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quinta-feira, 21 de março de 2024

Atos 8:5

Atos 8:5 ”E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo.”

 

“E, descendo Filipe”

Como todos que são guiados pelo Espírito são como o vento: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Não havia planejado Filipe uma excursão em Samaria. Mas o Senhor o enviou ali para cumprir suas próprias palavras.

Filipe desceu a cidade de Samaria. Se ele desceu ele se esvaziou. Outrora ele estava em Jerusalém: “Onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, até ao testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor” (Salmos 122:4).

Em Jerusalém ele havia sido ordenado diácono junto com seis dos seus companheiros, incluindo Estevão: “e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (Atos 6:5,6).

Poderia ter pensado Filipe que ali servia ao Senhor. Todavia o martírio de Estevão, seu companheiro provocou contra a igreja primitiva grande perseguição: “E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos” (Atos 8:1). Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra (Atos 8:4). Filipe foi um deles.

 

 “... à cidade de Samaria “

O Senhor havia dito a seus seguidores: “que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai” (Atos 1:4), sobre essa promessa ele acrescentou: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8).

A promessa do pai havia descido em Jerusalém na festa de Pentecoste: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:4). E iniciou de forma veloz a evangelização de Jerusalém. Já no primeiro sermão pentecostal  agregaram-se quase três mil almas“ (Atos 2:41).

A evangelização chegou a Samaria através do Diácono Filipe que havia sido disperso de Jerusalém por conta do martírio do outro diácono chamado Estevão.

 

“... lhes pregava a Cristo.”

Quando Filipe “anunciou a Cristo” aos samaritanos, sem dúvida, ele pregou as grandes verdades a respeito de Cristo que outros pregadores inspirados pregaram: o fato de Jesus ter cumprido as profecias (2:16; 8:35), os detalhes de Sua vida e de Seus milagres (2:22; 10:38), Sua morte na cruz por todos (2:23; 8:32; 10:39), Sua ressurreição dos mortos (2:32; 10:40), Sua ascensão à direita de Deus e Seu reinado nos céus (2:30–36) e Sua volta prometida (10:42). Essas verdades foram o alicerce e o cerne da pregação de Filipe.

Pregar Cristo envolve não somente pregar as grandes verdades relativas à Sua pessoa, mas também pregar sobre o reino/a igreja, pregar sobre Seu nome e pregar o batismo. Outros tópicos poderiam ser mencionados, mas estes são suficientes para observarmos como o tema “pregar Cristo” é tão magnífico e compreensivo.

A maneira como se “anuncia a Cristo” pode ser comparada com certa igreja. Essa igreja pregou uma enorme placa do lado de fora de seu prédio que dizia: “Nós Pregamos Cristo Crucificado”. Com o passar do tempo, alguns membros da igreja ficaram confusos com a ideia de um sacrifício de sangue, de modo que a palavra “crucificado” foi apagada da placa, restando: “Nós Pregamos Cristo”. Logo, um pregador novo chegou e, estando mais preocupado com os acontecimentos da época do que com a história de Jesus, apagou o nome “Cristo”. A placa, então dizia apenas: “Pregamos”. Finalmente, a igreja decidiu que pregar não era mais a maneira de atingir as pessoas, e apagaram a palavra “pregamos”, passando a fazer apresentações teatrais e musicais. E a placa dizia apenas: “Nós”.

Que Deus nos ajude a nunca abandonar nenhuma parte da plena “pregação de Cristo e Cristo crucificado”. “Mas nós pregamos a Cristo crucificado“ (1 Coríntios 1:23)

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/03/2024

FONTES:

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_06.pdf

Mateus 5:6

Mateus 5:6 “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; “

 

 “Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os que têm fome e sede de justiça, ”

Fome e sede talvez sejam os desejos físicos mais fortes e frequentes que os seres humanos têm. Todavia, fome e sede intensas são sensações desconhecidas para as pessoas que vivem no mundo moderno e que têm acesso instantâneo a comida e bebida. Jesus sabia o que era ter fome, pois Ele jejuou quarenta dias e quarenta noites no deserto.

É interessante que o sermão em Lucas simplesmente diga: “Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos” (Lucas 6:21). Certamente existiram aqueles que, por causa de seu comprometimento com Deus, passaram por privações de necessidades básicas da vida (2 Coríntios 6:5; 11:27; Apocalipse 7:16).

