TEXTO ÁUREO “E disse-me: Filho do homem, vês tu o que
eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para
que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações. ” (Ezequiel
8.6)
“E disse-me: Filho do homem,
vês tu o que eles estão fazendo? “ No verso 5 Deus disse a Ezequiel: “Filho do homem, olhe para o norte.
Olhei para lá, e eis que do lado norte, junto ao portão do altar, na entrada,
estava essa imagem dos ciúmes. O portão do altar ficava do lado oposto do altar
do sacrifício”. Essa imagem de ciúmes é um ressentimento em ver o que é seu
sendo dado a outro e evidencia a ira de Javé pela ofensa que a presença do
ídolo de uma divindade pagã (Deuteronômio 4.16-18), provavelmente Aserá,
representava nos recintos do templo (5.13; 16.38, 42; 36.6; 38.19). A
orientação divina ao profeta é observar o mau comportamento da casa de Israel
para servir como testemunha. (8.17) “Você está vendo, filho do homem? Será que
é pouca coisa para a casa de Judá o fato de fazerem as abominações que fazem
aqui, para que ainda encham de violência a terra e tornem a irritar-me?...”
“As grandes abominações que a
casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? “ A palavra hebraica traduzida por
“abominação” é toʿevah, usada sobretudo no contexto das práticas repugnantes
dos cananeus ou algo que ferisse a pureza de Javé (Levítico 18.30; Deuteronômio
7.26;). A idolatria com as abominações subsequentes é um atentado contra a
santidade de Deus e não pode ficar impune. É importante entender que Deus é
soberano e tem o direito de aplicar o juízo da maneira que quiser, mas o castigo
divino é proporcional à gravidade do pecado e não faz nada que contrarie a sua
natureza. A expressão “casa de Israel” é usada em Ezequiel para designar os
judeus que estavam em Jerusalém (4.3), para os judeus do exílio (4.13) e para
os sobreviventes da destruição de cidade (5.4). O nome Israel aparece 180 vezes
no livro de Ezequiel, e Judá aparece 15 vezes; “ancião de Judá” e “anciãos de
Israel” aparecem como termos alternativos (8.1; 14.1; 20.1), e “casa de Israel”
(em 8.6, 10- 12) é substituída por “casa de Judá” (8.17). Por causa das grandes
abominações, Deus anuncia que se afastará do templo, e consequentemente, de
Jerusalém. (8.18) “…ainda que gritem aos meus ouvidos em alta voz, nem assim os
ouvirei. ”
“ Mas verás ainda maiores abominações.
” Deus alerta o Profeta de
que ele verá transgressões piores pela frente. A estrutura de frases de como
Deus se dirige ao Profeta se repete, com algumas variações, para mostrar as
abominações (vv. 6, 12-13, 15, 17), revelando práticas cada vez mais ofensivas.
As abominações do templo eram ofensivas demais; assim, diante dessa situação,
só resta o juízo divino. Todo esse ritual às falsas divindades revela a
apostasia generalizada. Todo o sistema estava corrompido, não havia outro
remédio a não ser a destruição do templo e da cidade (2 Crônicas 36.16). O Deus
“compassivo e misericordioso, grande em misericórdia e fidelidade” (Êxodo 34.6)
não seria mais tardio em irar-se, Ele não mais teria piedade nem pouparia as
pessoas que estavam cometendo terríveis ofensas.
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
12/10/2022
Fontes:
SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.
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