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sábado, 1 de março de 2025

Salmo 49.7


Salmo 49.7 “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”.

 

“Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão,

Na antiga nação de Israel, a remissão era um instrumento para controlar a escravidão e a dívida pessoal (Deuteronômio 15.1-3,9; 31,10). Em todo sétimo ano o escravo deveria ser liberto (Êxodo 21.2). Semelhantemente, no sétimo ano o devedor deveria ser liberto, e a dívida não deveria ser cobrada (Deuteronômio 15.2). Todos poderiam ser remidores, porém eram as pessoas mais ricas que mais exerciam esse direito de remir tanto escravos como dívidas.

Os ricos podem fazer grandes coisas, mas aqui está descrito algo que eles não podem: “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”. O rico poderia remir a seu irmão? Certamente. Todavia o que está implícito aqui é o resgate da alma. Trata-se da redenção espiritual.

Essa remissão foi realizada pelo nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo “o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). Após nos remir ele nos adotou como seus filhos: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5)

 

“... ou dar a Deus o resgate dele”.

Resgate traz normalmente, a conotação de libertação de algum tipo de cativeiro através do pagamento de certo preço. Oséias resgatou a sua esposa Gomer por por quinze peças de prata, e um ômer de cevada, e meio ômer de cevada” (Oséias 3.2).

Algumas pessoas e animais poderiam ser resgatados por certo preço, todavia, nenhum preço poderia ser estipulado para o resgate da alma. Nem mesmo grandes sacrifícios poderiam: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hebreus 10.4). Pois a redenção da alma é caríssima (v.8). Esse resgate era tão caro que homem algum poderiam pagar. Poe isso Deus visando a reconciliação enviou ele mesmo o Cordeiro.

Ou seja, isso está muito fora do alcance do dinheiro dos ricos, pois só possuem coisas corruptíveis: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, ” (1 Pedro 1.18,19).

 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume III. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John.Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 

João 1.17


João 1.17 “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. ”

 

“Porque a lei foi dada por Moisés;

Deus havia escolhido Moisés para ser o legislador de Israel. Ele ordenou que Moisés subisse no Sinai: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar” (Êxodo 24.12) e o revelou a lei que expressava a sua vontade. Através de Moisés a Lei foi transmitida aos filhos de Jacó: “Moisés nos deu a lei, como herança da congregação de Jacó” (Deuteronômio 33.4).

Por causa da forte relação de Moisés com a Lei de Deus ela ficou conhecida como a “Lei de Moisés”: “Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda” (Josué 23.6).

Aqui, portanto, como nos escritos de Paulo, Cristo substitui a lei de Moisés como ponto central da revelação divina e do estilo de vida. Este evangelho mostra de diversas maneiras que a nova ordem cumpre, ultrapassa e substitui a antiga: o vinho da nova criação é melhor que a água usada na religião judaica (João 2.10); o novo templo é mais excelente que o antigo (João 2.19); o novo nascimento é a porta de entrada para um nível de vida que não pode ser alcançado pelo nascimento natural, mesmo dentro do povo escolhido (João 3.3,5); a água viva do Espírito, que Jesus concede, é muito superior à água do poço de Jacó e à água derramada no ritual da festa dos Tabernáculos, no pátio do templo (João 4.13., 7.37); o pão do céu é a realidade da qual o maná no deserto foi só um vislumbre (João 6.32). Moisés foi o mediador da lei; Jesus Cristo é mais que mediador, é a corporificação da graça e da verdade. “O Verbo era o que Deus era."

 

“... a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. ”

A maneira pela qual Deus se deu a conhecer a Moisés não era sem graça e verdade; pelo contrário, ele se revelou a Moisés como “grande em misericórdia e fidelidade" (Êxodo 34.6), e os mesmos termos são repetidamente usados no A.T. como resumo do seu caráter: “Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade” (Salmo 86.15). Porém, tudo o que destas qualidades foi manifesto nos tempos do A.T. foi revelado em plenitude concentrada no Verbo encarnado.

