Páginas

terça-feira, 3 de maio de 2022

Lição 06 - Expressando Palavras Honestas - 2 Trimestre De 2022


(Texto Áureo) “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”. (Mateus 5.37)

Nossa época caracteriza-se pela ausência de credibilidade. A palavra de todo homem é suspeita, e temos adotado a atitude de que embora ouçamos o que se diz, sabemos que o que se diz não é o que se pretende dizer. Tal atitude espalhou-se de tal modo que o governo teve de intervir no campo da publicidade e estabelecer certas diretrizes quanto à veracidade da propaganda. Fatos que chegamos a aceitar como verdade, verificamos agora que são falsos. Assim, chegamos a desconfiar de quase tudo o que se diz. A prática do juramento tem raízes muito profundas no Antigo Testamento. O indivíduo jurava para afirmar a veracidade de suas palavras. O juramento era uma maldição que a pessoa se impunha se sua palavra não fosse verdadeira ou sua promessa não fosse cumprida. No texto que temos diante de nós, o capítulo 5 de Mateus, Jesus referiu-se aos que juravam pelo céu (v.34), ou pela terra (v. 35), ou pela cidade de Jerusalém (v.35). Um dos métodos mais comuns de jurar era erguer a mão para o céu e jurar pelo Deus do céu: “Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gênesis 14:22,23). Essa ideia ainda perdura em nossos tribunais, pois se pede à pessoa que levante a mão direita e jure solenemente.

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, “ Jesus não proíbe que juremos em julgamentos e na verdade, quando a lei nos exige isso. Isso é evidenciado pela ocasião dessa parte de seu ensino. O que ele reprova é o abuso. Ele reprova todo juramento como juramento comum. Jurar diante de um magistrado é bem diferente. Dessas mesmas palavras ele forma sua conclusão geral: "Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não' ", indica que respostas honestas podem ser dadas. De seu próprio exemplo, vemos que ele mesmo respondeu sob juramento quando exigido por um magistrado. Quando o sumo sacerdote lhe disse: "Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos", Jesus de imediato respondeu, afirmando: "Tu mesmo o disseste", isto é, que aquilo era verdade. Deus Pai confirmou por juramento sua disposição de mostrar aos herdeiros da promessa a imutabilidade de seu conselho. Também Paulo que, pelo que entendemos, tinha o Espírito de Deus e compreendia a mente de Jesus, nos deu um exemplo. "Deus [... ] é minha testemunha", disse aos romanos, "de como sempre me lembro de vocês em minhas orações". Aos coríntios ele escreveu: "Invoco a Deus como testemunha de que foi a fim de poupá-los que não voltei a Corinto". E aos filipenses confessou: "Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com profunda afeição de Cristo Jesus". Portanto, aparece inegavelmente que, se Paulo conhecia o significado das palavras de Jesus, elas não proíbem o juramento em ocasiões importantes mesmo uns aos outros. Muito menos proíbem juramentos a magistrados. Pelo menos, daquela afirmação de Paulo, algum juramento em geral era aceito. Em Hebreus ele ensinou: "Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito, pondo fim a toda discussão".

 “...porque o que passa disso é de procedência maligna”.  Jurar pelo céu é o mesmo que jurar por Deus, já que Deus está no céu. Uma vez que Deus está presente em todos os lugares, está na terra e no céu, então jurar pela terra é também jurar por Deus. Jerusalém era a cidade santa de Deus. Assim, jurar por Jerusalém era jurar por Deus. É claro que nada é nosso. Tudo é de Deus. Ele é o único Senhor de tudo, no céu e na terra. É fácil perceber a razão: porque o que passa disso é de procedência maligna. Procedência Maligna quer dizer: isto vem do Diabo, o maligno; vem da corrupção da natureza do homem, da paixão e da veemência; de uma vaidade reinante na mente, e do desprezo pelas coisas sagradas; vem daquela falsidade que há nos homens. “Todo homem é mentiroso” (Romanos 3.4), e, consequentemente, os homens usam estas declarações porque desconfiam uns dos outros e pensam que sem estas palavras não se pode acreditar neles. Observe que os cristãos devem, para crédito da sua religião, evitar não somente o que é mal em si mesmo, mas o que vem do mal e aquilo que tem aparência de mal. É necessário evitar aquilo que possa ser suspeito, aquilo que vem de algum a causa ruim.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/05/2022

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.

WESLEY, John. O Sermão do Monte. São Paulo: Vida, 2012.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário