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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Êxodo 20.3

Êxodo 20.3 “Não terás outros deuses diante de mim. “


Deus após ter tirado os hebreus do Egito“com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres   (Deuteronômio 26:8). Propôs a eles, através de Moisés uma Aliança. Se ouvirem sua voz e atentarem para os seus mandamentos seriam a propriedade peculiar de Deus entre todos os povos. Chamados para serem reino sacerdotal e povo santo.

A essa proposta o povo respondeu como uma só voz: ” Tudo o que o Senhor tem falado, faremos”. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo” (Êxodo 19:8).

Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êxodo 20:1,2). Deus havia libertado os israelitas da escravidão do Egito e por essa razão teria o direito ao senhorio sobre eles, da mesma maneira que Cristo nos redimiu e se tornou Senhor absoluto da nossa vida. Deus então ordena:


“Não terás outros deuses...”

Esse é o primeiro mandamento do decálogo (10 Mandamentos em pedra). O propósito deste mandamento é levar Israel a amar e a temer a Deus, e a adorar somente a Ele com sinceridade.

Este mandamento foi promulgado numa época que a idolatria norteava as nações e essa ordem era algo novo num código de leis. Trata-se do monoteísmo revelado que influenciou o mundo inteiro com a expansão do cristianismo.

O monoteísmo é a crença em um só Deus, como sugere a própria palavra: monos, "único", e theos, "Deus". A ênfase nesta unidade contrasta de maneira visível com o henoteísmo e a monolatria, além do politeísmo.

Não se conhecia a idolatria antes do dilúvio. O monoteísmo ara a crença experimentada pelos primeiros homens. A Bíblia afirma que todas essas formas falsas de adoração são uma degeneração do monoteísmo original: "Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.  Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Romanos 1:21-25)

Os patriarcas do Gênesis, Abraão, Isaque e Jacó, eram monoteístas e instruíram seus descendentes nessa crença (Deuteronômio 13.6; 28.64; Jeremias 19.4). Todavia os fiéis haviam se tornado poucos. Tornou-se então monoteísmo nesta época uma inovação, visto que as nações da época eram politeístas.

  • A Mesopotâmia é o berço da civilização humana e o centro irradiador da idolatria. Abraão nasceu em Ur dos caldeus, cidade da Mesopotâmia (Genesis 11.27-31). Seus ancestrais serviam a outros deuses (Josué 24.2,15). Os babilônios/caldeus adoravam a diversos deuses: como Sin, o deus-sol de Ur e Harã; Istar, a deusa do amor e da guerra; e Enlil, deus do vento e da terra.Bel, que veio a ser identificado como Marduque ou Merodaque, o patrono da cidade de Babilônia.
  • ·       Os assírios adoravam: Adrameleque e a Nisroque.
  • A terra do Nilo foi grandemente afetada por essa idolatria. E Israel e seus ancestrais tiveram vínculos com as culturas mesopotâmica e egípcia.Os antigos egípcios empregavam o termo "terra dos deuses", para o seu país. Cada grande cidade contava com suas tríades de acordo com as dinastias: em Ábidos, Osíris, ísis e Hórus; em Mênfis, Ptah, Sekhmet e Nefertum, e, em Tebas, Amom, Mut e Khonsu.
  • Os cananeus adoravam a Baal (Jz 6.31). Astarote ou Astarte (Jz 10.6), identificada em nossas versões como "postes sagrados", deusa cananeia da fertilidade" era deusa nacional dos sidônios.
  • ·        Dagom e Baal-Zebube eram deuses dos filisteus (Jz 16.23-24; 2 Rs 1.2-3, 6,16).
  • ·       Camos era o deus nacional dos moabitas (Nm 21.29; Jz 11.24;).
  • ·     Malcam ou Milcom (1 Rs 11.33) era o deus nacional dos amonitas. Milcom, e Moloque. Parecem ser nomes alternativos.

As principais formas de adoração no paganismo do Antigo Oriente Médio eram três: politeísmo, henoteísmo e monolatria.

  • O politeísmo é a crença em muitos deusespoli, "muito", e theos, "Deus". Era a religião dos antigos mesopotâmios, egípcios, gregos, romanos e do atual hinduísmo.
  • O henoteísmo é uma forma primitiva de religião que admite a existência de muitos deuses; no entanto, apenas um deles tem a supremacia. A forma henoteísta deve ser definida como uma crença em um Deus, mas admitindo a existência de outros deuses.
  • A palavra monolatria vem de monos, "único", e latreia, "serviço sagrado, culto". Define-se como adoração ou culto "de uma deidade única para cada grupo étnico-político (clã, tribo, povo).

Os ídolos, de fato, não são deuses (Dt 32.21; Gl 4.8). Apenas são chamados assim por existirem na mente dos seus adoradores (1 Co 8.5), mas não reais de fato. O objeto de adoração dos gentios são representações demoníacas; os pagãos adoram os próprios demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 1 Co 10.20). Não existe Deus além de Javé (Is 44.6; 45.5, 6). Os cristãos devem manter distância dos ídolos (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21).


“...diante de mim. ” 

Literalmente “ à minha face”. Esta frase vagamente incomum também parece ser usada em relação ao ato de tomar uma segunda esposa enquanto a primeira ainda estivesse viva. Tal uso, de uma quebra de um relacionamento pessoal exclusivo, ajuda a explicar o seu significado aqui.

Portanto, nenhum outro deus pode ser adorado simultaneamente com YHWH.Ele não dividirá seu louvor com quem quer que seja: Ele é único: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Isaías 42:8)

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
21/7/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

SOARES, Esequias. Os dez mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

COLE, Alan R. Êxodo - Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1981.

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