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Lição 01: A Grande Comissão: Um Enfoque Etnocêntrico - 4 Trimestre de 2023.

TEXTO ÁUREO 
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. ” (Mc 16.15)                

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, “

Neste versículo Jesus convoca seus discípulos a se moverem, eles devem ir a todo o mundo (Grande Comissão). Esta comissão em Marcos é provavelmente outra versão da Carta Magna missionária de Mateus 28.19 que diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, a qual foi dita no monte na Galileia. Outras versões dessa comissão estão em (João 20.21) “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. E também em Lucas 24.47 ”E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém”, que é igual a Atos 1.8. Isso está de acordo com os ensinamentos constantes no Antigo Testamento “... em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Genesis 12.3) “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Isaías 45:22). O “Ide” é para toda a Igreja. Ela não pode omitir-se à responsabilidade com as missões nacionais e transculturais. Quer orando, quer contribuindo, quer enviando missionários, a Igreja do Senhor precisa estar envolvida. Hudson Taylor (1832–1905), missionário inglês na China por 51 anos, disse: “A Grande Comissão não é uma opção a ser considerada. É um mandamento a ser obedecido”.

“... pregai o evangelho a toda criatura. ”            

Eles deveriam pregar a toda a criatura. A palavra “criatura” foi escolhida especialmente para que não haja distinção entre povos, idades ou classes. Toda a terra é chamada a ouvir a palavra do Senhor (Jeremias 22:29). Sendo gentios ou judeus todos são inescusáveis diante de Deus. Os gentios por negarem a revelação natural de Deus, os judeus por serem infiéis a antiga aliança. A Mensagem é: “ ...todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus “ (Romanos 3:23), mas “ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça (1 João 1:9) “. Isso muito desconfortável para os discípulos judeus, eles deveriam anunciar o evangelho aos gentios. Houve grande resistência dos discípulos para pregarem fora de suas fronteiras, a perseguição contribuiu grandemente com isso:  “E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos “ (Atos 8:1). Foram os judeus gregos, segundo Justo Gonzáles, que se dispersaram, não os apóstolos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
23/9/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra – O chamado das escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

GONZALES, Justo. História ilustrada do cristianismo - A era dos mártires até A era dos sonhos frustrados. São Paulo: Vida Nova, 2019.

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & Marcos À Luz do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.


 

Lição 13 - O Mundo de Deus no Mundo dos Homens – 3 Trimestre de 2023.

TEXTO ÁUREO “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. ” (Mateus 1:23)

“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, “ Essa passagem é o cumprimento da profecia do nascimento virginal do nosso Senhor profetizada pelo profeta Isaías (Isaías 7.14). Lucas e Mateus descrevem o cumprimento dessa profecia aproximadamente 700 anos após: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mateus 1:18). Lucas nos relata mais detalhadamente que “foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria” (Lucas 1:26,27). O anjo a disse: “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lucas 1:31). A resposta de Maria foi: “Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? ” (Lucas 1:34). A tréplica do Anjo foi: ”Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).  Esse fato sobrenatural é o sinal de Deus para toda a humanidade: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4,5)

“E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. ”  José, o noivo de Maria, sabia que não havia ainda consumado seu casamento e duvidou quando Maria descreveu esse fato sobrenatural: “Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mateus 1:19). E quando ele vai dormir um anjo lhe aparece em Sonho confirmando o testemunho de Maria: “não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;  E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1:20,21). É o evangelista Mateus, que associa esse evento a profecia de Isaías: “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz” (Mateus 1:22). Emanuel, no hebraico, é a junção de dois termos — immánu, que significa “conosco”, e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. Jesus não somente foi homem, mas estabeleceu morada entre os homens: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” (João 1:14). Jesus não se chamava Emanuel como nome próprio, mas vários textos bíblicos apontam para Ele como sendo designado por esse nome como aquilo que Ele de fato é: Deus Conosco. Esse nome designa sua missão entre a humanidade de fazer Deus estar com a humanidade, de habitar entre os homens.  Mostra a natureza divina do Filho de Deus como sua obra messiânica da graça, habitando entre os homens e ao mesmo tempo significando que “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2.9). Mateus aplicou corretamente esta profecia a Jesus, o Messias (Mateus 1.23).” Note também que Mateus termina o seu livro com Jesus dizendo: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (28.20). Ele continua sendo o Emanuel, “Deus conosco”. Escatologicamente todos os que nele creem habitarão com Ele: “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Apocalipse 21.3) 

  

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/7/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

HORTON, Stanley. Isaías - O profeta messiânico. Rio de Janeiro: CPAD, 2016. 

 

POMMERENING, Clayton Ivan. Lições Bíblicas Jovens - Lição 9: O sinal do Emanuel. CPAD, 3º Trimestre de 2016. 

Lição 12 - Sendo a Igreja do Deus Vivo – 3 Trimestre de 2023.

TEXTO ÁUREO “ Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. “ (Efésios 5.32)

“ Grande é este mistério; “ ou “este mistério é grande” (RV) não são traduções adequadas devido a que a palavra “mistério” significa, para o leitor moderno, algo que não é bem o que estava na mente de Paulo. O sentido certo é, que “A verdade que se encontra aqui escondida, mas revelada em Cristo, é maravilhosa”. Ou então, “É uma grande verdade a que está escondida aqui”. ” Como está escrito em 1 Timóteo 3:16 “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória. “ Calvino disserta sobre esse místério: De minha parte, estou impressionado com a profundidade desse mistério e não tenho vergonha de me juntar a Paulo para reconhecer de uma vez minha ignorância e minha admiração. Isso seria muito mais satisfatório do que seguir meu julgamento carnal, subestimando o que Paulo declara ser um profundo mistério! A própria razão ensina como devemos agir em tais questões; pois tudo o que é sobrenatural está claramente além da nossa compreensão. Portanto, trabalhemos mais para sentir Cristo vivendo em nós, do que para descobrir a natureza dessa relação.

“...digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. “ Não parece haver razão para se duvidar que, em primeira instância, Paulo esteja se referindo a profundidades misteriosas e sagradas da relação sexual em si: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne” (Efésios 5:31). Mas a partir daqui parte para o seu simbolismo ainda mais profundo (Misterioso): “mas eu me refiro a Cristo e à igreja”. Ao fazer assim, emprega sua autoridade apostólica (digo-o), a própria expressão que o próprio Jesus usou nas seis antíteses do sermão da montanha (“eu, porém, vos digo”). É apropriado para Paulo assim proceder porque um mistério é uma verdade revelada, e o profundo mistério aqui, a saber: a união da igreja com Cristo, é muito semelhante à união entre judeus e gentios no corpo de Cristo, que lhe tinha sido revelada, e da qual escreveu em 3:1-6. Paulo vê, portanto, o relacionamento do casamento como sendo uma bela figura da união da igreja em Cristo e com Cristo. Quando é aplicada a Cristo e à sua igreja, aquela uma só carne é idêntica com aquele novo homem de Efésios 2:15 “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz”.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/7/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

FOULKES, Francis. Efésios – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova.

CALVINO, João. Efésios – Comentário. São Paulo: Edições Parakletos, 1998. 

Lição 11 - Cultivando a Convicção Cristã – 3 Trimestre de 2023.

TEXTO ÁUREO “Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência " (1 Tessalonicenses 2.3)

Paulo inicia o segundo capítulo de sua primeira epístola aos tessalonicenses destacando a natureza abnegada de seu ministério entre aqueles irmãos. Mais que um autoelogio narcisista, essa apologia paulina ao seu ministério pessoal — atitude que ele também toma ao escrever para outras igrejas (2 Coríntios 12.11-21; Gálatas 6.14-18) — é um registro histórico do modelo inspirativo de ministro no cristianismo primitivo. Mesmo tendo vivenciado uma experiência extremamente traumática em Filipos (acusação de perturbação pública, prisão, açoite, detenção inapropriada, etc.), o apóstolo persistiu na obediência à visão que Deus concedera a ele (Atos 16.9) e iniciou a evangelização em Tessalônica. Não era ganância ou benefícios pessoais que moviam o coração de Paulo para a realização desse serviço ao Reino de Deus, e sim o amor às pessoas e a confiança de que o Senhor que vocaciona também é o que supre todas as necessidades daquele que se dedica liberalmente à obra.

“Porque a nossa exortação não foi com engano, “ A palavra “exortação” usada por Paulo, indica apelo, tendo como objeto o benefício dos ouvintes, e que pode ser exortativo ou conciliatório, conforme as circunstâncias. A palavra era utilizada para encorajar soldados antes da batalha, e se dizia que o encorajamento era necessário para soldados pagos, mas desnecessária para os que lutavam por suas vidas e seus países. Ele não usava de engano. A primeira coisa que Paulo faz é reafirmar a veracidade de sua mensagem, quando diz: “a nossa exortação não procede de engano”. A mensagem de Paulo não era criada por ele, mas recebida de Deus. Seis vezes nesta carta, ele menciona esse auspicioso fato de que havia recebido o evangelho de Deus e não de homens: ‘Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1 Coríntios 11:23).

 “...nem com imundícia, “ É geralmente reconhecido que o pensamento aqui não se refere à impureza física ou ritual, mas, sim, à impureza moral. Em 1 Tessalonicenses 4:7 está escrito: “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” Paulo a contrasta com a santidade. Paulo vivia uma vida pura. Ele deixa claro o motivo pelo qual realizava seu ministério. A sua exortação não procedia de impureza. Alguns acusavam Paulo de estar fazendo a obra com a motivação errada. Porém, seus motivos eram puros diante de Deus e dos homens. Uns pregavam a mensagem errada com a motivação errada; outros pregavam a mensagem certa com a motivação errada: “Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho” (Filipenses 1:15-17), mas Paulo pregava a mensagem certa com a motivação certa.

“...nem com fraudulência " Outro aspecto relevante que o apóstolo faz questão de apresentar para diferenciar-se dos falsos profetas que já se introduziam naquela comunidade. É a transmissão das verdades do Reino feita sem segundas intenções (dolo). Diferentemente de determinados contemporâneos seus, Paulo anunciava as palavras de Jesus sem a expectativa de um “retorno financeiro”. Não havia bajulação ou charlatanismo na mensagem apostólica: “Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha” (1 Tessalonicenses 2:5). Além de suas próprias consciências e corações que estavam diante de Deus, Paulo e sua equipe dispunham ainda do unânime testemunho dos tessalonicenses que referendavam uma postura não mercenária e não ambiciosa: “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós...” (1 Tessalonicenses 2:9). Paulo não fora a Macedônia para entesourar riquezas humanas; não era seu objetivo fazer um “pé-de-meia” para sua vida apostólica. O evangelho foi anunciado sem ganância ou bajulação, tendo Deus como testemunha.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/7/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BRAZIL, Thiago. A igreja do arrebatamento – o padrão dos Tessalonicenses para os últimos dias. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

CLARO, Francisco Eloi Martinho Prior. Marcas helenistas na Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: A inculturação no primeiro escrito bíblico cristão. Dissertação (Mestrado em Teologia). Porto, 2017.

LOPES, Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses: (como se preparar para a segunda vinda de Cristo). São Paulo: Hagnos, 2008.