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domingo, 17 de março de 2024

João 3.3

João 3.3 “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” 

 

“Jesus respondeu e disse-lhe:”

Nicodemos, um príncipe dos judeus, foi ter de noite com Jesus. Apesar de que no momento não queria ser visto por muitas pessoas falando com Jesus possivelmente por sua posição de Mestre. Ele reconheceu Jesus como um Mestre vindo de Deus. Sua convicção estava nos sinais que se faziam através de Jesus: “... ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2). Fala-se da covardia de Nicodemos cm vir à noite. Devemos, no entanto, dar valor ao fato dele ter procurado a Jesus, mesmo daquele modo. Mais tarde, foi ele quem tomou sobre si a defesa de Jesus perante o Sinédrio (João 7.50,51) e ajudou a enterrar o seu corpo (João 19.39).

A esse principal da sinagoga Jesus esclarece acerca das coisas que ele chamou de terrena: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? “ (João 3:12). Quando ele chama o novo nascimento de coisa terrena está implicitamente atestando que todo o homem está destituído da glória de Deus e precisam se religar em Deus. Sendo assim Cristo afirma:

 

“Na verdade, na verdade vos digo”

A expressão “na verdade” traduz o original “amem”, em hebraico ela transmite o sentido de verdade ou fidelidade. No Evangelho de João, essa expressão aparece composta com uma repetição a mais, isto é, “em verdade em verdade vos digo” ou “na verdade na verdade te digo". Essa repetição traduz um duplo amém. Na Bíblia Jesus usa essa expressão como introdução de uma declaração solene, como um alerta profundo. Indica que o que se segue após a expressão deve ser recebido, refletido, assimilado e obedecido.

 

“... que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

O Senhor Jesus afirmou a Nicodemos que ele precisava nascer de novo, um novo nascimento vindo diretamente do céu. Como homem, ele estava na condição caída de todos os seres humanos “porque todos pecaram” (Romanos 3.23). Nesse sentido, todo ser humano precisa passar pelo processo de regeneração, experimentar uma ação divina no interior, ou seja, nascer de novo (João 3.5; 20.22; 15.5; 2 Coríntios 5.17).

Jesus revela que todo homem precisa de uma mudança radical e completa da totalidade da natureza e do caráter. A natureza total do homem foi torcida pelo pecado, em decorrência da queda, e esta perversão se reflete na sua conduta individual e nos seus vários relacionamentos. Quando Jesus estava em Jerusalém por causa da páscoa fez muitos milagres e muitos creram nele. Todavia a bíblia informa: “... o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia;  E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (João 2:24,25).

Antes de poder viver uma vida que agrade a Deus, sua natureza precisa passar por uma mudança tão radical que é nada menos do que um segundo nascimento. O homem não pode efetuar semelhante mudança por si mesmo. A transformação deve vir de cima.

No verso 5 Jesus complementa a ideia: “aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água significa passar por uma profunda experiência da purificação (cf. Efésios 5.26). Nascer do Espírito significa passar por uma profunda experiência de receber a vida divina. A alma humana precisa ser lavada de toda impureza e vivificada pela vida celestial, antes de estar pronta para o Céu. Deus nos salvou: 1) pela “lavagem da regeneração e 2) da renovação do Espírito Santo” (Tito 3.5).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/03/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está Proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

PEARLMAN, Myer. João o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.

Jó 1:1

Jó 1:1 "Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. "


"Havia um homem na terra de Uz, "

O autor sagrado faz questão de ressaltar que o protagonista deste drama era, apesar de toda a áurea que hoje o cerca, era um homem comum. Por isto usa também um substantivo bastante comum para denotar quão humano era Jó: "ysh" Esta palavra hebraica não significa apenas varão; pode ser usada ainda com estes sentidos: vencedor, grande homem, marido, ou, simplesmente, pessoa.

Nesse único substantivo, é-nos possível fazer um admirável sumário da biografia de Jó. Em virtude de sua fé em Deus, foi-se destacando como um vencedor até ser reconhecido como o maior dos varões de sua geração. Isto significa que todo aquele que se entrega a Deus torna-se um herói por mais insignificante que seja aos olhos do mundo.

Uz está localizada a oeste do deserto da Arábia, ocupava uma área de grande importância estratégia. No auge do poder, seus domínios estenderam-se até chegar às fronteiras de Babilônia. Séculos mais tarde, a terra de Uz seria ocupada pelos filhos de Esaú. Também conhecidos como edomitas. 

O profeta Jeremias  corrobora com essa localização: "Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz" (Lamentações 4:21). Segundo Flávio Josefo, os uzitas teriam se dirigido para as bandas da Síria, onde fundaram a cidade de Damasco. 


"...cujo nome era Jó;"

O nome Jó significa ´que se volta para Deus”. Ele não era judeu, mas um gentio, provavelmente um sírio ou um árabe. E o significado de seu nome está ligado a seu caráter e à sua carreira. Jó é descrito em seu livro como um homem muito rico, o maior do oriente. Era casado e desse casamento teve inicialmente dez filhos. Sete homens e três mulheres v.2


"...e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. "

O caráter define o que uma pessoa é de verdade. Ela é vista a partir dos valores que governam a sua vida interior. O “mau-caráter” define uma pessoa que não merece confiança, que é desonesta e que, portanto, não possui valores nobres. Jó não era um homem sem pecado, mas tinha um caráter irretocável. O primeiro versículo do livro de Jó nos lista três adjetivos referentes ao caráter de Jó:

Um Homem Íntegro. A palavra “íntegro”, que traduz o hebraico tām, possui o sentido de inocente, sem culpa. O vocábulo é encontrado apenas treze vezes no Antigo Testamento. Jacó também é assim descrito (Genesis 25.27). No grego, segundo a Septuaginta, a palavra "alethinós" remete ao que é verdadeiro. Assim, podemos afirmar que Jó era sincero nas intenções, afeições e diligente nos esforços para cumprir seus deveres para com Deus e os homens.

Um Homem Reto. A palavra "reto", que traduz o hebraico yāšār, tem um sentido de alguém justo, direito. Na Septuaginta, de acordo com o grego amemptos, possui o sentido de irrepreensível. Retidão na conduta é não se desviar nem para a direita e nem para a esquerda, apesar das consequências. Ainda que sofra danos, mantém-se reto: "...aquele que jura com dano seu, e contudo não muda" (Salmos 15:4).

Temente a Deus. A expressão hebraica que descreve o homem temente a Deus: yará, evoca um medo santo e respeitoso pelo Todo-Poderoso. M edo esse, aliás, que não tem a natureza do terror. Através de seu temor a Deus, o patriarca Jó introduzira se em todos os princípios da sabedoria (Provérbios 1.7). Daí a razão de ser ele contato entre os homens mais sábios e piedosos de todos os tempos. M ui acertadamente escreveu o teólogo americano A. W. Tozer: “Ninguém pode conhecer a verdadeira graça de Deus, se antes não conhecer o temor de Deus”. Alguns homens da Bíblia são também destacados por seu temor a Deus. Haja vista Hananias, ajudante de Neemias na reconstrução dos muros de Jerusalém (Neemias 7.2). O idoso Simeão, que tomou o menino Jesus nos braços, também é realçado como temente ao Todo-Poderoso (Lucas 2.25). Entre outros.

Desviava-se do mal. O vocábulo hebreu utilizado para descrever o ato de se desviar do mal é "sar" retirar-se, afastar-se de tudo quanto nos possa induzir à iniquidade, cuja força gravitacional é a tentação. Se fugirmos desta, não cairemos naquela. O processo que leva à queda é assim descrito por Tiago: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tiago 1.14 ). Por conseguinte, é imprescindível que nos apartemos de tudo quanto é concupiscente. Esquivemo-nos, pois, do mal tão logo este se apresente. Em Gênesis, o pecado é apresentado como aquela serpente que se põe a espreitar os incautos: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Genesis 4.7).

Crisóstomo, o grande orador da igreja, é mui categórico e enérgico: “Prego e penso que é mais amargo pecar contra Cristo do que sofrer os tormentos do inferno”. Portanto, se não nos apartarmos do pecado, seremos destruídos. Diante do pecado não há segurança: “O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo encoleriza-se e dá-se por seguro” (Proverbios 14.16).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/03/2024

FONTES:

ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.


