TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores.” (Efésios 4.11)
“E ele mesmo deu”
Ministérios são serviços ou funções exercidas na igreja local, como
parte do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. No âmbito cristão, ministérios
são serviços que devem ser exercidos por pessoas que tenham a mentalidade de
servas de Cristo. Quem não pode ser servo não pode ser ministro na Igreja de
Cristo. Ele disse que não veio para ser servido, mas para ser servo (Mateus 20.28).
Nesse texto possuímos a lista mais abrangente contida na Bíblia desses dons,
apesar de não ser completa, ficando excluídos os dons de caráter local,
presbíteros e diáconos. Não tem como não considerar que quando Cristo afirma
que não nos deixaria órfãos referia-se também indiretamente aos dons
ministeriais, pois, o outro Consolador o Espírito Santo opera através deles.
O dom de apóstolo (4.11).
Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas doze apóstolos. Um
discípulo é um seguidor, um apóstolo é um comissionado. Os apóstolos tinham de
ter três qualificações: 1) conhecer pessoalmente a Cristo (l Coríntios 9.1,2);
2) ser testemunha titular da sua ressurreição (Atos 1.21-23); 3) ter o
ministério autenticado com milagres especiais (II Coríntios 12.12). Nesse sentido,
não temos mais apóstolos hoje. Num sentido geral, todos nós fomos chamados para
ser enviados (João 20.21). O verbo grego apostello quer dizer “enviar”, e todos
os cristãos são enviados ao mundo como embaixadores e testemunhas de Cristo
para participar da missão apostólica de toda a igreja. Uma igreja apostólica é
aquela que segue a doutrina dos apóstolos, e não aqueles que dão a seus líderes
o título de apóstolos.
O dom de profeta (4.11).
Os Profetas do NT foram autênticos Instrumentos nas mãos Deus
para nos proporcionar a conclusão do cânon. O Comentário Bíblico Pentecostal
destaca que os profetas “eram aqueles indivíduos especialmente dotados de
receber e mediar diretamente a revelação recebida de Deus”. O apóstolo Paulo
argumenta que o mistério da inclusão dos gentios na Igreja esteve oculto no
passado: "o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos
homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos
e profetas" (Efésios 3.5). Ora, essa declaração deixou de fora os profetas
do Antigo Testamento, pois a expressão "agora, tem sido revelado"
mostra tratar-se de uma revelação recente. Mais adiante Pedro chama as
epístolas paulinas de Escrituras: "como também o nosso amado irmão Paulo
vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em
todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os
indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua
própria perdição" (2 Pedro 3.15, 16). Ao dizer "igualmente as outras
Escrituras" está reconhecendo a sua autoridade divina. João define sua
obra em apocalipse como: "palavras desta profecia [...] profecia deste
livro [...] "; "palavras da profecia deste livro [...] palavras do
livro desta profecia" (1.3; 22.7, 18, 19). Pois estamos edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sobre a mensagem da fé que uma vez foi
dada aos santos. Como o leitor pode observar muitos dos apóstolos eram também
profetas, mas nem todos os profetas eram apóstolos, como podemos observar no
NT.
O dom de evangelista (4.11).
É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual
e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que
estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da
evangelização, como prioridade em sua missão. Todos os ministros devem fazer a
obra do evangelista (II Timóteo 4.5). Cada membro da igreja deve ser uma
testemunha de Cristo (Atos 2.41-47; 8.4; 11.19-21), mas há pessoas a quem Jesus
dá o dom especial de ser um evangelista. Podemos presumir que o trabalho deles
era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser
justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja.
O dom de pastor (4.11).
O ministério pastoral inclui outros títulos que representam a
mesma função de pastor, tais como ancião, presbítero e bispo. Todos esses nomes
têm o mesmo significado em relação ao ministério pastoral. É o ministério mais
desejado na atualidade, e isto se dá mais pela função atual de um pastor na
igreja, que é o de exercer liderança sobre um povo em local fixo. Entretanto, o
real significado de pastor, no grego, é "guardador de ovelhas". O
exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca
de si mesmo como "o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo
1.11). Em outros textos do Novo Testamento, como Hebreus 13.20 e 1 Pedro 2.25;
5.4, os escritores identificam Cristo como o exemplo do verdadeiro pastor.
O dom de doutor (4.11).
Até certo ponto, o pastor tem um ministério acompanhado do
ensino. Ele pode exercer as duas funções. Entretanto, a função de
"doutor" é específica no ministério cristão, que é ensinar a Palavra
de Deus de forma lógica. Pelo fato de ser um ministério dado por Jesus, o
Espírito Santo atua de maneira poderosa no sentido de aclarar as verdades
divinas ensinadas aos crentes. O mestre podia ser ministro itinerante pelas
igrejas. Seu trabalho era junto às almas ganhas pelos evangelistas e apóstolos.
O Novo Testamento destaca Apolo como exímio ensinador; ele andava pelas igrejas
ministrando a Palavra de Deus (Atos 18.27; 1 Coríntios 16.12; Tito 3.13). É um ministério
de extremo valor, mas pouco reconhecido, ou, então, prejudicado pelo sistema de
governo de nossas igrejas, que, por não reconhecerem a importância de tal
ministério, obrigam o "mestre" a pastorear. Igrejas sem mestres são
igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a
necessidade do ministério do ensino. E através do ensino sadio e racional,
inspirado pelo Espírito Santo, que a igreja se justifica contra as falsas
doutrinas e se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás. Embora todo
pastor deva ser um mestre, nem todo mestre é um pastor.
DEIVY
FERREIRA PANIAGO JUNIOR
08/05/2021
FONTES:
CABRAL,
Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
LOPES,
Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos,
2009.
RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
SOARES,
Esequias. O ministério profético na Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
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