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sábado, 11 de maio de 2024

Salmos 12.5

Salmos 12.5 “Pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor; porei a salvo aquele para quem eles assopram.”

 

Pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor;”

A opressão insolente e cruel cometida contra os pobres é um pecado que traz julgamentos assoladores e destruidores a um povo. Deus enviou dez julgamentos devastadores, um depois do outro, sobre faraó, seu povo e sua terra para vingar a opressão cruel cometida contra o pobre povo do Senhor. “Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles, na porta, o aflito. Porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida” (Pv 22.22,23).

O Senhor defenderá a causa dos oprimidos e pobres contra quem lhes oprima sem medo ou razão. Ele advogará a causa com peste, sangue e fogo. Gogue foi um grande opressor dos pobres (Ezequiel 38.8-14), e Deus o castigou com peste, sangue e fogo: “E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (Ezequiel 38.22).

O gemido dos pobres é menor que o gemido do Espírito Santo, contudo Deus se desperta e se levanta por causa disso. Que virtude há nos gemidos do pobre, que façam o Deus Todo-Poderoso se levantar do trono.

Uma lágrima não faz barulho, contudo tem uma voz: “O Senhor já ouviu a voz do meu lamento” (SaImos 6.8). Não é água potável, mas Deus a engarrafa. Um gemido é algo pequeno, no entanto é, às vezes, a melhor parte da oração (Romanos 8.26). Um suspiro é menor que uma respiração, quando a pessoa está extenuada por falta de fôlego, mas às vezes é tudo de que o justo pode se gabar (SaImos 42.1).

A melhor oração que Ana fez foi quando ela não podia proferir uma palavra sequer, senão chorar: “Duro, duro coração”. A melhor oração do publicano foi quando, batendo no peito, clamou: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18.13).

 

“... porei a salvo aquele para quem eles assopram.”

No devido tempo, o Senhor ouvirá os eleitos que clamam a Ele dia e noite. Ele é muito paciente com os opressores, contudo há de vingá-los sem demora.

Não há nada que comova um pai quanto o choro dos seus filhos. Apressa-se, desperta a sua virilidade, vence o inimigo e coloca em segurança os seus amados. Um sopro é muito para uma criança suportar, e o inimigo é tão arrogante que ri dos pequeninos desprezando-os. Mas o Pai vem e, então, é a vez de a criança rir, quando ela é colocada acima da raiva do atormentador.

No exato momento em que tudo parece perdido e o pobre, oprimido e aflito povo de Deus nada pode fazer, senão gemer e chorar, e chorar e gemer, então o Senhor se levantará e os porá a salvo das opressões. Ele faz do dia de necessidade extrema uma oportunidade gloriosa para o beneficio da sua glória e o bem do povo: “E, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade” (Mateus 22.6,7).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/05/2024

FONTES:

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume I. Rio de Janeiro: CPAD, 2017. (Citações de Thomas Brooks e John Sheffield, 1654

Hebreus 13.17

Hebreus 13.17 Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

 

Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles;”

A ordem para obedecer aos pastores da igreja está no tempo presente e se refere aos que “velam pelas almas [dos irmãos]” no momento atual, e não aos que já se foram ou faleceram, como em 13:7. O contexto sugere que o termo (pastor) tem o sentido de alguém que supervisiona ou pastoreia uma comunidade.

Eles devem ser objeto de respeito, amor e consideração devido à obra que realizam: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; E que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós(1 Tessalonicenses 5.13). O trabalho pastoral transcende em muito o aspecto material ou físico.

Os destinatários desta carta foram incentivados a “obedecer” aos seus líderes. (A ordem “obedecei” é reforçada por “sede submissos”), que significa “render-se”, “parar de resistir” ou “ceder”.

 

“... porque velam por vossas almas,”

Essa expressão “velar” quer dizer “estar sem sono”, indicando assim o grande cuidado que os pastores deviam ter para com o rebanho.

Na antiguidade, muitos pastores de ovelhas passavam noites inteiras sem dormir, cuidando do rebanho. “O sono fugia de seus olhos” pelo grande cuidado que seu trabalho exigia (Genesis 31.40), pois freqüentemente ouvia-se a cobrança do dono do rebanho dizendo: “... onde está o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua glória?” (Jeremias 13.20) Isso o obrigava a trabalhar dias e noites quase sem tempo para o descanso. Em muitas ocasiões depois que fazia deitar o rebanho, ele passava horas e horas cuidando daquelas ovelhas que se feriram ou que foram feridas durante o dia (Ezequiel 34.4), e ainda tinha de estar alerta à presença de lobos e afugentá-los.

Alguns cordeirinhos eram ainda incapazes de suportar o rigor da viagem nas longas caminhadas à procura de pastagens (Gn 33.12), o que obrigava o pastor a conduzi-los em seus braços, como bem descreve o profeta Isaías: “... apascentará o seu rebanho; entre os seus braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente” (Is 40.11).

 

“... como aqueles que hão de dar conta delas;”

Tendo a eternidade em mente, os presbíteros/pastores/bispos devem “velar pelas almas” dos membros. Isto implica que se faça algum tipo de reforço exortativo, visando manter as almas no caminho certo! Eles devem “estar alerta e vigilante” pela congregação, porque, segundo o autor de Hebreus, ele está consciente que prestará contas sobre a mesma: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tiago 3.1).

Para isso requer-se do ministério pastoral: cuidado e coragem (I Samuel 25.7; Isaías 31.4; Amós 3.12; Jo 10.12); responsabilidade (Mateus 18.12; Lucas 15.6); amor e paciência (Isaías 40.11; Ezequiel 34.4); competência e disposição para o ofício (Provérbios 27.23; Lucas 15.4); alegria no trabalho e abnegação (I Pedro 5.2); ordem (Jeremias 33.13; João 10.3); humildade e mansidão (Ezequiel 34.4; Mateus 11.29; I Pedro 5.3), e senso de julgamento entre o bem e o mal (Ezequiel 34.17; Mateus 25.32, etc.).

Tendo sobre seus ombros tão grande responsabilidade, seria um fardo a mais suportar a indiferença de seus liderados.

 

“... para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

A meta de toda congregação deve ser realizar o trabalho dos pastores com alegria. Quando os guias prestarem conta ao Supremo Pastor (1 Pedro 5:4), nós vamos querer que eles digam a respeito de cada um de nós: “Este cristão foi bom e fiel até o fim”.

João disse: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João 4). Paulo tinha o mesmo sentimento acerca dos irmãos por ele convertidos em Tessalônica (1 Tessalonicenses 2:19, 20). Ele disse que muito se gloriava por causa de seus filhos na fé (2 Coríntios 7:4; Filipenses 2:16).

Ao contrário disso seria um pastor que se sente derrotado por não conseguir persuadir ou influenciar um cristão rebelde: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século...” (2 Timóteo 4.10). Essa tristeza não seria útil para uma congregação, pois ela ´recisa de um pastor motivado. Sabendo disso nós não devemos ser causa de tristeza para nossos líderes e sim de alegria.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/05/2024

FONTES

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201408_12.pdf

SILVA, Severino Pedro. Epístola aos Hebreus – as coisas novas e grandes que Deus preparou para você. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

 

Mateus 12.25

Mateus 12.25 Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.

 

Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos,”

A acusação dos fariseus – de que Jesus expelia demônios pelo poder de Belzebu (v.24) – não foi dita diretamente a Jesus. Pode ter sido ouvida pela multidão. Jesus não ouviu as palavras deles, mas leu os pensamentos deles.

Jesus fazia isso com freqüência e surpreendia seus acusadores: Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia;  E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem(João 2:24-25).

Quando Jesus havia perdoado os pecados do paralítico de Cafarnaum os seus opositores murmuravam em voz baixa dizendo: “Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Marcos 2.7). Jesus os surpreendeu dando de pronto a resposta com um sinal, a cura do paralítico: Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa “ (Marcos 2.10-11).

 

“... disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.

 

Jesus, com inexpugnável lógica, mostra como é vulnerável essa tese dos fariseus. Com toda a sua sabedoria, a crítica que fizeram a Jesus é espantosamente ingênua (25,26), e pode ser dirigida de volta contra eles (27). A guerra civil, diz Jesus, sempre tem resultados desastrosos, e isto é verdade na esfera espiritual como na esfera física. Satanás não está interessado em cometer suicídio!

Jesus usou três ilustrações sobre todo reino, toda cidade ou casa para expor Sua idéia. Todas as comparações representam pessoas: os cidadãos de um reino, os habitantes de uma cidade e os membros de uma família.