Jó 1:16

Jó 1:16 "Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova. "


"Estando este ainda falando, veio outro e disse: "

Enquanto o primeiro servo avisava que os sabeus haviam roubado as jumentas e os bois de Jó, assim como também matado os servos que os guardavam chega um outro servo dele mais desesperado com mais notícias ruins.


"Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, "

Do ponto de vista do mensageiro que lhe trouxe a notícia, parecia algo vindo diretamente do Todo-Poderoso. O fenômeno ou tratava-se de um raio, ou de uma combustão que, embora descida do céu, não provinha de Deus! Pois Satanás também tem esse poder "E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens" (Apocalipse 13:13).

O mensageiro chamou o raio de “O fogo de Deus” (de forma inocente), mas talvez Satanás através disso planejasse fazer penetrar em sua mente esse pensamento, que Deus havia se tornado seu inimigo e lutava contra ele, o que lhe era muito mais doloroso do que todas as afrontas dos sabeus. Jó reconhecia (cap. 31.23) que a destruição vinda de Deus era para ele um horror. Como eram terríveis então as notícias dessa destruição, que ele pensou que viessem diretamente da mão de Deus! Se o fogo do céu tivesse consumido as ovelhas sobre o altar, ele poderia ter interpretado isso como um sinal da aprovação de Deus; mas o fogo, consumindo-as no pasto, só podia ser um símbolo do descontentamento de Deus. Não houve nada igual desde que Sodoma foi queimada.

Jó possuía 7000 ovelhas. E com esse desastre "natural" as perdeu todas de uma vez junto com os servos pastores que as apascentavam. As suas ovelhas e pastores foram não somente mortos, mas consumidos por ele de uma só vez. 

O diabo, pretendendo fazer com que Jó amaldiçoasse a Deus e renunciasse à sua religião, conduziu essa parte do teste de uma forma muito ardilosa, pois:

(1) Suas ovelhas, com as quais ele costumava honrar a Deus em sacrifícios, de uma forma especial, foram todas tiradas dele, como se Deus estivesse irado com as suas ofertas, e o punisse através das mesmas coisas que Jó havia utilizado no seu serviço. Tendo tentado deturpar a imagem de Jó junto a Deus, acusando-o como um falso servo, 

(2) em prosseguimento ao seu velho plano de colocar em desacordo o Céu e a terra, aqui o diabo procurou deturpar a imagem de Deus perante Jó, como se o precioso e bendito Senhor fosse um Senhor opressivo, que não protegeria aqueles rebanhos dos quais recebera numerosas ofertas queimadas. Isso tentaria Jó a dizer: Inútil é servir a Deus. 


"... e só eu escapei para trazer-te a nova. "

Novamente considerando que o ponto de vista era o do mensageiro, que acreditava ser o único sobrevivente. Como Elias acreditava ser o único fiel a Deus em Israel e as filhas de Ló que acreditaram serem as únicas sobreviventes do mundo após a Destruição de Sodoma.



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/10/2020

FONTES:

 ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

ANDERSON, Francis I. Jó – introdução e comentário. São Paulo: Edições. Vida Nova e Editora Mundo Cristão

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico –Livros Poéticos:  Rio de Janeiro, CPAD.

SWINDOLL, Charles R. Jó: Um homem de tolerância heroica - São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

Jó 1:15

Jó 1:15 "E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. "



"E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, "

Os sabeus eram descendentes de Sebá, filho de Cuxe, neto de Cam e bisneto de Noé: "E os filhos de Cão são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. E os filhos de Cuxe são: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã" (Gênesis 10:6,7).

Habitavam o Norte da Etiópia, de onde saíam a roubar povos indefeso s e nações desprotegidas. De pilhagem em pilhagem, foram eles acumulando proverbial riqueza. Eram um povo marginal; não conheciam lei nem ordem. Nenhuma importância emprestavam às convenções internacionais. Dois grupos de sabeus foram identificados na Etiópia e na Somália: os semitas e os camitas, cujos descendentes ainda podem ser rastreados no chamado Chifre da África (Sudeste africano).Os beduínos árabes que cruzam os desertos do Oriente Médio, praticando o escambo e realizando pequenos negócios, são também considerados descendentes dos sabeus dos tempos de Jó.

Até aquele momento, contudo, não haviam feito qualquer incursão às propriedades de Jó, por se acharem estas sob a proteção do Senhor; era como se Ele as tivesse cercado de sebes (Jó 1.10). Tinha-se a impressão de que todas as fazendas e sítios do patriarca estavam sob a proteção de altos e terríveis muros de espinhos. 

Ante estes, os inimigos espantavam-se; sabiam que o Todo-Poderoso achava-se de prontidão para repelir os que se aproximavam das possessões de Jó. Um dia, porém, sentiram-se os sabeus livres para invadir as terras do patriarca. E, daqui, levam-lhe os bois e as jumentas: " Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel; Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, Eles então nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós" (Salmos 124:1-3)


"... e aos servos feriram ao fio da espada; "

Além do roubar as jumentas e bois de Jó os sabeus também mataram os servos que guardavam os rebanhos do patriarca. Eles eram tão violentos e implacáveis que, por onde passavam, deixavam um rastro de destruição. Afamados por sua elevada estatura, constituíam-se numa praga aos povos da Península do Sinai e de Canaã: "Assim diz o SENHOR: O trabalho do Egito, e o comércio dos etíopes e dos sabeus, homens de alta estatura, passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti, virão em grilhões, e diante de ti se prostrarão; far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deveras Deus está em ti, e não há nenhum outro deus" (Isaías 45:14).


"...e só eu escapei para trazer-te a nova. "

Aqui temos que considerar como ponto de vista o do mensageiro, que acreditava ser o único sobrevivente. Como Elias acreditava ser o único fiel a Deus em Israel e as filhas de Ló que acreditaram serem as únicas sobreviventes do mundo após a Destruição de Sodoma.



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

18/10/2020

FONTES:

 ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

ANDERSON, Francis I. Jó – introdução e comentário. São Paulo: Edições. Vida Nova e Editora Mundo Cristão

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico –Livros Poéticos:  Rio de Janeiro, CPAD.

SWINDOLL, Charles R. Jó: Um homem de tolerância heroica - São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

Jó 1:14

Jó 1:14 "Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles; "


"Que veio um mensageiro a Jó, 

O versículo 13 diz o momento em que esse mensageiro apareceu: "E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, "

Mensageiro? Tanto em hebraico como em grego, a palavra usada para mensageiro é a mesma para anjo. Mensageiro, portanto, é alguém, quer angélico, quer terrestre, encarregado de transmitir uma notícia. Durante as tragédias que se abateram sobre Jó, quatro mensageiros humanos transmitiram-lhe a suma de todas as suas tragédias.


"... e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles; "

Jó possuía 500 juntas de bois, e 500 jumentas, e um número suficiente de servos para cuidar deste rebanho; e a todos esses ele perdeu de uma só vez. 

Observe mais uma vez quão negligentes andavam os filhos de Jó! Enquanto o mundo desmoronava, banqueteavam-se; e estando já o inimigo às portas, agiam irresponsável e desenfreada.

O mensageiro esclarece que isso não ocorreu por qualquer descuido dos servos; pois os bois estavam arando, não descansando, e os jumentos não corriam o risco de se desgarrar e serem levados como animais extraviados, mas pastavam ao lado deles, sob a vigilância dos servos, cada um em seu próprio lugar.

Note que toda a nossa cautela, atenção e zelo não podem nos proteger contra as tribulações, não, nem mesmo daquelas que normalmente se devem à imprudência e à negligência. Se o Senhor não guardar a cidade, a sentinela, embora se mantenha sempre tão atenta, vigiará em vão. (Salmo 127)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/10/2020

FONTES:

 ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

ANDERSON, Francis I. Jó – introdução e comentário. São Paulo: Edições. Vida Nova e Editora Mundo Cristão

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico –Livros Poéticos:  Rio de Janeiro, CPAD.

