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domingo, 19 de março de 2023

Lição 13 - Aviva, o Senhor, a Tua Obra - 1 Trimestre de 2023


TEXTO ÁUREO “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia. ” (Habacuque 3.2)

“Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; ” Qualquer experiência que venhamos a ter com o Senhor começa quando começamos a ouvi-lo. Sua voz, porém, se manifesta de variadas maneiras: Pedro a deu valor quando o galo cantou; Isaias e Agostinho através da morte de um que lhe era querido; Moody através do teste humo de uma anciã. Tozer afirma “ Deus fala aos corações de quem deseja ouvi-lo” corroborando com as escrituras: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Marcos 7:16). Habacuque ouviu a Palavra do Senhor. Um dos princípios básicos de um avivamento é o retorno a Palavra. Está escrito nos Salmo: “Vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra “ (Salmos 119:107). David Wilkerson pregou um sermão na Times Square que nos fala até hoje. Ele pregou “traga-nos a verdadeira palavra do Senhor”. Após ouvir a Palavra de Deus Habacuque teme pois compreende a real situação do povo de Judá do qual ele fazia parte. A verdadeira Palavra de Deus produz temor dentro de nós: “E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos “ (Atos 2:43).

“...aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, “Após ouvir e entender a situação que viria Habacuque ora ao Senhor. E impossível ocorrer um avivamento espiritual sem oração. A oração, como já afirmou um servo de Deus do passado, é a respiração da alma. Sem oração, a vida espiritual vai por água abaixo. Ela é uma questão de sobrevivência. Em épocas de crise, então, nem se fala. Por isso a oração do profeta. Sabendo o profeta que seu povo não sobreviveria se o Senhor não interviesse com uma nova manifestação do Seu Espírito ele ora “aviva, ó Senhor, a tua obra “. Somente assim a vida espiritual dos fiéis seria preservada, por isso o clamor. Dessa forma, aprendemos aqui que só a ação de Deus, o avivamento espiritual, pode preservar o crente em meio ao caos, impedindo-o de ser levado e consumido pelo turbilhão das circunstâncias. Muitas vezes, o crente é tentado a crer que a obra de Deus prospera por causa dele. Esse é um grande erro. Se ela prospera, é por causa do Dono da obra. Infelizmente, não são poucos os que pensam que o culto é abençoado se fulano ou beltrano pregar ou cantar. Porém, a Bíblia nos diz que quem faz tudo é Deus. Sem Ele, nada somos ou temos. Enquanto as pessoas pensarem que quem faz avivamento são pessoas, nunca o avivamento chegará. Se deseja-se avivamento, deve-se reconhecer que a obra não é nossa, mas de Deus. Dele é tanto o querer quanto o efetuar. É impossível que haja avivamento sem o reconhecimento de que a obra é de Deus.

“...no meio dos anos a notifica; “ Essas palavras de Habacuque revelam o desejo do profeta de que a ação divina sobre seu povo se intensificasse com o passar dos anos, de tal forma que fosse evidenciada para todos. O intento do profeta é ver a mão de Deus agindo de novo poderosamente na vida dos judeus, fazendo conhecidas entre as nações as maravilhas do Senhor no meio do seu povo. Assim como foram notórios os milagres no Egito e no deserto, despertando o temor das cidades ao redor, Habacuque esperava uma futura visitação contínua e crescente de Deus sobre os israelitas, ao ponto de equiparar-se àqueles dias memoráveis de vitória e glória. Consigo ver essa oração cumprida nos seguintes fatos históricos modernos: na Reforma Protestante; No avivamento inglês do século 18, com os irmãos João e Carlos Wesley, e George Whitefield, acontecimento também conhecido como “Despertamento Evangélico”; O Grande Despertamento do século 18 nos Estados Unidos; o Avivamento de 1859 na Irlanda, que varreu parte da Europa e produziu grandes reflexos nos Estados Unidos; E o Movimento Pentecostal, encetado na virada do século 19 para o 20. Precisamos em nossos dias de mais dessas visitações profundas de Deus, manifestações que não só renovam vidas e avivam igrejas, mas também despertam nações.

 “...; na ira lembra-te da misericórdia. ” Ao mencionar a ira divina em sua oração, Habacuque nos ensina que não há avivamento sem a consciência do juízo divino, sem a percepção de que Deus julga e está julgando. Em outras palavras, não há reavivamento sem o reconhecimento da ira de Deus. Paulo instruiu-nos a considerarmos tanto a bondade quanto a severidade de Deus: “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus. Para os que caíram, severidade; mas para contigo, a benignidade de Deus. De outra maneira, também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados, porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar” (Romanos 11.22-23). O teólogo A. W. Pink escreve: “A ira de Deus é a perfeição do caráter divino sobre o qual precisamos meditar frequentemente. ” E, por extensão, não há avivamento sem a consciência da ira divina, porque só há arrependimento com a conscientização da miserabilidade e abominação do pecado, que são percebidas quando olhamos o pecado com os olhos de Deus. Habacuque sabia que após fazer a ferida, Deus aplica a cura. Isso porque, para que o vaso de barro seja usado, primeiro tem que ser concertado; e para ser concertado, deve antes ser quebrado. E somente após ser amassado, ele é restaurado. Um avivamento é uma demonstração tremenda da misericórdia de Deus. Quando a terra está ferida pelo juízo divino, sem produzir; quando nossos pecados pesam sobre nós, esmagando-nos; quando não há esperança aos olhos humanos; quando tudo ao redor parece “sem forma e vazio”, morto e gélido, e então nos lançamos ao chão em clamor humildemente diante dos Céus, Deus ouve e atende. Ele abre as comportas celestiais e derrama sobre nossa vida catarata de gozo, chuva de misericórdia. Ele prometeu: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e se converter de seus maus caminhos; então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7.14).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

19/3/2023

Fontes:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra – O chamado das escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

DANIEL, Silas. Habacuque - A vitória da fé em meio ao caos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.