra “rico” é usada figurativamente na Bíblia para indicar o orgulhoso, e “pobre” ou “humilde” para exemplificar o tipo de pessoa que depende dos outros: “Ainda que o Senhor é excelso, atenta, todavia, para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe” (Salmos 138:6)

Ser pobre ou humilde de espírito é ter modesta estimativa de si mesmo - seu caráter e realizações - com base nó reconhecimento dos próprios pecados, necessidades e fraquezas.

 

“... porque deles é o reino dos céus; ”

O reino dos céus a estes pertence, pois deste reino os orgulhosos por sua autossuficiência são inevitavelmente excluídos. Aqueles que vão até Deus com corações espiritualmente quebrantados serão restabelecidos. O Senhor falou o seguinte por meio do profeta Isaías: “Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15). Deus exalta aqueles que entregam o controle de suas vidas a Ele. Tiago escreveu: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10; veja Provérbios 29:23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

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