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terça-feira, 10 de junho de 2025

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 10 DE JUNHO DE 2025 (Hebreus 4.15-16)


LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
10 DE JUNHO DE 2025
O SUMO-SACERDÓCIO DE JESUS DIANTE DO PAI

Hebreus 4.15-16 “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

 

“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;

A imagem aqui é extraída do sistema sacerdotal no qual o sacerdote intercedia pelas fraquezas do povo. Na seção posterior de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem

A palavra compadecer ou socorrer é muito expressiva significa “correr em atendimento a um grito”. O crente clama a Deus pedindo socorro, e Deus atende “correndo para nos socorrer! ” Portanto, clamemos por socorro na hora da necessidade, esperando que nos atenda!

A capacidade que Cristo tem para nos socorrer é devido não somente à sua divindade como Filho de Deus, mas também à sua humanidade, pela qual obteve a condição de condoer-se de nós. Afinal, Cristo compartilhou as demais “fraquezas” da nossa carne, pelo que sentiu cansaço, fome, sede e necessidade de habitação, entre outras e triunfou para quem nos espelhemo-nos nele: “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos” (Hebreus 12.3).

Jesus ao mesmo tempo que é humano é divino. Ele é o perfeito Sumo Sacerdote que representa o homem perante Deus e é o Filho de Deus que representa Deus perante o homem. Essa condição especial o torna apto para ser o nosso único mediador: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2:5).

 

“... porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. “

Mesmo com a natureza divina, Jesus “em tudo foi tentado”, diz a palavra de Deus. Só conhece o que é tentação quem já passou por ela. As tentações de Jesus não partiam do seu íntimo, como ocorre com o homem natural. Tiago disse que “cada um é tentado pelos desejos que estão dentro de si” (Tiago 1:14). Elas foram provações e provocações externas advindas do tentador e de seus agentes.

Richard S. Taylor observa oportunamente que Jesus não foi tentado em todas as particularidades ou em cada situação possível. Por exemplo, Ele não foi tentado como marido, ou pai, ou dono de uma propriedade, ou empregador, ou soldado porque não exerceu nenhuma dessas funções.

Mas Jesus foi tentado nas três áreas básicas da suscetibilidade humana: corpo, alma e espírito. Dessa forma, Jesus conhecia a tentação no campo do apetite do corpo, no campo dos relacionamentos humanos e no campo dos relacionamentos espirituais. O Eu, os outros e Deus: É exatamente nessas áreas onde ocorre o campo de batalha de todo cristão.

Para nós é muito significativo saber que Jesus, como homem foi tentado em todas as coisas, “mas sem pecado”. A Bíblia assegura: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21). Diante disso compreendemos que ele pode nos socorrer nas nossas fraquezas: “Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hebreus 2.18).

 

“Cheguemos, pois,”

Compreendendo bem o papel do Sumo Sacerdote, podemos nos aproximar do Pai através dEle com regularidade, zelo e intrepidez. A palavra grega traduzida por “cheguemos” ou “acheguemo-nos” (proserchomai) está associada aos sacerdotes que tinham permissão para se aproximar de Deus num culto de adoração. Esse privilégio estende-se agora a todos os cristãos.

Só o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos do templo. Os sacerdotes não contaminados podiam entrar no Santo Lugar. Homens judeus devotos e purificados tinham permissão para entrar nos pátios externos. Fora do Pátio dos Judeus ficava o Pátio dos Gentios e um pouco além, o Pátio das Mulheres. Jesus removeu todos esses muros.

Temos permissão para “nos achegar” ao Pai, até o Seu altar: “E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10:22). Entramos na presença de Deus, achegando-nos ao próprio Deus em oração. Ele é acessível a nós a qualquer hora.

