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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

2 Pedro 1.16

2 Pedro 1.16 “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, ” 


Nesta altura da carta Pedro parece responder a alguma acusação direta levantada contra ele, ou talvez as acusações fossem contra ele e outros que conviveram com Jesus durante seu ministério terreno. Parece que os falsos mestres acusaram Pedro de inventar histórias sobre Jesus só para dar apoio a sua autoridade.


“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, “

Pedro, a fim de responder essas acusações inicialmente se refere ao conteúdo que ele havia difundido. Sobre a virtude (poder) e a vinda do Senhor.

O “poder” de Jesus ficou evidente desde o começo do Seu ministério. Embora vivendo entre seres humanos, seres que Ele havia criado, Jesus curou milagrosamente enfermos incuráveis: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. ” (Atos 10:38)

Muitos mestres passaram por estes séculos com mensagens diversas e conflitantes. Os seguidores de Jesus, todavia sabiam que seu Mestre não se compara aos outros. Afinal Jesus usou o manto da verdade. Eles sabiam que Jesus, entre outras coisas, é verdadeiro, porque Ele veio com “poder”. Isso nos lembra da afirmação de Nicodemos: ”Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2).

Aqueles que não o viram sabiam que Ele veio com “poder” porque as testemunhas oculares da Sua majestade eram infinitamente confiáveis: “Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também” (1 Coríntios 15:6).

Pedro estava contemplando o futuro quando se referiu à “vinda de nosso Senhor”. Pedro usou a palavra “poder” para retroceder ao tempo em que o Filho de Deus andou entre os homens. Depois, ele voltou os olhos para o que ainda estava por vir. À medida que os apóstolos fizeram conhecer o “poder” de Jesus, eles também fizeram conhecer a Sua “vinda”.

Jesus é mais do que uma lembrança histórica de um homem que viveu no passado. Ele também é um Senhor vivo que “virá” outra vez. Em sua primeira carta, o apóstolo falou sobre a “revelação” do Senhor (Apocalypses) (1 Pedro 1:7, 13; 4:13), mas na segunda carta ele preferiu a palavra “vinda” (parousia) (2 Pedro 1:16; 3:4, 12). Assim como Pedro, Paulo usou os dois termos: “revelação” e “vinda”, alternadamente.

Parousia era uma palavra às vezes usada num sentido geral para a presença ou vinda/chegada de alguém; mas à medida que os apóstolos espalharam o evangelho, ela se tornou um termo técnico para a “vinda” do Senhor em Glória, quando ele se manifestará junto com a Igreja: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória” (Colossenses 3:4).


 “... seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, ” 

O apóstolo negou que ele e as demais testemunhas oculares apostólicas tivessem compartilhado com eles fábulas engenhosamente inventadas. Quando Pedro e os demais contaram a multidões os acontecimentos extraordinários que permearam o ministério de Jesus, alguns os desprezaram como se aquilo fosse apenas mais “fábulas” ou “mitos”.

Os mitos comuns ao mundo pagão não tinham outro propósito senão o entretenimento e uma vaga explicação social ou psicológica das questões humanas. Eles não tratavam de acontecimentos reais já ocorridos na história.

A religião grega estava saturada de mitos, muitos deles centenários. Havia pessoas antigas, e há pessoas modernas, que querem classificar os acontecimentos bíblicos – especialmente os que testificam feitos miraculosos – como mitos sobre deuses e deusas que circularam na sociedade pagã.

Pedro anunciou que ele e outros eram “testemunhas oculares de Sua majestade”. A palavra traduzida por “testemunhas oculares” só ocorre neste versículo do Novo Testamento. Ele era uma testemunha ocular e não era a única. O testemunho de Pedro foi confirmado por outros. Apresentados os argumentos, o apóstolo deu atenção a um acontecimento em particular, um fato extraordinário, que ele testemunhou. A Transfiguração de Jesus, no qual ele tinha visto o poder de Jesus no “monte santo” (1:18). Aqui, o Pai corroborou a glória de Jesus, identificando-o como o Filho amado em quem se comprazia (2 Pedro 1.17). A transformação que ele viu e a voz que ele ouviu era prova suficiente para testificar o fato a todos que o ouvissem: “porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (Atos 4:20).

A fé cristã baseia sua veracidade em fatos que ocorreram em tempo real. Negar o testemunho histórico de testemunhas bíblicas é desintegrar a base da mensagem cristã. Para os cristãos, a história não pode ser colocada numa categoria à parte da fé. A fé e a história se interceptam.



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/8/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

HORTON, Stanley. I e II Pedro - A razão da nossa Esperança.Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201412_03.pdf

 

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