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sábado, 1 de março de 2025

2 Pedro 1.19

 

2 Pedro 1.19 “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração. ”

 

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, ”

Pedro escreve que o Evangelho não é apenas uma coletânea de fábulas inventadas (2 Pedro 1.16). O que ele e os outros apóstolos haviam transmitido acerca da vinda de Jesus fora-lhes assegurado pelo próprio Deus que os levou a testemunhar a majestade de Cristo no monte da Transfiguração (Mateus 17.5). Ali o Pai corroborou a glória de Jesus, identificando-o como o Filho amado em quem se comprazia (2 Pedro 1.17).

Todavia, não dependemos desta experiência de Pedro, João e Tiago para termos certeza de quem Jesus é. Pois, temos a Palavra Deus conosco. Neste ponto, Pedro tinha em mente o Antigo Testamento, mas podemos fazer a mesma aplicação ao Novo (2 Pedro 3.16).

Pedro estava dizendo que as Escrituras apoiavam o testemunho que ele estava dando aos seus leitores. As referências do Evangelho de Mateus ao Antigo Testamento visavam esclarecer cada aspecto da vida e do ministério de Jesus. Jesus sobre ele mesmo havia dito aos apóstolos: “Importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24:44).

Àqueles não são propensos a crer no relato de Pedro sobre o testemunho de Deus em favor de Jesus no monte. Devem crer na “palavra profética”, pois, ela deixa claro que Jesus era o Filho de Deus. As escrituras contêm autoridade e a presença divina, e isso é suficiente para nos orientar em todas as questões de religião e moralidade: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Timóteo 3.16).

 

“... à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração. ”

Por conseguinte, fazemos bem ao nos aplicarmos à palavra profética, pois é uma lâmpada que brilha na escuridão da ignorância espiritual deste mundo até que o dia apareça e a estrela da alva desponte.

A Escritura é como uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (ARA). A palavra “tenebroso” só ocorre nesta carta do Novo Testamento. É uma palavra rica de sentidos significa coisas sujas, destituídas de brilho, coisas opacas, escuridão. A “candeia” está brilhando num lugar que é obscuro, sujo e envolto numa neblina encardida.

O “lugar tenebroso” é o mundo em que Pedro e seus leitores viviam. É o mundo em que os crentes continuam a viver. Nesse mundo sombrio, a Palavra de Deus é como “uma candeia que brilha”.

O capítulo mais longo da Bíblia, Salmos 119, é dedicado a exaltar as glórias da Lei. Assim como para Pedro, para o salmista a Palavra de Deus é uma lâmpada que ilumina o caminho: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmos 119:105).

Pedro prediz que o mundo tenebroso, iluminado com dificuldade pelas Escrituras, desapareceria: até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração. O retrato é de uma longa contemplação noturna interrompida pelos sinais da alvorada. Talvez Pedro tenha se inspirado no salmista: “Aguardo o Senhor, a minha alma o aguarda; eu espero na Sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã” (Salmos 130:5, 6).

Existe uma unanimidade com respeito a Números 24:17, “uma estrela procederá de Jacó”, ter inspirado a expressão “a estrela da alva” ou “estrela da manhã”. Tanto os judeus como os cristãos entendiam que Números 24:17 era uma profecia messiânica. Numa passagem sobre a volta do Senhor, surpreende que Pedro acrescente que essa estrela da alva surgiria “em vosso coração”.

Provavelmente ele só queria dizer que o coração dos crentes se alegraria quando as esperanças e os sonhos se realizassem no romper do novo tempo. Mais adiante na carta, o apóstolo trataria dos mesmos fatos em relação ao fim dos tempos e ao julgamento. “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo”, disse ele (2 Pedro 3:10). Para os crentes esse será um dia de alegria e luz. O romper do dia sugere uma nova vida, livre de sofrimento e pecado.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
2/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201412_03.pdf

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