SWINDOLL, Charles R. Jó: Um homem de tolerância heroica - São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

Jó 1:13

Jó 1:13 "E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, "


"E sucedeu um dia, 

Preste atenção no relato bíblico no final do versículo anterior: "E Satanás saiu da presença do Senhor."v12 "E sucedeu um dia" v13. O inimigo de nossas almas não está de brincadeira, ele busca o tempo todo quem pode destruir: "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; " (1 Pedro 5:8).

Mal havia tido autorização de Deus para agir contra Jó e com crueldade, num dia festivo. Fez com que o dia mal batesse a porta de Jó: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Efésios 6:13)


"...em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, "

Narra o texto sagrado: “(Os filhos de Jó) iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.4-5).

O texto, acima citado, não revela de imediato a apostasia em que haviam caído os filhos de Jó. Mas se recorrermos ao original, veremos que "Mishteh" é a palavra para “banquete”; traz a imagem de uma irrefreável orgia na qual os convivas agem irrefletida e loucamente: “Comamos e bebamos, porque amanhã todos morreremos”(1 Coríntios 15:32). 

Até podemos imaginar a vergonha que sentia o patriarca. Se trabalhava, os filhos folgavam. Se punha os servos na lida, os filhos consumiam-se num ócio maligno. Se alguém supõe ser o ócio algo criativo, jamais leu a história de Jó. Somente dois grupos cultuam o ócio: os que seguem o Diabo e os que o imitam.

O autor sagrado assim critica os filhos de Jó; censurando: “Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas com iam e bebiam vinho na casa do irmão primogênito” (Jó I 3).

Quão profanos e hipócritas eram aqueles jovens! E o coração de Jó não se enganava: “Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração” (Jó 1.5).

Naqueles vinhos clarificados e envelhecidos, deleitavam-se eles em seus vícios precoces; zombavam dos esforços do pai; e aos jornaleiros deste mostravam que, embora não trabalhassem, tudo possuíam. Já imaginou todas aquelas propriedades em mãos tão irresponsáveis? Tudo haveria de arruinar-se numa única estiagem.

O que a festa na casa do irmão mais velho representava? Representava a maior das festas da família. O primogênito era o mais rico o que receberia porção dobrada da herança e o que mais possuía confiança do pai.

Nesse dia em que eles imaginavam que havia paz e segurança foram surpreendidos por Satanás: "Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão" (1 Tessalonicenses 5:3).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/10/2020

FONTES:

ANDRADE, Claudionor. Jó O problema do sofrimento do justo e seu propósito – Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

ANDERSON, Francis I. Jó – introdução e comentário. São Paulo: Edições. Vida Nova e Editora Mundo Cristão

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico –Livros Poéticos:  Rio de Janeiro, CPAD.

SWINDOLL, Charles R. Jó: Um homem de tolerância heroica - São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

Mateus 13:46

Mateus 13:46 "E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. "


Tinha o negociante da parábola um propósito bem definido. Era um juiz de valores e reconheceu o melhor. Em busca de boas pérolas para revender, ele achou uma de grande valor. Era tão valiosa que ele vendeu tudo o que tinha e a comprou. Assim como na parábola anterior (13:44), esta história também ensina o tremendo valor do reino do Senhor. 

A diferença entre as duas parábolas é que o primeiro homem encontrou o tesouro (reino) acidentalmente, enquanto na verdade não o estava procurando. Para ele, encontrar o tesouro foi uma surpresa. 

O segundo homem, porém, que procurava por pérolas, na verdade não se surpreendeu ao achar a de grande valor (o reino). Mesmo assim, ele ficou contentíssimo. A semelhança entre as duas parábolas é que ambos os homens se dispuseram a sacrificar tudo o que possuíam para se apropriar desse grande tesouro. 

No clímax da sua busca, vendeu tudo o que tinha e comprou a pérola. Aos que, famintos no coração, buscam a felicidade, diríamos: “Vai, e faze da mesma maneira!”