Se algum destes estiver dividido contra si mesmo, não subsistirá. Craig S. Keener comentou que essa frase poderia ser a citação de um provérbio. Era fato sabido que disputas internas levam a destruição, e o público de Jesus estava claramente ciente dessa verdade.

Quando Ninrode reinou sobre Babel intentará construir uma torre para que seus súditos não fossem espalhados. Ali Deus dividiu as línguas, pois todo povo era de uma só língua: “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade” (Genesis 11.7-8). Após a confusão o Senhor os espalhou e acabou-se assim o Reino de Babel.

Quando os pastores de Abrão e Ló contenderam por causa da terra para pastagens disse Abrão ao seu sobrinho: “Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; e se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda” (Genesis 13.8-9).

Até mesmo o reino do antigo de Israel foi dividido após o reinado de Salomão (1 Reis 12:1–24) e as duas partes do reino foram por fim expatriadas nos cativeiros assírio e babilônico (2 Reis 18:9–12; 25:1–21).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/5/2024

FONTES:

TASKER, R. V. G. Mateus: Introdução e comentário. Série Cultura Bíblica –São Paulo: Mundo Cristão, 1980.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201207_03.pdf

2 Coríntios 5.18

2 Coríntios 5.18 “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;”

 

“E tudo isto provém de Deus,”

Paulo sublinha o fato de que tudo provém de Deus. O grande plano da salvação mediante o qual toda a criação deve redimir-se pertence a Deus, sendo ele quem, mediante Cristo, nos reconciliou consigo mesmo. É o próprio Deus quem toma a iniciativa e executa a reconciliação, mediante Jesus Cristo.

No Antigo Testamento era o pecador que levava um Cordeiro em sacrifício para a remissão dos pecados. No Novo Testamento João, o batista, quando vê a Cristo testemunha: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Deus nos envia o Cordeiro para nos reconciliar consigo mesmo.



“... que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo,

Os seres humanos estavam perdidos no pecado e éramos classificados como inimigos de Deus. Desde o início, construíram barreiras entre eles e o Eterno. Deus tomou a iniciativa de remover essas barreiras e efetuar a reconciliação: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Romanos 5:10).

O significado de “reconciliação”, num sentido amplo, é: acordo entre duas ou mais partes, após um desentendimento ou estranhamento. A palavra implica diferenças esquecidas de boa fé e erros perdoados. Sugere arrependimento onde é necessário e perdão oferecido por quem foi injustiçado.

O meio pelo qual Deus efetuou a reconciliação com a raça humana foi Cristo, que morreu em favor de todos: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5.14-15). Childs colocou isto desta forma: …na morte e ressurreição de Cristo, no derradeiro evento do Deus-conosco, Cristo fez a ponte entre o divino e o humano, entre o Ser Único e os muitos seres criados, para nos tornar uma nova criação.

 

“... e nos deu o ministério da reconciliação;”

Em se tratando de Cristo, a reconciliação se aplica primeiramente à paz entre Deus e o homem. Isto aconteceu quando “aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós” (2 Coríntios 5:21a), mas a mensagem do evangelho traz reconciliação para outras áreas da vida. Quem atende ao chamado de Cristo se reconcilia também com seu semelhante.

Jesus expôs o conceito de reconciliação uma só vez. Ele usou uma palavra quase sinônima à que Paulo escolheu para falar de reconciliação entre as pessoas. Disse Jesus aos Seus seguidores: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:23-24).



DEIVY FERRREIRA PANIAGO JUNIOR
18/5/2024

FONTES:

KRUSE, Colin. 2 Coríntios – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202107_03.pdf

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202107_00.pdf

Mateus 6.12

Mateus 6.12 “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;”.

 

“E perdoa-nos as nossas dívidas,”

Segue aqui mais uma cláusula da Oração do Pai nosso. Devemos nos dirigir a Deus para pedirmos perdão, pois ele sempre está pronto a perdoar: Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam” (Salmo 86.5).

A palavra para dívidas é uma das palavras gregas para “pecado”: “E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve” (Lucas 11:4) e é usada pouquíssimas vezes no Novo Testamento.

