Ezequiel 47.5 “E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar “.
O ser celestial que tinha na mão um cordel de medir (v. 3), fez Ezequiel caminhar pelas águas, que saiam para o oriente debaixo do umbral do templo, mediu mil côvados (v. 3) (quinhentos metros) e o fez passar pela água, que se dava pelos tornozelos (v. 3b). Mil côvados mais adiante, as águas chegam aos joelhos e depois de mais mil côvados elas já estão nos lombos do profeta (v. 4). Mil côvados além, essas águas sanadoras vão fertilizando as áreas estéreis do vale do Mar Morto e seguem aumentando o seu volume até se tornar um rio caudaloso pelo qual não se podia passar.
Ao longo dos séculos, cristãos de todos os ramos do cristianismo reconhecem a estreita ligação teológica dessas águas com o Espírito Santo. Ezequiel imerso nessas águas pode perfeitamente ser comparado ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos símbolos do Espírito (1 João 5.6).
Diz Stanely Horton: “A água é frequentemente uma figura ou um símbolo do Espírito Santo, muitos entendem que aqui temos uma "correnteza de reavivamento", em que nos lançamos cada vez mais profundamente na vida do Espírito. Sem dúvida, há lições espirituais a serem aprendidas nessa passagem, mas Ezequiel o retrata como um rio literal que traria vida ao Mar Morto e transformaria o deserto da Judéia em terra aprazível. Assim acontecerá no Milênio “.
Nenhum livro do Antigo Testamento revela a identidade, os atributos e as obras do Espírito Santo como Ezequiel. Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel inundado nas águas sanadoras que brotam do templo de Deus (vv. 3-5). Das 378 vezes que o termo rûaḥ, “vento, sopro, hálito, espírito, Espírito”, aparece no Antigo Testamento, 52 vezes estão no livro de Ezequiel, e 14 vezes em referência ao Espírito Santo. O termo revela sua deidade absoluta e identidade com o próprio Javé (8.1-3); ele atua na obra da restauração e regeneração (36.24-28; 37.14; 39.29). O profeta Ezequiel anunciou um derramamento do Espírito Santo para a purificação (Ezequiel 36.25, 33) e a capacitação dos purificados (Ezequiel 36.27).
As águas terapêuticas do rio da visão de Ezequiel saem de debaixo do umbral, e as águas cristalinas que saem do trono de Deus e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para Cristo e o Espírito Santo. É significativo a presença do rio no Éden, no princípio, e no relato da criação e do rio da vida, no mundo vindouro, sendo que o rio da visão de Ezequiel fica entre eles, ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos em tudo isso a restauração escatológica da terra e a efusão do Espírito sem medida.
Deus provocará uma mudança derramando o seu Espírito, tornando-se como água em um solo improdutivo. O aguaceiro será tão grande que será como inundação de rios sobre a terra seca. Isto trará bênçãos maravilhosas da parte de Deus. No entanto, este derramamento é no futuro. Isto não devia vir sobre as pessoas nos dias de Isaías, mas sobre os seus descendentes (cf. Isaías 32.15; 59.21; Jeremias 31.33,34; Ezequiel 36.26,27; 37.14; 39.29; Joel 2 .2 5 -2 9 ; Zacarias 12.10 a I3.O derramamento inicial foi no Dia de Pentecostes (At 2.4,17,18). Mas haverá um cumprimento mais extenso para Israel na restauração milenial.
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
13/2/2023
Fontes:
RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra – O chamado das escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.
HORTON, Stanley. O que a Bíblia Diz sobre o Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 1993.
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