(Texto Áureo) “Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra. ” (SaImo 119.107)
O Salmo 119. Esse é um salmo por si mesmo, distinto de todos os
outros; ele supera todos os outros e destaca-se por seu brilho nessa
constelação. A composição dele é singular e muito precisa. Ele é dividido em
vinte e duas partes, de acordo com o número de letras do alfabeto hebraico, e
cada parte consiste de oito versículos, todos os versículos da primeira parte
começam com álefe; todos os versículos do segundo, com bete e assim por diante,
sem nenhuma falha em todo o salmo. Nessa passagem a letra hebraica em questão é “Nun”.
“Estou aflitíssimo; “ De acordo com o último versículo, ele tinha
prestado juramento como soldado do Senhor, e neste versículo seguinte, ele é
chamado para sofrer dificuldades nesta qualidade. O nosso serviço ao Senhor não
nos isenta do juízo, mas na verdade o assegura para nós. O salmista era um
homem consagrado, mas um homem punido, e suas punições não eram leves; pois
parece que, quanto mais ele era obediente, mais era afligido. Evidentemente,
ele sentia a vara ferindo-o profundamente, e isto ele alega, diante do Senhor.
Ele fala, não como uma queixa ou murmuração, mas como um apelo; sim, devido à
grande aflição em que se encontra, ele apela por uma vivificação. “
“...vivifica-me, ó Senhor, “ Como Deus nos vivifica? Fazendo
reviver as nossas graças em meio ao sofrimento, como a nossa esperança,
paciência e fé. Desta maneira, Ele nos injeta vida novamente, para que possamos
prosseguir alegremente em nosso serviço, pela infusão de novas consolações. Ele
vivifica o coração dos seus contritos, como diz o profeta (Is 57.15). Isto é
muito necessário, pois o salmista diz, em outra passagem, “vivifica-nos, e invocaremos
o teu nome” (SI 80.18, ARA). O desconforto e o desencorajamento enfraquecem as
nossas mãos, e a invocação a Deus. A menos que o Senhor nos vivifique outra
vez, não teremos vida na oração. De duas maneiras, em particular, Deus nos
vivifica na aflição: vivificando a nossa percepção do seu amor, e vivificando a
nossa esperança de glória.
”...segundo a tua palavra. ” Davi, quando pede a vivificação, é
encorajado a fazê-lo, por causa de uma promessa. A pergunta é, qual será esta
promessa? Alguns pensam que é a promessa geral da lei, “Fazendo-os o homem,
viverá por eles” (Lv 18.5) e que, a partir daí, Davi chegou a esta conclusão
particular, de que Deus vivificaria o seu povo. Mas, na verdade, foi alguma
outra promessa, alguma palavra de Deus que ele havia recebido, que o respaldava
nesta súplica. O Senhor faz muitas promessas a nós, de santificar a nossa
aflição. O fruto de todas é tirar o pecado (Is 27.9); melhorar-nos e aperfeiçoar-nos
(Hb 2.10), moderar a nossa aflição, e tirar o seu vento forte, no tempo do
vento leste (Is 27.8); nos assegurar de que não permitirá que soframos mais do
que nos capacitou a suportar (1 Co 10.13). Ele prometeu que irá atenuar a nossa
aflição, de modo que não seremos tentados acima das nossas forças. Ele prometeu
que irá nos resgatar das nossas aflições, que o cetro da impiedade não
permanecerá sobre a sorte dos justos (SI 125.3), e que Ele estará conosco e não
nos desamparará (Hb 13.5). Agora, o meu argumento é: se o povo de Deus
conseguiu firmar o coração na palavra de Deus, quando tinha apenas indicações
obscuras sobre as quais poderiam trabalhar, a ponto de não saberem exatamente
onde estava a promessa, ah! Como os nossos corações deveriam estar firmes em
Deus, quando temos tantas promessas! Tendo em vista que as Escrituras são
ampliadas para o consolo e a dilatação da nossa fé, certamente deveríamos
dizer, como Paulo, quando recebemos uma palavra: “Creio em Deus” (At 27.25); eu
posso esperar que Deus fará isto por mim, uma vez que a sua palavra assegura
isto em todas as partes.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/02/2022
Fontes:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a
Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
SPURGEON, Charles. Os tesouros de Davi – Volume 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário