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quinta-feira, 4 de abril de 2024

João 14.26

João 14.26 “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”



“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,”

O Consolador anteriormente denominado “o Espírito da verdade” (14:17), é aqui identificado como o Espírito Santo, a típica designação da terceira pessoa da Divindade.

A palavra grega (paraklētos), traduzida por “Consolador” na RA, “originalmente significava no sentido passivo… ‘aquele que é chamado para auxiliar alguém’”. No grego secular, referia-se a alguém que ajuda outra pessoa no tribunal, sem, contudo, se restringir ao significado técnico do latim advocatus, relativo a um conselheiro jurídico . Johannes Behm observou que “a forma passiva não descarta a idéia de paraklētos como um ser ativo que fala ‘em nome de alguém perante alguém’”. O termo ocorre uma vez fora do Evangelho de João, em 1 João 2:1, onde o sentido jurídico é devidamente aplicado a Jesus como nosso “Advogado” nos tribunais celestiais.

O ensino principal de Jesus sobre o Consolador que ele prometeu enviar encontra-se em cinco passagens de João: 14:16, 17; 14:25, 26; 15:26, 27; 16:7–11 e 16:12–15. F. F. Bruce observou que nessas passagens “o Espírito é apresentado sucessivamente como auxiliador, intérprete, testemunha, advogado e revelador”. Edgar J. Goodspeed disse: “Defensor” é um equivalente muito próximo, porém, o sentido pretendido parecer ser mais do que uma testemunha de defesa.

O Espírito, portanto, vem com o Ajudador e Advogado, preenchendo as necessidades dos apóstolos, que se sentiam fracos e indefesos ao pensar na partida de Cristo. E chamado de “outro” Consolador porque seria de modo invisível e espiritual, aquilo que Cristo tinha sido para eles de modo visível e literal durante três anos e meio de convívio. Hoje, o Espírito é para os crentes o que Jesus de Nazaré era para os apóstolos.



“... que o Pai enviará em meu nome,”

O relacionamento íntimo do Espírito com os outros dois membros da Trindade se evidencia no fato de que o Pai o enviaria em nome do Filho.

João não fez nenhuma distinção significativa sobre como Jesus disse que o Auxiliador seria enviado, se pelo Pai a pedido do Filho (14:16), pelo Pai em nome de Jesus (14:26), ou pelo próprio Jesus (15:26; 16:7). Sempre que repetia um conceito, João o fazia com variações. No entanto, pode haver algo mais na expressão “em meu nome”.

Se o Auxiliador fosse enviado em nome de Jesus, então ele seria o representante de Jesus, assim como Jesus foi enviado em nome do Pai como representante do Pai (5:43). Jesus veio em nome do Pai para revelar o seu caráter e propósito, e o Espírito viria em nome de Jesus para revelar a missão de Jesus.



“... esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”

Jesus apresentou a obra do Espírito Santo como sendo dupla: ensinar aos discípulos todas as coisas e fazer lembrar tudo o que Jesus lhes ensinou. As duas tarefas são semelhantes, senão idênticas. Por todo o Evangelho, os discípulos não conseguiram entender o que Jesus estava ensinando (2:22; 12:16). Todavia, assim que o Espírito fosse enviado, teriam com certeza “a clareza da revelação” e “a continuidade da revelação”.

Quanto à primeira tarefa, como mestre, o Espírito “ensinaria” aos discípulos “todas as coisas” que Jesus havia dito e feito; com isto, teriam clareza da revelação. Tudo o que não estava claro para eles antes se tornaria compreensível através do Espírito.

Em relação à segunda tarefa, o Espírito lhes faria lembrar do que Jesus havia ensinado durante seu ministério público, resultando em continuidade da revelação. A obra do Espírito neste aspecto não consistia em fornecer uma nova revelação, e sim em fazer os discípulos se lembrarem dos ensinos dados pelo próprio Jesus. Sem dúvida, eles se esqueceriam ou talvez negligenciariam muito do que Jesus havia dito.

Sem a ajuda do Espírito, eles não teriam compreendido o significado ou a importância dos ensinamentos de Jesus. O Senhor prometeu que o Espírito os capacitaria a compreender com exatidão todas as verdades por ele reveladas.

Myer Pearlman Diz que Cristo poderia ter dado mais explicações, mas os discípulos não estavam espiritualmente em condições de entender tudo quanto Jesus queria ensinar-lhes no pouco tempo que ainda sobrava. Para explicações adicionais, fez referencia ao Ensinador que estava por vir - o Espírito Santo, que daria um testemunho inspirado das palavras de Jesus: “Tenho-vos dito isto, estando convosco. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas [o que levou à escrita das Epístolas], e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito [o que levou à escrita dos Evangelhos]” .



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A carreira que nos está proposta – O caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202203_04.pdf

PEARLMAN, Myer. João o Evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.



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