A lei foi uma expressão da graça de Deus, visto que foi dada para o homem; mas embora fosse uma expressão do amor de Deus, era incompleta e, portanto, insuficiente para salvar o homem do pecado. No entanto, com a vinda do Verbo, cheio de graça e de verdade, o plano total da salvação foi revelado. Agora, os seres humanos têm tudo que é necessário para se apresentarem justos diante de Deus.

 

 

Embora todo o Prólogo tenha discorrido acerca do Verbo, o nome Jesus aparece pela primeira vez aqui. Neste evangelho, geralmente Jesus é o seu nome pessoal e Cristo é um título ou descrição “Messias” ou "Ungido”, mas nesta passagem Jesus Cristo parece ter sido usado como o nome duplo pelo qual ele era comumente conhecido entre os cristãos de fala grega.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202110_02.pdf

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

Isaías 1.6


Isaías 1.6 “Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo. ”

 

“Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã,

Isaías se torna uma testemunha das consequências do pecado de Judá e Jerusalém. O Senhor Deus havia os castigados por não darem ouvidos a sua voz e desobedecerem aos seus mandamentos “O Senhor fará pegar em ti a pestilência, até que te consuma da terra a que passas a possuir. O Senhor te ferirá com a tísica e com a febre, e com a inflamação, e com o calor ardente, e com a secura, e com crestamento e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. ...  O Senhor te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te; “ (Deuteronômio 28.21-22, 27)

A nação está como uma pessoa que foi brutalmente assaltada por um ladrão, porém, aparentemente pedi por mais surra. Parece que os israelitas querem apanhar mais. Isaías pergunta por que eles querem ser surrados novamente (v.5). Em vez de ser um povo santo eles são como um escravo chicoteado. “Toda a cabeça está ferida” e “todo o coração” (inclusive a mente) está doente. Em outras palavras, o pensamento do povo e de seus líderes está errado e obstinadamente contrário à vontade de Deus.

Uma horrenda praga tinha tomado conta do corpo inteiro (o país), de forma que coisa alguma saudável podia ser encontrada ali: Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã”. O país está ferido e ninguém está ajudando. Parece não haver nenhuma esperança por recuperação, e eles estão voluntariosamente se dirigindo para um desastre ainda mais extenso. O Targum observou que em Judá não havia ninguém perfeito no temor de Deus, o que é uma frase veterotestamentária equivalente à espiritualidade.

 

“... senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo. ”

A terra e o povo são como um corpo que está ferido em suas partes mais vitais, e sangra de muitas “feridas, e inchaços, e chagas podres”. Em outras palavras, a terra está desolada, as cidades queimadas, o resto da colheita foi comida por estrangeiros diante dos seus próprios olhos todo o país está devastado de maneira tão bárbara como só se pode esperar de estrangeiros (v.7)

John N. Oswalt observou que “as palavras que ocorrem neste verso descrevem ferimentos adquiridos numa batalha: cortes, lacerações e ferimentos que sangram. Essa é a imagem perfeita da tragédia que Judá experimentava.

No sistema mosaico, açoites aguardavam o transgressor da lei, mas aqui é retratada uma pessoa que já não tem lugar no corpo para ser castigado, tantos são os seus pecados. Repleto de feridas [...] e chagas não tratadas, não há lugar para novos açoites.

As feridas não estavam tratadas. Nenhuma está “espremida, nem ligada, ou amolecida [aliviada] com óleo [de oliveira]” para suavizá-las. Isso demonstra que nenhuma providência é tomada. Ou seja, a sua rebeldia continua, ´pois são um povo obstinado.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley.  Isaias, o profeta messiânico. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

Ridderbos, J. Isaías: introdução e comentário - 2. Edição. São Paulo: Vida Nova, 1995.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo - Vol.5. São Paulo: Hagnos, 2001.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201005_02.pdf

2 Pedro 1.19

 

2 Pedro 1.19 “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração. ”

 

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, ”

Pedro escreve que o Evangelho não é apenas uma coletânea de fábulas inventadas (2 Pedro 1.16). O que ele e os outros apóstolos haviam transmitido acerca da vinda de Jesus fora-lhes assegurado pelo próprio Deus que os levou a testemunhar a majestade de Cristo no monte da Transfiguração (Mateus 17.5). Ali o Pai corroborou a glória de Jesus, identificando-o como o Filho amado em quem se comprazia (2 Pedro 1.17).

