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sábado, 1 de março de 2025

Gálatas 2.16


Gálatas 2.16 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. ”

 

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, ”

Paulo toma a palavra (justificado) do vocabulário da LXX. A citação do contexto é de Salmos 143.2: “E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente”, que aparece igualmente em Romanos 3.20: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.

Essa palavra tem o sentido de declarar justo. Analisando alguns aspectos do conceito paulino, percebe-se que justificado não significa um declarar justo por contraposição ou fazer justo. Baseia-se no acontecimento salvífico em Cristo Jesus, ou seja, em seu sangue (Romanos 3.24,25), na obra da graça (Romanos 3.24) que atua na sua redenção, onde tem lugar a justificação do mundo pecador.

Desta forma, justificação é a definitiva realização da justiça divina pela ação de Deus. Essa justificação se consuma no futuro como consequência da justiça de Deus para conosco: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21)

 

“... temos também crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. ”

Apesar de Paulo, Pedro e outros cristãos judeus terem uma vantagem sobre os gentios, eles precisavam igualmente de salvação. Como os judeus jamais conseguiram obedecer perfeitamente à lei, não podiam se apresentar justos perante Deus (Romanos 7:7–25). A concepção paulina da prática da lei diz respeito as obras dos mandamentos. Na tradição rabínica às vezes é chamada simplesmente “obras”. Disso se deduz que a “prática da lei” em seu aspecto formal são obras concretas que a lei exige que sejam cumpridas.

O apóstolo procura mostrar aos gálatas que os cristãos, tanto os de origem judaica, quanto os de origem gentílica, são justificados não pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo. Afinal, eles, assim como os gentios tinham também crido para serem salvos da mesma forma.

Paulo estava estabelecendo o fato de que tanto os judeus como os gentios precisavam da justificação disponível apenas em Cristo. Portanto, os cristãos judeus não tinham motivos para se gabar ou se afastar de seus semelhantes gentios. Atos 15:9 diz que Pedro apresentou o mesmo argumento no concílio de Jerusalém, quando afirmou: Deus “não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração”. E acrescentou: “Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (Atos 15:11).

Com isso Paulo formula a mais profunda oposição à convicção judaica. Essa é uma das principais declarações teológicas da carta aos Gálatas. A Carta aos Gálatas foi a pedra fundamental da Reforma Protestante, porque seu ensino sobre a salvação exclusivamente pela graça tornou se o tema dominante da pregação dos reformadores.

Jesus Cristo é o meio por intermédio de quem a justificação do homem é possível perante Deus; o fundamento da justificação não é a lei, ou obras da lei que pudessem ser cumpridas para obter “favor de Deus”, mas a justificação que foi possível com a morte de Cristo.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

GERMANO, Altair. Gálatas - Comentário. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201805_01.pdf

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