Na língua aramaica, que era a língua comum da Palestina na época de Jesus, era costume se referir a pecado como uma “dívida”. Esta é uma palavra apropriada para usarmos quando nos achegamos ao trono da graça de Deus, pois somos todos devedores.

 

“... assim como nós perdoamos aos nossos devedores;”

A parábola de Jesus sobre o credor incompassivo (Mateus 18:23–35) foi contada para nos ensinar essa verdade:  Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mateus 18:35).

Quem não perdoa não será perdoado por Deus. Jesus deixou isso claro aqui em Sua oração modelo e depois aprofundou-se no assunto em 6:14, 15: ”Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” .

O perdão de Deus para conosco depende da nossa disposição para perdoar quem peca contra nós, independentemente da pessoa merecer ou não o nosso perdão. Temos que perdoar assim como Jesus perdoou a todos – até aos que o crucificaram: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”  (Lucas 23:34).

Um jornalista inglês cita o seguinte incidente: “Conta o bispo Taylor que, num culto da Santa Ceia, na África, celebrado entre cristãos nativos de diferentes vilas, um negro, recém-convertido, ajoelhou-se com os outros irmãos. De repente, olhou de modo intenso e desvairado para o homem ao seu lado; depois levantou-se, saiu da igreja e correu para a floresta. Dias depois, assentava-se ele ao lado do mesmo homem. Perguntado sobre seu comportamento, explicou que, numa luta entre tribos vizinhas, aquele homem matara o seu pai e ainda ajudara a devorar-lhe o corpo numa festa de canibais. Havia jurado vingança e, quando viu o inimigo ao seu lado, aquele sentimento voltou-lhe à alma. Fugiu, entrando na floresta para orar. Lembrou-se, então, de como Jesus o perdoara e ressentimento saiu-lhe do coração.” 

Se lembrarmos sempre a grande dívida que nos foi perdoada, não teremos dificuldade em perdoar às ofensas de nosso irmão. Precisamos exercitar a misericórdia se esperamos recebê-la: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4.32).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/5/2024

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201205_02.pdf

Atos 6.1

Atos 6.1 “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.

 

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos,”

A igreja, mesmo perseguida pelas autoridades, crescia cada vez mais rapidamente. Essa igreja iniciou com o número de 120 irmãos segundo o testemunho de Lucas (Atos 1.15). Após o primeiro sermão pentecostal pregado por Pedro agregaram-se quase 3000 almas (Atos 2.41). Após a cura do coxo da porta formosa Lucas escreve que o número dos que creram chegou a quase cinco mil. Após a morte de Ananias e sua esposa Safira: “a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (Atos 5.14).

Por um lado, sim, multiplicou-se o número dos discípulos. Por outro, a excitação do crescimento da igreja foi abafada por uma lamentável "queixa expressa em murmuração".

 

“... houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus,”

Havia dois grupos na igreja de Jerusalém, um chamado helenista e o outro hebreu. Normalmente, supõe-se que o fator que diferenciava um grupo do outro era uma mistura de geografia e língua. Ou seja, os helenistas vinham da dispersão, tinham se estabelecido na Palestina e falavam grego, enquanto que os hebreus eram nativos da Palestina e falavam o aramaico. Mas essa explicação pode ser imprecisa. Já que Paulo se chamou de hebreu, apesar de ter vindo de Tarso e falar grego, a distinção deve estar na cultura, e não apenas na origem e língua.

O primeiro de judeus helenistas murmurava contra os hebreus porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Nada indica que esse esquecimento fosse proposital ("as viúvas hebréias estavam recebendo um tratamento preferencial"); a causa provável era uma falha na administração ou supervisão.

O verbo empregado para murmuração é o mesmo empregado na Septuaginta para expressar a "murmuração" dos israelitas contra Moisés, e é evidente que os membros da igreja de Jerusalém estavam murmurando contra os apóstolos, que recebiam o dinheiro das contribuições (Atos 4:35, 37). Esperava-se, portanto, que o distribuíssem eqüitativamente. Todavia tal murmuração não é adequada para um cristão.

 

“... porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.

Uma mulher viúva no AT, ao que parece, ficava desprotegida e seu único amparo era dos filhos e dos parentes mais próximos. Deus afirma que se a viúva for oprimida socialmente, ele sairá em defesa dela e também do órfão (Êxodo 22.22-24).