Todavia, não dependemos desta experiência de Pedro, João e Tiago para termos certeza de quem Jesus é. Pois, temos a Palavra Deus conosco. Neste ponto, Pedro tinha em mente o Antigo Testamento, mas podemos fazer a mesma aplicação ao Novo (2 Pedro 3.16).

Pedro estava dizendo que as Escrituras apoiavam o testemunho que ele estava dando aos seus leitores. As referências do Evangelho de Mateus ao Antigo Testamento visavam esclarecer cada aspecto da vida e do ministério de Jesus. Jesus sobre ele mesmo havia dito aos apóstolos: “Importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24:44).

Àqueles não são propensos a crer no relato de Pedro sobre o testemunho de Deus em favor de Jesus no monte. Devem crer na “palavra profética”, pois, ela deixa claro que Jesus era o Filho de Deus. As escrituras contêm autoridade e a presença divina, e isso é suficiente para nos orientar em todas as questões de religião e moralidade: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Timóteo 3.16).

 

“... à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração. ”

Por conseguinte, fazemos bem ao nos aplicarmos à palavra profética, pois é uma lâmpada que brilha na escuridão da ignorância espiritual deste mundo até que o dia apareça e a estrela da alva desponte.

A Escritura é como uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (ARA). A palavra “tenebroso” só ocorre nesta carta do Novo Testamento. É uma palavra rica de sentidos significa coisas sujas, destituídas de brilho, coisas opacas, escuridão. A “candeia” está brilhando num lugar que é obscuro, sujo e envolto numa neblina encardida.

O “lugar tenebroso” é o mundo em que Pedro e seus leitores viviam. É o mundo em que os crentes continuam a viver. Nesse mundo sombrio, a Palavra de Deus é como “uma candeia que brilha”.

O capítulo mais longo da Bíblia, Salmos 119, é dedicado a exaltar as glórias da Lei. Assim como para Pedro, para o salmista a Palavra de Deus é uma lâmpada que ilumina o caminho: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmos 119:105).

Pedro prediz que o mundo tenebroso, iluminado com dificuldade pelas Escrituras, desapareceria: até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração. O retrato é de uma longa contemplação noturna interrompida pelos sinais da alvorada. Talvez Pedro tenha se inspirado no salmista: “Aguardo o Senhor, a minha alma o aguarda; eu espero na Sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã” (Salmos 130:5, 6).

Existe uma unanimidade com respeito a Números 24:17, “uma estrela procederá de Jacó”, ter inspirado a expressão “a estrela da alva” ou “estrela da manhã”. Tanto os judeus como os cristãos entendiam que Números 24:17 era uma profecia messiânica. Numa passagem sobre a volta do Senhor, surpreende que Pedro acrescente que essa estrela da alva surgiria “em vosso coração”.

Provavelmente ele só queria dizer que o coração dos crentes se alegraria quando as esperanças e os sonhos se realizassem no romper do novo tempo. Mais adiante na carta, o apóstolo trataria dos mesmos fatos em relação ao fim dos tempos e ao julgamento. “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo”, disse ele (2 Pedro 3:10). Para os crentes esse será um dia de alegria e luz. O romper do dia sugere uma nova vida, livre de sofrimento e pecado.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
2/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201412_03.pdf

Gálatas 2.16


Gálatas 2.16 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. ”

 

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, ”

Paulo toma a palavra (justificado) do vocabulário da LXX. A citação do contexto é de Salmos 143.2: “E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente”, que aparece igualmente em Romanos 3.20: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.

