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quarta-feira, 16 de março de 2022

Lição 12 - As epístolas instruem e Formam os cristãos - 1 Trimestre De 2022


 (Texto Áureo) “A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e amor. ” (2 João 3)

“A graça, a misericórdia, a paz, ” O apóstolo João, à semelhança do que Paulo fez em suas cartas a Timóteo, menciona em sua saudação não apenas graça e paz, mas graça, misericórdia e paz. A diferença é que a saudação aqui não é oração nem voto, mas uma confiante afirmação. A graça e a misericórdia são a raiz, e a paz é o fruto. Quando experimentamos a graça e a misericórdia, recebemos a paz. Concordo com John Stott quando ele diz que graça e misericórdia são expressões do amor de Deus, graça para com os culpados e destituídos de méritos, misericórdia para com os necessitados e desamparados. Paz é aquele restabelecimento da harmonia com Deus, com os outros e com nós mesmos a que chamamos salvação. Juntando os termos, paz indica o caráter da salvação, misericórdia a nossa necessidade dela, e graça a livre provisão que dela Deus fez em Cristo. Nessa mesma linha de pensamento, Simon Kistemaker diz que a graça remove a culpa, a misericórdia remove a miséria, a paz expressa a continuidade da graça e da misericórdia.

“...da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, ” O apóstolo João destaca já na introdução desta pequena epístola a verdade suprema da divindade de Cristo. A saudação à igreja é dada em nome de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai. Jesus Cristo é eternamente gerado do Pai. Ele é Deus de Deus, luz de luz, coigual, coeterno e consubstanciai com o Pai. Desta forma, quem nega o Filho também não tem o Pai (l Jo 2.23). A fé cristã mantém-se em pé ou cai dependendo da maneira como ela vê a doutrina da divindade de Cristo. Se Jesus Cristo é somente um homem, ele não pode salvar-nos. Se ele não encarnou, também não pode se identificar conosco.

‘...sejam convosco na verdade e amor. ” O apóstolo João usou a palavra verdade quatro vezes em sua saudação (v. 1-3). Esta é a palavra que rege não só esta parte da carta, mas toda a missiva. A igreja estava sendo bombardeada pelos falsos mestres. Eles saíram de dentro da igreja (l Jo 2.19), abandonaram a sã doutrina e se converteram em agentes do anticristo. Estes falsos mestres estavam numa intensa cruzada itinerante, percorriam as igrejas, disseminavam suas heresias, negavam a divindade e a humanidade de Cristo. Quando João destaca a necessidade de conhecer a verdade, precisamos perguntar: o que é a verdade para o apóstolo? Ela representa a realidade em oposição à mera aparência. Fritz Rienecker diz que a palavra grega aletheia, “verdade”, aqui se refere à realidade divina, e significa aquilo que é real em última análise, a saber, o próprio Deus. Jesus é a verdade (Jo 14.6). A Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.17). O Espírito que habita em nós é o Espírito da verdade e também nos capacita a conhecer a verdade (Jo 14.16,17; 16.13). A comunidade cristã deve ser caracterizada não só pela verdade, mas também pelo amor. Concordo com John Stott quando diz que devemos evitar a perigosa tendência para o extremismo, dedicando-nos a uma dessas virtudes à expensa da outra. O nosso amor amolece se não for fortalecido pela verdade, e a nossa verdade endurece se não for suavizada pelo amor. Precisamos amar uns aos outros na verdade, e falar a verdade uns com os outros em amor.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/03/2022

Fontes:

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

LOPES, Hernandes Dias. João: como ter garantia da salvação. São Paulo: Hagnos 2010. (Comentários expositivos Hagnos)

STOTT, John. I, II, III João: Introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 1982.

KISTEMAKER, Simon. Tiago e epístolas de João. Cultura Cristã, 2005.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo. Geográfica, Vol. 6.

RIENECKER, Fritz e ROGERS, Cleon. Chave linguística do Novo Testamento grego. São Paulo: Edições Vida Nova, 1985:

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