Deus se apresenta como o protetor das viúvas, dos órfãos e dos peregrinos e estrangeiros: "que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes" (Deuteronômio 10.18; SaImos 146.9). Tiago escreve que um sinal da verdadeira religião é amparo as viúvas: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1.27).

Paulo também se preocupava com a questão das viúvas e com a grande demanda orientou Timóteo a priorizar as viúvas que realmente são viúvas. Não que haja viúvas falsas, mas que sempre há viúvas que podem ser amparadas por sua própria família: “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus” (1 Timóteo 5.3-4).

Por elas não serem em sua maioria capazes de ganhar o próprio sustento e não possuir parentes que as sustentassem, a igreja assumiu essa responsabilidade, fazendo-se a distribuição diária de comida entre elas. Mas, com a falta de organização, as viúvas do grupo de língua grega foram negligenciadas pelos judeus, de língua hebraica, que eram a maioria. Humanamente falando, havia ali uma base para um futuro rompimento entre os grupos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/05/2024

FONTES:

PEARLAM, Myer. Atos – E a igreja se fez missão. Rio de Janeiro: Cpad, 1995. 

STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até aos Confins da Terra, São Paulo: ABU, 1994.

Romanos 3.10

Romanos 3.10 “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.”


“Como está escrito:”

Paulo havia declarado sua premissa: tanto judeus como gentios estavam debaixo do pecado e careciam da justiça de Deus. Ele sabia, porém, que um deles — os judeus — resistiria a esse veredito e exigiria uma prova conclusiva. Então, o apóstolo retomou a lei da qual eles se orgulhavam: ”Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” (Romanos 2:23), dizendo: “como está escrito”.

Paulo recorre às Escrituras. Essa é a autoridade máxima. A Bíblia não tem uma opinião entre muitas; tem a palavra final, o argumento irresistível e irrefutável.

Franz Leenhardt escreve: “Apoiando-se na autoridade da Escritura, vai Paulo forçar o leitor, judeu ou grego, a penetrar o próprio eu e reconhecer diante de Deus que está ‘debaixo do pecado’”.

Calvino alerta para o fato de que, se Paulo usou a autoridade das Escrituras para convencer os homens de sua iniqüidade, aqueles que estão encarregados do ensino na igreja devem tornar-se muito mais atentos para não agir de outro modo na pregação do evangelho.

 

“Não há um justo, nem um sequer.”

Paulo citou a tradução grega do Antigo Testamento, como geralmente fazia. Aqui cita Salmo 14:1–33 ao discorrer acerca da situação revoltante da humanidade. Alguns acreditam que pode ter citado uma versão de Eclesiastes 7.20: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque”.

Com argumentos irresistíveis expõe a culpabilidade dos gentios e também dos judeus. Deus encerrou todos no pecado para usar de misericórdia para com todos. O pecado atingiu a todos sem exceção. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3.23).

“Justo” é usado aqui no sentido de “estar correto perante Deus”. Toda pessoa responsável faz algumas coisas que são erradas. Conseqüentemente, perante Deus ela está condenada “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todo” (Tiago 2:10).

A situação poderia ser ilustrada com um recipiente contendo terra e água. Derrame um pouco de água limpa na terra. A água torna a terra limpa? Não. Agora pingue um pouco de terra na água. A terra deixa a água suja? Sem dúvida. O pecado é parecido com isso: por mais que a sua vida tenha coisas boas, existem algumas coisas más — e isso faz de você um pecador. Existem exceções? O salmista não poderia ter sido mais claro. Paulo citou-o dizendo: “não... nem um sequer... não... não... não... nem um sequer”!

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/05/2024

FONTES:

http://www.biblecourses.com/Portuguese/Po_lessons/Po_200810_07.pdf

Lopes, Hernandes dias. Romanos: o evangelho segundo Paulo. São Paulo, SP: Hagnos 2010.

HENDRIKSEN, William. Romanos. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

LEENHARDT, Franz J. Epístola aos Romanos – Comentário Exegético. São Paulo: ASTE, 1969

Hebreus 4.16

Hebreus 4.16 “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

 
“Cheguemos, pois,”

Compreendendo bem o papel do Sumo Sacerdote, podemos nos aproximar do Pai através dEle com regularidade, zelo e intrepidez. A palavra grega traduzida por “cheguemos” ou “acheguemo-nos” (proserchomai) está associada aos sacerdotes que tinham permissão para se aproximar de Deus num culto de adoração. Esse privilégio estende-se agora a todos os cristãos.