Essa palavra tem o sentido de declarar justo. Analisando alguns aspectos do conceito paulino, percebe-se que justificado não significa um declarar justo por contraposição ou fazer justo. Baseia-se no acontecimento salvífico em Cristo Jesus, ou seja, em seu sangue (Romanos 3.24,25), na obra da graça (Romanos 3.24) que atua na sua redenção, onde tem lugar a justificação do mundo pecador.

Desta forma, justificação é a definitiva realização da justiça divina pela ação de Deus. Essa justificação se consuma no futuro como consequência da justiça de Deus para conosco: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21)

 

“... temos também crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. ”

Apesar de Paulo, Pedro e outros cristãos judeus terem uma vantagem sobre os gentios, eles precisavam igualmente de salvação. Como os judeus jamais conseguiram obedecer perfeitamente à lei, não podiam se apresentar justos perante Deus (Romanos 7:7–25). A concepção paulina da prática da lei diz respeito as obras dos mandamentos. Na tradição rabínica às vezes é chamada simplesmente “obras”. Disso se deduz que a “prática da lei” em seu aspecto formal são obras concretas que a lei exige que sejam cumpridas.

O apóstolo procura mostrar aos gálatas que os cristãos, tanto os de origem judaica, quanto os de origem gentílica, são justificados não pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo. Afinal, eles, assim como os gentios tinham também crido para serem salvos da mesma forma.

Paulo estava estabelecendo o fato de que tanto os judeus como os gentios precisavam da justificação disponível apenas em Cristo. Portanto, os cristãos judeus não tinham motivos para se gabar ou se afastar de seus semelhantes gentios. Atos 15:9 diz que Pedro apresentou o mesmo argumento no concílio de Jerusalém, quando afirmou: Deus “não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração”. E acrescentou: “Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (Atos 15:11).

Com isso Paulo formula a mais profunda oposição à convicção judaica. Essa é uma das principais declarações teológicas da carta aos Gálatas. A Carta aos Gálatas foi a pedra fundamental da Reforma Protestante, porque seu ensino sobre a salvação exclusivamente pela graça tornou se o tema dominante da pregação dos reformadores.

Jesus Cristo é o meio por intermédio de quem a justificação do homem é possível perante Deus; o fundamento da justificação não é a lei, ou obras da lei que pudessem ser cumpridas para obter “favor de Deus”, mas a justificação que foi possível com a morte de Cristo.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

GERMANO, Altair. Gálatas - Comentário. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201805_01.pdf

Atos 14.23

Atos 14.23 “E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. ”

 

“E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja,

Na primeira viagem missionária, Barnabé e Paulo fizeram o caminho inverso para retornar a Antioquia da Síria para que assim revisitassem os irmãos. Eles deixando Derbe, passaram novamente por Listra, Icônio e Antioquia da Psidia (V.21) para confirmar os ânimos dos novos discípulos (v.22).

Para não deixar as novas igrejas desamparadas eles elegeram por comum consentimento anciãos em cada igreja. Isso começou a ser feito a partir daqui e tornou-se universal em toda a obra missionária. Eles concordaram acerca dos eleitos, conforme a instrução do nosso Senhor: “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus” (Mateus 18.19). Esses anciãos seriam supervisores das igrejas.

Mais tarde, Paulo formularia as qualificações dos “presbíteros” por escrito. Na sua maioria, incluiriam questões de integridade moral, mas principalmente a fidelidade ao ensino dos apóstolos e o dom de ensino também eram essenciais para essa eleição.

 

“... orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. ”

Assim, como eles mesmos haviam sido encomendados: “E dali navegaram para Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido” (Atos 14.26), orando com jejuns: “Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (Atos 13.3). Paulo e Barnabé os consagraram a excelente obra do episcopado (. Timóteo 3.1).

No Antigo Testamento, o jejum era uma prática relacionada a um momento de humilhação diante de Deus para receber de Deus o perdão, expressava arrependimento: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto” (Joel 2:12), no Novo Testamento, indica prioridades: “E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia” (Lucas 2:37).