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIIOR
17/3/2024

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201207_07.pdf

Mateus 13:45

Mateus 13:45 "Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; "


"Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; "

A seguir, Jesus comparou o reino a um negociante que procura boas pérolas. As “boas pérolas” estavam entre as pedras mais preciosas dos tempos bíblicos (Jó 28:18; Mateus 7:6; 1 Timóteo 2:9; Apocalipse 17:4; 18:11, 12, 16, 17; 21:21). Grandes somas eram pagas por pérolas únicas quando eram exemplares perfeitos do seu tipo. Defeitos, como a cor escurecida, imperfeição na forma ou aspereza, diminuíam o seu valor.

Produzidas dentro de moluscos, as pérolas eram colhidas por mergulhadores do mar Vermelho e do Golfo Pérsico. O “negociante” da história era um “comprador de atacado”, em oposição a um “varejista”. Esse negócio exigia que ele viajasse para muitos lugares.

Os negociantes procuravam as boas pérolas, procura esta que simboliza a eterna busca da humanidade pelo valor supremo da vida.

Os filósofos de todos os tempos já debateram a questão: “O que é o bem supremo?”. E uma boa pergunta. Há muitos valores na vida, mas a felicidade está no encontrar o bem supremo. Nas escolas rabínicas, a grande pergunta era: “Qual é o maior mandamento da lei?”

Qual é o grande valor - a pérola - da vida? O dinheiro? A fama? O prazer? O poder? O conhecimento? Cristo é a pérola de grande valor! Ele é o sumo bem: “Para mim, o viver é Cristo”.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIIOR
17/3/2024

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201207_07.pdf

Lição 12: O Papel da Pregação no Culto – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (2 Tm 4.2)

Timóteo deveria transmitir a mensagem da “sã doutrina” de modo insistente, quer os ouvintes aceitassem quer não a palavra que lhes era enviada. A experiência, fundada na Palavra, mostra que, quando a mensagem é de Deus, o pregador deve falar, não o que o povo gosta de ouvir, mas o que Deus quer falar. 

Timóteo levasse em consideração até as últimas consequências a nobilíssima missão que lhe era confiada, para que pregasse a Palavra de Deus, de modo insistente, em caráter de urgência, “a tempo e fora de tempo”, tendo em vista o que haveria de ocorrer, conforme o sentir profético do apóstolo. 

” que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, “ 

Estes cinco concisos imperativos, que se emparelham a outros quatro no versículo 5, resumem a tarefa do ministério: 

(1) Pregar. É a primeira e grande tarefa básica da transmissão da mensagem fundamental, como fazia o próprio Paulo (I Coríntios. 15:1-11) e Jesus (Lucas. 5:1; 8:11, 21). Pregar a Palavra é a principal missão de um ministro. A Palavra tem supremacia, e a pregação, primazia. O que Timóteo deve pregar? A Palavra de Deus! Essa Palavra é idêntica ao depósito, à Escritura, às sagradas letras, à sã doutrina, à verdade e à fé. O pregador não pode pregar as próprias palavras. Não pode, também, torcer as palavras de Deus. Não pode subtrair nem acrescentar nada à Palavra. Seu papel não é ser popular, mas fiel. Seu chamado é para pregar a Palavra, e não sobre a Palavra. A Palavra é o conteúdo da mensagem e autoridade do mensageiro. O pregador não cria a mensagem; ele a proclama. 

(2) instar. O verbo grego, traduzido por “instar”, significa Estar pronto, preparado, quando for conveniente e quando não for. O pregador precisa ter um profundo senso de urgência. Nas palavras do puritano Richard Baxter, o pregador deve pregar como se fosse um homem que está às portas da morte, pregando a pessoas que estão prestes a morrer. Martyn Lloyd-Jones cita suas palavras literalmente: “Preguei como se nunca mais fosse pregar novamente, como um moribundo a outro moribundo”. Agarre todas as oportunidades, pareçam elas propícias ou não, pois o kairós (tempo oportuno) precisa ser percebido e agarrado, remido e aproveitado, não no sentido do bordão “tempo é dinheiro”, mas tempo é salvação, tempo é salvífico para a decisão. O dia da salvação é oferta suprema e última antes do dia do juízo. 

(3) Redargir ou Corrigir significa convencer os que contradizem; revelar um erro. Paulo escrevendo a Tito diz que os bispos deveriam entre outras coisas “reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tito 1:9). Por isso o obreiro deve manejar bem a palavra da verdade (2 Timóteo 2.15). 