Só o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos do templo. Os sacerdotes não contaminados podiam entrar no Santo Lugar. Homens judeus devotos e purificados tinham permissão para entrar nos pátios externos. Fora do Pátio dos Judeus ficava o Pátio dos Gentios e um pouco além, o Pátio das Mulheres. Jesus removeu todos esses muros.

Temos permissão para “nos achegar” ao Pai, até o Seu altar: “E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10:22). Entramos na presença de Deus, achegando-nos ao próprio Deus em oração. Ele é acessível a nós a qualquer hora.

Quando um israelita era tentado, ele não podia correr até o sumo sacerdote em busca de ajuda; e, com certeza, não podia entrar no Santo dos Santos para buscar a ajuda de Deus. Os crentes em Jesus Cristo, porém, podem recorrer ao Sumo Sacerdote a qualquer hora, em qualquer circunstância e encontrar a ajuda de que precisam.


“com confiança ao trono da graça,”

Além disso, não temos que nos aproximar de Deus do modo como os pagãos se aproximavam de suas divindades, com medo e tremendo. Nem mesmo os judeus ousavam orar: “Pai nosso que está no céu” (Mateus 6:9). Não havia essa relação com o supremo Deus no Antigo Testamento. Hoje, como cristãos, podemos nos aproximar dEle “confiadamente”, sabendo que o Filho entende e provê acesso ao trono da graça, onde Ele está à direita de Seu Pai e tem a atenção dEle. Evidentemente, se nos apresentássemos a Deus por nossos próprios méritos, não seríamos ouvidos.

O “trono da graça” era outra expressão judaica para “o trono de Deus”. Era típico dos judeus evitarem pronunciar o nome de Deus, visando não mencioná-lo em vão. “Trono” aqui é um eufemismo para o próprio Deus. Ele é chamado de “Deus de toda a graça” (1 Pedro 5:10). Este é um título apropriado para Ele porque a essência de Sua natureza é misericórdia.

O trono da graça foi transformado de tribunal, em trono de misericórdia, porque o sangue de Jesus foi nele "aspergido". O simbolismo foi extraído da arca da aliança no Tabernáculo e do Dia da Expiação (Lv. 16). Chegar-se ao trono de Deus e à sua presença real “seria aterrorizante se sua característica principal não fosse a graça, isto é, o lugar onde o favor gratuito de Deus é distribuído.

Que consolo esta verdade tremenda nos traz! O trono de Deus é o lugar onde se procura e se acha auxílio. Quando nos aproximamos do trono, como fez nosso Salvador em tantas ocasiões, participamos um pouco de Sua glória.


“... para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

Em Sua presença encontramos socorro em tempos de necessidade. Saber da natureza misericordiosa de Deus nos permite aproximar dEle com intrepidez em oração, falando abertamente com nosso Pai celestial. Porque Cristo, nosso sumo sacerdote, que se encontra junto ao trono de Deus, supre todas as nossas necessidades.

No trono recebemos uma ajuda tripla em nossa hora de tribulação ou tentação: “misericórdia”, “graça” e “ajuda” oportuna de Deus. A “misericórdia” se relaciona ao perdão e ao amor de Deus que se tornaram possíveis pelo sacrifício de seu Filho; a “graça” envolve um desejo e poder dados por Deus ao nosso ser interior, nos ca­pacitando para sermos vitoriosos sobre a tentação e nas tribulações da vida; e a graça de Deus, disponível para “nos ajudar em nosso tempo de necessidade”, é um a ajuda apropriada e oportuna.

Esse tempo oportuno se refere ao tempo de nossa vocação: “Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno” (Salmos 104.27). Segundo a passagem de Isaías 49.8, Paulo aplica à pregação do evangelho: “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Coríntios 6.2).



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/05/2024



FONTES:

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201404_02.pdf

Warren W. Wiersbe, Comentário Bíblico Wiersbe. Estudo Expositivo da Epístola aos Hebreus. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

Calvin’s Commentaries: Commentary on the epistle of Paul the apostle to the Hebrews by John Calvin. Edição baseada na tradução inglesa de James Anderson, publicada por Baker Book House, Grand Rapids, MI, uSA, 1998.