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sábado, 13 de janeiro de 2024

Deuteronômio 6.4

Deuteronômio 6.4 “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. ” 


Esse versículo é conhecido como o “Shemá Israel” que se refere as duas primeiras palavras da seção da Torá que constitui a profissão de fé central do monoteísmo judaico é considerado um credo em sua forma embrionária na Bíblia. Os judeus os escrevem em seus filactérios, e se acham não apenas obrigados a recitá-los pelo menos duas vezes todos os dias, mas muito felizes por serem obrigados a isso, tendo esse provérbio entre si: Abençoados somos nós, que a cada manhã e a cada entardecer dizemos: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Porém mais abençoados seremos se ponderarmos e aproveitarmos devidamente

Deus é um em essência ou natureza, subsistindo por Si mesmo; só o SENHOR é Deus: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há deus...” (Is 45.5). Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou o monoteísmo como parte do primeiro de todos os mandamentos: “... Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29); “... com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele” (Mc 12.32); “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro...” (Jo 17.3).

O apóstolo Paulo declara: “Todavia para nós há um só Deus” (1 Co 8.6); “Ora o medianeiro não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20); “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4.6). “Porque há um só Deus” (1 Tm 2.5). Foi o Senhor Jesus quem revelou Deus aos seres humanos por meio da Bíblia: Mt 11.27; Jo 1.18).

O Deus que Jesus revelou é o Deus de Israel e isso ele deixou claro ao pronunciar o primeiro e grande mandamento: “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.29, 30). Essa é uma das várias declarações do Novo Testamento que ensina ser o cristianismo monoteísta. A declaração aqui é reveladora porque não deixa dúvida de que o Deus dos cristãos é o mesmo Deus de Israel, pois Jesus citou as palavras diretamente do Antigo Testamento (Dt 6.4-6).

A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade. Essa doutrina está implícita no Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.6, 7; Is 6.8). Apesar da ênfase da doutrina monoteísta como o shemá: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4) reafirmada pelo Senhor Jesus (Mc 12.29), o Antigo Testamento mostra que a unidade de Deus não é absoluta. O Novo Testamento revela que essa pluralidade se restringe ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2).

Há ainda várias passagens tripartidas no Novo Testamento que revelam a Trindade (Lc 24.49; Rm 1.1-4; 5.1-5; 14.17, 18; 15.16, 30; 1 Co 6.11; 2 Co 1.20, 21; Gl 3.11-14; Ef 1.17; 2.18-22; 3.3-7, 14-17; 1 Ts 5.18). Além das declarações bíblicas apresentadas aqui, há outras evidências contundentes que fundamentam essa doutrina. Cada uma dessas Pessoas é chamada individualmente de Deus e Senhor. O Deus do cristianismo é um (Gl 3.20), mas as Escrituras ensinam também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. A Bíblia aplica o nome “Deus” ao Pai sozinho (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Jo 1.1) e ao Espírito Santo (At 5.3, 4); e, na maioria das vezes, com referência à Trindade (Dt 6.4). Isso também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino YHWH), que se aplica ao Pai sozinho (Sl 110.1), ao Filho (Is 40.3; Mt 3.3) e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se também à Trindade (Sl 83.18). Salta à vista de qualquer leitor da Bíblia a divindade plena e absoluta de cada uma dessas Pessoas. Foi assim que o Espírito revelou a unidade na Trindade. A doutrina da Trindade não neutraliza, nem contradiz a doutrina da Unicidade e nem a doutrina da Unicidade anula a Trindade.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2022

Fontes:

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SOARES, Esequias. A razão de nossa fé: assim cremos, assim vivemos. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

SOARES, Esequias. Manual de apologética cristã: Defendendo os fundamentos da autêntica fé bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

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