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sábado, 13 de janeiro de 2024

Ezequiel 18.20

Ezequiel 18.20 “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. ” 


Em Ezequiel 18.2,3 está escrito: "Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nunca mais direis esta parábola em Israel". 

Esse oráculo é uma resposta a uma máxima popular equivocada proveniente de Jerusalém, mas que dominava o pensamento dos exilados em Babilônia. Eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados. Era um questionamento sobre a justiça de Deus e por isso eles não acreditavam nas profecias de Jeremias e Ezequiel sobre a destruição da cidade e do templo, visto ser Javé um Deus justo. O discurso do Profeta refuta esse ditado e reafirma um princípio que vem desde Moisés, de que a responsabilidade é individual: “Os pais não serão mortos por causa dos filhos, nem os filhos serão mortos por causa dos pais; cada um será morto pelo seu próprio pecado” (Deuteronômio 24.16). Esse provérbio era, na verdade, uma desculpa do povo para alegar injustiça divina pelo castigo de Israel. Essa antítese contraria a realidade, pois Deus retribui e pune os culpados.


“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; “ 

O destinatário original dessa mensagem é o povo de Israel. O profeta Ezequiel fecha com isso a porta fatalista do imaginário popular de Judá e dos exilados de Babilônia. Ele torna claro o pensamento bíblico da responsabilidade individual de maneira textual e direta: “A pessoa que pecar, essa morrerá”. É o princípio moral da lei da semeadura (Oséias 8.7; Gálatas 6.7) Essa ideia está muito clara no capítulo inteiro, e, para não deixar dúvidas, Ezequiel a afirma de maneira direta e a explica com exemplos:

• O pai justo viverá por causa de sua justiça (vv. 5–9).
• O filho injusto morrerá por causa de sua injustiça (vv. 10–13).
• O neto justo viverá por causa de sua justiça (vv. 14–20).
• O homem injusto que decide buscar justiça viverá por causa de sua justiça (vv. 21–23).
• O homem justo que decide buscar a iniquidade morrerá por causa de sua injustiça (vv. 24–29).

Se somente a pessoa que pecar morrerá não há necessidade, nem ensinamento bíblico, de que bebês ou crianças precisam ser batizados para o perdão de pecados. Uma criança não tem pecado e, portanto, não tem necessidade do perdão que o batismo provê (Atos 2:38; 22:16; 1 Pedro 3:21; Marcos 16:15, 16; Mateus 28:18–20). É por isso que todos os exemplos bíblicos de conversão envolvem adultos que eram capazes de crer, se arrepender e fazer a escolha consciente de ser batizado. A criança, que não tem pecado, é incapaz de crer ou se arrepender. Bebês não podem fazer a escolha mental de declarar Jesus como Senhor e serem imersos nas águas do batismo


“...a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. ” 

As reiteradas explicações e exemplos esclarecem a contento que a lei da responsabilidade individual é justa e está de acordo com os atributos divinos. Javé é justo (Deuteronômio 32.4; Isaias 45.21). Esse atributo é manifesto no castigo do pecador e na premiação do justo: ele “retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Romanos 2.6). Esse atributo se harmoniza com a santidade de Deus. A Bíblia declara, com todas as letras, que somente Deus é justo, considerando justiça como atributo, no sentido absoluto de perfeição: “Deus é justo juiz” (Salmo 7.11). Observe-se que a justiça de um fica sobre ele, e a perversidade do outro fica sobre este. Essa fraseologia significa que um indivíduo traz juízo sobre si mesmo pelas escolhas que faz na vida. Deus deseja que todos sejam salvos (18:23, 32). Se Ele deseja a salvação para todos, então, de acordo com a lógica [denominada na Teologia de] calvinista, todos devem ser salvos. Contudo, Deus criou os seres humanos como agentes morais livres. Cada pessoa, no Dia do Juízo, será julgada unicamente pelas escolhas que fez na vida (Eclesiastes 12:13, 14; Romanos 2:6; 2 Coríntios 5:10; Apocalipse 20:11–15).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
09/11/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201908_04.pdf

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