(4) Repreender ou advertir significa cobrar uma responsabilidade não cumprida. A ideia essencial é, freqüentemente, a exigência implícita da restituição quando apontado o erro. Repreender é o confronto direto. Quando teu irmão pecar, corrige-o, quando se arrepender, perdoa-lhe (Mateus 18.15). Como fez Paulo com o impuro de Corinto (1 Coríntios 5.1-8,13) e como fez Natã com Davi (2 Samuel 13.1-15). 

(5) Exortar significa incentivar ou encorajar alguém. O significado de exortação na Bíblia possui o sentido de motivar ou insistir que uma pessoa faça algo. No contexto bíblico, a exortação geralmente é direcionada aos crentes para que eles vivam de acordo com a vontade de Deus, de modo condizente a sua nova posição em Cristo. 

“.. com toda a longanimidade e doutrina. “ 

A Palavra precisa ser pregada com toda a longanimidade. A palavra grega para longanimidade significa o tipo de espírito que nunca se irrita, nunca se cansa, nunca se desespera. E uma espécie de paciência triunfadora no trato com as pessoas.  

Ser eloqüente não é difícil, se alguém tem o dom natural da oratória; ser bom administrador é para quem tem conhecimentos e capacidade administrativa; há obreiros que possuem esses dotes pessoais; mas ser longânimo é para quem tem esse requisito como fruto do Espírito Santo (Galatás 5.22). 

O pregador deve ser firme na Palavra e sensível com as pessoas. Não é seu papel forçar os ouvintes. Ao contrário, deve ser brando para com todos e fugir das contendas (2.24,25). Stott tem razão em dizer que, mesmo sendo solene o nosso comissionamento e urgente a nossa mensagem, não se justifica uma conduta rude ou impaciente. 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 
30/8/2023 

FONTES: 

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023. 

PFEIFFER, Charles F. e HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: IBR. 1995. 

STOTT, John. Tu, porém: a mensagem de 2 Timóteo. 

LOPES, Hernandes Dias 2 Timóteo: o testamento de Paulo à igreja. São Paulo: Hagnos, 2014. 

Mateus 13:44

Mateus 13:44 "Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. "


O capítulo 13 de Mateus contém uma série especial de parábolas, ilustrando de forma simples a história espiritual da Igreja, do início à consumação. 

Usualmente aqui as parábolas apresentam-se em pares, com sentidos semelhantes:

A recepção da pregação - o semeador;
A extensão e desenvolvimento do Reino - o grão de mostarda e o fermento;
O valor do Reino - o tesouro escondido e a pérola;
A purificação do Reino - o joio e a rede.

Falaremos em especial a respeito da Parábola do Tesouro escondido:
 

"Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo,"

No Oriente antigo, a insegurança da situação levava os ricos a adotarem um expediente: dividiam seus bens em três partes. Uma parte era em pregada no comércio; outra, convertida em joias que podiam ser facilmente transportadas ou vendidas; e a terceira, enterrada. 

O segredo do esconderijo não era revelado a ninguém: o tesouro estaria perdido se o dono não voltasse. Talvez o dono do campo, mencionado nesta parábola, tivesse escondido o tesouro diante do avanço de algum exército invasor e, aprisionado por ele, morrido no cativeiro sem revelar o seu segredo. 

Os achados de Qumran ilustram esse fato. O Manuscrito de Cobre achado em Qumran enumera sessenta e quatro lugares ocultos na Palestina onde vários tesouros teriam sido enterrados, incluindo ouro, prata, substâncias aromáticas e manuscritos.


"... que um homem achou e escondeu; "

Nos dias de Jesus algumas pessoas deixavam suas ocupações para sair à busca de tesouros. Pois, acontecia de um camponês afortunado achar um desses tesouros enquanto cavava os campos (Jó 28.15-19; Provérbios 3.13,15; 8.11)

Até hoje, os arqueólogos que examinam ruínas escavadas de civilizações antigas sofrem a hostilidade dos aldeões, quando estes suspeitam haver algum tesouro escondido no local da escavação. Ainda se organizam expedições para procurar tesouros. A busca jamais perdeu o seu fascínio!

