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sábado, 27 de janeiro de 2024

Atos 19.6

Comentário 1

Atos 19.6 “E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. ”


“E impondo-lhes Paulo as mãos, ”

Paulo orou solenemente para que Deus desse do seu Espírito a esses doze discípulos de Éfeso, instruídos por Apolo no batismo de João somente.. Impor as mãos, era um gesto que os patriarcas usavam para abençoar e sobretudo para transmitir a grande custódia da promessa, como em Génesis 48.14. Sendo o Espírito a grande promessa do Novo Testamento, os apóstolos o transmitiam pela imposição de mãos: “O Senhor te abençoe com aquela bênção, a bênção das bênçãos” (Isaías 44.3). Paulo escreve à Timóteo fazendo referência ao “dom de Deus”, que nele existia, pela imposição de mãos do seu mentor espiritual “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” II Timóteo 1.6). Esse “dom ” era sem dúvida o “dom de línguas". A imposição de mãos sempre foi um ritual de grande valor, na vida ministerial da igreja cristã. Jesus usou as mãos para efetuar várias curas (Marcos 6.3; Lucas 4.40). Saulo foi curado pela imposição de mãos de Ananias (Atos 9.17). Jesus impôs as mãos e abençoou crianças (Marcos 10.16); o batismo com o Espírito Santo era ministrado com imposição de mãos (Atos 19.6), como um a das formas de seu recebimento. A consagração de obreiros era solenemente realizada com imposição de mãos do ministério ou do presbitério (I Timóteo 4.14; II Timóteo 1.6), prática que é seguida, hoje, em quase todas as igrejas evangélicas.


“...veio sobre eles o Espírito Santo; “

Os termos “veio”e “sobre” são paralelos à linguagem precisa de Atos 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Essa linguagem conecta firmemente a experiência dos discípulos efésios com a promessa de Jesus. Este derramamento do Espírito mostra que o batismo com o Espírito é subsequente e distinto da conversão segundo a teologia de Lucas e Paulo. Paulo espera que os crentes sejam cheios com o Espírito. O derramamento do Espírito nos doze efésios deixa claro que o ensino e prática de Paulo são consistentes com a teologia carismática de Lucas.


“...e falavam línguas e profetizavam. ”

Aqui temos as consequências imediatas deste batismo com o Espírito, as manifestações carismáticas de línguas e profecia. A expressão “e profetizavam” não deve ser presumida a indicar um sinal adicional. É paralela à expressão “magnificara Deus” registrada em Atos 10.46. A atividade profética é realizada nos últimos dias (cf. os acontecimentos do Dia de Pentecostes que mostram estreita relação entre falar em línguas e profetizar). Semelhante aos discípulos no Dia de Pentecostes e em Cesaréia, estas pessoas em Éfeso falam em línguas e dão louvores inspirados a Deus depois de receberem o poder pentecostal do Espírito. Como os outros derramamentos do Espírito, a evidência inicial da experiência carismática dos crentes efésios é o falar em línguas (cf. Atos 2.4; 10.44-46). Paulo instrui, batiza e impõe as mãos sobre eles, mas pela ação soberana do Espírito profético eles são dotados com poder para o ministério. O Pentecostes efésio não marca uma experiência de conversão, mas uma dotação do poder do Espírito para divulgar o Evangelho.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
31/10/2021

Fontes:

CABRAL, Elienai. Apóstolo Paulo – Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

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Comentário 2

Atos 19.6 “E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. ”


“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; ”

Paulo disse: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" (1 Timóteo 5:22). Isto deve incluir a referência à imposição de mãos para os dons do Espírito. Simão, o feiticeiro, queria poder de modo que "aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo" (Atos 8:19). A repreensão de Pedro resolveu a questão de uma vez por todas sobre colocar suas mãos sobre as pessoas impensadamente. Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu: “Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas. ” Ireneu (1 15-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: “Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que por meio do Espírito, falam toda sorte de línguas”. Há mais referências bíblicas de imposição de mãos: a) Para curar: “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo (Atos 9:17) “. b) Para Comissionar: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. (Atos 13:2,3) “. Para abençoar: “E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou (Marcos 10:16) “. d) Para Separar: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério" (1 Timóteo 4:14). É verdade que os dons ministeriais são transmitidos através da imposição de mãos e isso perdura até os dias de hoje.


“...e falavam línguas, e profetizavam. “

Notemos alguns fatos importantes sobre o falar em línguas. O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentam que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento. Esse poder do Espírito sobre esses discípulos desceu sobremaneira que além das línguas eles também profetizaram assim como aconteceu com Saul: “E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem (1 Samuel 10:6) ”; “E, chegando eles ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles (1 Samuel 10:10). ” As línguas possuem um caráter profético quando há quem as interprete: “E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação (1 Coríntios 14:5). ”


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/2/2023

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra – O chamado das escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

LINDSAY, Gordon. Como receber o Batismo Com o Espírito Santo, Gordon Lindsay. Rio de Janeiro: Graça Editorial.

PEARLMAN, Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

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