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domingo, 24 de janeiro de 2021

Lição 4 - A Atualidade dos Dons Espirituais - 1 trimestre de 2021.


Texto Áureo: Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. (1Co 12.4).

Não há dúvida pelo contexto, que os dons(gg. charismata) que Paulo tinha em vista eram os “dons espirituais” (pneumatikōn) mencionados no versículo 1. As palavras gregas mais comuns para “dom” são (dōron); (dōrea) e (dōrēma). Esses três termos aparecem mais de trinta vezes no Novo Testamento, mas em suas cartas, Paulo usou dōrea somente cinco vezes e dōron somente uma vez. A palavra (charisma), por sua vez, aparece dezessete vezes no Novo Testamento, sendo todas as ocorrências, exceto uma, nas cartas de Paulo. Das dezesseis vezes que Paulo usou essa palavra, sete estão em 1 Coríntios. Ele a usou cinco vezes no capítulo 12. Paulo selecionou cuidadosamente charismata como sua palavra para “dons”; ela pertence à mesma família semântica que (charis, “graça”) e (chara, “alegria”). Ao usar essa terminologia, Paulo estava sugerindo que os dons a que se referia eram conferidos pelo Espírito como extensão da graça e da alegria que acompanham a confissão de que Cristo é Senhor.

As descrições dos dons que vêm a seguir no texto indicam que são poderes sobrenaturais. Os “dons” (charismata) da graça divina incluem tudo o que Deus faz pelo Seu povo, até e incluindo a vida eterna (Romanos 6:23); mas o contexto de 1 Coríntios 12 a 14 impõe limites a essa palavra. Embora o termo nem sempre signifique precisamente a mesma coisa, aqui Paulo estava respondendo dúvidas sobre “dons espirituais” (12:1). Observando a lista de dons que o apóstolo apresentou em sua resposta, o intérprete pode ter certeza de que foram incluídos nela somente alguns tipos de “dons”. Esses dons em particular foram dados pelo Espírito Santo para a edificação da igreja, mas o orgulho humano estava transformando essas dádivas espirituais numa comprovação da posição pessoal. A competição pelos dons mais proeminentes, exercidos publicamente, acabou por contribuir para as divisões naquela congregação. 

Apesar de possuirem dons espirituais e terem certo controle sobre eles "E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Coríntios 14:32) os primeiros cristãos não podiam emprega-los segundo a sua própria vontade. O Espírito de Deus tinha participação "Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós" (Atos 15:28). Bem diferente do pensamento reformado que acredita que esses cristão diferente de nós pentecostais escolhiam por exemplo segundo critérios próprios a quem curar. Ora, nem os pentecostais e nem os primeiros critãos tinham essa autoridade. Basta ler superficialmente a Bíblia e observará que Paulo não tinha domínio sobre a própria enfermidade e nem mesmo sobre a enfermidade de Trófimo, Epafrodito e Timóteo. 

Paulo afirma que há diversidade de dons. Há quem acredite que existem apenas nove dons espirituais, pois interpreta como únicos os apresentados nos vv.8-10. Mas, o apóstolo apresenta mais duas listas de dons espirituais nesse mesmo capítulo, uma com oito dons (v.28) e outra com sete, incluindo algumas repetições da primeira lista (vv.29,30). Há ainda uma lista em Romanos e outra em Efésios (Rm 12.6-8; Ef 4.8-11). Essa variedade de dons apenas demonstra que não estamos orfãos, pois, Deus ornamenta a Igreja, são uma das infinitas riquezas dessa Igreja, como dádivas, dotes e capacitações sobrenaturais para a realização dos seus propósitos, a partir da  edificação da Igreja. "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja" (1 Co 14.12). 

No contexto do nove dons em especial há alguns classificações teológicas. A divisão mais conhecida é a seguinte: 
a) dons de revelação: palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos; 
b) dons de poder: fé, dons de curar e operações de maravilhas; 
c) dons de inspiração: profecia, variedade de línguas e interpretação. Essa é uma das várias classificações, porém, todas elas são didáticas.

Além de diversidades de dons, há também de ministérios e de operações: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (v.11). O termo “diversidade” é repetido uma vez para cada Pessoa divina. Mas, em cada uma aparece a expressão: “mas o Espírito é o mesmo, mas o Senhor é o mesmo, mas é o mesmo Deus”. O único Espírito, o único Senhor e único Deus referem-se às três Pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que aparecem de forma espontânea e automática (Mt 28.19; 2Co 13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2). Idicando que mesmo na diversidade há Unidade.

Deivy Ferreira Paniago Junior
24/01/2021

Fontes:

GILBERTO, Antonio. Mensagens, estudos e explanações em I Córintios. Rio de Janeiro. CPAD, 2009.

HORTON, Stanley M. I e II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro, CPAD.

SOARES, Esequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro. CPAD, 2020.

CARSON, Donald Arthur. A Manifestação do Espírito: a Contemporaneidade dos Dons à Luz de 1 Coríntios de 12—14. Trad. Caio Peres. São Paulo: Vida Nova, 2013.

WARDEN, Duane. Unidade e Dons Espirituais. Disponível em: http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201704_02.pdf. Acesso em 24/01/2021.

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