Em Mateus, Jesus aplicou a ideia de estar faminto e sedento ao desejo espiritual usando a expressão qualificativa de justiça. Essa imagem tem seu pano de fundo nos Salmos: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? ” (Salmos 42:1, 2). “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmos 63:1).

Jesus demonstrou essa fome espiritual em Sua própria vida terrena. Quando Satanás O tentou a transformar pedras em pão, Ele respondeu dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4). No Poço de Jacó, quando os discípulos de Jesus voltavam da cidade de Sicar trazendo comida, ficaram surpresos porque Jesus recusou-Se a comer. Ele disse: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis”; e: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (João 4:32, 34).

 

“... porque eles serão fartos; “

A promessa aos que buscam ardentemente a Deus é que eles serão fartos. Deus prometeu saciar os desejos de seus corações. A linguagem aqui remete a Salmos 107:9: “Pois dessedentou a alma sequiosa e fartou de bens a alma faminta” (veja Jeremias 31:25; Lucas 1:53). Deus tem poder para satisfazer as aspirações mais profundas do Seu povo, tanto as físicas quanto as espirituais.

Evidentemente, essa satisfação espiritual pode ocorrer na era presente. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (João 6:35). E esse preenchimento espiritual também ocorrerá na era por vir, sendo retratado como um grandioso banquete ou festa de casamento (8:11, 12; 22:1–10; 25:10; Apocalipse 19:9). Na cidade celestial, a sede será saciada pela água da vida, que é dada de graça (Apocalipse 21:6; 22:17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:5

Mateus 5:5 “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; “

 

 “Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os mansos, ”

A palavra para manso significa basicamente “brando” ou “meigo”. A mansidão é a virtude que oferece paciente gentileza em retribuição ao ódio, ofensa ou hostilidade. É o oposto de orgulho, ira, autoafirmação e vingança. O coração verdadeiramente manso não reage à provocação; paga o mal com o bem; e, dos outros, nada exige e pouco espera. Em relação a Deus, a mansidão é a concordância com todos os seus tratos, sem murmuração, rebeldia ou resistência.

O mundo considera o manso como covarde e vacilante; alma tímida, moralmente débil ante as batalhas da vida. Mansidão, porém, não é fraqueza; é força tornada gentil. Moisés eia manso (Números 12.3), mas havia aço na sua estrutura moral, e raios e trovões no seu zelo (Êxodo 32.19). O Senhor Jesus era manso (Mateus 11.29), mas basta-nos ver como expulsou os cambistas do templo e denunciou a hipocrisia dos fariseus (Mateus 23)!

 

“... porque eles herdarão a terra; “

A mansidão é a força. Alguém pode argumentar: “São os fortes que tomam posse da terra, enquanto os mansos são pisoteados”. Jesus não prometeu aos mansos que “conquistariam ” a terra. Disse que a herdariam. Há uma diferença. Os fortes possuem a terra porque a tomam pela torça; os mansos herdam-na porque a recebem de Deus: “Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz. “ (Salmos 37:10,11)

Haverá o dia em que militares e gananciosos exploradores deixarão de mandar na terra. O comando passará àqueles que dedicam suas vidas a Deus e ao serviço do próximo. O presente é dominado por ferozes guerreiros, mas o futuro pertence aos mansos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:4

Mateus 5:4 “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; “

 

“Bem-aventurados “

Consulte comentário introdutório de Robert Stein sobre as bem-aventuranças de (Mateus 5.3)

 

“... os que choram, ”

A palavra grega usada para o verbo chorar é a mais forte indicando tristeza e sofrimento. É geralmente usada para descrever a tristeza experimentada por uma pessoa que perdeu um ser amado (Gênesis 23:2; 37:34, 35; 50:3 [LXX]; Marcos 16:10). Trata-se do tipo de tristeza que aflige uma pessoa e não a deixa em paz. É uma tristeza muitas vezes demonstrada por lamento e pranto.

O chorar por si mesmo não traz bênção, porque muitos há que choram sem consolação. Não há bênção reservada aos que lastimam perdas egoístas ou ambições frustradas, nem ao pessimista deliberado. O choro nascido do remorso também não pode canalizar benefícios: o inferno encher-se-á dele.