Jesus jejuou no deserto, antes de ser tentado. Ensinou aos seus discípulos que há espíritos malignos que só seriam expulsos após um período de jejum e oração (Marcos 9.29). Em Atos 10, o centurião Cornélio jejuou por quatro dias e recebeu uma orientação divina para chamar Pedro para falar em sua casa. O alimento não era tudo o que importava para os primeiros cristãos. Às vezes, para cumprir os propósitos de Deus, eles ignoravam à hora das refeições. Observamos que eles assim faziam também para eleger novos obreiros.

O Didaquê nos revela que os primeiros cristãos, assim como os fariseus da época de Jesus (Lucas 18.12), jejuavam duas vezes por semana: “Os seus jejuns não devem coincidir com os dos hipócritas. Eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana. Porém, você deve jejuar no quarto dia e no dia da preparação”.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
6/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até aos Confins da Terra, São Paulo: ABU, 1994.

 https://textoaureoebd.blogspot.com/2024/01/atos-132.html

DIDAQUÉ: Catecismo dos primeiros cristãos. 4ªed. Petrópolis: Vozes, 1983.

Salmo 146.3


Salmo 146.3 “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação. ”

 

“Não confieis em príncipes, nem em filho de homem,

Os homens sempre são extremamente propensos a confiar nos grandes e nobres da terra, e se esquecer do Grandioso e Nobre que está nas alturas; e este hábito é fonte frutífera de desapontamento.

Os príncipes são apenas homens, e homens com necessidades maiores do que outras pessoas. Por que, então, devemos confiar neles, e recorrer a eles em busca de auxílio? Eles estão em perigo muito maior, estão sobrecarregados com maiores preocupações, e têm probabilidade muito maior de estar equivocados e se desviar do que quaisquer outros homens; por isto, é tolice escolhê-los para a nossa confiança. Provavelmente, nenhuma classe de homens foi tão falsa para com as suas promessas e os seus tratados como os homens de sangue real.

Foi necessário que Bate-Seba e Natã lembra-se o Rei Davi da sua promessa acerca de Salomão: “E Bate-Seba inclinou a cabeça, e se prostrou perante o rei; e disse o rei: Que tens? E ela lhe disse: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo Senhor teu Deus, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e ele se assentará no meu trono. E agora eis que Adonias reina; e tu, ó rei meu senhor, não o sabes” (1 Reis 1.16-18).

Ainda que você escolha um filho do homem, em meio a muitos, e imagine que ele será diferente dos demais, e que você poderá, com segurança, confiar nele, você estará equivocado. Não há ninguém em quem se possa confiar, nem uma pessoa sequer. Adão caiu; por isto, não confie nos seus filhos. O homem é uma criatura desamparada, sem Deus; por isto, não busque ajuda nessa direção. Todos os homens são como os poucos homens que são feitos príncipes. Eles são mais, na aparência, do que na realidade, mais em promessas do que em realizações, são mais capazes de ajudar a si mesmos do que de ajudar os outros.

O Rei Charles tinha feito ao Conde de Strafford uma promessa solene, com a palavra de um rei, de que ele, o conde, não sofreria, “na vida, na honra ou na sorte”, no entanto, com singular infâmia e ingratidão, bem como uma política de pouca visão, assentiu com a sua condenação sem julgamento. Ao saber que isto tinha sido feito, Strafford, colocando a mão sobre o coração, e erguendo os seus olhos para o céu, proferiu essas memoráveis palavras: “Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação”. Huss também se frustou com um salvo-conduto dado pelo rei Segismundo de Luxemburgo que não o impediu de ser condenado por heresia e queimado na fogueira.

 

“... em quem não há salvação. ”

Devido a algum tipo de fraqueza, a alma do homem, quando está em meio a alguma tribulação, perde a esperança em Deus, e decide confiar no homem.  Se for dito, a um homem que estiver em alguma aflição, “Há um grande homem, que poderá libertá-lo”; o homem sorri, ele se alegra, ele é exaltado. Mas se lhe for dito, “Só Deus liberta você”, ele estremece, por assim dizer, pelo desespero.