Para a juventude, há grande emoção na leitura de histórias acerca de tesouros perdidos. Os famosos livros A Ilha do Tesouro e O Conde de Monte Cristo são exemplos, principalmente este último, que descreve a descoberta de uma fabulosa riqueza.

Facilmente entendemos como a parábola do tesouro prendia a atenção dos ouvintes do Senhor.

Imagine o cenário. o homem anda por um campo que não é seu, quando, de repente, bate em algo duro e metálico. Agachando-se, vê a tampa de um baú enterrado. Uns poucos golpes de picareta, e riquezas enormes surgem-lhe à vista. Com dedos nervosos, esconde o tesouro e apressa-se em voltar para casa, a fim de tratar da compra do campo.


"... e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. "

O afortunado descobridor se dispôs a sacrificar tudo o que possuía a fim de adquirir o campo onde o tesouro fora encontrado. O mesmo se aplica a quem entende a grandeza do reino de Deus. Nenhum preço é alto demais para quem quer possuir o reino (6:33; Lucas 18:28–30; Filipenses 3:8, 9). A verdadeira riqueza obtém-se pela amorosa submissão à lei suprema de Deus, a quem amamos por saber que nos amou primeiro.


Por que possuir a Cristo é a maior riqueza da alma?

1. Cristo é o único tesouro que vem de encontro à nossa profunda pobreza. Não se pode negar a vantagem da independência financeira. Se, porém, a consciência do homem estiver sobrecarregada com obrigações a Deus e ao seu próximo, as quais não cumpriu, ele é muito pobre (Apocalipse 3.17). A libertação da penalidade e poder do pecado é um a bênção que o ouro e a prata não podem comprar.

2. Somente Cristo pode satisfazer aos desejos da nossa natureza. As coisas terrenas podem satisfazer algum cantinho da natureza humana, mas deixam o resto com fome. Sendo, porém, Cristo o centro da vida humana, todo o ser recebe inspiração e refrigério, contribuindo isto para a paz da mente e a saúde do corpo.

3. Nossa vida em Cristo é um tesouro permanente. Somente podem os considerar realmente nosso aquilo que não pode ser tomado de nós. Um a das bênçãos resultantes de depressões financeiras é a descoberta dos verdadeiros valores da vida, que o dinheiro não pode comprar. O que de nós pode ser subtraído pelas circunstâncias não é digno de ser chamado nosso tesouro. O verdadeiro tesouro faz parte do nosso ser e há de nos acompanhar à eternidade.

4. Calculando o custo e pagando o preço. Alguém pode perguntar: Se o tesouro representa a aceitação de Jesus Cristo como Salvador, como poderá o pecador comprar essa dádiva divina? E a mesma coisa que perguntar: Se o homem é salvo pela fé somente, por que se exigem dele boas obras?

Ao perguntarem os judeus, no dia de Pentecoste, o que precisavam fazer para serem salvos, Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”. As multidões dos dias de Jesus, porém, exigia Ele que a tudo abandonassem para segui-lo (Mateus 19.16-22; Lucas 14.25-27).

A explicação é simples: quem tem fé viva em Jesus possui igualmente uma consagração pessoal que inclui a disposição de abandonar tudo por amor a Ele. Consideremos a questão sob outra perspectiva. Cada oportunidade é uma dádiva, mas deve ser aproveitada e desenvolvida. A fertilidade de um campo é uma dádiva, mas há de melhorar-se com o trabalho humano. Um livro é um bom presente, mas o aproveitá-lo implica na sua leitura. Da mesma maneira, a salvação é uma dádiva. Entretanto, é preciso tom ar posse dela (1 Timoteo 6.12) e desenvolvê-la com temor e tremor (Filipenses 2.12,13).

O homem que considera Cristo “precioso” (1 Pedro 2.7) naturalmente considera tudo como perda comparado à excelência de tê-lo (Filipenses 3.7,8). Custam-nos mais caro os artigos de melhor qualidade. O mesmo se aplica à experiência religiosa. Quem quiser o melhor em assuntos espirituais precisa pagar o preço.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIIOR
17/3/2024

FONTES:

PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201207_07.pdf