“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles;”
A ordem para obedecer aos pastores da igreja está no tempo presente e se refere aos que “velam pelas almas [dos irmãos]” no momento atual, e não aos que já se foram ou faleceram, como em 13:7. O contexto sugere que o termo (pastor) tem o sentido de alguém que supervisiona ou pastoreia uma comunidade.
Eles devem ser objeto de respeito, amor e consideração devido à obra que realizam: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; E que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós” (1 Tessalonicenses 5.13). O trabalho pastoral transcende em muito o aspecto material ou físico.
Os destinatários desta carta foram incentivados a “obedecer” aos seus líderes. (A ordem “obedecei” é reforçada por “sede submissos”), que significa “render-se”, “parar de resistir” ou “ceder”.
“... porque velam por vossas almas,”
Essa expressão “velar” quer dizer “estar sem sono”, indicando assim o grande cuidado que os pastores deviam ter para com o rebanho.
Na antiguidade, muitos pastores de ovelhas passavam noites inteiras sem dormir, cuidando do rebanho. “O sono fugia de seus olhos” pelo grande cuidado que seu trabalho exigia (Genesis 31.40), pois freqüentemente ouvia-se a cobrança do dono do rebanho dizendo: “... onde está o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua glória?” (Jeremias 13.20) Isso o obrigava a trabalhar dias e noites quase sem tempo para o descanso. Em muitas ocasiões depois que fazia deitar o rebanho, ele passava horas e horas cuidando daquelas ovelhas que se feriram ou que foram feridas durante o dia (Ezequiel 34.4), e ainda tinha de estar alerta à presença de lobos e afugentá-los.
Alguns cordeirinhos eram ainda incapazes de suportar o rigor da viagem nas longas caminhadas à procura de pastagens (Gn 33.12), o que obrigava o pastor a conduzi-los em seus braços, como bem descreve o profeta Isaías: “... apascentará o seu rebanho; entre os seus braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente” (Is 40.11).
“... como aqueles que hão de dar conta delas;”
Tendo a eternidade em mente, os presbíteros/pastores/bispos devem “velar pelas almas” dos membros. Isto implica que se faça algum tipo de reforço exortativo, visando manter as almas no caminho certo! Eles devem “estar alerta e vigilante” pela congregação, porque, segundo o autor de Hebreus, ele está consciente que prestará contas sobre a mesma: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tiago 3.1).
Para isso requer-se do ministério pastoral: cuidado e coragem (I Samuel 25.7; Isaías 31.4; Amós 3.12; Jo 10.12); responsabilidade (Mateus 18.12; Lucas 15.6); amor e paciência (Isaías 40.11; Ezequiel 34.4); competência e disposição para o ofício (Provérbios 27.23; Lucas 15.4); alegria no trabalho e abnegação (I Pedro 5.2); ordem (Jeremias 33.13; João 10.3); humildade e mansidão (Ezequiel 34.4; Mateus 11.29; I Pedro 5.3), e senso de julgamento entre o bem e o mal (Ezequiel 34.17; Mateus 25.32, etc.).
Tendo sobre seus ombros tão grande responsabilidade, seria um fardo a mais suportar a indiferença de seus liderados.
“... para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.”
A meta de toda congregação deve ser realizar o trabalho dos pastores com alegria. Quando os guias prestarem conta ao Supremo Pastor (1 Pedro 5:4), nós vamos querer que eles digam a respeito de cada um de nós: “Este cristão foi bom e fiel até o fim”.
João disse: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João 4). Paulo tinha o mesmo sentimento acerca dos irmãos por ele convertidos em Tessalônica (1 Tessalonicenses 2:19, 20). Ele disse que muito se gloriava por causa de seus filhos na fé (2 Coríntios 7:4; Filipenses 2:16).
Ao contrário disso seria um pastor que se sente derrotado por não conseguir persuadir ou influenciar um cristão rebelde: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século...” (2 Timóteo 4.10). Essa tristeza não seria útil para uma congregação, pois ela ´recisa de um pastor motivado. Sabendo disso nós não devemos ser causa de tristeza para nossos líderes e sim de alegria.
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
14/05/2024
FONTES
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201408_12.pdf
SILVA, Severino Pedro. Epístola aos Hebreus – as coisas novas e grandes que Deus preparou para você. Rio de Janeiro CPAD, 2023.
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
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