Porém existe aqueles que têm por certa a consolação e a bênção: os que choram a ausência da comunhão com Cristo (João 20.11-16); os que choram seu pecado, não meramente por causa da punição devida (Isaías 6.5,6; Romanos 7.24,25) - contrastar Saul e Davi, Judas e Pedro; e os que choram pelos pecados dos outros (Romanos 9.1-3). Para tais pessoas, virá o tempo da consolação de Deus. Em sua saudação a igreja de Corinto Paulo exalta o Deus d misericórdias: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;  Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (2 Coríntios 1:3,4).

 

“... porque eles serão consolados; ”

A verdade é esta: aqueles que choram por seus próprios pecados e pelos pecados dos outros serão consolados. Pranteadores justos encontram o consolo de Deus durante esta vida sabendo que seus pecados pessoais são perdoados e que Jesus Cristo está com eles (11:28–30; 28:18–20; Atos 2:38; 1 João 1:7, 9). O consolo final será experimentado na vida por vir (Lucas 16:25), quando o “Deus de toda consolação” (2 Coríntios 1:3) “lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Apocalipse 7:17; 21:4).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf

Mateus 5:3

Mateus 5:3 “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; ”

 

“Bem-aventurados “

Citando Robert Stein sobre as bem-aventuranças: Devem as bem-aventuranças ser interpretadas como “condições de entrada” no reino de Deus? Ou, em vez disso, como “anúncio de bênçãos” sobre aqueles que já se tornaram cidadãos do reino? Em outras palavras: Devem elas ser entendidas como exigências para a salvação ou como atribuições meritórias para aqueles que já salvos?

Fica evidente, por várias razões, que as bem-aventuranças, em vez de serem exigências de entrada, constituem-se em bênçãos para os que já estão no reino.

Primeiro, porque o auditório para quem elas foram dirigidas eram os discípulos (Mateus 5-1,2; Lucas 6.20) já comissionados por Cristo. Eles já estavam no reino.

Segundo, porque a analogia mais próxima das bem-aventuranças são as palavras de conforto encontradas em Isaías 29-19; 49-13 e especialmente 61.1,2.

Terceiro, porque a forma gramatical das bem-aventuranças, em sua natureza, não é condicional. A redação não é como se segue: “Se você ficar pobre de espírito, herdará o reino dos céus”, mas em forma de pronunciamento.

Finalmente, porque o fato de Mateus 5-3,10 registrar “porque deles é o Reino dos céus” indica que o evangelista entendeu toda a passagem de 3 a 12 como tratando do mesmo assunto. Assim, as bem-aventuranças devem ser interpretadas como bênçãos pronunciadas sobre as pessoas fiéis a Deus, que estão sujeitas a sofrer perseguições por causa da justiça (Mateus 5-10) e da sua fé.

As Beatitudes estão na forma de paralelismo sintético, um tipo de poesia hebraica na qual a segunda linha completa o significado da primeira. Desse modo, aqui a segunda linha define mais especificamente a conotação de “bem-aventurado”.

 

“... os pobres de espírito, ”

Os pobres ou humildes de espírito não são aqueles que se auto depreciam, como os essênios na época de Cristo, como os ascéticos na época de Paulo ou como os monges na época de Bento de Núrsia, porque aprendemos de Cristo o valor da personalidade: “Amados, agora somos filhos de Deus” (1 João 3.2).

Paulo chegou a elogiar a vida dos retirantes e reconheceu virtude, porém mesma nela percebeu motivo para orgulho: “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23).

Pela frequência com que as riquezas levam as pessoas a tornarem-se autossuficientes, a palavra “rico” é usada figurativamente na Bíblia para indicar o orgulhoso, e “pobre” ou “humilde” para exemplificar o tipo de pessoa que depende dos outros: “Ainda que o Senhor é excelso, atenta, todavia, para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe” (Salmos 138:6)

Ser pobre ou humilde de espírito é ter modesta estimativa de si mesmo - seu caráter e realizações - com base nó reconhecimento dos próprios pecados, necessidades e fraquezas.

 

“... porque deles é o reino dos céus; ”

O reino dos céus a estes pertence, pois deste reino os orgulhosos por sua autossuficiência são inevitavelmente excluídos. Aqueles que vão até Deus com corações espiritualmente quebrantados serão restabelecidos. O Senhor falou o seguinte por meio do profeta Isaías: “Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15). Deus exalta aqueles que entregam o controle de suas vidas a Ele. Tiago escreveu: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10; veja Provérbios 29:23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/3/2021

FONTES:

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Volume 5 - Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

STEIN, Robert H. Guia Básico para Interpretação da Bíblia. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_05.pdf