Quando um israelita era tentado, ele não podia correr até o sumo sacerdote em busca de ajuda; e, com certeza, não podia entrar no Santo dos Santos para buscar a ajuda de Deus. Os crentes em Jesus Cristo, porém, podem recorrer ao Sumo Sacerdote a qualquer hora, em qualquer circunstância e encontrar a ajuda de que precisam.


“com confiança ao trono da graça,”

Além disso, não temos que nos aproximar de Deus do modo como os pagãos se aproximavam de suas divindades, com medo e tremendo. Nem mesmo os judeus ousavam orar: “Pai nosso que está no céu” (Mateus 6:9). Não havia essa relação com o supremo Deus no Antigo Testamento. Hoje, como cristãos, podemos nos aproximar dEle “confiadamente”, sabendo que o Filho entende e provê acesso ao trono da graça, onde Ele está à direita de Seu Pai e tem a atenção dEle. Evidentemente, se nos apresentássemos a Deus por nossos próprios méritos, não seríamos ouvidos.

O “trono da graça” era outra expressão judaica para “o trono de Deus”. Era típico dos judeus evitarem pronunciar o nome de Deus, visando não mencioná-lo em vão. “Trono” aqui é um eufemismo para o próprio Deus. Ele é chamado de “Deus de toda a graça” (1 Pedro 5:10). Este é um título apropriado para Ele porque a essência de Sua natureza é misericórdia.

O trono da graça foi transformado de tribunal, em trono de misericórdia, porque o sangue de Jesus foi nele "aspergido". O simbolismo foi extraído da arca da aliança no Tabernáculo e do Dia da Expiação (Lv. 16). Chegar-se ao trono de Deus e à sua presença real “seria aterrorizante se sua característica principal não fosse a graça, isto é, o lugar onde o favor gratuito de Deus é distribuído.

Que consolo esta verdade tremenda nos traz! O trono de Deus é o lugar onde se procura e se acha auxílio. Quando nos aproximamos do trono, como fez nosso Salvador em tantas ocasiões, participamos um pouco de Sua glória.


“... para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

Em Sua presença encontramos socorro em tempos de necessidade. Saber da natureza misericordiosa de Deus nos permite aproximar dEle com intrepidez em oração, falando abertamente com nosso Pai celestial. Porque Cristo, nosso sumo sacerdote, que se encontra junto ao trono de Deus, supre todas as nossas necessidades.

No trono recebemos uma ajuda tripla em nossa hora de tribulação ou tentação: “misericórdia”, “graça” e “ajuda” oportuna de Deus. A “misericórdia” se relaciona ao perdão e ao amor de Deus que se tornaram possíveis pelo sacrifício de seu Filho; a “graça” envolve um desejo e poder dados por Deus ao nosso ser interior, nos ca­pacitando para sermos vitoriosos sobre a tentação e nas tribulações da vida; e a graça de Deus, disponível para “nos ajudar em nosso tempo de necessidade”, é um a ajuda apropriada e oportuna.

Esse tempo oportuno se refere ao tempo de nossa vocação: “Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno” (Salmos 104.27). Segundo a passagem de Isaías 49.8, Paulo aplica à pregação do evangelho: “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Coríntios 6.2).



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/05/2024



FONTES:

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201404_02.pdf

Warren W. Wiersbe, Comentário Bíblico Wiersbe. Estudo Expositivo da Epístola aos Hebreus. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

Calvin’s Commentaries: Commentary on the epistle of Paul the apostle to the Hebrews by John Calvin. Edição baseada na tradução inglesa de James Anderson, publicada por Baker Book House, Grand Rapids, MI, uSA, 1998.

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos hebreus: as coisas novas e grandes que Deus preparou para você. Rio de Janeiro: CPAD, 2003

BOYD, Frank M. Comentário Bíblico Gálatas, Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Hebreus. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1996. 

GUTHRIE, Donald. Hebreus- Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984.

GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

Lições Bíblicas 2001 - 3 Trimestre - Hebreus - Elinaldo Renovato de Lima

 

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