Agostinho escreveu: O auxílio do mortal é prometido, e você se alegra; o auxílio do imortal é prometido, e você se entristece? Foi prometido a você que você será libertado por aquele que precisa ser libertado com você, e você exulta, como se recebesse um grande auxílio: foi prometido a você aquele grande Libertador, que não precisa de ninguém que o liberte, e você se desespera, como se fosse apenas uma fábula. Ai desses pensamentos; eles são muito equivocados; na verdade há neles uma triste e grande morte.

Matthew Henry comentou: “Todos os filhos dos homens são como o homem de quem se originaram, que, tendo a honra, não a conservou”. Anthony Farindon disse que “um homem confiar em outro, é como um mendigo pedir esmolas a outro, ou um aleijado carregar outro, ou um cego guiar outro cego”.

Lembremo-nos de Davi que escreveu: “A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei grandemente abalado” (salmo 62.1-2).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume III. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Livros Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/jan-huss-os-primordios-reforma.htm

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 1 DE MARÇO DE 2025 (2 Pedro 1.21)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
1 DE MARÇO DE 2025
O ESPÍRITO SANTO FALOU POR MEIO DOS PROFETAS E APÓSTOLOS

2 Pedro 1.21 “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. ”

 

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,

Neste ponto, Pedro tinha em mente o Antigo Testamento quando diz “profecia”, mas podemos fazer a mesma aplicação ao Novo (2 Pedro 1.19). A mensagem dos profetas não se resume a uma retórica baseada em imaginação humana, nem é algo artificialmente construído. Nenhuma parte dessa revelação “é de particular interpretação” (v.20). As experiências dos profetas, como as do próprio Pedro no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em comunicar seus oráculos à humanidade.

A Palavra de Deus tem sua origem no céu, e não na terra. Ela procede de Deus, e não do homem. John Wesley disse que a Bíblia só poderia ter três origens: anjos e homens bons; demônios e homens maus; ou Deus. Não poderia ser escrita por anjos e homens bons, pois repetidamente se registra: Assim diz o Senhor. Não poderia ter sido escrita por demônios e homens maus, porque seu conteúdo exalta a santidade e reprova o pecado. Só nos resta uma opção: a Bíblia foi ideia de Deus.

 

“... mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. ”

Podemos acreditar realmente na Palavra de Deus, pois nenhuma profecia jamais foi entregue porque alguns homens decidiram produzi-la por si mesmos. A Bíblia nunca registrou nenhuma interpretação ou ideias pessoais de quem quer que seja como regra de fé e conduta, mas homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo, ou falaram da parte de Deus, sendo sustentados pelo Espírito Santo.

Os escritores não eram a fonte da mensagem, mas seus portadores. As Escrituras não são palavras de homens, mas a Palavra de Deus enviada por intermédio de homens santos. O Espírito Santo não usava instrumentos; usava homens. O modo de Deus sempre é o da verdade através da personalidade, conforme foi perfeitamente demonstrado na encarnação. Chamamos isso de inspiração dinâmica. Além disto, não fez uso de quaisquer homens, mas, sim, de homens santos, os que estavam dedicados ao Seu serviço e plenamente comprometidos.

Os papéis relativos desempenhados pelos autores humanos e divino não são mencionados, mas, sim, apenas o fato da sua cooperação. Existe implícita nesse verso uma metáfora marítima. Os profetas içaram suas velas, por assim dizer (eram obedientes e receptivos), e o Espírito Santo as enfunou e levou seu barco na direção por Ele desejada. Os homens falavam: Deus falava. Qualquer doutrina correta da Escritura não negligenciará qualquer parte desta verdade.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

GREEN, Michael. II Pedro e Judas: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.

Lopes, Hernandes Dias. 2 Pedro e Judas : quando os falsos profetas atacam a Igreja. São Paulo: Hagnos, 2013.