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domingo, 21 de janeiro de 2024

Mateus 7.11

Mateus 7.11 “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? ” 


A passagem tem implícito um argumento a fortiori. O argumento a fortiori tem a seguinte formulação: “Se isto acontece, então aquilo não acontecerá com muito mais razão? ”. O Novo Testamento tem alguns exemplos bem conhecidos desse tipo de raciocínio. Talvez o mais notável seja a passagem de Romanos 8.32: “Aquele que não poupou o próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, de graça, todas as coisas? ”. Deus já nos deu sua melhor dádiva; com muito mais razão, então, ele nos dará coisas menores! Outro excelente exemplo de argumento a fortiori encontra-se no capítulo 6: “Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? ” (Mateus 6.30).


“Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, “ 

Nossa condição diante de Deus é exposta: “somos maus”: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. “ (Gênesis 6:5).  Por sermos originalmente pecadores, descendentes da degenerada semente de Adão. Perdemos grande parte da boa natureza que pertencia à humanidade e, entre outros tipos de corrupção, temos dentro de nós mesmos a má disposição e a maldade. Mas, apesar da nossa condição somos capazes de atender com bondade os pedidos justos dos nossos filhos. Deus colocou no coração dos pais uma amorosa inclinação para socorrer e ajudar seus filhos de acordo com suas necessidades. Mesmo aqueles que têm pouca consciência do dever, ainda assim agem como por instinto.


 “..., quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? ”

Da mesma maneira como nos encontram os prontos para socorrer nossos filhos, podemos nos sentir estimulados a buscar o nosso socorro em Deus, para obtermos o nosso alívio. Todo amor e ternura que existem nos pais provêm dele. Eles não vêm da natureza, mas do Deus da natureza. Portanto, devem ser infinitamente maiores nele. Ele compara seus cuidados para com o seu povo aos cuidados de um pai para com os seus filhos (SaImo 103.13). E também com aqueles de uma mãe, que são geralmente mais carinhosos (Isaías 49.14,15). Podemos supor que nele, esse amor, ternura e bondade em muito excedam aos de qualquer pai terreno. Portanto, se eles se manifestam com mais intensidade é porque estão baseados nessa indubitável verdade, de que Deus é o melhor Pai. Infinitamente melhor do que qualquer pai terreno, pois seus pensamentos se colocam acima dos pensamentos terrenos. Nossos pais terrenos podem cuidar de nós, assim como cuidamos dos nossos filhos. Mas Deus é capaz de dar muito mais, pois Ele os irá recolher quando estiverem desamparados. É instrutivo observar que a passagem paralela no Evangelho de Lucas contém fraseado ligeiramente diferente: “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? ”(Lucas 11.13). Lucas interpretou “boas dádivas” em seu material de fonte com referência ao “Espírito Santo”. Não há nada mais importante na vida do cristão do que a abundante presença do Espírito Santo dentro de nós.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/06/2022

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

MENZIES, Robert, P. Pentecostes – Essa história é a a nossa história. Rio de Janeiro: Cpad, 2016.

CARSON, D. A. O Sermão do Monte: exposição de Mateus 5—7; tradução de Lucília Marques. - São Paulo: Vida Nova, 2018.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

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