Texto Áureo: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Efésios 4.8).
No texto Paulo está falando a respeito do trajeto que o
messias percorreu em sua ascensão aos céus, após ter voluntariamente se despido
da sua glória descendo as partes mais baixas da terra. (Filipenses 2:6-9) “Que,
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas
esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e
lhe deu um nome que é sobre todo o nome; ” No contexto imediato está
esclarecido isso (Efésios 4:10) “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima
de todos os céus, para cumprir todas as coisas. ”
"Pelo que diz" são palavras que identificam o
cumprimento de uma profecia citada pelo apóstolo das gentes (SaImo 68.18,119; 2
Coríntios 6.16). O Salmo 68 fala do triunfo de Deus, representado pela volta da
arca da aliança ao seu santuário original após a derrota dos inimigos de
Israel. Do mesmo modo, Jesus triunfou na batalha contra o reino do mal e, em
virtude dessa vitória, recebeu dons para dar aos seus aliados. Por isso, esse
salmo se aplica à vitória de Cristo no Calvário. Cristo, conquistando o seu
lugar no Céu, deu dons à Igreja.
"Subindo ao alto" fala de sua subida e volta ao
seio do Pai. A palavra "alto" indica a sua morada original — o Céu. (Salmos 24:7-10) “Levantai, ó portas, as
vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem
é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai,
ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da
Glória. (Selá.)
"... levou cativo o cativeiro". ” Que cativeiro é
esse, realmente? Esse cativeiro representa os poderes que estavam sob o domínio
de Satanás: o pecado, a morte e o inferno. O pecado está sob o domínio de
Cristo porque Ele o quitou, livrando o homem da condenação (Romanos 3.23; 6.23).
Pela aceitação da obra da cruz, o pecado não tem mais domínio sobre o crente
fiel (Romanos 6.14). Jesus se fez pecado por nós (Hebreus 9.15) e cravou o
pecado na cruz. A morte perdeu o domínio da sepultura porque Cristo ressuscitou
poderosamente dentre os mortos. A ação da morte no crente está contida: ela só
pode alcançar seu corpo material, nunca sua alma e espírito. O inferno perdeu
seu domínio sobre o crente. O inferno (Hades) é a habitação de espíritos e
almas das pessoas que morrem. Antes da vitória no Calvário, o inferno recebia
bons e maus, justos e injustos, mas separados por um abismo. Os justos ficavam
no paraíso (descanso), e os ímpios, num lugar de tormento. Mas Jesus, pela sua
vitória na cruz, trasladou o paraíso para o Alto (a presença de Deus), e hoje o
inferno só recebe os ímpios, porque não há mais um paraíso "nas partes
mais baixas da terra". A João, na ilha de Patmos, Jesus confirmou sua
vitória, proclamando: "Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui
morto; mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da
morte e do inferno" (Apocalipse 1.17,18).
“...e deu dons aos homens” A palavra "dom"
significa dádiva, e quando se trata de "dons de Cristo" refere-se às dádivas
concedidas à Igreja, as quais a enriquecem e fortalecem a sua unidade através
dos crentes. Esse direito divino de conceder "dons" representa os
lauréis da vitória de Cristo e o direito pleno de Ele conceder dons à sua
Igreja. Os “dons de Cristo” dizem respeito aos dons ministeriais listados no versículo
11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores,” Os propósitos de o Senhor concedê-los à
Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são, em primeiro lugar,
capacitar o povo de Deus para o serviço cristão; em segundo, promover o
crescimento da igreja local; terceiro, desenvolver a vida espiritual dos
discípulos de Jesus (4.12-16). O Senhor deu à sua Igreja ministros para
servi-la com zelo e amor (1Pedro 5.2,3).
Fontes:
CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo
a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
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